Barreiras escrita por Lizzie C Jackson


Capítulo 5
Hanna - Secrets Away


Notas iniciais do capítulo

Oi gente...
Sabe, eu estou ficando bem desanimada com essa fic. Ninguém está comentando, ela não dá nenhum tipo de retorno. Não vou dizer que vou parar de postar, mas bem que eu quero.

A tradução é: Segredos Longe

Narração da Hanna sozinha, uhul.



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https://www.youtube.com/watch?v=qHm9MG9xw1o ===> Secrets, One Republic

Estava meio complicado distrair Leo. Eu, Piper e Jason fazíamos de tudo para que ele não pensasse nela, mas sempre o pegávamos com o olhar distante e expressão melancólica. Outubro se foi e Novembro chegou, fazendo ele se animar um pouco com a proximidade do Natal e, de qualquer forma, um mês ajuda bastante um coração partido.

Pra meu alívio, aquela sensação de que eu gostava dele estava cada vez menor. Eu podia botar a culpa na carência da minha TPM e tudo ficaria bem. Leo vivia me tratando como uma irmãzinha, o que me irritava muito, mas ao mesmo tempo eu me sentia segura. Ele me lembrava muito o Marcus. Uma parte minha dizia para me afastar, me dizia que ele iria me magoar, assim como André havia feito comigo, mas era uma parte tão ínfima que era fácil ignorá-la.

No meio do mês, estávamos no quarto privativo dele, conversando e pensando em novos projetos (aliás, agora Helena, do chalé de Hécate, iria fazer as runas mágicas do disco de controle). Claro que eu havia ficado vermelha como uma pimenta quando ele me chamou, pensando em que os outros iriam comentar, mas simplesmente bani esses pensamentos. Claro que não antes dele fazer uma piada sobre isso.

—Espere, sua mãe se chamava Esperanza? — o interrompi num meio de uma frase.

—Sim, por quê? — ele indagou, confuso — Algum problema?

—Não, é só que... Ela iria vender o protótipo pra uma empresa, certo?

—Sim

—Era uma empresa internacional? Tipo, de um, hã... País da América do Sul? — perguntei, nervosa.

—Não sei, acho que sim... Espera, como você sabe disso? — ele se levantou da cama com um salto e me encarou. Da poltrona, dei de ombros. Ele arqueou as sobrancelhas.

—Hum... Meu pai tem uma empresa de... Mecânica, acho que posso chamar assim. Ele apoia, patrocina, os inventores emergentes, acho... Bom, uns anos atrás, ele estava pra comprar um projeto de uma mulher do Texas, quando eles perderam o contato. Nunca soubemos o que havia acontecido. — contei meio nervosa — Essa moça... Tinha um filho de 8 anos.

Leo estava boquiaberto e muito agitado. Ele não conseguia manter as mão paradas, as passava pelo cabelo, batia nos bolsos da calça, tirava um fiapo da camisa. Seus olhos correram pela bagunça do quarto e finalmente se fixaram nos meus.

—Olha, é meio louco, mas... Eu acho que é possível. Bem, eles eram muito próximos, amigos? Eu lembro que o dono da empresa tinha uma filha mais nova que eu. Minha mãe costumava brincar que iríamos nos casar quando crescêssemos. — ele corou, mas riu. Minha vez de me levantar num salto.

—Isso não pode ser coincidência! Meu pai brincava disso o tempo todo! E Marcus vivia falando que “iria encher o cunhado de porrada”. — imitei, falhamente, o tom de sua voz — Deuses, que engraçado! Já nos conhecíamos! — ri.

—Olha, se tem uma coisa que aprendi nesse tempo como semideus é: não existem coincidências. É estranho falar isso, mas acho que as Parcas queriam que nos conhecêssemos! — ele estava animado.

—Sim, é uma possibilidade, mas por quê? — indaguei, também animada e já montando teorias na mente.

—Bom, não sei, talvez você precise que eu conserte alguma coisa...? — ele parou ao perceber minha expressão. Eu estava me lembrando de um episódio que havia acontecido alguns dias atrás.

Eu estava treinando na Arena. Já havia chegado no nível dos meus primos filhos de Nêmesis, e estava muito contente com meu progresso. No meio de uma luta, parei de sentir minhas pernas e cai (de bunda) no chão. Aquilo não era exatamente comum, mas já havia acontecido algumas vezes. Não me desesperei (mas estava um pouco assustada) e, apesar dos protestos dos outros campistas, não chamei nenhum curandeiro de Apolo e nem descansei. Depois de alguns minutos, recuperei a sensibilidade com um formigamento nos membros e sai andando normalmente.

—Parabéns, Leo. Finalmente você vai saber de onde eu vim. — levantei meus olhos para os seus e encontrei um olhar faiscante.

***

—Sou brasileira. — falei simplesmente e ele saiu pulando da cama, onde antes ele estava sentado de frente pra mim, como havia pedido. Ele gritava coisas do tipo “Eu sabia! Eu sabia!” e algo sobre os meus olhos. Suspirei. — Cara, para com isso. Os americanos odeiam o Brasil.

—Podem ser os americanos normais, mas aqui no Acampamento não tem isso, garanto. Existem várias pessoas de outros países, inclusive do Brasil... — o fuzilei com os olhos — Tá bom, mocinha, mas falaremos disso mais tarde.

Mãe, dê-me paciência... Enfim, acontece que eu nasci paraplégica, o que é estranho, já que os filhos de Atena nascem de seus pensamentos... Mas aconteceu; eu não tinha os movimentos das pernas.

—Espere, nascem dos pensamentos dela? Você tem umbigo? E como pode andar agora? — ele disparou e bufei.

—Sim, eu tenho umbigo! Caramba! Todo mundo pergunta isso... — resmunguei — E já estou chegando lá, está bem? Acontece que seu pai, Hefesto, é patrono da minha família. Então, quando ficou sabendo do meu problema, veio me visitar... Não me interrompa! Ele, meu pai e minha mãe ficaram discutindo por horas, então concordaram que quando eu chegasse numa idade mais avançada, passaria por uma cirurgia e Hefesto iria colocar em mim um tipo de prótese de sua autoria... Algo pra ligar meus nervos. Só que como é um protótipo, ainda tem algumas falhas. Ele meio que desliga de vez em quando. — finalmente parei de falar.

—Primeiro, como assim patrono da sua família? Segundo, como você sabe de tudo isso? Terceiro, com que idade fez a cirurgia? — Leo perguntou enumerando nos dedos.

—Bem, existem as bênçãos, certo? Elas são temporárias, mas quando se tem um patrono, é como uma bênção mais longa e um pouco mais fraca. Eu não tenho, aparece só em algumas gerações. Parece que recebemos isso por causa de um ancestral que ajudou seu pai... E Marcus me contou há poucos anos. Ele sempre soube que eu era semideusa. — dei de ombros. — Foi quando tinha cinco anos, então me lembro bem de como é não ter pernas... É um alívio ter movimentos. Fico meio assustada quando a prótese simplesmente desliga. Caso esteja se perguntando, foram filhos de Apolo que fizeram o procedimento.

—Isso é tão... Uau! Digo, nem tenho palavras... — ele tinha fogo no nariz e contia um sorriso. Soprei e o fogo apagou, mas ele nem percebeu. — Onde fica a prótese?

Me virei de costas e levantei um pouco a barra da blusa, mostrando a pequena cicatriz que ficava na base da minha coluna. Senti Leo colocar alguns dedos no local e um formigamento subiu pela minha coluna.

—É muito engenhoso. — senti a surpresa em sua voz — Parece um tipo de vértebra de um metal que eu não conheço, com filamentos de liga de cobre e bronze celestial que se ligam às outras vértebras e a alguns nervos, que parecem avariados.

—Que demais — sussurrei — não sabia que era assim.

Leo afastou a mão.

—Bem, agora só falta descobrir quem te magoou e saberei de todos os seus segredos — ele riu.

—Não força... — fiz uma careta, mas não estava muito incomodada. Já havia tempos que ele sabia que alguém partira meu coração, ele só não sabia quem (André) ou o porquê. — Eu te conto, mas é uma história chata e mais longa do que essa.

—Certo. Não vou forçar. — ele colocou a mão no meu cabelo e desprendeu o meu rabo de cavalo alto. — Eu adoro seu cabelo, sabia? Até hoje não sei qual cor é! Agora, por exemplo, parece um louro-mel, mas cada dia está diferente! — ele corou, quando percebeu o que tinha dito. Dei uma gargalhada.

—Leo Valdez, você é um verdadeiro fanfarrão! — ele riu comigo, mas acabou caindo numa onda de melancolia. Me repreendi mental e furiosamente. Era o tipo de coisa que Calypso diria. — Anda, bad boy. Vamos subir antes que Quíron nos puxe pelo pescoço.

Ele assentiu e puxou a alavanca. Subimos devagar e paramos com um estalo na área principal do chalé.

—Estou indo pra aula de Grego Antigo. Quer vir? — o convidei, levantando e saindo. Ele assentiu e pegou na minha mão, me acompanhando.

—Você sabe ­— ele começou — que eu vou ficar umas cinco mil vezes mais protetor agora, não sabe? — sorri.

—Vou correr o risco. — nos dois sorrimos e começamos a correr em direção à Casa Grande. — Acho meio impossível, pelo passa-fora que você deu no Jake quando mal nos conhecíamos.

—Ele estava sendo um idiota! — se justificou.

—Eu sei — afirmei — estou agradecendo. Obrigada por me proteger.

—Sem problemas, Corrêa. — ele exibia uma expressão suave. — Sempre que precisar.

Na mesma hora me emocionei. Como eu amava aquele garoto.


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Notas finais do capítulo

Comentem. Só isso. Comentem, por favor.

Tradução ======> http://www.vagalume.com.br/onerepublic/secrets-traducao.html

Até semana que vem.



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