Escola, farras e garotos... escrita por Aly Campos, Trufa


Capítulo 18
Tomara que o inferno seja melhor!


Notas iniciais do capítulo

Demorei? "claro aly eu vou te estrangular sua maluca idiota!"
Gente desculpa, eu estava totalmente sem inspiração nenhuma, minhas aulas voltaram e minha sala é um zoológico!
Ok o cap ta ruim eu não re-li ele e tem gente que vai me odiar por isso (Queem eu te amo, não me mate e nem torture mentalmente) mas eu vou compensar o estrago mais pra frente, juro de mindinho!



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POV Luís Filipe Scofield

Não dava para acreditar na cena lastimável que acabara de ver, claro alem de ter visto Ana Jú e o tal italiano juntos, vê-la pedir carona para ele foi o cumulo. No mínimo merecia uma explicação para o tal “namoro” dos dois.

Que moral Ana Jú achava que tinha ao chamar Laura de puta? Ao menos a garota se assumia uma vadia, diferente da Jú que se fingia de santa. A casa caiu e os chifrinhos da diaba foram revelados.

– Vai me dar carona ou não?

Desviei meu olhar de um ponto qualquer encarando Gustavo cheio de tédio roendo as unhas.

– Já vou senhora – brinquei mesmo sem vontade abrindo a porta do carro para meu amigo.

– Me respeite meu filho, tenho 148 anos mais não sou uma mulher casada – Gustavo riu imitando uma velha.

Dei um sorrisinho mínimo sem animo algum.

– Pensando na Jú? – perguntou tirando minha atenção da rua.

Todos os meus pensamentos sempre estavam nela, por mais que não quisesse estavam.

Assenti.

– Por que não vai atrás dela?

– Porque quem precisa vir atrás de alguém aqui é ela – fechei a cara.

– Abaixa esse orgulho cara. Não vai ajudar em nada agora. Ela errou? Talvez. Só que só vai descobrir isso se for lá.

Realmente Gustavo era um jegue, mas tinha toda a razão. E se tudo não passasse de um completo mal entendido? Iludido eu? Só não queria acreditar na verdade.

– A Jú voltou pra casa com ele – falei frio – se realmente não fosse isso ela teria negado o tal “namoro” – fiz uma careta ao falar aquela palavra. Imaginava a Jú ate com o papa, mas nunca com aquele italiano metido.

Gustavo ligou o som do carro colocando True Love para tocar. Sim eu amava reggae e principalmente aquela musica.

– Não tem nenhum rock nessa joça não? – perguntou desligando o som. Meu amigo definitivamente tinha um péssimo gosto musical. Não que rock fosse ruim, pelo contrario, mas não gostar de reggae era um pecado.

– Não e quero escutar essa musica – falei aumentando o volume recebendo uma careta em troca.

O silencio pairou sobre o carro. Não queria conversa, estava chateado e aborrecido demais para escutar as merdas saídas da boca de Gustavo. Ele era um completo panaca – não que eu fosse muito diferente – por deixar Susy ir embora daquela forma. Ótimo exemplo tenho a dar não é mesmo? Não, meu exemplo é o pior. Pelo menos tentei compensar meus erros.

– Você vai na Jú não é mesmo?

Neguei. Era obvio que não iria.

– Cara vai lá – me encorajou. Como se fosse adiantar – Eu conheço aquela baixinha há pouco tempo, e o pouco tempo que a conheço sei que ela teve um grande motivo para não ter negado o tal namoro.

– Gus não estou com cabeça pra isso.

– Luís qual o seu problema? Ela te ama, sempre deixou isso claro e você, francamente, só fez merda – cuspiu as palavras irritado. Meu amigo era ótimo em mudar de humor do nada – e Arthur seria um cara de sorte e faria a Jú muito feliz se realmente os dois namorassem, mas eu a conheço suficientemente bem para ter certeza que tudo não passa de uma porcaria de mal entendido.

– Falou o cara que deixou a Susy ir embora – pensei alto. Gus me olhou levemente chateado abaixando toda expressão de ataque anteriormente.

– É por esse motivo no qual você deve ir lá – resmungou baixo, quase não dando para escuta-lo.

Me senti um babaca. E se realmente o idiota fosse eu?

– Pronto. Entregue – anunciei estacionando em frente a casa de Gustavo – não vai querer que eu abra a porta para a donzela, não é mesmo?

Tentei descontrair, o que não deu certo. Gustavo olhou-me cheio de pena se arrastando ate sua casa logo em seguida.

É o idiota era eu.

[...]

POV Ana Jú Cliar

“Respira devagar mantendo a calma que você não tem”.

Ótimo! Um cara de 2m de altura estava – literalmente – caído sobre a minha pessoa. Pra melhorar a historia o gigante é o infeliz que traiu – descaradamente – minha melhor amiga, está fungando no meu pescoço e me causando cócegas.

Nem vou cometer o disparate de perguntar se dá para piorar, porque sei que dá sim.

– Caio você precisa sair de cima de mim e caminhar feito gente ate minha casa – falei. O que foi a mesma coisa de conversar com as paredes chapiscadas do colégio, já que o grandão apenas fungou mais profundamente causando-me arrepios.

Minha vontade de chuta-lo estava quase se realizando quando meus olhos se cruzaram com o loiro sorrindo abobado com os amigos.

“Desculpa alemão, mas a causa é nobre”.

– ARTHUR! – berrei logo depois de encher os pulmões.

Lewis – intrometido como sempre – cruzou rapidamente seu olhar com o meu. Um sorriso descarado brincou em seus lábios me mandando um beijinho com o ar.

Fiz uma careta morta de nojo. Aquele garoto causava-me repulsa.

O loiro caminhou alegre ate onde estava.

– Precisa de ajuda não é mesmo? – perguntou lendo meus pensamentos, ou não. Um cara de 2m estava com a cabeça enterrada no meu pescoço, não era preciso nenhum gênio para deduzir que sim, eu precisava muito de ajuda.

– Uma carona seria ótimo – sorri – claro se não for incomodar.

– E desde quando você incomoda pequena?

Pequena é o filho do cap... Sorria Ana Jú, seja delicada porque ele vai largar os amigos e te dar carona.

– Só preciso encontrar o Thomas.

Meu sorriso forçado murchou.

– Ele não pode ir a pé? – fiz biquinho. Quem me olha assim ate parece que sou santa.

Arthur esfregou as mãos nervoso querendo ceder ao meu pedido.

– Jú eu... Realmente tenho que espera-lo.

Abri uma carranca. Todos os meus problemas de hoje – ou quase- foram culpa daquele infeliz, ou não. Alem de ser um tarado metido a gostoso. E sim, eu o odeio sem ao menos conhecê-lo direito.

Todos daquele tipinho não prestam”.

– Aonde a praga esta? – perguntei enfurecida.

Arthur passou as mãos nos fios loiros caídos sobre seu rosto.

– Ai que está o problema – não me diga que você... – não faço a mínima ideia de onde está.

Soltei um grunhido com uma mistura de raiva e frustração. Maldito.

– Cuida dele, já volto – falei jogando Caio nos braços do loiro, que deu para trás devido ao peso quase, quase mesmo, se estatelando no chão.

Thomas definitivamente havia sumido. Essa possibilidade alegrou meu dia desastroso, só que infelizmente se eu quisesse voltar para casa de carro o idiota teria que resurgi das profundezas do tártaro, por bem, ou por mal.

Foi ate a quadra, tornei vasculhar em meio a multidão fora da escola e nada, nem um vestígio do infeliz.

“Jú engole a porra do orgulho, pergunta pro Lewis e vaza logo daí”.

Não, perguntar para o cretino do Lewis estava fora de cogitação. Preferia mofa em frente ao colégio esperando o imbecil reaparecer e eu mesma – com o maior prazer – fazê-lo sumir a pontapés.

Ok minha barriga falava mais alto e minha fome me corroia por dentro.

“Hora de engolir o ódio mortal – um pouco menor do que eu sinto pelo Thomas – e pedir ajuda ao panaca do Lewis”.

Aproximei-me cheia de receios do grupinho de garotos bombados.

– A Jhenifer está bem mais gostosa – ouvi Lucca comentar.

Que nojo. Esses tapados só falam isso, ate parece que nós – mulheres – somos pedaços de carne para sermos comparadas a gostosas ou delicia.

Quase dei meia volta, só que quase porque minha barriga roncou alto e todos os olhares foram transferidos da “gostosa” da Jhenifer para mim.

Engoli em seco.

– Delicia – Lewis falou alargando o sorriso cafajeste – ao que devo a honra da sua presença.

Rolei os olhos. Como uma pessoa consegue ser tão... Tão ridícula?

– Onde o débil mental do Thomas está?

O garoto coçou o queixo com pequenos vestígios de barba recém-aparada.

– Que isso delicia, isso é jeito de pedir uma informação? – todos seus amigos também babacas com deficiência mental, riram cogitando a ideia deu falar com educação com aquele ser – peça com carinho que respondo.

– Carinho vai ser quando minha mão voar na sua cara, imbecil – resmunguei entre dentes.

– Tentador essa proposta, mas dispenso. Vai pedir ou não gentilmente? Não tenho o tempo todo.

As opções eram as seguintes:

1 – Eu pedia carinhosamente – mesmo querendo mata-lo por dentro – e depois achava o infeliz do Thomas para descontar minhas frustrações nele.

2 – Eu ignorava aquele acéfalo, chutava as bolas dele e mofava junto ao alemão esperando o cretino do Thomas para depois soca-lo bem forte.

A 2° opção era tentadora, mas infelizmente eu precisava me mandar dali.

– Lewis por favor... – serio que eu ia fazer isso? – P-pode me dizer onde o Thomas está?

O menino abriu um sorrisão acariciando meu rosto com o polegar.

– Agora sim delicia – empurrei de leve sua mão – o Thontom está no beco.

No beco? Aquele infeliz comia quem?

Arregalei os olhos, no primeiro dia de aula?

– Tá comendo quem? – perguntei.

– Melhor ver para crer.

Assenti ainda de olhos arregalados virando-me em direção a escola.

– Ah Lewis?!

– Oi deli...

– Isso é por ter nascido, idiota – chutei fortemente suas bolas vendo-o cair de quatro no chão gemendo de dor.

Bem feito!

[...]

O beco era um erro na construção da escola. Um espaço vago entre o vestiário da quadra e o muro da escola, e onde alguns alunos se comiam durante o intervalo.

Foi lá que a “famosa” Lorena – famosa por ser gostosa, usar um decote fazendo com que os seios pulassem para fora e ser virgem – teve sua primeira transa com Mike, um dos jogadores de basquete. No ano passado – quando isso aconteceu – Mike levou uma surra muito bem dada do irmão da garota, mas na minha opinião quem deveria ter apanhado era ela.

E se eu visse a cena lamentável e horrorizante de Thomas coemendo alguém? Na certa teria pesadelos pelo resto da vida.

Atravessei a quadra apertando a alça da mochila fortemente, parando bem enfrente ao beco.

“Seja o que Deus quiser”

Aquele lugar era nojento. Camisinhas usadas estavam jogadas no chão, alguns pedaços de roupa e outras coisas bem nojentas. Como a diretora nunca fechou isso daqui?

Lá no fundo, bem no fundo mesmo vi Thomas se esfregando com alguém. Bom eles ainda não se comiam, não que isso deixasse a visão menos horrível.

– Thomas – gritei. Eu que não ia me aproximar daqueles dois – THOMAS!

Ele me escutava, mas fingia que não. Ok isso era pedir um chute nas bolas.

À medida que fui me aproximando vi como o amasso estava quente. Os beijos violentos – que deixariam belas marcas– desciam da boca da garota – que eu ainda não reconheci – ate o decote dos seios dela, fazendo-a soltar gemidos abafados enquanto puxava os cabelos negros do garoto.

“É melhor eu parar logo esses dois antes que o clima hot aumente”

Chequei tão perto que pude tocar no ombro dele. Sua expressão confusa e raivosa olhou em minha direção.

– Arthur esta esperando o imbecil aqui pra ir embora – bufei – senão vier vai ficar pra trás.

– Vaza daqui agora Ana Jú – falou entre dentes me fuzilando com o olhar. Como se isso me intimidasse.

– Então isso é um não? Melhor para mim baby!

– Vaza logo garota – olhei na direção da menina que ele quase fudia, Laura.

AQUELE ACEFALO PODIA COMER QUALQUER UMA, MENOS ELA!

Engoli meu orgulho dando meia volta daquele lugar escroto.

– Thomas vai depois – resmunguei para o alemão sorrindo falsamente

– Tem certeza Jú? Ele não sabe o caminho.

Meu sorriso falso triplicou de tamanho, tomara que se perca e morra.

– Tenho sim loiro, a vadi... Laura leva ele lá.

[...]

– Você tem certeza que não quer ajuda com ele? – Arthur perguntou pela terceira vez desde que estacionamos o carro.

– Tenho sim loiro – falei – eu cuido do grandão ai.

Caio estava encolhido no banco de trás resmungado coisas sem nexo.

– Anda, vaza daí – pedi “carinhosamente” recebendo um resmungo de volta – Não vai sair não? Ótimo!

Caio era pesado mais não era dois. Puxei fortemente seus pés para fora do carro.

– Calma Jú, eu saio – pediu.

Ah, agora que a brincadeira estava ficando boa? Não mesmo!

Puxei mais um pouco vendo-o se remexer feito lombriga tentando não cair, resultado: caiu de bunda no chão, batendo as costas e a cabeça no banco do carro.

Sorri satisfeita marchando para dentro de casa.

– QUALQUER COISA É SÓ CHAMAR! – Arthur gritou depois que bati a porta.

– Liga a TV que vou fazer o rango – falei.

– Você fazendo comida? – riu – tente não colocar fogo na casa.

– O fogo que vou colocar vai ser na sua goela se continuar falando merda.

O grande problema foi abrir o freezer e não encontrar nenhuma pizza congelada, não foi bem um problema foi à calamidade do século, a obesa da minha mãe – ok, de obesa ela não tem nada – não fez a feira da semana e engoliu tudo de comestível e gorduroso da casa.

Eu sei que tinha pacotes de biscoitos no armário ou... Não. Arroz, feijão e coisas que pessoas sedentárias e atoa como eu não sabe cozinhar, mas... Tinha miojo, a única coisa minha que Anabeth não rouba, “isso é extremamente engordativo” fala a mulher que na TPM engole vinte barras de chocolate e uns setenta pacotes de doritos, ótima moral.

Encarei o micro-ondas, eram seis miojos e cada macarrão instantâneo gasta cinco minutos então... Meia hora está bom? Veremos. Joguei tudo em uma vasilha qualquer enchendo de água ate a borda, seja o que Deus quiser.

[...]

– Nem vem – resmunguei jogando-me no sofá pequeno – vamos assistir bob esponja.

– O que? A hora da aventura é mil vezes melhor – Caio retrucou com os olhos vidrados na TV.

– Seu sonho. A casa é minha, a TV também e NÓS vamos assistir bob esponja.

– Eu sou o convidado e NÓS vamos assistir a hora da aventura.

Chorando? Ah isso já havia passado a tempo, minha vontade no momento era chutar seu traseiro para fora da minha casa e tomar a bentito controle de suas mãos.

– Bob esponja ou rua – ordenei apontando para a porta depois de me sentar cruzando as pernas como índio.

– Ok, vamos ver os canais, mas bob esponja não.

Filme chato, seriado de velho, bob esponja, os pinguins de Madagascar, pepa – eca que nojo – A liga dos super malvados, Dora avent...

– VOLTA – gritei fazendo Caio dar um pulo batendo a cabeça no chão.

– Au – resmungou acariciando o local dolorido e voltando a se esparramar no sofá.

– A liga dos super malvados – cantarolamos juntos.

Sim me chamem de criançinha, mas eu amo de paixão esse desenho.

– Você ahn... ta sentindo um cheiro de queimado? – Caio perguntou.

– É deve ser na casa do la... O céus o miojo!

Pulei do sofá correndo ate a cozinha. Sabe quando o maldito carro da fumaça passa perto da sua casa? Então minha cozinha parecia ter uns dez carros daquele.

– FOGO! – Caio gritava desnorteado, imbecil – CHAMA OS BOMBEIROS!

Rolei os olhos. Pra que tanto drama? A cozinha só estava pegando fogo.

– Dá um jeito nisso que eu vou atender a porta – falei – Já vai caramba, para de aperta a porra da campanhinha se não vo aperta sua cara.

Serio eu preciso começar a tomar meus remedinhos na hora certa!

Abiga – Annie caiu bêbada, completamente bêbada em cima de mim.

– Annie o que... Whisky? Você tem problemas mentais garota? – bronqueei jogando-a no sofá.

Fecho o olhos pá não vê pasa o temo – cantarolou bêbada gargalhando feito uma idiota não pera...

– ADEUS MUNDO CRUEU – Caio lamentou-se na cozinha.

Ótimo, uma bêbada e um dramático juntos comigo.

Bati na própria testa correndo ate o outro cômodo onde meu ex-cunhado lamentava ajoelhado à morte.

– Por que não apagou essa merda logo? Poxa vida, tudo eu caramba!

– Piulito que ate-ate – Annie cantava. Céus eu morri e fui pro inferno?

– Pega aquela panela e joga água aqui – mandei.

– Quem ta...

– A sua ex chapada, agora anda.

Annie nada mais nada menos estava com uma garrafa de vodka vazia nas mãos enquanto pendurava de calcinha e sutiã, SIM ELA ESTAVA SEMI-NUA, no lustre da sala.

– Sai daí agora – resmunguei entre dentes controlando a raiva – ANNIE VAZA DAÍ AGORA.

– NÃ NÃ NI NÃ NÃO – gritou de volta.

Deus eu sei que isso é super errado mais eu vou matar ela, definitivamente vale pegar alguns anos de cadeia por isso.

Agarrei minha amiga pelo pé vendo-a me praguejar de todas as formas enquanto berrava “socorro”. Onde ela aprendeu tantos palavrões?

– QUÊ QUE TÁ ACONTECENDO AQUI?

O ARTHUR ARROMBOU A MINHA PORTA!

Soltei Annie encarando furiosa o alemão de boxe preta, os fios loiros completamente bagunçados e o rosto inchado de sono.

– HOJE TODO MUNDO DECIDIU ME FAZER UMA VISITINHA! – gritei completamente puta, não puta era só o começo de como estava.

– Por que ela ta assim?

– Ela ta bêbada – bati na testa.

– O Caio também?

Diz que ele não...

– AS VODKAS ERAM MINHAS! – Caio também estava de Box, Box azul, pulando feito uma gazela de um sofá pelo outro – Arthur fala que eu estou sonhando?

– E o cheiro de queim...

– O miojo... – choraminguei correndo ate a cozinha esfumaçada.

“Respira garota, não é porque Annie roubou suas vodkas, esta pongando no lustre, você tem um alemão gostoso de cueca na cozinha pegando fogo com você e um Caio chapado também de cueca pulando nos sofás que vai pirar”

– Cuida disso pra mim enquanto atendo a porta? – pedi ao loiro que assentiu.

Ajeitei da melhor maneira possível rezando para que fosse um exorcista, porque sim, meus amigos necessitavam de um.

Antes fosse o exorcista...

– Luís?

– Jú eu fui um babaca hoje cedo e...

– Já apaguei o fogo na cozinha – Arthur gritou.

– Quem está ai?

F-O-D-E-U

– Ninguem – fechei a porta atrás de mim.

– Não eu escutei... A Annie ta ai?

Maldita garota que não cala a boca.

– hehe é que... Luís não entra...

Tarde demais!

– QUE PORRA ESTA ACONTECENDO AQUI? – gritou indignado, testa enrugada e a boca aberta em um O.

– Eu posso exp...

– Não Jú, serio, não to afim de saber – saiu batendo a porta.

Eu queria morrer, sumir e não voltar tão cedo. Minha vida havia desmoronado em um dia só e a Annie ainda estava agarrada no lustre.

– Jú eu...

– Esquece loiro, esquece.

– Não jujuba, vai atrás dele!

– Pra que? O Luís não quer me ver nem pintada de chocolate.

– E quem disse que ele precisa querer? – sorriu de canto – obrigue a te escutar.

[...]

O moreno estava sentado com a cabeça entre as mãos na pracinha perto da minha casa. Vendo-o daquele jeito me dava um ódio mortal de eu mesma. Luís já enfrentava problemas e eu criava mais alguns milhões deles.

– Vá embora – pediu com a voz meio rouca.

– Luis me deixa explicar.

– Explicar o que? – riu irônico – que uma orgia estava acontecendo na sua casa? Não. Estou. Afim. De. Saber.

– Não é nada disso.

– Ah e eu sou o Batman.

– Dá pra deixar um pouquinho a porcaria do orgulho e me escutar? – falei esgotada, sim eu ia acabar descontando todas minhas frustrações nele.

– Eu que sou o orgulhoso? – tornou rir me encarando raivoso – NÃO ERA EU QUE ESTAVA NAQUELA SITUAÇÃO!

– VOCÊ É UM BABACA SABIA? UM COMPLETO IDIOTA QUE NÃO ME ESCUTA.

– Se eu sou tão idiota, volta pra sua festinha e me deixa aqui.

– Não porque definitivamente é desse idiota que eu gosto... – declarei fitando os pés.

– Pois não gosto de você, não mais.

Ah mas eu não larguei o alemão correndo risco de vida pra isso.

– Eu estou esgotada, meu dia hoje foi terrível. Fingi um namoro, vi minha amiga terminar o dela, levei Caio aos prantos para casa, coloquei fogo na cozinha, Annie esta bêbada pendurada no meu lustre e Caio está de Box pulando no sofá, deixei Arthur sozinho cuidando deles pra vim atrás de você e escutar essa merda – suspirei – que saber? Fodasse o que esta pensando sobre mim, estou farta disso. Esgotada de ser tratada assim e de te ver engolindo cabeças e me xingando por nada. Eu cansei Luís, quem desiste de quem aqui sou eu!

Levantei do banco cansada, chateada e ferrada. Minha mãe ia me esfaquear com a vassoura e eu estava com fome.

Não esperei que Luís me pedisse para ficar, na verdade esperei a vida toda e ele nunca disse isso. Nunca se importou e não é agora que isso vai mudar. Ok sem drama, a errada em partes ainda sou eu.

“Se ele não quer, tem quem queira”


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