Por favor, espere. escrita por roux


Capítulo 6
Por favor, mostre-me.




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Mostre-me um só homem, que não seja escravo de suas paixões. – William Shakespeare

Apartamento de Bento;

Sexta feira – 14 de novembro de 2014

Gregori estava sentado no sofá cinza de Bento e olhava a sala ao redor. O homem sorriu de forma meio sarcástica e então olhou para Bento. Mordeu o lábio e logo em seguida sorriu da forma mais sacana do universo.

― Fiquei imaginando o que podemos fazer nesse sofá! ― Gregori disse com sua voz firme e sedutora.

― O-O que? ― Bento perguntou corado.

― Nós dois, sem roupa, rolando no sofá... ― Gregori disse sério, mas em seguida riu.

Bento olhou feio pra ele.

― Sabia que não deveria ter lhe deixado entrar. ― O homem disse sério e passou a mão pelos cabelos, gesto que fazia quando estava nervoso, ou irritado. Nesse caso ele estava com os dois.

Gregori riu baixo. O que Bento odiou, pois quando o homem fazia aquilo, Bento se derretia.

― Não mereço uma bebida? ― Gregori perguntou.

Bento pareceu avaliar a situação. Então foi até sua cozinha e pegou duas cervejas na geladeira, voltou até a sala.

― Desculpe, não tenho nada, além disso. ― O rapaz disse sem graça.

― Não se preocupe, a companhia compensa a bebida ruim! ― Gregori disse baixo.

Bento ficou vermelho na mesma hora. E então entregou a garrafinha de vidro na mão de Gregori. Gregori sorriu e pegou sua garrafa.

― Hmmm... ― Gregori começou.

― Hmmm, o que? ― Bento perguntou começando a se irritar.

― Você esqueceu-se do abridor de garrafas. ― Gregori disse segurando uma risada.

― Ah droga, que cabeça a minha, eu vou buscar! ― Bento disse e começou a levantar-se do sofá.

― Pode deixar só me dizer onde está! ― Gregori falou carinhoso e arrancou seu paletó. Afrouxou a gravata e sorriu pra Bento.

― Hm, primeira gaveta na parte direita do armário! ― Bento disse meio sem graça.

Gregori saiu da sala e caminhou em passos rápidos até a cozinha. Não demorou sequer um minuto e o homem estava de volta. Sentou-se no sofá novamente e pegou sua garrafa. Abriu a mesma e sorriu. Estendeu a mão para que Bento lhe passasse sua garrafa também. Bento entregou a garrafa ao chefe e esperou. Gregori a devolveu aberta.

― Obrigado...

― Não por isso! ― Gregori disse sério e mais sedutor que em outro momento.

Bento olhou diretamente para os lábios de Gregori, e esse sorriu de uma forma meiga.

Gregori voltou a sentar. E esticou os pés colocando em cima de uma mesa de centro. Tomou um gole de sua bebida.

― Boa! ― Gregori disse baixo. ― Não tomo uma dessas desde o ensino médio.

― Ensino médio! ― Bento disse com amargura. ― Parece que foi ontem que eu tinha o nome riscado nas paredes.

Gregori riu.

― Dá um desconto, vai. Éramos jovens, imaturos. ― Gregori disse enquanto tomava mais da sua bebida.

― Eu não escrevia seu nome e xingamentos absurdos. ― Bento disse sério.

― Você merecia. ― Gregori falou sério.

― Ah claro, eu merecia, você é um idiota, Gregori. ― Bento disse bravo e colocou sua garrafa sobre a mesinha.

― Claro que merecia, era muito idiota e metido. Era por conta das notas maravilhosas? ― Gregori perguntou pra irritar Bento.

― Eu não era metido, não era eu, que ia pra escola com um carro caríssimo apenas para me mostrar! ― Bento jogou na cara do chefe.

― Não ia porque era pobre, lembro das roupas que vestia! ― Gregori riu.

Bento levantou-se irritado.

― Vai embora da minha casa agora! ― Bento falou irritado e apontou a porta.

Gregori parou de rir e olhou nos olhos de Bento. Levantou-se também e ficou parado em frente ao rapaz, que era bem mais baixo, mais magro e mais delicado.

― Desculpe! ― Gregori disse sincero.

― Qual o seu problema? Você come merda? ― Bento perguntou.

Gregori riu.

― Está rindo do que? ― Bento irritou-se mais.

― Quando você está bravo, fica meio boca porca, né? ― Gregori perguntou rindo.

― Oh garoto, não me enche ta!?

― Por que quando você está bravo, você me chama de garoto? ― Gregori perguntou.

― Olha aqui, garoto...

― Viu? De novo! ― Gregori riu.

Bento fez uma careta e uma cara de deboche, então se sentou novamente. Pegou sua bebida e tomou um longo gole.

Gregori sorriu e caminhou até Bento. Sentou-se na mesa em frente a ele.

― Eu vim aqui, porque senti sua falta! ― Gregori confessou.

― Greg... Cê está maluco, cara? Você tem namorada! ― Bento disse sério.

― Eu sei Bento. Mas o problema, é que eu não consigo parar de pensar em você. Eu não consigo beijar minha namorada, Bento. Você está entendendo? Eu só penso em você, droga. E isso não é de agora. Desde sempre. Eu sempre me senti atraído pelo moleque nerd que você era. Só não podia deixar você ou qualquer outro saber disso. Eu não me conhecia, não conhecia minha sexualidade. Então o meio de afastar você era lhe zoando...

― E-Espera, Greg. Que papo é esse? ― Bento perguntou.

Música: Stay With Me – Sam Smith.

― Não, eu não espero Bento. Você precisa saber. Essa história toda esta me matando, você entende? ― Gregori disse baixo. ― Quando eu vi seu nome na lista de seleção pra vaga eu fiquei tão feliz.

Bento assentiu em silêncio.

― E então... Ficar perto de você estava insuportável. Ficar perto de você e não poder lhe tocar, você entende? ― Gregori riu. ― Eu sei que isso não é nada bonito, mas eu passei a seguir você.

― O que? ― Bento gritou.

― Por isso eu te achei na balada, estava em frente ao seu prédio quando lhe vi sair. ― Gregori riu novamente. ― Preciso de você, Bento. Fique comigo, porque no momento você é tudo que eu preciso. E eu preciso mostrar.

Bento ficou em silêncio.

Gregori olhou sério nos olhos de Bento.

― Então, mostre-me! ― Bento disse baixo.

Então sentiu os braços fortes de Gregori segurando sua cintura e lhe puxando pra perto. Bento não resistiu, deixou-se levar pelos braços do homem e quando deu por conta, estava sentado sobre o colo de Gregori. Os dois ficaram se olhando em silêncio. Gregori sorriu da forma sedutora que sempre fazia, e Bento se derreteu, sorrindo também.

Bento lentamente passou a mão direita pela nuca de Gregori e começou a lhe fazer um cafuné lento. Gregori não esperou mais, os dois começaram a se beijar. Um beijo calmo, lento, sem pressa. As línguas dos rapazes brigavam em sintonia, os dois querendo aproveitar mais da boca do outro. As caricias de Bento não eram mais cafuné, se tornaram em algo mais rápido, puxava os fios de cabelo de Gregori com um pouco mais de força. Gregori gemeu entre o beijo e então sorriu.

As mãos de Gregori lentamente desceram da cintura de Bento até suas coxas, o homem apertava ao ritmo do beijo.

Então tudo parou.

Bento afastou Gregori com as mãos.

Os dois se encararam.

― É melhor você ir embora, Gregori.

― É... É, realmente, é, é sim, é melhor eu ir embora! ― Disse Gregori confuso.

Bento levantou-se do colo de Gregori e foi até a porta. Abriu a mesma. Gregori levantou-se rápido do sofá e passou pela porta sem olhar pra trás.


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