Heimkehr escrita por Rocker


Capítulo 7
Capítulo 6 – Alcançando


Notas iniciais do capítulo

MDS, eu sabia que tinha alguma coisa errada! Oo Sinto MUITO por não ter postado antes, mas os últimos meses têm sido uma loucura. Depois do Enem pensei que teria certo tempo de descanso, mas NÃO, os professores inventaram de passar os trabalhos em sala pra prender a gente lá. Mesmo que eu tenha passado e possa me formar, sempre tem aquela voz na consciência que diz que eu seria muito filha da puta se faltasse a isso?! Então, é isso que tá acontecendo. E eu comecei outros projetos, to tentando criar coragem pra continuar a escrever o tal livro que agora to pensando que ta muito infantil... Enfim! Depois da formatura eu juro que vou fazer o máximo pra acalmar os ânimos e dar a devida atenção a essa fic. Não pretendo que ela fique gigante igual Ribelle Amato, mas quero ela bem melhor na escrita, por isso não to com pressa. São poucos que me acompanham aqui, por isso merecem meu melhor, e eu já apaixonei muito com essa fic. Então espero que gostem das futuras surpresas que vem nos próximos capítulos ;)



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Capítulo 6 – Alcançando

Minha boca estava seca e já havíamos acabado com boa parte da água alguns dias depois. Andamos por exatos três dias. Durante o dia, usava a manta sobre meus ombros e minha cabeça, para evitar a radiação direta e as queimaduras de sol. Fora até que uma boa ideia. À noite, eu dormia encolhida embaixo da manta para afugentar o frio noturno do deserto do Arizona. A fogueira era acesa próxima ao anoitecer apenas para nos aquecidas mais alguns minutos, mas eu logo a apagava e soterrava antes de dormir. Era bom evitar sermos percebidas.

Apesar de água estar quente, ela mantinha-me hidratada. Não tomava goles grandes, somente pequenos aqui e ali. Era uma economia necessária, e fora isso que nos manteve vivas na travessia do deserto. Por ali a estrada era mais longa do que indo por Tucson, mas não podíamos nos demorar demais e nem tínhamos um veículo mais para nos levar. Eu sabia que Lua não tinha uma Buscadora destinada a ela pela maneira como ela lidou com a situação ao acordar, mas todo cuidado era pouco. Não seria bom ser encontrada. Lua sempre mantinha-se falando em minha mente, aproveitando o fato de que isso não gastaria energias minhas. Então ela usava as delas para me mandar flashes de memórias com Jamie que ela já teve acesso, para me motivar a continuar em frente sempre que meu corpo pensava em desistir. Dávamos forças uma à outra para sempre seguir em frente. Nunca esse caminho pareceu tanto uma tortura.

No fim do terceiro dia, eu alcancei a entrada para as cavernas que serviam como garagem.

~*~

O que faremos agora?, perguntou Lua, parecendo preocupada.

Esperar um pouco, precisamos descansar um pouco, respondi-a. Quero entrar de uma vez, mas merecemos um descanso.

Senti que ela concordava comigo, então nada disse. Andei por aquele ambiente grande e familiar, que fizera parte de boa parte da minha permanência ali. Virando a leste, próximo à porta, encontrei o que trouxera lembranças para mim não muitos dias atrás. Tirando o pano que o cobria, o Volvo preto parecia brilhar. Ou limparam não tinha muitos dias, ou aquele pano estivera ali há semanas, desde que fui capturada. Não era meu carro, mas era o carro que eu usava para apostar rachas com Jamie. Pensar nele fazia meu coração se apertar e pesar. Olhei em volta, localizando rapidamente o Volvo prateado que Jamie usava, escondido embaixo de outro pano. No entanto, não fora o Volvo que chamara minha atenção – fora o espaço vazio ao lado dele que geralmente era ocupado pelo furgão.

Eles saíram em incursão!, minha mente apitava um aviso em luzes neon, e Lua pareceu se assustar.

Incursão?! Ela perguntou, pouco apavorada por não conhecer essa palavra. O que é incursão?!

É quando um grupo sai para roubar suprimentos, expliquei rapidamente, andando até a entrada da caverna e observando o horizonte ao longe. Não tenho a menor ideia de quando mandaram um grupo em incursão depois que eu e Jamie fracassamos.

Eu também começava a me desesperar.

O que isso quer dizer?, Lua perguntou, já prevendo o que estava por vir.

— Quer dizer que eles podem voltar a qualquer momento. – respondi em voz alta, liberando meus anseios.

E, como se o universo estivesse realmente prevendo alguma besteira ou até mesmo querendo brincar com nosso destino, o furgão surgiu na minha linha de visão. Saí rapidamente da entrada, olhando ao redor em desespero e procurando um jeito de me esconder.

Rápido, Mely!, apressou-me Lua, tão nervosa quanto eu.

Lembrei-me que de vez em quando eu e Jamie vínhamos fugir do mundo aqui. Era um local secreto que encontramos, e mantivemos como nosso esconderijo. Fui diretamente para lá – dois passos depois do Volvo prateado, no canto de extremo oeste, havia um buraco escuro. Quase ninguém reparava nele, mas era como se levasse para uma pequena cela, grande o suficiente para duas pessoas deitarem e se sentarem eretas. Ótima também para se esconder na escuridão. E foi o que fiz enquanto o furgão estacionava em seu lugar do outro lado do Volvo.

Fique quieta, por favor, pediu Lua, e eu mais do que depressa acatei.

Prendi a respiração enquanto Jared, Melanie, Peg, Ian e Brandt saíam do veículo e o descarregavam. Ver meu irmão, mesmo que de relance, deu um aperto no meu coração de um jeito que jamais imaginei. Queria me jogar em seus braços e chorar feito uma criancinha, mas todos ali pensavam que eu estava morta. Se eu tivesse sido apenas capturada, eu sabia que eles iriam atrás de mim para tirar a Alma que fosse que estivesse em mim. Mas eu havia levado um tiro, um tiro no abdômen. Por mais que os medicamentos das Almas fossem muito mais avançados, uma bala ainda era uma bala. As esperanças deles caíram a zero por cento no momento em que fiz Jamie voltar sem mim.

Então não, eu precisava de um plano melhor e não poderia deixar simplesmente que a adrenalina que dominava meu corpo naquele momento dominasse também a minha mente. Era crucial que eu mantivesse o controle sobre meu emocional o suficiente para bolar algum plano de aproximação.

Você não disse que aquela Alma, Peg, poderia ajudar?!, perguntou Lua, e com uma análise rápida de seus pensamentos, percebi rapidamente qual era o plano de improviso dela.

Será que ela nos ajuda?, perguntei, mais para mim mesma do que para Lua.

Você disse que ela era boa, disse Lua. E eu sabia que ela estava certa.

Peg é aquela garota loira e meio baixinha, indiquei.

Lua não disse nada, apenas ficou observando enquanto eles conversavam e levavam as coisas para dentro. Não era muita coisa, e eu percebi que eles haviam saído apenas para não faltar no depósito. Enquanto as garotas descarregavam, os garotos levavam para dentro, até que sobraram apenas Peg, Melanie e duas sacolas leves para elas carregarem. Enquanto os homens faziam certa algazarra, eu não conseguia captar nenhuma frase solta, mas agora a caverna estava silenciosa e as duas pareciam abatidas.

— Será que Jamie está bem? – perguntou Peg, e meu coração deu uma mortal em meu peito.

Meus ouvidos ficaram mais atentos e a presença de Lua em minha mente parecia ter se afastado minimamente para me dar mais concentração.

— Eu não sei, mas estou preocupada. – respondeu Melanie, e fiquei agitada. – Ele quase não dorme, quase não come. E isso já tem três semanas. Quase um mês!

Silêncio.

— Eu ainda tenho esperanças de que ela não esteja morta. – murmurou Peg, e um sorriso se abriu em meus lábios.

— Desista, Peg, Melody está morta. – disse Melanie, com tanta firmeza que quase desmaiei com a intensidade das emoções em sua voz, que esforçava-se para sair fria. – Ninguém sobrevive a um tiro daqueles. E acha mesmo que se ela estivesse viva, nós não teríamos ido atrás dela?! Acha mesmo que eu deixaria nosso irmãozinho sofrendo como está?!

Uma raiva cresceu dentro de mim, pelo modo como Melanie falara com Peg. Mas eu sabia que não era culpa dela. Mas eu tive que me refrear a tempo de não me levantar e zangar com ela, como eu geralmente fazia toda vez que alguém excedia o tom com minha amiga e cunhada. Não importa quem fosse. Consegui me controlar, mas minha perna, porém, fez barulho no chão de areia quando a movi levemente. Pedrinhas pequenas e insignificantes rolaram. Para uma caverna grande e silenciosa, porém, fora como o barulho do tiro de um canhão.

Droga, praguejou Lua, e eu teria rido se fosse em qualquer outra ocasião. Se não falar nada, elas talvez nem percebam, ela completou, na vã esperança que não fôssemos percebidas.

Como eu disse, vã.

— Ouviu isso? – perguntou Peg, assustada.

— Quem está aí?! – perguntou Melanie rudemente, enquanto entrava de modo protetor na frente de Peg e se virava para a direção de onde viera o barulho. Ou seja, nós.

Agora já era, disse a Lua em derrota, enquanto me levantava de meu esconderijo.

Assim que me viram, Peg e Melanie ficaram brancas e arregalaram os olhos de um modo que eu julgaria quase impossível. Soltei uma risadinha – mesmo nessa situação, eu jamais deixaria de caçoar com elas.

— O que foi meninas?! – perguntei num tom cínico e sarcástico, mas também feliz por vê-las. – Parece até que viram um fantasma!

 

 


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