Escola, farras e garotos... escrita por Aly Campos, Trufa


Capítulo 17
Sobre bipolaridade e primos idiotas


Notas iniciais do capítulo

Então amores a única coisa que tempo pra pedir é desculpas! O capitulo tava pronto a séculos (ok nem é pra tanto) mas eu esqueci de postar, mtoooooo obrigada pelos comentários e a opinião de Queem e escolha perfeita, vou fazer um cap mtooo legal só que mais pra frente! E como o cap tava muitoooooooo grande eu tive preguiça de reler de novo e ver as palavras erradas e alguns erros de concordância e tudo mais, mas prometo que na próxima melhoro



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Sabe quando você dorme e é como se tivesse apenas fechado os olhos e logo em seguida os aberto de volta? Foi exatamente isso que aconteceu. Desliguei o despertador com a maior preguiça do mundo, esfreguei os olhos jogando as cobertas longe e sai da cama em um pulo.

Certo, eu estava extremamente exausta, mas também estava extremamente ansiosa para fofocar todos os acontecimentos a minhas amigas – claro, sem a doença da mãe do Luis no meio.

Disquei apressada o numero do moreno, ele iria pra aula por bem ou por mal. Liguei uma, duas, três, quatro e na quinta vez quando já estava prestes a desisti, ouvi uma voz sonolenta do outro lado da linha.

– Quem é? – perguntou bocejando.

– Te dou um beijo se adivinhar quem é – sorri procurando meu uniforme em meio a bagunça do meu closet.

– Acho que é a loira dos olhos verdes mais lindos que já vi – o ouvi rir do outro lado da linha.

– Você acha? – fingi decepção.

– Tenho certeza princesa – sua voz soou rouca e sexy me fazendo arrepiar mesmo longe. Porra Luis assim você acaba comigo.

– Acertou – mandei um beijo pelo telefone mesmo – agora se arruma rápido.

– Pra quê? – fingiu inocência.

– Que você aqui em meia hora ouviu Luís Filipe?

– Não quero ir a aula – choramingou. Na certa ele estava fazendo biquinho.

– Então tá! Peço carona ao Arthur – Provocado eu? Imagina – Tchau baby! Tenho que ficar bem bonita.

– NÃO! – Luis gritou realmente achando que eu iria desligar. 1 á 0 pra mim – passo ai em 30min e não se atrase.

– Tudo bem... Tchau!

– Espera – suspirei colocando o celular de volta ao ouvido – Fique bonita para mim, se bem que de qualquer forma você é bonita.

– Tchau Luis – um sorriso involuntário iluminou meu rosto e meu dia também.

– Tchau Ana Jú – tornou falar rouco.

Esse menino ainda me leva a loucura.

Tomei um banho rápido, fiz uma maquiagem de leve, coloquei o uniforme que a cada dia fica mais curto e colado – qual é? Eu tava ganhando curvas – calcei meu vans vermelho, soltei o cabelo loiro que vazia leves cachos nas pontas já que dormiu preso, peguei minha mochila e desci correndo. 15min pra tomar café. Será que o Luis era pontual? Veremos.

– Bom dia família! – dei um beijo estalado na bochecha dos dois.

– Dormiu bem ein? – meu pai perguntou sem desviar os olhos do jornal.

– Melhor impossível – dei uma piscadinha pra minha mãe que sorriu.

Comi torradas com nutella – melhor combinação impossível – e acorri ate o banheiro para escovar os dentes.

“Jú não tire a maquiagem” Ok mamãe. Resmunguei com meu pensamento. As vezes ele agia feito minha mãe de tão chato e mandão.

O som de uma buzina ecoou la fora. Merda, mil vezes merda! Minha oca era pura pasta de dente.

– Seu namoradinho lá fora – meu pai anunciou depois de gritar um “já vai!” para a pessoa lá fora.

Terminei de lavar a boca e espiei pela janela.

– É o Luís – eu e minha mãe sorrimos.

– E o tal Arthur? – meu pai perguntou confuso enrugando a testa e me analisando por cima dos óculos. Beijei a testa dos dois e corri em direção ao carro.

– Três minutos atrasada – Luís olhou em seu relógio imaginário.

Revirei os olhos jogando a mochila de qualquer jeito no chão do carro e fechando a porta logo em seguida.

– Cadê meu beijo ein lora?.

– Te mandei pelo celular.

– Aquele não vale – reclamou.

Me inclinei e lhe dei um beijinho na bochecha. O moreno resmungou me puxando pela cintura, aproximando nossos rostos.

– Já lhe dei beijos de mais Lulu – bati de leve meu dedo na ponta de seu nariz, logo depois empurrei seus ombros para longe me fazendo de difícil. Na verdade o que eu mais queria no momento era aquele beijo, mas e se meu pai visse? Afinal, estávamos em frente à porta da minha casa – acelera se não vamos chegar atrasados.

– Tudo bem Jujuba – falou chateado – hoje você ainda implora um beijo meu.

Abafei a risada. Mas que convencido.

[...]

– Você é má – resmungou antes de estacionar o carro em frente ao colégio. Mandei um beijinho no ar em sua direção só pra provocar.

É, eu era má!

Um bolinho de meninas se aglomerou próximo ao carro esperando que o moreno descesse. Algumas suspiravam apaixonadas e outras tentavam de uma forma um tanto estranha – lê-se parecer lombrigas com dor de barriga – parecer sexy, visão do inferno.

– Vai ficar ai? – Luís perguntou chamando minha atenção.

Não respondi, apenas joguei a mochila nas costas a brindo a porta em seguida.

Todas as garotas soltaram um “ah” desanimado quando me viram sair. Jeane, mais uma das vadiazinhas do colégio, começou a comentar com as aprendizes de vadia algo como, “Um dia ela sai do carro do Loiro, e agora ta com o Moreno. Que puta”. Quem era ela pra me chamar de puta? A garota já deu pra todos do time de basquete e pega uns vinte quando tem festa, quem é puta aqui meu bem? Me segurei bastante pra não voar no pescoçinho de girafa delas. Felizmente – pra elas – eu não estava afim de pegar mais castigo.

– Primeira vez que estamos assim, juntos e sem brigar – falei em quanto atravessamos o refeitório indo em direção as mesas debaixo das arvores.

– Isso porque hoje eu estou com muita paciência com você.

Olhei-o incrédula. Paciente? Puft!

– Quem é paciente aqui sou eu. Acha mesmo que não notei seu olhar descarado pras pernas da Joeh? Olha que nem falei nada – soltei sem pensar. Que merda Ana Jú!

Ótimo eu estava me saindo uma completa idiota ciumentinha.

Luís virou com seu melhor sorriso de “não acredito nisso”.

Revirei os olhos – tentando – não mostrar o quão embaraçada eu estava e que aquilo que eu disse não significava nada. Só acho que ele não entendeu o recado.

– Isso é ciúmes Ana Jú? – Seu sorriso divertido cresceu de uma orelha a outra.

“Viu sua tonta, devia ficar calada as vezes anta” concordei perfeitamente com a vadia da minha consciência, mesmo que odiasse isso, ela tinha razão.

– C-claro que não – droga! Eu gaguejei caramba.

– Aham sei,

Fingi não escutar a ultima parte, porque caso a burra aqui tentasse se explicar gaguejaria mais e ficaria super na cara – bem mais do que já ta – o meu ciúmes. Me julguem!

Clara e Annie estavam sentadas a duas mesas de distancia dos meninos. Minha japa tinha o rosto inchado que dava pra notar da distancia que eu estava – e olha que eu não tava perto. Caio apenas assentia desanimado para as coisas animadas que Lucas e Tadeu falavam, e eu e Luís estávamos parados a uma distancia significável analisando aquela cena.

– Os dois brigaram! – falamos juntos, nos olhando logo em seguida.

– Acho que é aqui que nos separamos Jú – Cantarolou sorrindo. Que besta! – digo, não que a gente não vá se ver sabe? É que... Ah você entendeu.

Assenti sorrindo por causa do seu embaraço. Bem feito vaco dos infernos, sua vez de ficar sem graça – ta chega Ana Jú.

Fiquei na ponta dos pés para lhe dar um beijo na bochecha – isso mesmo, eu sou uma anã comparada aos quase 2m do moreno. Na verdade sou uma anã comparada a todo mundo – que acabou virando um super gostoso abraço. Entrelacei minhas mãos em volta de seu pescoço, enquanto era levantada delicadamente do chão. Lhe dei um beijo estalado na bochecha antes de nos separarmos e depois sai a passos lagos em direção as meninas.

Ok, talvez eu realmente implore por um beijo dele!

[...]

Joguei minha mochila de qualquer jeito sobre a mesa. É Annie realmente tinha brigado com Caio. Ela estava péssima. Olhos inchados indicando que minha amiga derramara rios de lagrimas, o cabelão liso todo embolado e pero em um coque mal feito.

Abracei forte Annie enquanto beijava sua testa. Seja lá o que Cio tenha feito, castro ele. Vadio!

– Amiga que quê ouve?- ajoelhei perto dela colocando os fios de cabelo que caiam sobre seu rosto atrás da orelha.

Ela respirou inúmeras vezes tentando tirar forças para me contar, sabe é horrível ver sua amiga nesse estado. Eu sei que Annie gostava de um drama, na verdade que menina não gosta? Bom eu amo. Só que aquilo não me cheirava a drama, os dois pareciam arrasados.

Assim que ela abriu a boca tentando formular uma frase, sua coragem sumiu, seus olhos encheram de lagrimas e começou a soluçar.

Como assim? Meus olhos se arregalaram e eu não entendia mais nada. Seja la que merda meu cunhadinho fez, foi muito serio!

Me acomodei no banco em frente a Clara enquanto acariciava a cabeça de Annie.

– O que ouve?

– Quer mesmo saber? – não respondi aquela pergunta idiota de Clara, apenas semicerrei os olhos esperando suas explicações – Tudo bem delicadeza em pessoa... Annie viu Caio aos beijos co a putriranha da Laura.

Minha amiga soluçou mais alto depois de escutar isso. Eu e Clara trocamos olhares preocupados.

– COMO ASSIM? – gritei, mas as meninas pareceram não se importar. Como aquele vadio do Caio TRAIA MINHA JAPA? E COM AQUELA PUTA?

– E-eu... – Annie levantou o rosto secando as lagrimas que caiam – o-ontem eu fui a casa dele... Jú daqui dois dias é... Era nosso aniversario de dois anos e nove meses de namoro – respirou fundo engolindo as lagrimas – a-ai fui à casa d-dele... Amiga ele tava beijando ela na porta de casa...

Minha boca se abriu em um O perfeito. Ela voltou a soluçar afundando a cabeça nos braços. COMO ELE TEVE CORAGEM DE FAZER ISSO? Não podia ser cara, Caio era doido pela japa.

Coloquei os pensamentos em ordem me levantando decidida.

– Jú não vá atrás dele – Clara me segurou pelo cotovelo.

– E não vou – soltei-me de suas mãos caminhando na direção de onde Samantha e suas escravas estavam.

Hoje vai ter assado de piranha minha gente!

– Oi anã... Que dizer, Ana Jú! – Samantha falou arrancando risadinhas irritantes das garotas na mesa.

– Oi vadias... Digo Samantha e Laura – as duas me lançaram olhares mortais que – obviamente – não me intimidaram.

– Achei que você ia ficar lá consolando sua amiguinha – Ate então eu analisava o que ia fazer e contava ate um milhão pra não voar no pescoço daquelas piranhas, mas ai, claro, Laura tinha que soltar aquilo. Fuzilei-a com o olhar, enquanto a matava mentalmente – uma pena né... Não deu conta do recado com o Cah.

A puta que pariu garota. Eu aqui tentando ser paciente e não pegar mais castigo, ai a praga do capeta fala isso. Depois eu que sou agressiva ne?

Então como todos já esperavam eu não aguentei. Toda minha paciência que se encontrava no saldo negativo foi pro ralo e eu avancei na puta derramando toddy em sua roupa enquanto a socava.

– Você nunca mais – isso é tão bom, a cara dela vai e volta – faça minha amiga sofrer, se não Laurinha, juro que isso daqui não será nem amostra grátis.

Ver alguém que você odeia apanhando é ótimo, mas você batendo é maravilhoso.

– Socor... Ro – a vaca tentava gritar – E-ela quer... Me matar.

– Te matar? – ri sarcástica – que isso amor, é só plástica natural.

Dei mais alguns tabefes com força e vi suas unhas de bruxa arranhar desesperadamente meu rosto e meu pescoço – vaca dos infernos – então mudei o rumo da briga puxando seus cabelos – também conhecidos como vassoura – e arrancando alguns tufos. Velho era tanto cabelo, mas tanto cabelo que dava pra perder minha mão ali dentro.

Vi Samantha, Joeh e Lewis tentar se aproximar da gente, mas todos foram barrados por minha amiga faixa preta em alguma arte marcial – Claritinha do meu Core.

– Sua vadia – gritei quando suas unhas fincaram em minhas bochechas. Lhe dei um soco a fazendo me soltar – eu... Me larga caramba – resmunguei esperneando quando duas mãos seguraram firme minha cintura e me levaram para longe da garota descabelada e toda fudida no chão.

– VOCÊ PIROU? – Tadeu gritou depois de me afastar da confusão.

Ei quem ele pensa que é pra gritar comigo? Ok, é nessas horas você tem que mostrar o quanto é madura.

– VOCÊ QUE PIROU! EU IA MATAR AQUELA VACA – viu como eu consigo ser madura quando quero? Eu podia soca-lo, mas apenas gritei de volta mostrando quem é que manda.

Lucas, Luís e Gustavo se aproximaram de onde estávamos com as caras mais fechadas do mundo. Qual é? Eu estava apenas fazendo um favor pra humanidade, tirando mais uma puta de circulação.

– Não to afim de sermões – os cortei antes mesmo que começassem.

– De nada Ana Jú – virei-me para Luís. De nada pelo quê? –Laura não vai reclamar pra diretora.

– Bom pra ela ué – dei de ombros retomando meu caminho – Ah é! O que você fez pra convencê-la? Não que seja da minha conta ou que eu me importe - ta eu me importava sim, e muito – más também a beijou que nem o babaca do Caio? – Não esperei sua resposta.

[...]

Meu estado em frente ao espelho era critico. Meu supercílio estava cortado e sangrava um pouco, minhas bochechas estavam vermelhinhas e completamente arranhadas, assim como meu pobre pescoçinho.

– Espero que a Laura esteja de olho roxo – sorri imaginando a sena. As meninas pareceram não escutar o que eu disse, pois estavam ocupadas de mais tentando dar um jeito na bola de boliche também conhecida como o rosto da Annie.

Joguei água no rosto estremecendo um pouco por conta do ardor.

– Aqui toma – peguei das mãos de Clara uma base e um pó da minha cor.

– Menina eficiente – sorri – e ai, como me sai espancando a Laura?

– Podia ter sido melhor – Annie me empurrou pelo ombro.

– Ei vo borrar a maquiagem e você vai ficar pior do que já estava – Clara resmungou. Aiai, a outra ta se sentindo a maquiadora profissional.

No final eu estava novinha em folha. Tirando o corte próximo ao olho, o resto nem dava pra notar.

– Pago pra ver o estado da vaca – falei – Annie... Sabe amiga não me importaria de quebrar a cara dela quantas vezes fosse, mas não quero te ver assim flor. Você e a Clarinha são as coisas mais importantes que tenho e não quero ver vocês sofrendo por garotos idiotas.

Nós três nos abraçamos forte e depois rumamos para sala.

[...]

Se eu achava que meu estado estava ruim, imagina o da Laura? Mesmo com quilos de maquiagem dava pra notar seu canto direito da boca avermelhado e cortado, o seu olho direito meio arroxeado – Uhhuuuuu deixei ela com o olho roxo! – e seu cabelo – como sempre – uma vassoura.

– Licença professor – pedi a Fabio, professor de geografia, enquanto abafava uma risadinha da careta de Laura ao nos ver.

– Toda! Entrem rápido meninas.

Arthur não tinha vindo – vaco – e os meninos continuavam zangados comigo. Por que? Será que o Caio ficou ressentidozinho por eu ter deformado a putinha dele? Foda-se eu devia é ter deformado ele.

E o Luís? Como assim ela não ria contar pra diretora? Que quê aquele vadio fez? Seja lá o que foi, tenho certeza que não vou gostar.

Mas que merda, grande e completa merda. Estava tudo uma maravilha com o moreno, a gente não tava brigando, OUVIRAM? POR UM MILAGRE DIVINO A GENTE NÃO TAVA BRIGANDO! Eu tenho um ódio mortal pela vaca da Laura, por culpa dela ele tava zangado comigo. Viu como eu devia ter matado ela? Menos uma vadia no mundo.

E também por que quê ele ficou tão bravo por eu ter batido nela? Ciumenta eu? Claro e sempre.

E pensar que ontem mesmo nos dois nos beijamos e quase rolou algo mais, que merda Ana Jú, para de pensar nele! Por que eu não consigo fazer isso ein?

Amar é uma coisa ridícula. Você gosta e se importa com a pessoa, e o que ela faz? Pisa e esmaga seu coração – no meu caso meu minúsculo coraçãozinho.

Ouvi Fabio se despedir da classe e nos desejar boa sorte para a prova de português... Peraê ele disse PROVA DE PORTUGUES?

“Ótimo sua jumenta, esqueceu da prova anta” amor demais né gente? Não me estressa que já viu o que eu fiz com a Laura hoje, quer também amostra grátis?

Isso mesmo fica quietinha.

Sabe uma pessoa que eu consigo odiar bem mais do que a Samantha e suas escravas? É a Laura não entra nesse meio porque eu a odeio mais que tudo no momento. Minha amada e querida professora de português. Marta é uma bruxa com direito a verruga no nariz e tudo, o ser mais macabro que já vi.

Todos na sala se calaram assim que ela adentrou. Dois estagiários há acompanharam com duas enormes pilhas de papeis – 30 questões abertas, 45 fechadas e uma redação do capiroto no final. Já disse que ela ama a gente?

– Bom dia meus anjos! – todos fizemos careta ao escutar sua voz nojenta e estridente.

Que os jogos comecem!

[...]

– Como foi?

– An...? Como foi o que? – perguntei distraída a Clara. Meus pensamentos no momento se resumiam só ao que o moreno fazia, e se sentia ou não minha falta.

– A droga da prova jumenta – Carinhosa minha amiga ne? Imagina se não fosse.

– Foi horrível cabrita – joguei-me de qualquer jeito em uma das mesinhas do refeitório.

– Cabrita? Que droga de apelido é esse Jú? – droga vai ser sua cara depois que eu soca-la. Cadê o maldito chororô de antes? Como assim sumiu do nada?

– Cala a boca cabrita 2 – ri – essa droga de apelido é como vou chama-las daqui pra frente.

– Ah não – Clara fez bico. Feiosa – me chama de gatinha.

Eu e Annie nos entreolhamos maliciosas.

– Gata é? – segurei o riso.

– Aham, gatona – respondeu manhosa mostrando as garras. Idiota de mais gente.

– Gorda, preguiçosa e bigoduda – Eu e Annie cantarolamos juntas rolando de rir.

Clara piscou cética abrindo e fechando a boca varias vezes.

– SUCAS MACACAS – gritou cruzando os braços e nos dando língua.

– Bebê – provoquei voltando a rir.

Annie me cutucou pelo ombro apontando com o queixo para dentro do refeitório.

– O que é... – o céus o moreno estava vindo pra cá. Aiiii ele ia vir falar comigo!

“JÚ respira, não xinga ele e escute-o ok?” assenti virando o rosto para o outro lado fingindo não vê-lo se aproximar.

– Amorrr! – Oi?

– Como assim? – olhei para trás sendo surpreendida com um beijão.

Ei que mania é essa que o povo tem de me beijar? Eu sei que sou irresistível – Jú bem menos – mas não é pra tanto né.

Fiquei de olhos arregalados enquanto continuavam a me beijar, CARA ESTAVAM ME BEIJANDO! Pisquei algumas vezes afastando seja lá quem for de mim.

O loiro sorriu limpando os lábios avermelhados por causa do batom.

Que porcaria tava acontecendo?

– V-você não tinha faltado? – gaguejei feito débil mental apontando para o alemão.

Arthur riu divertido puxando de trás de si um garoto alto, moreno, cabelos castanhos bem lisos, boca carnuda e olhos azuis oceano.

– Princesa esse aqui é Thomas meu primo, Thomas essa daqui é Jú minha namorada – me deu um selinho rápido antes que eu pudesse soca-lo. Aquele era o primo dele? Não que ele não fosse bonito, pelo contrario era um gato. Mas sinceramente pra ele pegar mais meninas que o alemão eu esperava alguém bem melhor.

Passei a mão na boca chocada antes de me virar para trás.

– Desde quando vocês tão namorando? – Annie perguntou ao lado de Clara e Luís. Fudeu.

Caramba Ana Jú você não explicou as coisas pro Luís!

– Moreno eu posso expl...

– Não quero saber – falou desapontado. A decepção se encontrava nítida em seus olhos. Vadia olha o que vez! – já entendi tudo, felicidades pro casal.

Tentei correr para alcançá-lo só que dois braços fortes rodearam minha cintura me impedindo disso.

– Deixa ele amor – Arthur sussurrou em meu ouvido – uma dó ele não aceitar a gente junto.

Juro que se não tivesse tão confusa eu quebraria seus dentes. Olha que lindo meu dia:

1° Caio e Annie terminam.

2° Eu caceto a Laura

3° Luis convence – sei lá como, mas ainda vou descobrir isso – a vadia a não me ferrar com a diretora.

4° Arthur aparece do nada com um tal de Thomas e me beija, ele ME BEIJA!

E 5° e não menos importante: LUÍS VÊ O BEIJO!

Tem como ficar pior?

– Amor meu primo vai estudar aqui – se eu escutasse mais um “amor” eu o chutaria bem forte!

É... Tinha sim!

– Precisamos conversar agora – ordenei ignorando completamente minhas amigas furiosas e o tal Thomas.

– Que isso gatinha – Thomas sorriu safado.

– Que isso digo eu se não soltar meu pulso agora – rosnei.

O garoto levantou as mãos em forma de rendição, apenas o atropelei arrastando Arthur comigo.

– Que porra de “amor” e “princesa” foi aquilo na frente de todo mundo?

– Não tínhamos um combinado? Você é minha namorada e é isso que meu primo pensa – serio? É eu era lesada e esqueci! Só que não.

– Foda-se o Mané do seu primo Arthur, o tal acordo não incluía um showzinho barato na frente do LUIS!

– Ah... – só eu o acho calmo demais? – não tive escolha oras, ele queria te conhecer.

Essa era a desculpa? Cara eu ia matar esse garoto.

– VOCE FERROU TUDO COM O LUIS SEU IDIOTA – gritei batendo forte em seu peito – ELE NÃO SABIA DO MALDITO ACORDO!

– EU NÃO TENHO CULPA SE VOCE NÃO CONTOU PRA ELE! PELO QUE SEI TEVE TEMPO SUFICIENTE PRA ISSO ENQUANTO PEGAVA CARONA COM ELE – Mas que merda, a culpa era minha agora?

– Não vou discutir sobre isso – respirei fundo retomando a paciência. Por mais que eu estivesse furiosa não podia descontar minha raiva nele.

– Jú me perdoa? Não queria fazer você ficar assim.

Olhei fundo naqueles olhos azuis. Sua expressão era triste, poxa Jú magoar o alemão também? Por um momento senti meus olhos marejarem. Minha vida virara de cabeça para baixo em um dia só, todos os meus pontos de apoio – minhas amigas – estavam fragilizados e eu havia me ferrado em português e miha mãe me mataria por isso.

Seus braços apertaram minha cintura me puxando mais pra perto e me dando confiança.

– Quer desabafar? – cochichou.

Apenas assenti seguindo-o pra sei lá onde.

[...]

– Acho melhor a gente voltar – falei – o sinal já bateu.

Atravessamos o refeitório, rodamos para trás da escola e seguíamos um caminhosinho de terra.

– Aula de quê agora?

– Matemática.

– Credo Jú, o Elvis é um porre – reclamou enquanto me puxava pela mão – a gente mata essa aula e volta na ultima pra educação física. Ta bom?

Assenti.

Ia ser ótimo descontar toda minha raiva na bola e sem querer – querendo – acerta-las em Laura.

Sorri com meu pensamento malicioso me distraindo um pouco no caminho.

– Au... – resmunguei depois de bater forte nas costas do alemão.

– Então... Chegamos!

Abri caminho para observar o lugar. Eu sabia que a escola era enorme, mas ali atrás chegava a ser absurdo de tão grande. Dois pés de laranja, três de manga – eu amoooooo manga – um de goiaba, mais alguns que ainda estavam em faze de crescimento de ciriguela e acerola. Cara eu estava no céu naquele lugar, nem acredito que só descobri isso daqui no meu ultimo ano na escola.

– Como você achou isso daqui?

– Gosto de vasculhar os lugares – respondeu sorridente – então acabei por vim aqui atrás.

Corri ate um pé de manga e comecei a escalar. Não tive sucesso e cai de bunda no chão.

– Sabe nem subir em arvore – o loiro zombou rindo.

Pediu passagem pra pessoa aqui que continuava no chão – o vaco nem me ajudou a levantar – e começou a escalar a mangueira.

– Pelo menos pega as mangas ta? – gritou la de cima enquanto jogava alguns frutos para que eu agarrasse.

10x0 pras mangas. Se eu consegui agarrar cinco foi lucro, porque o resto caiu certeiramente no chão.

Arthur ria descaradamente la de cima vendo minha situação um tanto complicada. Qual é? O garoto joga uma manga de um lado e depois joga a outro nos cafundós de Judas, como que eu – lê-se anã – vou conseguir pegar?

– Pegou pelo menos duas?

– Peguei cinco conversado – lhe dei língua.

Sentamos debaixo de um pé pequeno de acerola.

Eu me sentia uma completa idiota. Gostava do cara errado, fazia de tudo pelo cara errado sendo que o certo estava agora do meu lado me ajudando com o cara errado!

– Então Jú o que ouve pra você ficar assim? – Arthur perguntou quebrando o silencio.

– Sabia que eu quebrei a cara da Laura hoje?

– Vo... Você o que? – o loiro engasgou com a manga começando a tossir sem parar.

Gargalhei com seu rosto vermelhinho.

– AI CARALHO – berrou depois de receber um tapão Alá Ana Jú nas costas.

Ri mais ainda.

– Sem agressões físicas, guarde isso pra ela – resmungou passando as mãos no local dolorido – mas então por que toda essa violência?

Ea beio o Aio.

– Tira a manga da boca ne – falou tomando a fruta da minha mão em meio a protestos.

– Chato – resmunguei cruzando os braços – ela beijo o Caio – falei por fim voltando a chupar minha manguinha.

– M-mas esse daí num era namorado da Annie? – assenti – pow é só eu faltar três aulas que uma novela mexicana passa na escola.

Terminei de contar toda a historia pro loiro, é tão estranho como eu me sinto bem perto dele. É uma paz que só ele consegue me transmitir.

No final meu rosto era só manga, meu dente estava cheio de fiascos de manga, minha blusa era só manga – graças ao alemão. Claro que Arthur também era só manga, os cabelos loiros, o rosto e a blusa, ate mesmo a orelha tinha manga.

Corremos ate os banheiros para nos lavarmos, pois a educação física já ia começar e... Prepare-se para a morte Jú, por que a Clara vai te engolir viva.

[...]

O loiro já estava na quadra. Engoli em seco vendo o professor mandar todos os alunos irem para a quadra. Rodrigo, nosso professor, tinha uns 45 anos, cabelos castanhos meio grisalhos, corpo atlético e um humor de outro mundo. Tentei ajeitar um pouco o uniforme indecente que usamos para fazer os exercícios – um short de ginástica azul escuro que vai a menos da metade da coxa, e uma regatinha branca com o brasão da escola.

Assim sai do vestiário o rosto de Rodrigo se iluminou, sim ele tinha um carinho especial por mim. Conhecia minha família desde sempre e dizia que eu tinha um talento excepcional para todos os esportes – mesmo com meu tamanho desproporcional.

– Ana Jú! – o professor caminhou ate minha direção alargando o sorriso e os braços.

Dei-lhe um breve abraço.

– Como vai seu pai? Não tive tempo de ir vê-lo.

– Meu pai vai bem – sorri – esta trabalhando muito.

– Ah sim... – coçou o queixo – e Anabeth? Linda como sempre ne? Digo ao seu pai toda vez que ele é um homem de muita sorte em ter uma mulher tão linda e carinhosa ao seu lado – seus olhos brilharam ao tocar no nome de minha mãe, já não era hora.

Todo amigo ou parente de meus pais tinha que perguntar de minha mãe e fazer elogios como se ela nem fosse casada, “Annie, oh cada vez mais linda” “maravilhosa, nem sei como se casou, poderia ter todos os homens aos seus pés” “o que ela viu no Paulo? É tão atraente e seu sorriso nem se fala”. Chato e constrangedor, felizmente puxei bastante ela na aparência física, mas na paciência? Há nem se fala, ta ai uma coisa que não tenho.

– Minha mãe vai bem, cada dia mais apaixonada por meu pai – cutuquei vendo um fio de desapontamento por meu comentário.

Dividimos a classe quatro times de vôlei, dois de meninos e os outros dois de meninas.

Puxei Annie e Clara para a arquibancada enquanto os meninos jogavam e ficavam ensopos de suor. Tinha pouco tempo pra esclarecer todo o ocorrido de hoje.

– Traidora dos infernos – Clara resmungou – começa um namoro e nem contra pras amigas. Que mais ta escondendo? Seu nome de verdade é Ana Jú mesmo? Ou não será Ana Julia? – semicerrou os olhos desconfiada.

– Isso não é filme Clara – Annie a cortou – você tem cinco minutos Jú.

– Ai que mandona, cortou meu drama – minha amiga resmungou fazendo bico.

– Ok eu não estou namorando com o alemão – esclareci de uma vez.

Em 15min resumi toda historia. Contei todo o amasso na casa do Luís e Clara – como sempre – soltou “sempre nos interrompem na melhor parte, tava quase lá com o Josh e aquele FDP do irmão dele chegou”, ignoramos esse comentário e outro “apertou a bunda dele? É durinha?”. Tirando esses comentários infelizes – mas sim devia ter apertado. Será que é dura? – consegui esclarecer tudo e sair viva.

– Você tem problemas!

– Serio Annie? – ironizei.

– Depois eu que sô a burra – Clara resmungou prestando atenção no jogo.

Ignoramos mais uma vez seus comentários.

– Acho que você devia correr lá e contar tudo pra ele.

– Annie, mas... Depois do vôlei pode ser? – cara eu tava parecendo à filhinha obediente, que nunca fui, pedindo permissão pra mamãe Annie.

No meu time estava Clara, Annie, Sara – uma menina alta, muito alta, com os cabelos caramelo – Sheila – morena, olhos castanhos, não muito alta – e Carla – branca, magrela, alta pra cacete e os cabelos loiros escuros.

No time adversário Samantha, Laura e mais quatro meninas nojentinhas do grupinho fútil delas.

Juntei meu grupo do nosso lado da quadra.

– Quem aqui gosta do pessoal do time da Samantha levanta a mão – pedi mesmo sabendo da resposta. Todas as meninas fizeram caretas de desaprovação e nenhuma delas se pronunciou – como eu esperava. Objetivo do jogo é acertar a bola o mais forte possível nelas sem que o professor note ser de propósito, ok?

As meninas assentiram.

O jogo seria uma rodada de 7pts e o time vencedor jogaria com o time vencedor dos meninos, ou seja, Lucas, Tadeu, Luis, Josh, Caio e Gustavo.

Clara ia sacar, ela era muito boa nisso.

– Saca por cima – gritei tendo meu pedido atendido.

Samantha pegou a bola com manchete e logo depois umas de suas amigas mandou-a para nossa campo. Sheila levantou a bola e eu cortei acertando em cheio a barriga de Laura.

– Ai... – choramingou acariciando o local atingido – assim não vale professor.

– Sem frescuras, vamos logo com isso – Rodrigo mandou assoprando seu apito.

Já estava 6 há 3 para o nosso time. Acertamos e quebramos a unha da Samantha, a bola voou em cheio no rosto de Stefany – uma das amiguinhas das putas – e Laura acertamos alem de sua barriga, sua bunda.

– Quê isso meninas? – o professor gritava estressado com o time de Samantha – dá pra jogar direito?

– Nunca mais jogo isso – As meninas resmungaram saindo da quadra depois de perder feio. Bem feito!

Se eu estava feliz? Melhor impossível.

– Meninos pra quadra e... – Rodrigo sorriu – peguem leve com as nossas damas.

Sorri sinicamente de volta, quem não ia pegar leve aqui era a gente.

– Agora a tática é diferente – comecei depois de reunir meu time em uma roda – os meninos são ótimos. Luis é bom em manchete, Caio saca como ninguém e Lucas... Tomem cuidado com esse, ele é bom em tudo. Então salvem a bola e mandem pro outro campo a qualquer custo.

Não era só um jogo, era questão de honra ganhar deles.

Apertei meu rabo de cavalo me preparando para sacar.

“Vai lá Jujuba, você consegue” respirei fundo mandando a bola pro outro campo.

Luis mandou-a para o nosso lado, Sara levantou para Annie cortar, mas Caio salvou a bola a milímetros do chão – FDP – Josh fez um corte fenomenal, ponto pra eles.

Depois de uns 7min de jogo eu estava suada e pregando, as meninas estavam exaustas de tanto salvar a bola e não conseguirmos fazer ponto, cara eles eram muito bons.

– Ultimo ponto agora meninos – Laura gritou piscando pra Caio – 6 á 4

– Nós vamos perder – Clara choramingou limpando a testa suada.

– Não vamos... – o Luís mandou beijo pra Samantha? Ele fez mesmo isso? Desgraçado filho de uma... Respira e acerta a bola na cabeça dele, veado.

Gustavo sacou mandando a bola encaixadamente para que eu pegasse, vamos ver se o Lulu pega essa!

Mandei com tudo a bola na direção dele que defendeu de qualquer jeito perdendo ponto, 6 á 5 baby!

Vez de Carla sacar.

– Manda a bola bem fraca na direção do Lucas – pedi.

Lucas pensou que a bola não passaria, mas... Passou, 6 á 6!

– QUE ISSO MENINOS? PERDE PRA GAROTAS? – Rodrigo alfinetou.

Carla tornou sacar só que dessa vez mais forte, Josh mandou para nosso campo e Annie levantou dando a deixa perfeita para que eu cortasse. Juntei toda minha raiva batendo na bola que foi certeiramente no rostinho fofo de Luís. O moreno gemeu de dor caindo de bunda no chão.

– Ops, foi mal – sorri sinicamente.

– GANHAMOS UUH – essa não! Dancinha da vitoria da Clara – Mão direita Uuh Mão esquerda Uuh.

– Bem menos amiga – Annie repreendeu, mas não foi escutada.

Apenas sorri a deixando comemorar bastante, pow nós ganhamos de virada dos meninos.

[...]

– Vai falar com ele já

– Não Annie – resmunguei lavando o rosto.

– Agora Ana Jú – tornou mandar. Que chata – se não for eu vou e falo que você ama ele.

– Chantagista – lhe dei língua – ok eu vou, mas daqui a pouco.

– Serio amiga você tem que conversar com ele – beijou o topo de minha testa – já vou indo, qualquer coisa me liga.

Assenti beijando sua bochecha.

Só restara eu e mais algumas meninas no vestiário. Suspirei entrando para tomar banho, a água dali era tão quentinha que me ajudava a pensa melhor.

O que eu iria falar com o moreno? Tipo “meu namoro com o alemão é de mentirinha eu amo você seu besta”, essa era uma boa ideia, mas e o loiro? Eu tinha que ajudar ele. Cara e o tal de Thomas? Um atrevido, esse menino sim merece uma boa surra da Clarinha.

Peguei um dos refils de shampoo descartável jogando todo o conteúdo na cabeça. Será que o moreno já saiu do vestiário? Ai imagina aquele corpo sarado saindo do chuveiro só com a toalha na cintura? Ana Jú sem pensamentos tarados... Com aquela barriguinha sarada... Ah sonho de consu... Foco Jú, foco garota!

Desliguei a água me enrolando na toalha e saindo do Box. Não tinha mais ninguém, só eu e meus pensamentos no gostoso do Lulu... E as chaves da Annie... Pera as chaves da Annie? Que anta, vai ter que voltar aqui.

– Esqueceu as chaves né lerde... – virei-me encarando a porta – Thomas?

O garoto sorriu safado encarando meu corpo envolto na toalha.

– TARADO VAZA DAQUI – berrei jogando em sua direção tudo que via pela frente.

– Para de gritar menina – cochichou se aproximando – só vim pedir desculpas.

Pedir desculpas?

– NÃO PODIA ESPERAR EU SAIR DAQUI?

– QUE MERDA! GAROTA CHATA!

– VAZA DAQUI THOMAS! VAZA AGORA SE NÃO EU GRITO – ameacei jogando as chaves de Annie.

– VOCÊ JÁ TA GRITANDO E... Tudo bem não vou gritar – o garoto passou as mãos pelos cabelos castanhos – só. Vim. Pedir. Desculpas. Ok?

POR ACASO ELE PENSA QUE EU TENHO PROBLEMA MENTAL? DISSO EU SABIA!

– DESCULPAS ACEITAS AGORA SOME DAQUI DESGRAÇA!

– Tudo bem, tudo bem. Já vou indo – levantou as mãos em forma de rendição caminhando ate a porta – aliás belas coxas Jujuba!

ELE NÃO FALOU ISSO!

Arremessei minha mochila mais o desgraçado já havia saído às pressas do vestiário. Vadio ainda soco ele!

Como que aquele imbecil tem a coragem de fazer isso? Todos os meus problemas começaram depois que aquele otário apareceu... ARGH! EU ODEIO O THOMAS!

Sai do vestiário com um ódio mortal passando a velocidade da luz nas minhas veias, se eu encontrasse aquele debiloide na certa ele não poderia mais gerar filhos.

Andei ate o portão de saída avistando Luís próximo aos meninos. Eles conversavam animadamente enquanto o MEU moreno distribuía sorrisos para TODAS as piranhas da escola. Devia ter acertado a bola com mais força em sua cabeça!

“Jú você consegue, respira e vai garota”.

Endireitei a mochila e pondo a caminhar ate eles.

– Ei gatinha – Thomas surgiu na minha frente. A sorte dele é que eu tinha coisas mais importantes pra me preocupar.

– Garoto me erra – bufei o empurrando.

Droga! Cadê o Luís? Ok universo, eu sei que me ama, mas já chega.

– Jú...

– Que chatice capeta, some da minha frente merda – virei-me dando um murro bem dado em Thom... – Caio? Oh céus!

Eu-soquei-o-Caio! Meu dia não tinha como ficar melhor!

– Desculpa pensei que fosse out... – ei aquele cachorro traiu a japa – SEU VADIOOOO!

– Calma Jú – Caio segurou meus braços me impedindo de estapea-lo – por favor, vamos conversar.

Será? Tudo bem Ana Jú, você é uma menina caridosa e boazinha – so que não...

– Tem cinco minutos e depois quero ajuda com o Luís – falei seria cruzando os braços abaixo dos seios – anda que seu tempo ta pas...

Não tive tempo de terminar porque o gigante a minha frente desmoronou em cima da anã aqui. Sua respiração descompensada batia em meu pescoço me fazendo cócegas, enquanto seus soluços aumentavam.

Caio estava... CHORANDO!

Ok universo JÁ CHEGA DE BIPOLARIDADE POR HOJE!


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Notas finais do capítulo

CALMAAAAAAAAA que compenso a bagunça que fiz com os casais no próximo cap! Bjokas



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