Barreiras escrita por Lizzie C Jackson


Capítulo 6
Hanna - Save You


Notas iniciais do capítulo

Hello people! Obrigada pelos comentários, fiquei muito feliz *-* não parem de comentar!

Ontem não teve capítulo porque não tive tempo de postar... E esse é o último que tenho escrito D: então, por favor, paciência comigo... Maaaas, estou entrando de férias e vou poder escrever bastante (quer dizer, se a imaginação cooperar).

A tradução é: Te Salvar (Salvar-te, no português correto)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/561513/chapter/6

https://www.youtube.com/watch?v=XjwZAa2EjKA&list=UU-8Q-hLdECwQmaWNwXitYDw ===> Unconditionally - Katy Perry

Os “offs”, como eu chamava os desligamentos da prótese, estavam cada vez mais frequentes. Assim que eu me acostumei com o aparelho, não acontecia nada, mas nos meus onze anos eles começaram a aparecer, dois naquele ano. Depois, três, quatro, até o ponto que eram vários ao longo do ano, sem razão ou ordem aparente, isso neste ano.

Por isso que eu não via meus amigos há meses. Eu passara um bom tempo num hospital, com vários médicos examinando minha coluna e sem poder sair. Minha única diversão nesse tempo todo foram meus livros, muitas músicas e filmes. Eu raramente podia receber visitas, mas o bom é que, quando acontecia, meus amigos faziam questão de passar todo o tempo comigo (como se eu tivesse muitos). André sempre aparecia e tocava violão pra mim, embora sua namorada nunca viesse. Sandra ia com frequência, mas às vezes resolvia ficar com seus outros amigos e Isabela aparecia de vez em quando. Meu irmão Marcus era minha maior alegria, me visitava nos horários proibidos, conseguia até me trazer chocolate. O melhor amigo dele, Augusto (ele faz parte da banda), na maioria das vezes estava com ele. Parecia me considerar uma irmã mais nova.

Claro que tudo isso mudou quando Annabeth entrou em contato comigo me convidando para ir ao Acampamento Meio-Sangue. Pensei muito antes de aceitar, pois teria que abandonar muito, já que passaria praticamente o ano todo lá. Abandonar São Paulo... As palavras não se encaixavam. Mas acabei percebendo que seria o melhor pra mim, e na mesma semana fiz minhas malas e vim para o Acampamento.

—Alguma pergunta? — questionei Leo.

Trabalhávamos numa esfera de Arquimedes e eu tentava explicar um pouco da minha história pra ele, mas aos poucos, pois era muita informação. Já era 15 de Novembro, alguns dias depois de ele descobrir meu segredo.

Ele balançou a cabeça negativamente.

—Por enquanto, não. Mudando de assunto, você acha realmente uma boa ideia? Digo... Não vai dar errado, vai? — ele parecia aflito. Pensei um pouco.

—Não. Sua ideia é muito boa. Tudo indica que vai ser bom mudar os fios do disco de controle pra ligas de metais mágicos. Eu acho... Se os cálculos estiverem certos... Ai caramba! —comecei a roer as unhas.

—Bom, nos seus cálculos eu confio. Não confio nos meus — ele resmungou.

—Se é assim...

Leo tirou uma chave Philips do cinto mágico e resmungou mais um pouco enquanto fuçava as funções da esfera, a procura de algo para nos ajudar com Festus. Naquele instante, o objeto começou a estalar rapidamente e no segundo seguinte estávamos cobertos de confete e serpentina.

Soprei uma do meu rosto.

—Os romanos gostavam de uma festa, hein? O que é isso, carnaval? — tentei fazer uma piada, limpando a bancada.

—Bem, de acordo com o código Morse que eu estou ouvindo, isso é... “Comemoração do aniversário de Marcelo”. Quem? — ele me traduziu.

—Foi o soldado romano que tomou Siracusa, a cidade de Arquimedes. Esses romanos são uns caras de pau! Cadê o senso ético? — reclamei indignada. Leo riu diante disso.

—Os romanos não são todos ruins!

—Os do Acampamento Júpiter, a maioria não! Mas os antigos... Vou te contar, só Júlio César prestava e nem era tanto assim! — bufei.

—Quem, o goleiro da seleção brasileira? — uma voz atrás de mim perguntou de repente, fazendo Leo pular de susto.

—Não, Sophie! O imperador romano! — corrigi, me virando.

Sophie era minha melhor amiga no Acampamento, depois de Leo. Ela era bem interessante, gostava de Rock Alternativo e usava roupas de tons escuros com estampas tribais bem legais. Também tinha uma aparência bem diferente: a pele era branca como leite, os olhos azuis faiscantes, a boca avermelhada e o cabelo louro claríssimo, praticamente branco. Ela era alemã. Sophie era um pouco isolada do resto dos semideuses, já que eles tinham medo dela, por ser filha de Tânatos.

—O que estão fazendo aqui? Pensei que estivessem trabalhando, não no maior Party Rocking! — ela exclamou tirando mais serpentina do meu cabelo.

—Os romanos colocaram uma festa de aniversário na esfera. — Leo respondeu, recuperado do susto. — Caramba, odeio quando você aparece do nada!

—Para, eu sei que me ama. — Sophie respondeu sorrindo, ela e Leo eram bons amigos. — Eu vim aqui saber se já pensaram em alguma forma de resolver o, hã... Problema da Hanna.

Eu e Leo nos entreolhamos. Havíamos contado pra Sophie há pouco tempo o meu problema, e na mesma hora ela se mostrou disposta a ajudar.

—Na verdade, recebemos mensagem estranha de Hefesto. — ele pegou um pergaminho de metal, uma de suas invenções. Mas este tinha a letra grega “eta” (H) gravada do lado, o símbolo do seu pai.

Leo abriu o pergaminho, que revelou a seguinte holografia:

A imagem estava muito difusa e de difícil interpretação. O som trazia ecos e zumbidos. Podia-se ver o contorno de Hefesto andando em sua oficina, juntando materiais e falando, mas apenas alguns sons eram decifráveis: “Devia ter usado outro metal” “Meteorito no Oeste” “Leo, você precisa me ajudar!” e “No monte Santa Helena!”

Então escuridão.

Assim que a mensagem acabou, Sophie nos encarava surpresa e com as sobrancelhas erguidas.

—Isso é... Confuso. O que acham que significa?

—Depois de pesquisar um pouco, chegamos à conclusão de que o metal utilizado para fabricar a prótese de Hanna não reagiu bem às substancias do corpo dela e está deteriorando. Provavelmente meu pai quer que eu o ajude a encontrar outro metal, melhor... Mas eu não sei onde encontrar esse material, nem meu pai. O resto da mensagem não faz sentido, não sei nada sobre esse meteorito ou sobre o Monte Santa Helena. — Leo respondeu e deu de ombros.

—Mas, se o metal está deteriorando, ele não está envenenando você, Hanna? — Sophie perguntou aflita.

—Consideramos essa possibilidade e por enquanto eu estou livre de toxinas. Will está fazendo testes diários no meu sangue. — a tranquilizei rapidamente. “Mas que droga”, pensei, “cada vez mais pessoas estão sabendo do meu segredo!”

—Bom. Ao menos isso. Apesar de não sentir nada em você, ainda me preocupo. — ela suspirou, se referindo aos seus poderes. — Mas tenho certeza de que vocês darão um jeito! — ela disse mais animada.

—Com certeza! — Leo me tranquilizou, apertando minha mão. Levantei meus olhos para os dele, que me fitavam, e corei, abaixando a cabeça e encarando nossas mãos entrelaçadas.

—Eu vou indo, então. — Sophie se pronunciou, nos olhando de um jeito estranho e malicioso. Rapidamente tirei minha mão da de Leo e tive um vislumbre de frustração em seu rosto.

Depois que ela saiu, se instalou um silencio constrangedor e nenhum de nós dois olhava um pro outro. Por fim, eu disse:

—Então, parando com o assunto pesado, vamos resolver a fiação do Festus? — perguntei.

—Claro! Vamos logo! — Leo respondeu animado demais. Ao longe, ouvi Festus bufar uma nuvem de fumaça, como se o reprovasse.

Saímos do Bunker, Leo fechou a porta e nos dirigimos lado a lado para a oficina do chalé de Hefesto. Ouvi alguns comentários maldosos a respeito de Leo, mas a única reação dele foi me abraçar pelos ombros, então fiz o mesmo com ele. Ele me apertou mais forte.

—Não se preocupe. Tenho certeza que você vai ficar boa. Certeza absoluta. — ele afirmou veemente, ainda olhando para frente. Num impulso, dei um beijinho na bochecha dele. — Ah, eu amo esses costumes brasileiros. — ele devolveu o beijo e nós dois rimos, meio envergonhados.

Entramos na oficina, que estava barulhenta como sempre. Nyssa forjava uma espada, Harley um tipo de capacete em forma de cabeça de touro e Jake parecia estar concentrado em um desenho. Quando nos viu, deu um aceno com a cabeça e voltou ao trabalho. Desde que Leo dera aquela bronca nele, estava meio afastado de nós dois. Com o canto do olho, vi Leo franzir as sobrancelhas. Ele não gostava de brigar com os irmãos.

—Depois você conversa com ele. ­— disse, o consolando.

—Não sou bom de conversa. — Leo resmungou, mas pareceu concordar comigo.

Seguimos até o final da oficina, onde ficavam as sucatas, e começamos a separar alguns metais: bronze celestial, ouro imperial, prata e até mesmo ferro estígio. Leo se sentou a uma mesa e começou a derreter os que se encontravam em melhor estado dentro de compartimentos separados com as próprias mãos, enquanto eu completava alguns diagramas, ajoelhada no chão. “Esse menino inventa cada coisa”, pensei. Eu tentava controlar a imaginação dele, achando que ele não conseguiria construir todas aquelas invenções e a cada dia me surpreendia mais.

Eu me levantava para comentar algumas medidas com Leo quando senti uma dor lascinante na base da minha coluna e gritei, caindo no chão. Ele rapidamente se voltou para mim preocupado, querendo saber o que havia acontecido. Eu jazia em posição fetal no chão, me segurando muito para não chorar. A dor maior havia passado, mas uma parte bastante ruim ainda se concentrava ali. Eu a sentia percorrendo cada centímetro da minha coluna, cada nervo como se recebendo descargas elétricas.

Minha visão estava vermelha a essa altura, mas consegui perceber uma movimentação na oficina e várias pessoas me rodeando. Alguém chegou por trás gritando “Deixem-na respirar!”. Um menino loiro abriu caminho pelo lugar e conversou rapidamente com Leo, que apontou para minha coluna. O loiro se ajoelhou perto de mim, então pude ver que era Will. Ele passou alguma coisa nas minhas costas, gelada e quente ao mesmo tempo, então a dor foi passando aos poucos enquanto tentava me levantar a qualquer custo, apesar dos protestos dos outros.

—O que aconteceu, Hanna? — Will me perguntou suavemente.

Procurei me ajeitar para responder, mas aí percebi algo que me fez derramar uma lágrima a contragosto. Procurei o roto de Leo.

—Leo — disse com a voz embargada — Não sinto minhas pernas.

Meu mundo havia caído. A dor voltou. Escuridão.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Agora essa história toma forma de verdade... Vamos sair do romance e entrar na aventura!
Ou não. Ainda não decidi como vai ser o próximo capítulo.

Bem, espero que tenham gostado! A música, ignorem a letra. Eu achei que o ritmo e a melodia combinaram mas a letra, blé, não. A tradução tá aqui, quem tiver curiosidade ===> http://www.vagalume.com.br/katy-perry/unconditionally-traducao.html

Beijos, e até mais!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Barreiras" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.