Escola, farras e garotos... escrita por Aly Campos, Trufa


Capítulo 14
Olhar não arranca pedaço


Notas iniciais do capítulo

Então amores n era pra ter postado esse cap mas eu fiquei com uma superrr preguiça de escrever outro então já q ele já tava pronto vai ass msm ^^ meus anjinhos n to esquecendo de vcs ta é que to com outra fic em andamento (na vdd eu fui obrigada a escrever ela por causa da minha amiga, isso ela tem problemas psicológicos, abafem) então to um pouco sem tempo! Obrigada pelos comentários ^^



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POV Luís Filipe Scofield

– Você não pode continuar assim – Caio falou assim que adentrou pelo meu quarto – olha seu estado. Pow cara.

– Me deixa – resmunguei jogando uma almofada em sua direção.

– Cueca vermelhinha ein? – meu amigo me lançou um olhar malicioso – você fica mais sexy assim.

Ignorei o comentário gay e voltei a fundar a cabeça nos travesseiros.

– Anda moleque – Caio se jogou em cima de mim – se anima.

– Para seu gordo – o empurrei – eu quero ficar sozinho.

Meu amigo me analisou enquanto coçava o queixo, sua expressão era bem seria. Talvez ele estivesse só fingindo.

– Luís – suspirou cansado – você precisa conversar com a Jú. Faz uma semana que vocês não conversam.

Revirei os olhos. Que Mané conversar com a Jú? Ela era uma mimadinha metida.

– Não to afim – respondi serio.

– Ela se importa com você menino.

– Foda-se Caio, eu não me importo mais com ela – passei as mãos bagunçando meus cabelos. Por que aquele infeliz tinha que piorar ainda mais minha situação?

– Você devia contar o que ta acontecendo brother.

– Ela não precisa saber – bufei – e também pouco importaria a ela.

– A Jú me procurou inúmeras vezes querendo saber o porquê das suas atitudes estranhas – meu amigo sentou ao meu lado deixando a mochila no chão.

– O QUE VOCÊ FALOU PORRA? – gritei preocupado.

– Relaxa menino, não contei nada.

Relaxei os ombros me levantando e catando uma roupa qualquer no armário.

– Se alguém tem que contar, esse alguém é você.

– Mas não vou contar – resmunguei saindo do quarto – vamos comer.

Caio sorriu feliz com a ideia.

Amélia serviu a mesa com um sorriso reconfortante no rosto. Diferente dos meus familiares, Amélia não demonstrava pena por tudo que estava acontecendo, mesmo ela sendo só a cozinheira para alguns, para mim ela era da família. Aquela velhinha me conhecia antes mesmo de nascer, se tudo desse errado era ela quem tomaria conta de mim. Desde que seu filho morreu eu meio que assumi o seu posto.

– Achei que não sairia mais daquele quarto – falou enquanto despejava suco de manga no meu copo – Seus pais voltam hoje com a noticia, se o pior acontecer meu menino... – Amélia afagou meus cabelos -... Seja forte.

– Vou tentar – balancei a cabeça evitando derramar lagrimas, homens não choram cacete – juro que tento...

A senhora saiu da sala de jantar deixando apenas eu e meu amigo calados fitando a comida. Minha fome desaparecera e a vontade de sumir e só voltar quando tudo estivesse normal de novo só aumentava.

‘ Seja forte meu filho!’ as palavras de meu pai ecoavam pela minha cabeça.

– Eu sei que vai parecer meio gay – Caio cortou o silencio de boca cheia – mas eu estou aqui brother.

Assenti dando um sorriso mínimo. Caio e Gustavo era os únicos que sabiam o que estava acontecendo, e esses dois realmente eram a razão deu estar conseguindo suportar tudo isso.

– Luís conte pra Jú – meu amigo pediu.

– Não quero a pena dela – suspirei abandonando os talheres na mesa, definitivamente eu não conseguiria comer.

Talvez eu devesse contar, mas não estava afim de que ela me tratasse bem só por causa do que estava acontecendo, preferia ser odiado a isso. Eu sei que é infantil da minha parte, mas os problemas são meus e não estou a fim de dividi-los com mais ninguém.

Subi para o quarto e deixei Caio sozinho terminando de comer. Ultimamente minha vida se resumia ao quarto e a escola, mal eu falava com os outros. Não via a hora de saber o que iria acontecer com minha família daqui pra frente.

[...]

POV Ana Jú Cliar

Já estávamos em semana de provas e já fazia mais de duas semanas que eu e Luis não nos falávamos. Tinha a bosta de um show de talentos para apresentar e ele insistia em me evitar. Direto o moreno faltava, como hoje, perdendo uma avaliação de matemática, e quando vinha também ficava só acuado junto aos meninos, mal jogava basquete, seu hobbie favorito. Qualquer indicio que eu me aproximaria ele corria para debaixo das asas da Samantha sabendo que lá eu nem passaria perto.

Tentei inúmeras vezes descobrir por meio de Caio o que estava acontecendo, só que tudo era sem sucesso. Que droga de cunhado!

Não era possível que Luis estava me evitando todo esse tempo só por causa do alemão, ate porque fazia mais de uma semana que Arthur tinha viajado para ver a avó que estava doente. Eu claro, havia sido convidada para ir ate a Alemanha com o loiro, porem de forma alguma minha mãe me deixaria perder as provas. Então prometi que em outra oportunidade com certeza o acompanharia.

Eu tinha que descobrir urgentemente o porquê do moreno esta me dando gelo:

1° Porque eu sou a curiosidade em pessoa.

2° Porque a gente tinha a bosta de um show de talentos para apresentar daqui a duas semanas e não tínhamos ensaiado.

3° Infelizmente estávamos atolados de trabalhos para fazermos juntos graças à praga do nosso castigo.

4° porque eu ainda me importo com ele.

Não me confunda com aquelas garotinhas apaixonadas que não vivem sem o amor da vidinha medíocre delas. Pelo contrario, eu estava mais viva do que nunca, e quem sairia morto daqui a pouco era o filho de uma mãe do Luís.

Se quiser me dar gelo que de, só que eu não estava nem um pouco a fim de pegar recuperação por sua causa. Pow tínhamos trabalhos pra fazer.

– O professor de matemática recebeu um santo pra fazer aquela prova. Não é mesmo Jú? – Clara estalou os dedos próximo ao meu rosto fazendo-me acordar de meus devaneios – não é mesmo Jú?

– Er... É sim – concordei com sei lá o que.

Annie desengatou um papo animado demais para o meu gosto, e ela e Clara riam de coisas sem sentido.

Respirei fundo levantando. Caio de um jeito ou de outro teria que me contar – nem que fosse obrigado – o que estava perturbando Luis.

Caio estava sentado distraído na arquibancada tomando água, totalmente ensopo de suor. Outros meninos jogavam basquete sem camisa o que desviava um pouco o meu foco. Qual é? Olhar não arranca pedaço. Também tenho que admitir, meu cunhadinho é lá uma delicia – Annie que me perdoe.

Parei de admirar a paisagem e me pus a atravessar a quadra indo falar com meu cunhado.

– Ei – Lewis sussurrou nos meus ouvidos – Cuidado loirinha, a bola pode te acertar.

Virei-me para encara-lo. Ainda estávamos no meio da quadra e éramos xingados por vários garotos.

Lewis – graças aos céus – não era da minha sala e infelizmente Arthur virara seu amigo inseparável. Mesmo o loiro sendo um galinha tarado não era lá de se jogar fora. Seu abdômen sarado estava exposto já que o garoto não usava camisa e os cabelos encharcados de suor o deixava ainda mais sexy. O seu sorriso pervertido nos lábios dizia algo como “sou-um-tarado-safado-que-como-todas-as-vadias-que-me-dão-corda”.

– Oi Lewis – falei sem animo algum – pode voltar a jogar ok? Ate mesmo porque não vim falar contigo.

Vários dos seus amiguinhos o zoaram e eu simplesmente terminei de atravessar a quadra ficando de frente a Caio.

– Caio eu sei que vai me xingar e me deixar falando sozinha – comecei – mas eu preciso saber do Luís.

O garoto suspirou cansado.

– Jú me entenda – derramou um pouco de água sobre os cabelos – não posso te contar o que ta havendo.

Ah isso quer dizer que realmente algo esta perturbando meu moreno.

– Por que? – fiz biquinho.

– o Luís não quer sua pena – abaixou a cabeça – volta pras meninas, já falei demais. E se quer mesmo saber obrigue-o a te contar durante a detenção.

Assenti lhe dando um beijinho na testa e saindo saltitante da quadra.

Eu usaria todos os meus métodos de tortura para descobri o que afligia o Lulu.

[...]

O dia estava bem mais frio que o normal, então decidi dar uma passada em casa para almoçar e trocar de roupa antes de seguir para a detenção.

Minha mãe cantarolava animada enquanto preparava o almoço, meu pai não estava em casa e eles consequentemente não sabiam do meu castigo.

– Hummmm que cheirinho bom - falei olhando por cima dos ombros da minha mãe e vi que fazia carne de panela.

– Ei minha filhota – me deu um beijo no topo da cabeça – tenho que correr com isso e voltar para a loja. Estamos sem duas vendedoras.

Retribui o beijo e corri escadas à cima. Coloquei uma calça quentinha e solta, uma blusa de manga comprida branca com um sapatilha de bailarina, um colar delicado e uma sapatilha qualquer. Soltei meus cabelos loiros e passei perfume.

Assim que desci o almoço já estava posto na mesa. Comi mais rápido que tudo, me despedindo com um abraço apertado de minha mãe e vazando antes que me fizesse perguntas.

Cheguei à escola bem rápido, o tempo estava fechado e na certa cairia um toró. Grande merda, eu nem trouxe guarda chuva.

– Luís não vem – Marta anunciou sem ao menos olhar em minha direção.

– Como assim? – minha voz de decepção estava na cara.

– Não sei, só não vem.

Assenti pegando o bilhete com o numero da sala que eu tomaria conta e saindo chateada.

Será que ele viajou? O que estava acontecendo? Que droga Luís, para de ferrar com a minha vida caramba.

– Ei o que você tem? – Amanda perguntou se sentando ao meu lado.

– Problemas – respondi sem vontade.

– É por causa do Luis não é mesmo?

Assenti.

– Não fica assim, somos amigas certo? – Assenti novamente – seja lá o que ouve, eu sei que ele gosta de você.

– Como? – um sorriso involuntário surgiu nos meus lábios.

– Ah o jeito que ele te olha.

[...]

De uma vez por todas eu descobriria o que estava havendo. O moreno me deixou sozinha com aquelas praguinhas, foi uma merda. Duas garotas se atracaram no chão por sei lá o que, deixei elas se baterem ate ver que poderia dar morte então as separei. O loirinho filhinho de papai, também chamado de Patrick, havia discutido comigo umas trocentas vezes. Minha cabeça girava de tanto ver esses pirralhos gritarem e graças a Zeus Marta me liberou às 4h da tarde. Quase ajoelhei no chão e dei graças a Deus, só que estava doida de mais para sair de lá então praticamente voei para fora da escola.

Eu poderia facilmente voltar para casa e esquecer o traidor do Luis que me abandonou com um tanto de pirralhos, ou não...

Da escola ate sua casa eram 15min. Minha dor de cabeça me matava e eu queria esclarecer as coisas de uma vez, então preferi não adiar nossa conversinha.

A casa dele continuava a mesma. Apertei o interfone e esperei que o porteiro liberasse minha passagem.

Decidi entrar pela cozinha e rever Amélia, fazia um belo tempo que não nos víamos, ela era com toda certeza um doce de pessoa. Tirando a mãe e o pai, essa senhora era o segundo ponto de apoio do meu moreno, na certa eu descobriria todo o mistério.

A abracei por trás enquanto a senhora terminava de rechear um bolo de cenoura.

– Ana Júúú – Amélia se virou me dando um mega abraço de urso – nunca mais te vi por aqui.

– É... – tentei falar sem sucesso já que era sufocada. A senhora me soltou se ajeitando em uma cadeira.

– Pobrezinho do Luís ele esta arrasado – começou – ainda bem que esta aqui, acho que vai ficar feliz em vê-la. E se possível não comente sobre a mãe dele.

– É... Eu não sei o que esta acontecendo – confessei – vim aqui justamente para descobrir.

Que papo sobre a mãe dele era esse? Oh céus eu to endoidando, please, o que esta havendo?

– Você então não sabe? – ela me olhou espantada.

Assenti acomodando-me mais na cadeira.

– Vai suba – ordenou – não comente com ele sobre nada, só tente acalma-lo, você conseguia muito bem fazer isso na época em que eram inseparáveis.

– É bons tempos – me levantei beijando a testa da velha e correndo na direção da sala.

Se eu não conhecesse bem a casa realmente me perderia. Subi a enorme escada que era aquela tipo as de mansões – a casa dele era uma mansão, mas abafa – que se dividia em duas. Ainda acho que deveriam colocar um elevador naquilo, da muita preguiça de subir os degraus.

O quarto do moreno era a segunda porta a esquerda se me lembro bem. Caminhei pelo corredor observando que trocaram o papel de parede florido por tinta branca. Uma mesinha escorada de um lado do corredor possuía um lindo jarro de rosas brancas, as preferidas da mãe dele.

Bati com um pouco de receio na porta, nada. Bati outra vez e mais outra. Será que ele estava dormindo? Me preparei para bater de novo e mais forte quando a porta se abriu.

– Caramba Caio já disse pra não vol... – o moreno me encarou surpreso.

Luis vestia apenas uma cuca Box preta, seus cabelos castanhos estavam uma bagunça e sua barriga bem definida estava totalmente exposta – como ele não sentia frio? Olhei disfarçadamente para os gominhos que se formavam em seu abdômen e logo tornei encara-lo. Seus olhos estavam inchados e seu rosto completamente vermelho, ou ele se drogou – coisa menos provável – ou estava chorando e muito.

– vai embora Jú – tentou bater a porta na minha cara, mas a segurei firme.

– Temos que conversar – falei insegura, era péssimo vê-lo naquele estado e não saber exatamente como consola-lo.

– Outra hora – falou meio rouco.

– Seja lá o que esta acontecendo moreno... – suspirei – só quero te ajudar...

Abaixei a cabeça esperando que a porta se fechasse na minha cara.

– Entra – deu passagem.

Caminhei devagar observando o caos que seu quarto se encontrava, vários objetos despedaçados no chão e a claridade não entrava no quarto.

Luis se jogou na cama escondendo o rosto no meio das cobertas. Ele parecia totalmente perdido, nunca o vira daquela forma.

– Ei – chamei fazendo-o me olhar com apenas um dos olhos – deita aqui vai.

Bati de leve no meu colo. O moreno se arrastou para perto de mim e apoiou a cabeça em minha perna. Comecei a acariciar seus cabelos negros enquanto sentia vez ou outra lagrimas tocarem minha pele.

É claro que a anta aqui não seria tão anta de perguntar o que estava acontecendo. Só que pelo visto era serio pra caramba.

– Eu sou um imbecil – resmungou baixinho.

– Ei pare com isso – o repreendi – você é chato e altamente ignorante – Luis riu em vontade – mas imbecil, ta ai uma coisa que você não é.

– Jú eu estou chorando – fungou – homens não fazem isso.

Comecei a lhe fazer cafuné.

– Que ideia idiota é essa? – apertei sua bochecha devagar – todo mundo chora, quem fala um absurdo desses que é imbecil.

Depois disso preferi ficar calada. A respiração de Luis foi se acalmando aos poucos e quando notei ele dormia feito um anjinho de barriga para baixo. Deve ser meio pervertido da minha parte analisar a quantidade de bunda que o moreno tinha naquele estado. Não me julguem, que culpa tenho se ele é gostoso demais?

Troquei meu colo por um travesseiro fofinho com o maior cuidado para não acorda-lo, o cobri com um edredom quentinho e lhe dei um beijo na bochecha.

Sai de fininho, Amélia teria que me contar o que estava havendo. Eu sei que curiosidade mata, fazer o que?

– Dona Amélia? – chamei sua atenção.

– Oi meu anjo – sorriu de canto – como esta o Luis?

– Dormindo feito um bebe – sorri também – eu sei que deve ser meio inconveniente da minha parte, mas eu preciso saber porque ele estava daquele jeito.

A velha parecia relutante a me contar, e isso só atiçava ainda mais a puta da minha curiosidade.

– Não devia falar Jú – apoiou a cabeça nas mãos – o Luís devia te contar isso, só que ele não tem condições – seu rosto escureceu de uma hora para a outra – A Sra. Scofield esta com câncer terminal – falou rapidamente se levantando e indo ate a pia.

Meu coração parou de bater por um segundo, as palavras dançavam em minha cabeça não dava pra assimilar toda aquela informação. Meus olhos arregalados e um sentimento de culpa tomou conta de mim, não me pergunte por quê.

– Co-como? – gaguejei nervosa.

– Descobriram a alguns meses que ela estava com câncer no fígado – suspirou – começaram o tratamento e tudo mais. Não tiveram sucesso e a doença se espalhou.

Meus olhos se encheram de lagrimas, não era a minha mãe, mas poderia facilmente ser. Que merda Luis! Por que ele não me falou antes? Não acredito que andei sendo tão grossa com o moreno.

– Amélia nem sei o que falar – abaixei a cabeça – não vou abandonar o Luís. Pode acreditar.

– Eu sei – a velha sorriu escancarando os dentes amarelados – tive uma ideia para alegra-lo.

– Topo qualquer coisa.

– Que tal um bolo caprichado de chocolate?

– É pra já.

Separamos os ingredientes na bancada. Eu ditava a receita e Amélia se encarregava do resto. Na verdade eu não fazia praticamente nada, pois julgo que a velha sabia a receita de cor.

Coloquei a massa no forno e sentamos tomando um chá. Tentei esquecer a ideia de que Sara estava morrendo. Devia ser uma barra pro moreno acordar todos os dias e saber que a mãe não estaria mais ali, que ela não cuidaria mais das rosas do jardim. Me lembro da época em que éramos crianças e que a ajudávamos com as flores. Seus movimentos eram delicados e seu sorriso encantador. Depois íamos a uma sorveteria na beira da praia e nos lambuzávamos. Ótima época.

– Onde Sara está? – perguntei cortando o silencio.

– Viajou – exclamou fazendo o recheio do bolo – tratamentos em cima de tratamentos, só que já sabemos que ela ira morrer mais cedo ou mais tarde.

Depois que o bolo assou terminamos de enfeita-lo. Peguei um pouco que chá – mesmo sabendo que Luis detesta chá – e dois pedaços bem grande de bolo.

– Vou levar la pra cima – falei subindo as escadas devagar.

Ele continuava do mesmo jeitinho que o havia deixado. A mesma carinha de anjo estava – graças a Deus – menos avermelhada e inchada.

– Lulu – sussurrei em seu ouvido fazendo-o arrepiar – moreno acorda – acariciei seu rosto.

Luis se espreguiçou um pouco fazendo seus músculos se contraírem e me fazerem babar um pouco – praga de hormônios.

– Bom dia – falou se sentando esfregando os olhos.

– Boa noite quer dizer ne – sorri – trouxe bolo de chocolate, seu favorito.

– Não to com fome – tirou a bandeja das minhas mãos e se acomodou em meu colo.

– Você não come desde de manha – acariciei seus cabelos macios – se não se alimentar a Juju aqui vai embora.

O moreno fez uma careta pegando o pratinho com o bolo e dando algumas colheradas ainda me fitando.

– Que é? – perguntei tomando um gole do chá.

– Nada – Luis tirou uma mecha de cabelo que caia nos meus olhos colocando-a atrás da orelha – gosto de te observar.

Corei instantaneamente. O chato é que sempre fico vermelha com qualquer elogio dele, mesmo o mais bobo possível.

– Jú posso te fazer uma pergunta?

– Acho que você acabou de fazer – sorri me jogando na cama fofinha.

– Boba – me cutucou com o pé – vai deixar ou não?

– Manda ver.

– Por que veio aqui? – arqueou uma sobrancelha enquanto me analisava – mesmo depois de tudo que eu te falei, por que veio?

Boa pergunta. Por que eu vim? Era tão confuso, eu tinha motivos para vir, tipo o fato de querer satisfações por ele me abandonar na detenção. Mas eu sabia que o verdadeiro motivo não era lá esse.

– Eu não sei - coloquei as mãos por detrás da cabeça – ah poxa... Não sei ao certo, no inicio queria enforca-lo por esta faltando e não estarmos ensaiando para o tal show de talentos, também estava curiosa, mas não foram esses os motivos.

Luis deitou ao meu lado me puxando pela cintura mais para si.

– Devo ser especial – sussurrou próximo ao meu pescoço. Uma corrente elétrica atingiu meu corpo e todos os meus pelinhos se arrepiaram instantaneamente.

O moreno sorriu de satisfação me dando um beijinho no local.

– Er... Acho que sim – murmurei – tenho que ir embora.

Empurrei devagar seus braços e desci apressada da cama.

– Jú não vai – fez carinha de cachorro sem dono. Puta merda – fica comigo?

Balancei a cabeça tentando voltar a raciocinar novamente.

– Minha mãe vai me matar se eu chegar muito tarde – catei meu celular do bolso – olha já são quase dez da noite... Tchau.

Dei as costas ao moreno tentando sair do quarto. Alguém um dia me falou que nunca damos as costas a Luís, raciocinando agora, essa pessoa tinha completa razão.

Fui abraçada carinhosamente por trás enquanto ganhava beijinhos molhados no pescoço.

– Fica vai... – pediu manhoso.

– Eu-eu... Não faz a-assim – meu coração batia mais forte e as palavras não saiam direito da minha boca. Onde eu estava com a cabeça quando vim ate aqui? – eu-eu preciso ir.

– Fica Jú – sussurrou próximo aos meus lábios.

A parte pensante do meu cérebro foi dar uma volta me deixando completamente perdida. Esqueci ate meu nome caramba, sei que é algo começado com A:

Ana Livia

Ana luz

Ana Luiza

Amanda

Omar... foda-se meu nome.

Encarei suas orbes negras e minha boca passou a suplicar por um beijo seu. A minha mãe ia me esganar, caraça Luís juro que vai ter volta.

Uma de suas mãos apertou violentamente minha cintura, enquanto a outra segurava minha nuca. Passeei devagar com minhas unhas alisando suas costas, subi minhas mãos ate seus cabelos macios e os puxei fazendo-o gemer. Aquilo era tão bom.

Minha pernas rodearam sua cintura e íamos na direção da cama. Seus beijos saíram da minha boca por falta do maldito ar e fora caminhado em direção ao meu pescoço.

– Eu não... Posso – arfei sedo deitada na cama devagar.

Um sorrisinho sacana se formou nos lábios do moreno enquanto suas mãos passeavam sobre minha coxa ainda coberta pela calça – julgo ser por pouco tempo, já que eu era a única vestida ali. Arranhei suas costas nuas com força ao ter meu lábio inferior mordido.

– M-meu... Celular – falei entre os beijos escutando o aparelho tocar sem parar.

– Esquece ele – pediu apertando mais nossos corpos.

– Minha m-mãe – tentei involuntariamente afasta-lo com meus braços de graveto – Luis me solta – pedi seria.

O moreno me soltou resmungando algo como “só porque estávamos quase na melhor parte” e me fazendo revirar os olhos.

Engatinhei ate o criado mudo próximo à cama e peguei o aparelho.

– Oi mãe – tentei manter a voz calma e não mostrar que eu estava quase transando agora a pouco.

– filha onde você se enfiou? – perguntou preocupada.

– Eu... Hum - será que a bronca ia ser muito grande se ela descobrisse onde eu estava? – To na casa do Luis ensaiando pro show de talentos – menti descaradamente “mãe eu realmente estou na casa do Luis, mas o que eu estava prestes a fazer juro que não vai querer descobrir” essa sim era a verdade.

– Ah sim – suspirou aliviada – volte rápido para casa, temos um jantar urgente.

– Tudo bem – revirei os olhos – tchau.

– tchau amorzinho, beijos – desliguei o telefone decepcionada, poxa que merda de jantar é esse que estragou minha noite?

O olhar do moreno não era dos melhores, nem o meu. A decepção estava estampada no rosto de nos dois.

– Já vou indo – anunciei pegando minha bolsa – vai amanha na aula, por favor.

– tchau princesa – me deu um beijinho no topo da cabeça – vou pensar no seu caso.

Empurrei de leve seu ombro sorrindo.

– Se você quiser podemos ensaiar para o show de talentos amanha – sugeriu.

Já ia concordar satisfeita quando vi seu olhar safado sobre mim. Bati em sua testa. Ensaiar era uma ova, aquele safado queria era outro tipo de ensaio, ensaio pra pornô.

– Tchau Luis – lhe dei língua – acho que você esta ótimo pra prova de português amanha.

– Português? – o moreno tacou o travesseiro longe – que desgraça porra.

Sai do quarto mais boba do que entrei. Coisas para anotar no meu caderninho de coisas pra jamais fazer:

1° Nunca olhar nos olhos negros do Luis.

2° nunca ficar sozinha com ele só de Box

3° Nunca agarrar o moreno porque acaba rolando coisa a mais que só beijos.

[...]

Cheguei em casa com o sorriso mais idiota do mundo estampado no rosto. Minha mãe estava uma gata com um vestido rosa claro curtinho e rodado, quem olhava assim pensaria que éramos irmãs e não mãe e filha. Meu pai estava de terno e gravata, todo alinhado.

– Boa noite família – abracei os dois ainda sorrindo idiotamente.

– Vá se arrumar filha – minha mãe me apressou – o jantar.

Tomei um banho rápido tirando o cheiro gostoso do Luis de mim. Coloquei um vestidinho preto justo ate a cintura e depois ficava um pouco mais soltinho, sua alça era tão fina que parecia inexistente. Fiz uma trança lateral espinha de peixe, calcei um salto bege e desci as escadas com cuidado para não cair.

– Que maravilhosa – meu pai elogiou me abraçando.

– Aonde vamos? – perguntei animada.

– Em um jantar no novo vizinho ao lado – minha mãe respondeu contente dando pulinhos de alegria, serio acho que a mãe sou eu e ela é a filha.

Pera vizinho novo do lado? Não pode ser...


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Notas finais do capítulo

ate o próximo cap amores



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