P.O.V Andy

Acordei com o sol batendo no meu rosto. Supus que era quase meio-dia...devo me lembrar de construir um relógio. Me levantei e fui dar uma explorada na caverna. Ela tem um bom tamanho, ótima para um refúgio!

Minha barriga começou a roncar. Desescalei(N/A: E isso existe?)a mini montanha e fui dar uma explorada aos arredores. Vi que cada vez mais eu tinha fome, então andei um pouco até encontrar um monte de porquinhos. Eles eram tão fofos e tinham um filhotinho, não dá pra matar.

–Hmm, vou chamar você de Bacon!-Decidi olhando para o filhotinho. Eu sei que não se deve chamar um porco assim, mas fazer o que?-Vou buscar uma cenoura para você. Não saia daqui!

Fui até a vilazinha que tinha aqui perto, até que notei que estava completamente deserta! Fui de casa em casa, mas não encontrei nada. Até que visitei a maior casa e notei que tinha apenas uma crafting table e algumas cenouras e batatas.

Levei tudo o que tinha e fui para "casa". Posicionei a crafting table em um lugar adequado e comi as batatas.

Ai, esqueci de ir ver o Bacon!

Saí de casa novamente com cenouras na mão, quando comecei a ouvir um chiado, que vinha lá da floresta. Me aproximei mais um pouco até que vi os mesmos zumbis de ontem querendo atacar um pobre creeper que estava se afastando cada vez mais, parecendo que iria explodir.

–Bem, como não tivemos sorte com a Enderman de ontem, pelo menos achamos esse creeperzinho fracote.

–Eu não sssou fracote!-exclamou ele tentando se defender.

–Cala a boca garoto, ninguém falou com você!-retrucou o líder dando um tapa nele que deixou vermelho. Não sei por que, mas aquilo me deu uma raiva...

–Ssssssss...-ele parecia que ia explodir daqui a pouco, já que estava começando a inflar.

–Olha só, vai explodir. Acho bom acabar logo com ele.-falou o subordinado puxando uma espada de ferro, algo que me surpreendeu, já que nenhum outro mob a não ser esqueletos, usavam armas.

Eu não me controlei e me teletransportei para frente deles falando com uma voz ameaçadora:

–Se ousarem tocar um dedo nele, irei terminar o que comecei ontem...

Eles se assustaram e tentaram me atacar. Puxei a espada de dima e comecei a atacar. Matei um, já o líder me deu um corte de espada que me ardeu, então eu cravei a espada no peito dele que morreu na hora com o rosto assustado.

Tirei a espada dele, arfando, me virei e vi que o creeper estava prestes a explodir, de tão inchado que estava e o barulho era cada vez mais alto:

–SSSSSSSSS...

Comecei a entrar em pânico. Como acalma um creeper que está prestes a explodir?!

–Shh, shh, calma, já passou!-tentava de tudo, quando me ajoelhei ele ficou ainda mais inchado, e notei que seus olhos estavam marejados. Fiz algo que foi simplesmente inesperado: lhe dei um abraço bem forte, sem medo do que iria acontecer, só sei que ele precisava.

–SSSSSsssss...sssssss...sss...-ele foi se acalmando e desinchando ao poucos, até que ele retribuiu o abraço e começou a chorar e soluçar.

–Shh...vai ficar tudo bem...vai ficar tudo bem...-Não me importei com as lágrimas que pingavam nas minhas roupas e queimavam o meu pescoço, já que ele tinha seus rosto enterrado no próprio. Me apoiei na árvore e coloquei ele deitado em cima de mim, e deixei ele chorar até se acalmar. Vocês devem estar pensando: por que está o ajudando? Eu já passei o que ele passou, já fui ameaçada por mob's antes e não tinha ninguém comigo para me ajudar. Não quero que ele sofra o mesmo que eu sofri.

Mais tarde ele ficou quieto no meu colo e percebi que ele adormeceu. Ele era apenas uma cabeça menor que eu e chuto que ele deve ter 15 anos. Sequei suas lágrimas com as costas da minha mão sem me incomodar com a ardência, peguei ele no colo, colocando suas pernas trançadas no meu tronco e o levei para vilazinha.

Fui até a maior casa e coloquei ele na cama que tinha lá. O arrumei, o cobri e dei um beijo na testa dele e fui ver o Bacon. Alimentei ele, então parece que vi uns coraçõezinhos saindo dele, até que ele começou a me seguir.

Fui até minha caverna, mas ele ainda me seguia.

–Parece que esse é seu novo lar- falei sorrindo. Depois disso, ele se acomodou em um canto perto do Gary, e depois ele dormiu.

Já estava ficando tarde, então fui até a floresta coletar madeira para fazer uma "entrada" para caverna. Cortei duas árvores e voltei pra casa. Processei as madeiras, construí uma porta e botei madeiras em volta para cobrir a entrada. Com o que restou, fiz umas escadinhas para ser mais fácil descer e subir a montanha. Adormeci bem rápido, já que estava cansada.

De manhãzinha ouvi alguém bater na porta. Eu estranhei, botei a espada na cintura e abri a porta.

Me surpreendi no que meus olhos viram:

O creeper que ajudei estava na porta da minha casa segurando, o que parecia, um presente!

–Oh...ola...! Está melhor?

–Sssim. Queria agradecer por ter me ajudado ontem com os zumbisss.

O convidei para entrar e ele agradeceu, logo depois me deu o tal do "presente".

Antes de perguntar o que era isso, não resisti e perguntei:

–O que um garotinho como você fazia na floresta?

Ele se emburrou e logo depois respondeu:

–Garotinho? Tenho 18 anosss!

O que? Ele é uns cinquenta centímetros mais baixo que eu, com cara de quinze, e é mais velho que eu?!

–Por que a sssurpresssa?-perguntou tentando esconder o riso.

–É que você é um ano mais velho que eu e é mais baixo que eu!

Ele começou a rir, e a risada dele era mais ou menos assim: shishishishishi. Ele era muito fofo!

–Esta bem, está bem...-falei rindo um pouco- o que é isso?

–Ah, é um livro que ganhei de aniversssssário, que vem com uma bomba que explode ssse você errar a sssenha! Desssenhei um coração para parecer de menina! É um presssente de agradecimento!

Gente, que fofura! Ele fala de um modo tão simples com um sorriso no rosto que me fez me encolher um pouco no cachecol.

–Eu agradeço muito, mas, o que você fazia na floresta sozinho?

Ele desmanchou o sorriso na hora, e ficou com um olhar triste, até que me contou tudo com um olhar distante:

–Essstava no Reino da Pólvora, todosss essstavam felizesss, quando um grupo de humanosss apareceram. Elesss começaram a atacar toda vila, e meu pai me mandou correr e me esssconder na floresssta, eu fiz o que ele mandou, masss quando olhei para trásss, ele essstava lutando, até que tudo ficou embasssado e dissstante. Dei a sssorte de achar uma clareira, masss o azar de me deparar com aquelesss zombiesss.

Eu apenas escutava aquilo com a mão na boca. Era tudo simplesmente horrível. É por isso que eu simplesmente odeio os humanos! Eles chegam e tomam tudo o que é de vocês, achando que tem direito só porque se acham superiores!

–Que mob você é?-ele me perguntou quando ia falar uma coisa.

Droga...não posso mentir pra ele, ou posso? Ele foi o único mob que até agora não sentiu medo de mim.

–Sou...da raças dos Endermans. Sou a última Enderman/Enderwoman da espécie.

Ele apenas me encarava sem falas. quando eu ia me levantar, ele me abraçou e sussurrou:

–Me desssculpe...

Não sou acostumada a ouvir desculpas. Apenas o abraçei.

–Você não tem culpa de nada...

–Mas eu sssei o que meupovo fez contra o ssseu, ainda sssinto muito pelo o que aconteceu.

Comecei a chorar por conta das minhas antigas lembranças. Erámos todos bem felizes no The End...por que isso foi acontecer?

–Não sssabia que Endermansss choravam- falou enxugando as minhas lágrimas.

Eu simplesmente não aguentei e perguntei:

–Quer ser meu amigo?-estiquei a minha mão.

Ele se assustou no começo, e logo depois falou animado:

–Quero!-então selamos as mãos. Ele foi apenas pegar o lençol, o travesseiro e o baú que tinha na casa e voltou.

Anoiteceu bem rápido. Ele já estava a dormir, assim, pude reparar melhor nele: Tinha cabelos curtos com uma franja que ficava no meio dos seus olhos laranjas, que eram quase da mesma cor do cabelo, que o próprio era um pouco mais loiro. Usava uma jaqueta verde que tinha um gorro que simbolizava os creepers. Usava um shorts da mesma cor da jaqueta, tinha meias compridas que eram da mesma cor dos tênis: verdes!

Ele era bem bonitinho e bem fofo também, e dormia de uma maneira engraçada.

Estou super feliz, já que ele é o meu primeiro amigo em anos. Adormeci deitada com o Gary e sussurrei pra mim mesmo:

Boa noite...meu amigo!