Escola, farras e garotos... escrita por Aly Campos, Trufa


Capítulo 15
Sobre irmãs não tão endiabradas e primos pegadores


Notas iniciais do capítulo

Voltei amoresssss!!! Obrigada pelos comentários ^^ tenho q agradecer principalmente a Queen e a Escolha perfeita mto obrigada msm pessoal gnt cade a Gabi Avelar e a Mad Cooper? :O me abandonaram :'( ta chega de show kkkk pf comentem



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– Pai me deixa ficar em casa – choraminguei pela milésima vez.

– Fica quieta e sorria – falou entre dentes enquanto apertava à campanhinha.

Bufei.

Tudo isso é uma grande merda. Por que eu não queria ver o alemão? Primeiro porque na certa o Luis ia descobri e íamos brigar de novo – não ele não é meu dono pra decidi com quem devo andar, mas sim ele tem ódio mortal do loiro. Não tava a fim de discutir com o moreno, ate porque ele estava em uma situação um tanto difícil e delicada, por mais impossível que fosse eu teria que ser mais maleável e paciente com ele.

E desde quando o Arthur tinha voltado de viajem? E porque não me ligou? O que eu tava fazendo ali? Céus quantas duvidas.

O vestido começou a pinicar minhas costas e eu queria troca-lo, talvez por uma coisa menos justa e mais confortável, sei lá, de uma hora para outra não me sentia bem com ele, talvez porque um certo alemão olharia descaradamente para minhas pernas.

– Paulo – Um homem alto, loiro de olhos extremamente azuis. Uma copia mais velha do Arthur estava parado diante da porta com os braços abertos esperando um abraço do meu pai.

– Otaviano quanto tempo – meu pai caminhou ate o homem lhe dando um abração de amigos que não se viam há séculos. Desde quando eles se conheciam?

– Vamos entrar... Annie... Nossa mas que linda – os olhos do homem passaram para minha mãe meio corada ao meu lado – a cada ano que passou você ficou ainda mais perfeita.

Vi meu pai fazer uma careta de ciúmes e o tal Otaviano lançar um olhar descarado para as pernas da minha mãe.

– Gentileza sua – minha mãe agradeceu completamente vermelha – ah... Essa é a Ana Jú.

Fui empurrada entrando na frente de minha mãe e dando de cara com um sorriso encantadoramente lindo do Loiro.

– Er... Oi?! – falei sem graça.

– Essa é a Ana Jú? – o homem pareceu surpreso – aquela menininha toda descabelada que corria pela minha casa?

Oi? Eu conhecia ele? Pera que boiei legal aqui.

– Essa mesma – meu pai me abraçou de lado sorrindo satisfeito com a moça que eu havia me tornado.

– Vem cá Jujuba – o velho me deu um tremendo abraço de urso estalando todos meus míseros ossinhos – vamos entrar gente.

Otaviano deu passagem para que entrássemos, revelando uma mansão extremamente luxuosa, como descrevê-la? Uma lareira de pedra ficava em um canto da enorme sala – pra que lareiras no Rio de Janeiro? Pura invenção de moda – um sofá de couro marrom grande e outro pequeno, uma mesinha de centro entre os sofás de madeira, uma TV enormemente gigante embutida na parede e vários porta-retratos distribuídos em prateleiras na parede.

Não havia ninguém na sala alem da gente e um velho de uns 61 anos em um terno branco, com luvas brancas – julgo ser um mordomo, coisas de ricos frescos.

Passei o olhar nos porta retratos, fotos de Arthur e Marielle pequenos, deles andando de bicicleta, deles com o pai... Bom todas as fotos tinham os dois revelando de Otaviano os amava bastante.

– O Arthur já voltou de viajem? – interrompi a conversa de velhos amigos indo direto ao ponto.

– Já – o homem arqueou uma sobrancelha me analisando – de onde vocês se... Ana Jú? – perguntou mais para si do que para mim.

Assenti um pouco confusa.

– Como não liguei os fatos – Otaviano continuava conversando com si mesmo – claro... Você é a namorada do meu filho – seus olhos azuis se iluminaram.

– C-como? – gaguejei tentando por em ordem todas aquelas palavras.

Meu pai me lançou o olhar de “que historia é essa mocinha? Namorado é meu cinturão” e minha mãe sorria descaradamente como se dissesse “conversaremos sobre isso e espero que ele seja um gato”, mães.

– Claro... Jú ele é um garoto de sorte – sorriu.

– M-mas eu não... E-eu – é eu não conseguia formular uma frase sequer. Arthur Morto Ottoni eu vou definitivamente te esfaquear.

– Como assim você ta namorando? – meu pai me olhou feio.

– É c-claro que e-eu não to...

– Amor – O loiro apareceu por trás se apoiando sobre os meus ombros – estava com saudades.

Me deu um selinho rápido. Ainda vou a loucura com esses meninos me chamando de namorada, pedido oficial nem né?

– Arthur que historia é essa de...

– Desculpa princesa – tornou me interromper – senhor e senhora Cliar desculpa não termos sido apresentados ainda, a Jú queria muito isso, mas tive uma viaje importante e não deu.

Minha cara de “eu morri e fui por inferno” estava totalmente evidente.

Meus pais pareceram compreender o ocorrido com meu suposto “namorado”.

– Ah se você é filho desse velho aqui – meu pai bateu no ombro de Otaviano – com certeza é a pessoa ideal para minha filha.

Meu queixo foi no chão de tão surpresa que estava. Como assim não haveria bronca nem puxões de orelha?

– Então Jú? – o loiro voltou sua atenção para o ser aqui totalmente paralisado – podemos conversar no meu quarto?

Assenti ainda em choque sendo conduzida ate as escadas. Antes de subir olhei de relance para meu pai que tinha uma expressão de “não engoli isso, conversamos em casa mocinha”. Definitivamente esse era meu pai.

[...]

Parei no corredor assim que subimos as escadas, soltei minha mão das de Arthur, cruzei os braços abaixo dos seios e o encarei feio.

– O que. Foi. Aquilo? – falei pausadamente contando ate mil para não perder a cabeça de vez.

– Desculpa é que... Precisava da sua ajuda – o loiro abaixou a cabeça envergonhado. Se a situação não fosse tão grave eu iria ate ele e o abraçaria.

– COMO ASSIM VOCÊ PRECISAR DE AJUDA ENVOLVE EU ESTAR NAMORANDO COM VOCE? – berrei perdendo a paciência.

– Para de gritar Ana Jú – Arthur tapou minha boca com a mão – Ai... – resmungou baixo assim que eu o mordi.

– QUE MERDA É ESSA ARTHUR VOU MORRER DAQUI A POUCO OTTONI?

– Podemos ir ate o meu quarto pra te explicar isso? – como ele mantinha a calma?

Assenti caminhando em silencio ate a porta do seu quarto. O loiro abriu devagar revelando um quarto totalmente lindo, as paredes com grafites de surfe de um lado e uma guitarra enorme grafitada do outro, uma cama de casal super fofinha – isso mesmo, eu pulei nela – com uma colcha com o símbolo do Nirvana, um criado mudo com um abajur de Ferrari e um frigobar vermelho em um canto. Alem de ter uma sacada enorme, uma rede confortavelmente confortável, um closet do tamanho do meu quarto – e olha que ele não é pequeno – e um banheiro com banheira de hidromassagem.

– Gostou? – perguntou vendo minha cara de surpresa.

– E como – respondi me acomodando mais ainda na cama – comece a explicar já mocinho.

– Tudo bem – ele puxou uma cadeira se sentando próximo aos pés da cama – Jú eu fui pra Alemanha ver minha avó doente, disso você já sabe não é? – assenti – lá eu encontrei primos, tios, enfim todos os meus familiares e entre esses meu primo Thomas – ele suspirou cansado. Acho que os dois não se davam tão bem – desculpa te meter nisso, juro que não foi à intenção, mas Thomas sempre teve todas as garotas aos seus pés – pera se o loiro já era um deus grego, o tal primo dele era o que? – não aguentei as provocações dele e disse que estava namorando com uma garota super linda... – suas bochechas coraram um pouco – você.

– Arthur eu... – droga, mil vezes droga – Por que não me avisou antes?

– Cheguei hoje, tentei te ligar, liguei para as meninas e nada, então decidi falar do meu “namoro” com meu pai e te explicar os detalhes depois na escola.

– Ate ai tudo bem – cocei o queixo – mas e esse jantar aqui na sua casa?

Ele negou com a cabeça.

– Juro que não faço a mínima ideia – deitou ao meu lado apoiando a cabeça com as mãos – você pode quebrar essa pra mim Jujubinha? – Puts biquinho e aquela carinha fofa não...

– Arthur não faz essa cara pow... – reclamei vendo-o chegar mais perto... E mais perto. Ok ele tava perto de mais.

Empurrei seu ombro para longe afastando nossos rostos.

– Ok finjo ser sua namorada – dei-me por vencida vendo um sorriso de satisfação no rosto do loiro – quando o encosto chega?

– Amanha – respondeu brincando com meu cabelo.

– Só pra constar – arqueei uma sobrancelha – estamos namorando de mentirinha, nada de me agarrar na escola ou tocar no ponto “namorados” perto do Luís ou dos meus amigos – o alemão fez uma careta de desgosto ao ouvir o nome do moreno – ta entendido Arthur?

– Tudo bem – ele me deu língua feito uma criancinha – sei que passou a tarde na casa dele, desculpa mesmo, não quero complicar as coisas com ele – sua voz soou decepcionada.

– Hey – levantei seu queixo fazendo-o me encarar – não namoro ele, o Luis só esta an... Passando por momentos difíceis – mas é lógico que não iria contar os tais “momentos difíceis”.

O loiro assentiu.

– E já que vou salvar sua pele... – sorri maliciosa – vou querer algo em troca.

– Isso é... Chantagem – neguei.

– Diria troca de favores – sorri satisfeita com minha resposta.

– Manda Jujuba.

– Você vai cantar no show de talentos daqui duas semanas.

– Oi? – Arthur gargalhou alto – ta zoando comigo ne?

– Nunca falei mais serio na minha vida – olhei desafiadora – é pegar ou largar.

– Tá bom – o alemão levantou as mãos em forma de rendimento – to dentro.

[...]

– Ta quase... Ta qua... GANHEEEEIIIIII – gritei jogando o controle do videogame longe e saltitando contente sobe a cama fofa do alemão.

– Só pode ser macumba – bufou chateado – é a sexta vez que perco, eu nunca perdi pra ninguém em jogo de corrida.

– Prazer – estendi minha mãe rindo de sua expressão confusa – ninguém.

Arthur revirou os olhos jogando uma almofada em minha direção.

– Você não aceita perder – sentei-me ao seu lado encostando o dedo na ponta de seu nariz e retirando-o rápido quando o mesmo ameaçou morde-lo.

– Eu aceito perder sim – cruzou os braços atrás da cabeça – mas não de uma nanica loira encantadoramente linda.

Sorri um pouco envergonhada.

– E alias, belas pernas – o garoto escondeu-se atrás de alguns travesseiros enquanto eu arremessava em sua direção o controle ta TV.

– Safado, cachorro, sem vergonha – dei tapinhas fracos em seu braço.

– Formigas batem mais forte – zombou rindo descaradamente.

– A é? – lancei meu olhar desafiador.

– Jú eu não... – tarde demais. Juntei toda minha força e lhe desferi um soco no abdômen definido fazendo-o soltar um gemido de dor.

– Atrapalho? – uma voz rompeu os gemidos do quarto e minha gargalhada revelando uma garota loira – da pra se comerem mais bai... Menina sou sua fã.

Marielle estendeu a mão e eu bati na mesma.

– Isso que é nocautear um alemão – sorriu satisfeita.

– Isso... Não foi... legal – Arthur continuava se contorcendo de dor sobre a cama.

– Se é esse o motivo dos gemidos, por favor, faça-o gemer bem mais.

Assenti sorrindo.

– Ele merece muito mais que um misero soquinho no estomago – falei contente – que tal jogarmos? – sugeri a loira.

–Otima ideia!

– Corrida?

– Eca – Marriele fez uma careta – nada disso... Gosto de sangue, muito sangue.

Certo a irmã mais nova do alemão é um tanto... Estranha.

[...]

A noite que era pra ser a mais chata e tediante do mundo acabou se tornando umas das mais legais de todas. Eu e a irmã do loiro jogávamos um jogo de zumbi, eram de duplas. Arthur acompanhava tudo atento passando vez ou outra na frente da TV nos fazendo arremessar algo em sua direção.

Foi divertido, roubamos pipoca, brigadeiro e cocas da cozinha dos Ottoni enquanto o jantar não era servido. Vez ou outra o alemão apanhava de nos duas que riamos feito crianças de suas caretas de dor. Éramos muito mau juntas.

– O jantar esta na mesa – o mesmo velho de branco apareceu na porta.

Já vamos Joanito – Arthur cantarolou desligando a TV enquanto ainda jogávamos.

– Ei – protestamos juntas.

– O João disse que o jantar já foi servido.

– Ouvimos – resmunguei – por acaso pareço surda?

Marielle sorriu.

– Tsc tsc tsc esta andando muito com minha irmã – o alemão reclamou nos puxando para fora do quarto.

A sala de jantar também era enorme, uma mesa de madeira toda bordada estava no centro e sobe ela vários talheres de prata arrumados próximo a pratos de porcelana, dois tipos de vinhos estavam abertos. Tudo bem eu já fiz aula de etiqueta, mas isso ainda era confuso.

Sentei-me de frente a Marielle e ao lado do meu “namorado”.

– Estávamos esperando vocês – Otaviano sorriu contente – podem servir o jantar.

Vários empregados surgiram com badejas prateadas nas mãos, assim que todos os pratos foram servidos o anfitrião deu o sinal para que a comida fosse revel... Sopa? Vim pra uma casa de rico pra comer sopa? Ok Jú é só a entrada.

Lembrei-me das aulas de etiqueta pegando os talheres certos e beliscando sem muito interesse aquele treco que chamavam de sopa, pra mim era uma água temperada e só. Povo rico demais passa é fome.

Marielle sorriu com minha careta de desaprovação.

– Odeio sopa – sibilei fazendo-a rir mais ainda.

– Somos duas – sibilou de volta – ser rica é um porre.

Concordei perfeitamente com ela.

Logo depois a sopa foi retirada dando lugar a um banquete, isso mesmo, tudo que se podia imaginar estava disposto na mesa. Minha vontade inicial era avançar sobre a comida. “Nem ouse isso” foi o olhar de desaprovação lançado por minha mãe.

– Coloque pouco Ana Jú – minha mãe sibilou colocando apenas salada em seu prato.

Bufei colocando o mínimo possível de coisas, tipo um belo pedaço de peru – não pensem besteira amores – duas colheres de arroz novinho, uma salada agridoce e mais algumas coisas de rico.

A loira gargalhou ao ver a altura do meu prato, minha mãe arregalou os olhos envergonhadíssima e meu pai apenas sorriu sibilando “só não faço o mesmo se não sua mãe me mata”. Otaviano deu de ombros achando aquilo à coisa mais normal do mundo e também encheu o prato.

– Comida é para se comer – falou por fim – essa é a nora que pedi pra Deus, linda, magra e que não tem frescuras.

Chutei do meu jeitinho “delicado” Arthur por debaixo da mesa fazendo-o resmungar algo como “to quase me arrependendo de ser seu namorado, vou morrer antes da hora”.

– Então crianças – malditas pessoas que me chamam de crianças – o motivo real para o jantar vocês ainda não sabem – todos assentimos – alem de rever um velho amigo – Otaviano apontou para meu pai – também trabalharemos juntos, Paulo cuidará de toda a parte chata de papelada, a parte burocrata e enfim sua empresa de advocacia cuidara dos meus aeroportos.

Oi? Ai explica bastante coisa, tipo do Arthur conseguir tão rápido uma passagem pra Alemanha, tipo o que ele tava fazendo no aeroporto no dia que Susy foi embora, não que mudasse algo, mas esclarecia algumas coisas.

Sorri feliz pelo meu pai.

O resto do jantar passou normal, tirando o fato que eu engasguei com a semente do pavê de maracujá, tossi igual uma maluca e todos pensaram que eu iria morrer. Também derrubei vinho na mesa, deixei uma torta de chocolate cair em cima do Arthur e por fim quebrei um copo, o resto foi completamente normal.

– Acho que já vamos indo – Meu pai se levantou do sofá de couro se despedindo do velho amigo.

Dei um selinho rápido em Arthur e acenei para Marielle.

– Pensei que você fosse chata – ela falou próxima a mim – mas com toda a certeza é a melhor cunhada que já tive.

Fiquei super feliz de fazer uma amiga – um tanto doida, mas vale.


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Notas finais do capítulo

Eu sei q n ta ótimo ashaushaushuahsuahs e sim vou fazer um cap so da Jú e do Lulu mais pra frente, aguardem amores



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