Scorose - Sorte no jogo azar no amor escrita por Pudim de Menta


Capítulo 5
Sonhos sufocado


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura



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Já haviam se passado uns dias, aos poucos Cameron ia sumindo de forma vagarosa dos meus pensamentos, o meu quarto estava escuro e eu dormia de forma profunda.

O toque do meu celular ecoou de modo alto por todo o quarto, eu acordei e atendi o celular e no visor eu vi. Cinco horas da manhã.

─Alo─ minha voz estava embargada pelo sono.

─Ta dormindo ainda? ─Reconheci a voz de Dominique. ─Tem casamento hoje!

─O casamento e as dezessete, daqui doze horas. ─Objetei e estava fechando os olhos novamente.

─Mas a gente que se arrumar, uma por uma, ver se está tudo certo. ─Dominique falava de modo rápido e quase incompreensível. ─Pega seu vestido e se arruma logo, já vou passar ai.

─Não se preocupa, eu vou com meu carro. ─falei. ─Para onde devo ir?

─A toca. ─Gelei quando Dominique disse aquilo.

─OK. ─Tentei mostrar uma inexistente indiferença na voz.

Ela desligou, e fui me aprontar, tomei um banho bem rápido, optei por jeans e uma blusa comum, peguei o vestido e minha câmera.

Sai do apartamento, fui direto ao elevador, desci até o subsolo, logo eu estava no carro dirigindo para toca, eram pelo menos duas horas de viagem.

●●

Quando avistei a enorme casa dos meu avós, porém simples, os raios solares já iluminavam toda a grama bela e verde, faziam as janelas vitrais brilharem e deixavam a casa mais branca, a cem metros dos portões, freei o carro e fiquei ali parada, apertando de modo firme o volante.

Uma lagrima quente e solitária escorregou pela minha bochecha, tive péssimas lembranças naquele local. Poucas foram boas.

Sufoquei a dor e continuei a dirigir, quando estacionei o carro vovô Arthur estava na sua velha cadeira balanço, tinha um aspecto debilitado e de doença, ele tinha quase cem anos. Ali observando o horizonte, eu sabia que ele estava pensando em Molly, eu o abracei e ele permaneceu em silencio, eu também optei pelo silencio.

Adentrei a casa, o velho perfume floral da vovó, que eu sempre detestei, não impregnava mais o local, mas agora eu sentia falta, as flores nos peitoris da janela e o aroma culinário desapareceram.

Tio Carlinhos, o único tio solteiro, se mudara para toca, depois da morte da mãe, para cuidar do pai.

Dois carros logo em seguida estacionaram, em um deles desceram, minha mãe, simplesmente ignorei a cena, dela ali sorrindo, logo depois, Tia Angelina, Fleur, Gina, prima Victorie, com sua pequena filha, do outro carro, surgiram Dominique, Lucy, Molly II, Lucy.

A casa se encheu de histeria, Dominique falou algo sobre logo dois cabelereiros e três maquiadores chegarem.

Dez minutos depois, chegou dois homens, e três mulheres, ia demorar. Elas começaram a conversar, disse que eu queria ser a última a se arrumar, que eu ia dormir, no quarto de hospedes.

Me dirigi para lá, e abri a porta e me joguei, acabei por me recordar tudo que passei na toca e comecei a chorar, lagrimas se dissolveram nos lençóis, em meio a soluços baixos, adormeci.

Eu tinha cinco anos e Hugo três, estávamos na Toca, passando o natal lá.

James,Alvo,Roxanne,Fredd II,estavam reunidos no quintal, sentados num semicírculo, e aproximei e sentei.

─Ninguém lhe chamou cabelo de fogo! ─James provocou. ─ Aqui não é seu lugar.

Fred II desatou a gargalhar, Alvo permaneceu indiferente, Roxanne disfarçou um sorriso de desculpa, sai dali, correndo, e me sentido desprezada.

Entrei na casa, nos sofás da sala, o homens discutiam, puxei o braço o do meu pai.

─Brinque comigo, vamos jogar futebol. ─Eu sorri esperançosa.

─Agora não, papai está conversando. ─Ele respondia e retornava a sua conversa, eu corri para a cozinha, minha mãe estava sentada em uma cadeira com o Hugo.

─Mamãe, brinca comigo, podemos jogar futebol, correr... ─Falei, mas fui interrompida.

─Não dá, tenho que cuidar do Hugo. ─Ela respondeu e voltou a atenção ao meu irmão.Me dirigi em direção a Fleur e puxei a barra da camisa dela.

─Quando Dominique volta? ─Perguntei.

─Rose, já te disse. ─Fleur tinha a voz doce. ─Todos os feriados Dominique vai ver as primas Delacour, tia Gabriela.

Todos os anos era expulsa do grupinho de James, meu pai dava suas breves respostas, minha mãe, também, com os anos não tentei mais.

O local mudou, agora eu estava na casa de Dominique.Eu tinha doze anos já

─Você não pode passar esse ano aqui? ─Implorei.

─Não dá. ─Ela respondeu. ─Sei que fica sozinha na Toca, tente falar, com Molly, com Lucy, Victorie, Lily.

─Ok! ─Respondi baixando meu tom de voz.

●●

O natal chegou, subi direto para o antigo quarto de tia Gina, era lá onde as meninas ficavam, abri a porta de forma lenta.

─Posso entrar? ─Perguntei.

─Sim. ─Lucy respondeu, Victorie ficou entretida no celular, Molly e Lily me olharam feio.

─Não! ─ Respondeu Molly.

─Exatamente, aqui é só para garotas legais. ─Lily respondeu e bateu a porta na cara e depois escutei o leve estralar do trinco.

Corri para uma casa na arvore, que ficava pousada próximo a residência, subi lá e fiquei em silêncio, até James aparecer.

─Cai fora, isso não lhe pertence! ─Ele berrou.

─Sim me pertence, isso é do meu pai também. ─Falei de modo frio. ─Se toca cabelo de fogo, ninguém gosta de você.

Sai da casa na arvore, pulei da escada e Fred II me encarava e começou a gargalhar, acertei um soco bem na cara dele.

─Vou contar para meu pai! ─Fred II berrou.

─Lindo, um garoto de quinze anos correndo para o colo do papai. ─Ralhei.

─Você não fazia isso quando ninguém queria ficar perto de você... ─Zombou James.

─Eu tinha cinco, anos e percebi que não preciso de vocês, nossa única ligação são laços sanguíneos.

─Um dia você precisara da gente, mas nunca nós precisaremos de você! ─James e o primo ruivo berraram em uníssono.

Sai pisando duro, até a cozinha, Vovó Molly me fazia companhia, quando eu tinha dezessete anos ela faleceu. Nunca mais pisei na toca, eu tenho vinte e sete, dez anos sem ir lá.

Nos natais ninguém nunca ligou, ninguém nunca quis saber de mim, nas fotos de família eu não aparecia, era como se escondesse minha existência, como dezessete era meu último ano na escola, comecei a fazer baderna, mas sempre mantendo as notas altas, Dominique começou a passar mais tempo com Cameron, arrumei as companhias erradas, mas larguei disso.

Acordei do meu sonho sobressaltada, aquilo foi vivido, até por que eram minhas lembranças, ouvi um toc-toc insistente na porta, murmurei um entra.


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Notas finais do capítulo

Bom eu sumi legal,né,desculpem,mas vou sumir pelo menos até o dia 07,OK
Comentem,favoritem,recomendem (se não for pedir demais)
beijos