Escola, farras e garotos... escrita por Aly Campos, Trufa


Capítulo 9
Sobre alemães gostosos e irmãs endiabradas


Notas iniciais do capítulo

bom amorecossss dessa vez eu não enrolei kkkk vou tentar postar 2 cap por semana ta :p desculpa quando eu n responder os comentários é que nem nas ferias eu tenho sossego! Mas então amores mtoooooooo obrigada pelos comentarios pricipalmente a Mad Copper e a Gabi Avelar Obs: eu não esqueci dos outros ta rsrsrs :3 cada coisinha me inspira mais bbs ^^ sei que to devendo uma sena de pagação entre o Josh e a Clara, na verdade de todos kkkk vou tentar colocar no proximo cap e ah o Arthur promete, não confie em alemães kkkkk bjokas amores



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– Ai... Me larga – resmunguei meio sonolenta – só mais cinco minutinhos.

– Cinco minutinhos são o caramba – a voz de minha mãe ecoou pelos meus ouvidos – se você não levantar agora, vai chegar atrasada.

– Mãe me deixa faltar, só hoje – fiz biquinho abrindo um olho para espia-la.

– Faltar? Haha faça-me rir Ana Jú – Ihh péssima ideia, tarde demais – Ana Jú, você chega quase 4h da manhã e vem me pedir pra faltar? – bom dia sermão.

Levantei-me devagar, me arrastando ate o banheiro e a deixando resmungar sozinha – escutando ela me xingar ai sim que eu iria chegar atrasada, ou melhor nunca ia chegar. Prendi meu cabelo em um coque desleixado, agora minha mãe não conversava civilizadamente, ela gritava pra que eu pudesse ouvir, Jezuis – ou a noite foi ruim e meu pai não deu conta do recado, ou ela tava de TPM. Digamos que todas essas opções me assustavam.

Suspirei sentindo a água quentinha atingir minha pele, se eu pudesse passava o dia todinho aqui.

Desliguei o chuveiro em meio a xingos de minha mãe “não é você que paga conta mocinha”, meu Deus ela tava da pá virada hoje. Enrolei-me no roupão escutando-a bater a porta – ufa ela foi embora.

Passei o olho no quarto à procura do meu celular... 20min pra aula começar. QUE????? VINTE MINUTOS???

Pesquei meu uniforme jogado no meu pufe desesperada. Se eu enrolasse não iria dar tempo de tomar café – NÃÃÃÃÃÃÃÃÃO!

Observei Susy dormir enquanto tentava me enfiar no uniforme que pregava no meu corpo devido à pele molhada. Que horas aquela safadinha havia chegado? Sua expressão era da mais perfeita paz, sinal que a noite foi ótimaaa – safadenha ein.

Catei meu tênis e desci as escadas os calçando – é eu sei. Tava na cara que ia da merda. E deu. Tropecei no penúltimo degrau. Oh morte cruel, ao menos tive o direito a uma ultima refeição...

– Calma Jú – disse meu pai me segurando em um impulso. Haha eu não morri pra infelicidade de você Samantha, sua vacaroa – Assim você cai! – Serio?

– É an... – passei minhas mãos pelo corpo me assegurando de estar inteira – Brigada pai! Ah é, bom dia! – O abracei.

– Bom dia pra você também princesa – retribuiu o abraço. Merda, princesa? Só o Luís me chama assim. As coisas que aconteceram na noite passada passaram como um flash na minha cabeça. O soltei.

– Ah... – tentei pensar em algo pra dizer – aonde você pensa que vai gato desse jeito? – O analisei. Ao invés da roupa social que eu estava acostumada a vê-lo usando toda manha, ele usava uma bermuda jeans escura, tênis e uma camisa vermelha gola polo.

– Você não lembra Jú? – neguei com a cabeça – hoje é meu aniversario de 22 anos de casa...

– PAIIII! Não acredito que eu esqueci – o abracei de novo mais forte – parabéns pra vocês. Como é que você conseguiu aguentar a mamãe por 22 anos? – brinquei fazendo-o sorrir – mas tchau, beijos, boa sorte. To megaa atrasada.

– Você é uma figura Jú – riu – agora vai!

Sai saltitante da sala deixando meu pai terminar de se arrumar. Aonde eles iriam a essa hora?

Engoli meu café – torradas com queijo e toddy – peguei minha mochila e corri em direção à porta. 5min restantes. Vou ter que voar se eu não quiser bater um papinho com minha amada diretora.

– Perae mocinha! – minha mãe me barrou. Ela estava linda. O cabelo preso em um rabo de cavalo, um short jeans soltinho e uma regata branca.

– Que gata – falei fazendo-a sorrir

– Obrigada filha, mas escuta – Ihh lá vem. Juro que foi sem querer quando quebrei o porta retrato que a vovó te deu – Eu e seu pai vamos ficar fora três dias – ufa... – Não invente de cozinhar, não quero minha casa pegando fogo – hehehe – Susy vai embora hoje à tarde – Uhuuuu carro – de taxi ate o aeroporto – merda – nada de bagunça, qualquer coisa me liga – assenti enquanto ganhava um beijo na testa – agora vai!

Que lindo! A diretora ia comer meu fígado. É ela me odiava porque eu dei um fora no galinha do filho dela, os detalhes não vêm ao caso, mas vejam só, de galinha já basta o Luís na minha vida.

O sol queimava a minha cabeça, meu cadaço estava desamarrado, eu estava com sono e com olheiras medonhas. Não vou falar que não tinha como piorar, porque eu sei que tinha sim.

A escola era a três quadras da minha casa, praticamente me arrastei ate lá, encontrando o tão esperado portão fechado – 7:15, ótimo Ana Jú 15min atrasada.

Apertei com receio o interfone, logo eu estaria em zona de perigo.

– Quê que é? – a voz adorável do porteiro ecoou pelo aparelho.

– Ah é... – tomei coragem, olha ainda dava pra eu fugir correndo – é que cheguei atrasada.

Ouvi-o resmungar desligando o interfone.

Seu José era o amado porteiro da escola – ele era velho pra cacete, tipo uns duzentos anos e era mais estressado que minha mãe quando está de TPM, pra você ver que amor.

O velho fez questão de enrolar o quanto pode só pra me ferrar mais, já eram 7:25 quando ouvi o chacoalhar das chaves próximas ao portão.

– Vamos – me acordou do meu breve cochilo – vou te levar ate a diretora.

Andei pelos corredores da escola pensando em uma desculpa cabível para o atraso, eu não podia virar e dizer a verdade, tipo “querida e amada diretora, ontem eu fui pra balada, fiquei ate umas 3h jogando sinuca em um barzinho porque senti fome, ai umas 4h da manha voltei pra casa e recebi um beijão de boa noite do garoto que eu gosto. E ai, posso ir pra sala?”. Bom ela simplesmente me odiaria mais e daria um jeitinho de me torturar bastante.

– Lúcia – Seu Zé disse chamando a atenção da gorda – essa daqui acabou de chegar – Ó que abuso, eu cheguei 7:15 ta seu conversado.

– Hum – a diretora se virou com desprezo pra mim – espero que tenha uma ótima explicação por chegar meia hora atrasada senhorita Cliar.

Engoli em seco.

Adentrei na sala me aproximando de sua mesa, dois adolescentes que eu nunca vira na vida estavam sentados diante a mesa da bruxa. O garoto devia ser um pouco mais velho que eu ou ate mesmo da minha idade. Ele era loiro, com os músculos bem definidos, usava a camiseta da escola com a gravata pendurada de qualquer jeito no pescoço e uma calça camuflada, alem de exalar um perfume sensacionalmente relaxante – pera relaxante não ficou legal, esquece.

A garota ao seu lado era mais nova, usava um rabo de cavalo com alguns fios rebeldes soltos, também loira. A blusa de uniforme havia lhe ficado como um vestido, mas combinava com o estilo da menina e uma calça beje larga com vários bolsos completavam o look. Deviam ser irmãos, com toda certeza.

– Então Ana Jú – Lucia chamou minha atenção – estou aguardando explicações.

Pensei.

– Sabe queria diretora tava um transito terrível – que desculpa de merda.

– Srtª Cliar você mora a quatro quadras daqui – três, corrigi mentalmente. – quero a verdade.

– Ai diretora – pensei coçando a cabeça, eu ia me ferrar mesmo – tive que ajudar uma velhinha a atravessar a rua, sabe esse transito é perigoso – decidi brincar com ela então – vi um gatinho preto em cima da arvore, tive que escalar uma arvore de uns 3m de altura – tentei imitar o tamanho com as mãos – viu como eu sou um anjo. Mas agora só o que eu quero é a permissão da minha amada diretora pra poder ir pra sala de aula. – sorri falsamente conseguindo tirar sorrisinhos dos novatos que se viraram para mim. OMG os olhos deles eram azuizinhos Jezuis.

– ISSO AQUI NÃO É CIRCO SRTª CLIAR – Gritou, fazendo-me dar para trás.

– viu diretora por que não contei a verdade antes? – sorri de novo – a senhora não ia acreditar.

A velha passou as mãos nos cabelos ralinhos.

– Não vou me estressar com você – falou por fim – leve estes daqui ate a sala deles – apontou para os garotos – a menina é do 1° ano 1 – olha que gozado – e o garoto é da sua sala.

Esperei-os do lado de fora da sala enquanto a diretora passava algumas regras básicas, que normalmente ninguém obedecia – como, por exemplo, não rabiscar as carteiras, quem é que conseguia não fazer isso?

– É podemos ir – o garoto me dispersou do transe.

– Ah... Claro – concordei me pondo a andar – então vocês são novos aqui na cidade?

– É digamos que no país – o menino sorriu, awnnn mas que sorriso.

– Sério? – perguntei curiosa – Mas an... Sou Ana Jú Cliar – apresentei-me.

– Arthur Ottoni – falou o menino loiro ao meu lado dando uma cutucadinha na menina que digitava sem para no celular.

– Ai – resmungou ela – fodasse quem eu sou. Por mim que a raça humana morra. – oi?

– Essa é Marielle – Arthur disse meio sem jeito com o comportamento da menina – ela ainda esta revoltada com a mudança, mas é um doce de pessoa.

– É e eu mordo – me mostrou os dentes.

Opa que garota psicopata.

Sorri meio assustada.

– Então, vocês moravam aonde? – tentei quebrar o gelo.

– Na Alemanha. – O garoto respondeu enquanto ajeitava a mochila nas costas. Tipo ele era bem mais alto que eu.

– E o que levou vocês a se mudarem pra esse fim de mundo que é o Brasil? – brinquei, não era tanta brincadeira assim.

– To me perguntando isso ate agora... – Marielle resmungou.

Parei em frente à terceira sala no segundo andar, era meio gozado a sala 1 ser a terceira sala do corredor ao invés da primeira.

– Então Mary – olhei para a garota loira que ainda digitava no celular – essa aqui é a sua sala

Mary ist lhr Mädchen ass – resmungou em alemão, sei lá.

Marielle Wengen meiner Schwester – Arthur também falou sei lá o que. Cara isso é meio chato.

Observei a sena confusa, é falta de educação falar outra língua perto dos outros, pelo menos é o que eu acho.

A garota entrou na sala enquanto conversei com a professora a informando que se tratava de uma novata.

– Desculpa a minha irmã sabe, ela não gostou muito da mudança.

– Né percebi – disse fazendo-o rir – mas então senhorio Ottoni – brinquei – por que mudaram pro Brasil?

– Sabe é uma longa historia – passou as mãos pelos cabelos lisinhos enquanto pensava em uma maneira de me explicar.

– Faz assim, resume tudo.

– Minha mãe faleceu... – falou meio cabisbaixo.

– Me desculpa se você não quiser falar eu te entendo – coloquei uma de minhas mãos e seu ombro, eu não dava uma dentro. – serio mesmo, não queria fazê-lo ficar assim.

– Sem problema – seus olhos encheram de lagrimas, ai meu core. Deve ser horrível perder a mãe.

– Sabe é – tentei pensar em algo para anima-lo – bom eu podia te mostrar a cidade, o Rio de Janeiro é lindo.

– É pode ser uma boa ideia.

Chegamos a sala, quinta sala terceiro andar, aqui estamos nós. Tomei coragem, professor de matemática, ui esse era dos piores.

Bati na porta meio receosa.

– Uma hora dessas? – o professor barrigudo abriu a porta me olhando sem muito interesse.

– An é... Aluno novo- desviei o assunto – a diretora me pediu pra leva-lo a sala – sorri falsamente.

– Tudo bem – abriu passagem para que pudéssemos entrar.

O péssimo de chegar atrasada é que você consegue ser o centro das atenções, e o ruim é que eu estava com olheiras medonhas e todos – TODOS – estavam me vendo assim.

Arrastei-me ate minha fileira com Arthur me seguindo logo atrás.

– Pula pra cadeira de trás – sibilei para Clara.

– Não – sibilou de volta.

– O Josh vai morrer de ciúmes se ver um alemão gostoso sentado perto de você – cochichei chegando mais perto.

Clara nem resmungou e pulou para a cadeira de trás. Coloquei Arthur no local onde minha amiga se encontrava e sentei-me em sua frente.

O professor já havia passado matéria no quadro enquanto lia alguma coisa qualquer. Virei-me para as meninas.

– Gente esse daqui é o Arthur – apresentei meu novo amigo – ele veio da Alemanha há poucos dias sabe.

– Serio? – Clara se empolgou vendo a reação de Josh que tadinho, se contorcia de raiva na cadeira.

Passamos as aulas antes do intervalo todinha conversando com nosso alemão, querendo saber cada vez mais como era o local onde ele morava.

Eu nunca tinha ido à Alemanha, nem tinha muita curiosidade de conhecer o lugar. Vontade mesmo eu tinha de conhecer Paris, eu sei que pode ser uma coisa boba, mas Paris deve ser linda, um dia ainda vou lá.

O sinal tocou, uma multidão se levantou indo a caminho da porta sem ao menos esperar a permissão da professora. Clara desceu arrastando Arthur, achando, ou melhor, tendo certeza que estava provocando muito ciúmes no namorado. Annie desceu com Caio, é os dois já tinham se entendido. Fiquei na sala mesmo, vasculhando minha mochila a procura do meu dinheiro. A correria foi tanta pra sair de casa que acabei o jogando de qualquer jeito, tá ai quero me ver achar agora.

– Jú.

Dei um pulo pra trás devido ao susto, tirando risadinhas idiotas do Luís.

– Ai garoto, peste – coloquei a mão sobe meu coração acelerado – quer me matar do coração?

– Juro que dessa vez essa não foi à intenção. – disse sentando em cima da minha mesa.

– An o que você quer? – perguntei voltando minha atenção à mochila.

– É sabia que somos os únicos na sala?

– Tanto faz – dei de ombros. – Acheeiiii! – cantei a ultima parte fazendo-o rir de novo – o peste por acaso eu tenho cara de palhaça?

– Cara não – chegou mais perto, fazendo-me dar dois passos para trás – mas age feito uma – disse dando-me um peteleco no nariz.

Tratei de sair dali indo em direção à porta.

– Mas então Lulu – eu não podia deixar de usar esse apelidinho carinhoso – o que você quer?

– É que... – pareceu tirar coragem das profundezas do tártaro – eu preciso conversar com você.

Ih boa coisa não era, meu jezuis o que aquele menino queria?

– Fala então ne Luís, eu quero comer poxa.

– É que...

– Luisiiinhoooo – a voz chatinha da Samantha invadiu a sala. Revirei os olhos – te procurei pela escola toda, vamos.

A vadia nem olhou pra mim, que você morra também.

– É que eu to conversando com a Jú – Luís apontou na minha direção, fazendo-a me olhar – depois eu vou.

– Ai Luisinho – fez uma careta medonha, ui – vai me trocar por essa daí? – Essa daí? Meu queixo foi no chão.

– Ana Jú pra você ta coisinha – disse fechando a cara.

– Então Luís, acho que minha companhia é melhor – deu uma rodadinha. Essa garota decidiu testar minha paciência só pode.

Tentei ignorar.

– Samantha já disse que depois vou, agora vai embora – Luís tentou empurra-la para fora da sala.

– Ai que saco – bateu o pé – você vai trocar a minha companhia por essa daí?

– Oh garota desinfeta – perdi a paciência – ele vai trocar uma bunda cheia de celulite feito a sua e esses seus peitos de meia por mim sim. Agora VAZAAA.

– Gente calma. Sassah vai que depois eu te encontro. – Sassah? Acho que vou vomitar.

– Tá pode ser MEU Luisinho – a piranha fez questão de ressaltar o meu. Sorte dela que eu não estava a fim de visitar a diretora novamente.

Fiz careta pra ela enquanto se afastava.

– Então é... – Luís olhou para fora se certificando que a garota já estava longe.

– É que a gente conversa depois – olhei as horas – eu to com fome e o intervalo vai acabar – lhe dei as costas andando a passos largos.

Sassah? Agora era eu que não queria conversar com ele. O mesmo galinha de sempre “tem pessoas que não mudam” pensei.

Andei ate a lanchonete da escola. Augusta, uma mulher de uns 50 anos trabalha lá, ela é um doce de pessoa. Tem os cabelos grisalhos, mas que antes eram loirinhos – já vi por fotos – seus olhos são azuis cristalinos, tenho certeza que quando mais nova dona Augusta era de parar o transito.

– Ei – mexi com ela chamando sua atenção.

– Jú que surpresa – a senhora abriu um sorrisão – faz um tempo que você não vem aqui comprar lanche.

– É tava fazendo um regiminho – expliquei.

– Regiminho? Você quer sumir Ana Jú? – brincou – ao menos passe para ver os amigos.

– Pode deixar dona Augusta – sorri – mas e ai? Como anda sua perna?

– Vai indo ne – ela tem um problema na perna devido a obesidade que a dificulta andar, eu já há conheço a anos e mesmo com tantos problemas sempre a vi sorrir – mas então querida, o que vai querer?

– Hum... – analisei a estufa – quero um hambúrguer e uma coca pequena.

A senhora tirou com a maior satisfação, entregando meu lanche.

Acenei para ela enquanto me afastava.

Nenhum dos meus amigos estava na cantina. Fiz um pouco de hora indo em direção à parte de fora do pátio, eu pelo menos tinha que ter comido metade do hambúrguer antes de encontrar com a Clara pra ela não roubar tudo.

Arthur estava sentado em cima da mesa redonda com os pés em cima de um dos bancos, Clara estava ao seu lado conversando como se fossem amigos há séculos, e vez ou outra olhava na direção do namorado enciumado – será que eles ainda estavam brigados por causa de ontem? Enquanto uma amiga se reconcilia a outra briga, eu mereço.

Andei devagar em direção a Clarinha.

– Ah eu acho os poodles fofos – ouvi minha amiga comentar.

Essa era a mentira mais descarada que eu tinha ouvido, ou o Alemão amava cachorros ou a Clara endoidou. Desde sempre que minha doidinha odeia qualquer tipo de cachorro, depois que foi atacada por um.

– Que eu saiba você detesta cachorros – cortei o barato dela.

– Eu? – fingiu estar indignada roubando o restinho do meu lanche – amo cachorros ta.

Aham ne. Sei.

– Então Arthur – me virei para o Alemão distraído chamando sua atenção – o que tá achando da escola? Pode ficar tranquilo que nem todas as garotas são malucas que nem minha amiga não.

Ele sorriu assentindo, mas que sorriso ein.

Pedi licença para o menino e arrastei Clara para longe dali.

– Por que você não ta conversando com o Josh? – perguntei curiosa.

– Longa história.

– A gente tem tempo suficiente.

– Não quero falar sobre isso – tentou se livrar de mim, mas a agarrei novamente.

– Você não pode evita-lo, ou ficar fazendo ciúmes – bati em sua testa – ele é seu namorado.

– É que eu ainda não engoli aquelas meninas de ontem – falou chateada – o ouvi comentando que iria ligar pra uma delas com o Tadeu.

– Conversa com ele – dei a solução – talvez seja um mega mal entendido, e o Josh esta morto de ciúmes do Arthur. Vai por mim amiga, ele te ama. Caso contrario eu castro ele, ta bom?

Tirei um sorrisinho mínimo do seu rosto.

– Ah é, preciso da sua ajuda – falei.

– Pode falar.

– Não grita, por favor, amiga – implorei – ontem o Luís me beijou – fechei os olhos esperando o escândalo.

– O QUE? – minha amiga mega discreta berrou.

– Cala a boca Clara – bronqueei. Ela nem me escutou começando a dar pulinhos e gritinhos histéricos de alegria.

– Você quer que eu te ajude com ele? – perguntou eufórica.

– Não – falei o obviu – eu não sou maluca e eu não quero nada com ele – menti.

– Sei – riu maleficamente – quer minha ajuda pra que?

– É que hoje ele veio com um papo estranho de querer conversar comigo – expliquei.

– AHHHHH – Tornou gritar – ELE VAI TE PEDIR EM NAMOROOO – tapei sua boca notando que todos os olhares estavam voltados para a gente.

– Não é isso e cala a boca Clara – bati na minha testa – porque eu ainda insisto em te contar as coisas?

– Por que você me ama. Se ele pedir você aceita ne? – perguntou fazendo biquinho.

– Ele não vai pedir – ouvi o sinal que indicava o fim do intervalo tocar, arrastei minha amiga para a sala tentando mudar de assunto e evitar mais gritos comprometedores.

As aulas passaram em uma lentidão do caramba, mas consegui um jeito de me distrair trocando bilhetinhos com o Alemão. Conversávamos coisas bobas como “bob esponja é demais” Arthur disse em um dos bilhetes “prefiro Scooby-Doo” respondi de volta.

Por meio dessa conversinha boba descobri que sua cor preferida é laranja, que ele detesta quando sua avó o chama de Tuthuzinho – Lulu e Tuthuzinho, qual apelidinho é pior? – e que ele sabe tocar guitarra e prometeu me ensinar.

Arrumei meu material devagar quando a aula terminou. Annie estava no maior Love com o Caio depois que acertaram, mal ela tinha ido me cumprimentar. Clara também havia me deixado e ido pedir explicações para o namorado – que fofo sou a única encalhada da turma.

Desci as escadas abanando um mosquitinho do capeta que insistia em passear perto do meu ouvido – safado, sorte dele que eu sou sedentária e não consigo soca-lo.

– Jujuba – escutei Luís me gritar.

Parei no meio da escada esperando-o se aproximar, seja o que Deus quiser.

– A gente ainda tem que conversar – concordei.

– Fala então.

Continuamos descendo as escadas em direção à saída daquela tortura toda. Um pequeno espaço no meu coração tinha esperança que aquilo que a Clara havia falado seria verdade, mas o outro gritava “larga de ser burra menina. Luís gostando de você? Desencana ne”.

– É que... – depois de séculos ele começou a falar – as provas estão chegando e eu e ciências somos coisas totalmente opostas – concordei rindo – queria sua ajuda para estudar e pra fazer o trabalho que ela passou – falou de uma vez como se aquilo fosse à coisa mais difícil do mundo. Era isso? Todo esse show e me deixando com esperanças pra isso? Vai à merda Luís.

– É isso? – soltei indignada.

– É, você pensou que era o que? – abriu um sorriso malicioso.

– Não nada – desconversei – pensei que era uma coisa mais séria. Mas então quando vamos fazer o trabalho?

– Hoje pode ser?

– Qualquer dia menos hoje – falei – vou mostrar a cidade para o Arthur.

Luís fez uma careta de desaprovação.

– Jú você mal conhece o garoto e já o trata como melhor amigo? – perguntou chateado.

– Você sabe que a Samantha é uma piranha e a trata como gente – resmunguei para mim.

– O que você disse?

– Não nada não – balancei a cabeça – fazemos amanha na sua casa pode ser?

Luís assentiu.

– Lá pras 3h ta bom pra você? – perguntou.

Concordei tomando meu rumo.

Como eu era tonta, alem de pensar que o Luís gostava de mim escutei a boba da Clara. “É Ana Jú você ainda vai se ferrar escutando a Clarinha, ela é maluca” já ia xingar minha consciência de merda, mas ela tinha razão, ou não. Pera maluca sou eu que discuto com minha consciência, que moral eu tenho pra falar da Clara. Tá esquece, essa conversa comigo mesma tá ficando estranha.


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Notas finais do capítulo

Até o proximo cap e comentem please ^^



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