Capitulo 2 — Alvo Potter

— Alvo! Acorda!

Acordo com um travesseiro batendo contra meu rosto com força. Em seguida, puxam meu cobertor com tudo e logo depois, sou empurrado para fora da cama.

Atordoado, abro os olhos e encontro as figuras altas e esguias de James e Fred, rindo feito uns idiotas. Fred é alto, pálido, ruivo como a maioria da família e possui olhos azuis. Ele e sua irmã, Roxanne são extremamente diferentes, já que a irmã possui a pele morena, olhos e cabelo castanhos. Já meu irmão, James, possui os cabelos negros e bagunçados de um Potter, e olhos azuis.

Dizem que Fred é idêntico ao irmão de seu pai, nosso tio também Fred, que morreu na batalha de Hogwarts a maia de vinte anos, tanto em aparência, quanto em comportamento. E dizem que James herdou tudo do nosso avo, James Potter.

Os dois estão constantemente andando juntos, fazendo pegadinhas contra tudo e todos.

E a vítima favorita dos dois? Isso mesmo, eu.

— Mas que droga foi essa! — Me levanto, um pouco atordoado. — Por Merlim, que horas são?

— São quase nove horas. — Fred me informa.

— E por que os dois idiotas me acordaram tão cedo? — Pego o travesseiro que, antes foi usado para me atacar e jogo em direção aos dois. O travesseiro acerta meu irmão mais velho, enquanto Fred aparata e aparece logo atrás de mim, me enrolando com o cobertor, para depois me empurrar.

— Calma, nervosinho. — Ele diz entre risos. — Viemos te acordar, porque vamos jogar uma partida de quadribol, e precisamos de mais um jogador.

— Não te chamaríamos. — James novamente me bate com o travesseiro. — Mas a Rosie não chegou ainda, então, estamos com o time desfalcado.

— Quer parar com isso? — Me levanto e avanço em direção ao meu irmão, justamente na hora em que meu pai passa pelo corredor.

— Meninos, parem com essa bagunça! — Ele ordena, então eu e James nos soltamos, mas ele e Fred não param de rir.

— Desculpe, tio Harry, só estamos acordando o Al.

Ele nos lança um olhar desconfiado, mas então apenas assente e continua andando. Assim que ele sai, Fred e James me olham.

— Tem dez minutos para se trocar e comer alguma coisa. — Meu irmão diz, saindo do quarto com nosso primo logo atrás. — Não se atrase!

Os dois somem e me deixam sozinho no quarto que tenho que dividir com James aqui na casa de nossos avós. Vou ao banheiro e logo estou me trocando.

Apesar de ter que aguentar as brincadeiras de Fred e James não só na escola, mas durantes o verão, gosto dessa última semana se férias. A família toda reunida na Toca.É uma boa época.

Chego na cozinha, onde Roxanne e Lucy conversam animadamente. As duas, além de serem primas, são melhores amigas e estão sempre juntas, assim como eu e Rose.

— Bom dia, Al! — As duas me cumprimentam.

— Bom dia, Roxy, Lucy. — Pego uma rosquinha e começo a devora-la, sem ter me sentado direito ainda. — Vocês vão jogar?

— Eu sim. — Lucy responde, olhando para a prima. — A Roxy não quer.

Roxy revira os olhos escuros, que combinam com seu cabelo negre e sua pele morena.

—Eu não vou jogar com vocês. Primeiro, porque não sei jogar direito, e segundo, porque vocês levam as coisas muito a sério. Depois que o jogo começa, vocês se matam em cima das vassouras, e eu não estou a fim de começar o ano letivo toda estourada.

— Não exagera, Roxy. — Lucy revira os olhos azuis, se levantando. — Vamos indo lá fora, eles devem estar escolhendo os times.

— Você vem, Al? — Roxy me pergunta antes de sair.

— Diga que já estou saindo.

Ambas deixam a cozinha, enquanto eu termino meu café da manhã.

— Não coma tão rápido, querido. — Minha avó aparece, me dando um beijo.

— Preciso correr vó, vamos jogar quadribol.

Minha avó sorri, quando minha mãe entra na cozinha.

— Me lembro de quando seus tios e eu jogávamos antes das aulas. — Ela comenta. — Eles quase nunca me deixavam jogar, e quando deixavam, tinha de ser escondido, já que a senhora não deixava, não é mãe?

— Você era a única garota e seus irmãos eram brutos demais. — Minha avó se defende, como quem não liga para o assunto. — Mas se me lembro bem, você pegava as vassouras de seus irmãos escondida, apenas para jogar um pouco.

Minha mãe me olha, sorrindo.

— Bom, mas veja só. De todos eles, quem e tornou jogadora profissional?

Nós três rimos, então minha mãe passa a mão pelo meu cabelo, que era tão escuro quanto os de meu pai.

— Sabe quando a Rosie chega? — Inquiro para minha mãe, enquanto me levanto e me preparo para sair para o jardim.

— Acabei de falar com sua tia, e eles chegam para o almoço.

Aceno com a cabeça e corro para fora.

Assim que saio, vejo todos os meus primos reunidos no grande jardim da Toca.

Fred e James estavam importunando Molly, nossa prima mais velha, que mexia em seu cabelo ruivo e olhava com irritação para os dois. Teddy e Vicky, estavam como sempre, sentados juntos no gramado, rindo de alguma coisa, enquanto Teddy mudava a cor dos cabelos apara divertir a namorada. Roxy e Lucy estavam conversando com minha irmã, Lily, enquanto Louis estava sentado com os olhos fechados, segurando a bola que iriamos usar em jogo, avulso a todo o resto.

— Finalmente você chegou! — Dominique, que estava segurando sua fire bolt, diz com um leve tom irônico em sua voz, enquanto se aproxima de mim. — Achei que teríamos de começar sem você, Al.

Qualquer um se sentiria um pouco intimidado ao lado de Dominique. Ela é a única da família inteira que foi para a Sonserina. (Não que tenha algum problema nisso. Até aí, meu melhor amigo é um sonserino também). E por fora, ela é toda delicada e patricinha.

Mas Dominique é uma das primas mais legais que eu tenho, depois de Rosie. Ela age como uma irmã mais velha para nós dois. É brincalhona e sua paixão é o quadribol No jogo, a garota surpreende. Ela foi aceita no segundo ano na equipe, e no quarto ano, já era co-capitã. Desde o quinto ano ela é capitã e é a melhor artilheira em anos na história de Hogwarts. Detesto quando temos que jogar contra a sonserina, pois eles quase sempre ganham, por causa dela.

— Ei, Al. — Ela estala os dedos na minha frente. — Você vai ficar no meu time. Vamos, pegue uma vassoura, e vista isso. — Ela joga uma bandeira verde para mim. — Seremos eu, você, Teddy e Lucy contra Fred, meu irmão, James e Lily. Tudo bem?

— Claro. — Respondo, ainda tentando me localizar no jogo. — Quem vai ser o juiz?

— A Molly. — Teddy responde, se virando para a ruiva — Ei, Mol! Sua irmã está no meu time, então se for roubar, que seja para nós.

Molly devolve a brincadeira com um sorriso provocativo.

— Eu não roubo, Theodore. — Ao ouvir a provocação, o cabelo de Teddy fica vermelho, o que apenas faz minha prima rir. Teddy detesta que o chamem pelo nome completo, e meu pai diz que a mãe dele, que não chegamos a conhecer, tinha a mesma mania.

Ignorando os dois, Dominique olha para mim.

— Al, não deixe nenhuma bola passar, apostei alto com Fred e não quero perder. — Minha prima me oferece um sorriso divertido antes de olhar para o resto do nosso “time” — Bom, já que a Rosie não está aqui ainda...Teddy, você vai ser o artilheiro, eu fico de apanhadora, pode ser?

— Você quem manda, capitã.

— Não fale assim, me deixa sem graça; — Ela revira os olhos, gostando do tratamento do namorado de sua irmã. — E Lucy, bom, faça o que sabe fazer de melhor como batedora.

A mais nova concorda com a cabeça, animada.

— Já estão prontos? — Molly pergunta, chamando nossa atenção. — Não temos o dia todo!

— Estamos sim! — Dominique responde, olhando para Fred. — E vocês?

— Também estamos prontos, priminha.

Molly esboça um sorriso ao ver nossos primos.

— Então, vamos ver um jogo interessante.

(X)

O jogo durou quase uma hora, e terminou assim que Teddy pegou o pomo de ouro, antes que James pudesse faze-lo. Não deixei quase nenhuma bola passar, e Dominique pontuou o tempo todo.

— Bom jogo. — Ouço Fred dizer, meio que obrigado, para nossa prima, que sorria vitoriosa.

— Você foi um ótimo goleiro! — Teddy se aproxima, dando tapinhas em minhas costas.

— Valeu Teddy!

— Você deu sorte, isso sim. — James passa por nós, indo em direção a cozinha, irritado por ter perdido.

— Seu irmão continua sendo o mesmo mal perdedor de sempre, não é? — Teddy comenta, assim que Victorie se aproxima de nós, para parabenizar o namorado.

— Ei, pessoal! — A tia Angelina aparece na porta da cozinha, fazendo com que eu e meus primos olhássemos para ela. — Vamos almoçar logo!

— Ok mãe! — Fred e Roxy responderam juntos.

Pego minha vassoura e meu colete, me levantando para ir guardá-los, quando ouço um carro se aproximando.

Olho para trás e vejo que Rosie está chegando com sua família.

Não consigo deixar de abrir um sorriso, enquanto guardo minhas coisas rapidamente, correndo até a frente da casa. Assim que chegou lá, minha prima já saiu do carro, mas ainda não me viu.

— Rosie! — Me jogo em cima dela, abraçando-a, quando ela começa a rir. — E ai?

— Al! — Ela diz entre risos, retribuindo o abraço. — E ai, primo?

— Por Merlim! Parece que não se veem a décadas! — Meu tio Rony brinca, enquanto aperta minha mão. — Como vai, Alvo?

— Tudo bem, tio.

Retribuo o gesto, enquanto olho para meu primo Hugo, que acena rapidamente e corre em direção a casa, provavelmente para encontrar Lily.

— Parece que você está cada maior! — Tia Hermione comenta, quando me abraça fortemente. — Quando chegaram?

— Chegamos a dois dias. — Minha tia acena com a cabeça para minha resposta.

Assim que cumprimento meus tios, volto minha atenção para Rose, que me olha de braços cruzados.

— E ai? Vai me ajudar com isso? — Ela olha para a as malas e então sorrio, entendendo o recado. — O que andou fazendo antes de eu chegar?

— Você sabe. — Digo, ajudando-a a pegar uma de suas malas. — O mesmo de sempre. Aturando as pegadinhas do Fred e do James, jogando quadribol com os outros. Aliás, acabamos de fazer uma partida. Meu time ganhou.

— Droga! — Rose lamenta. — Jogaram sem mim? Vamos jogar mais tarde, ou amanhã.

— Com certeza faremos isso. — Respondo. — Mas antes, me conte o que fez nessas últimas semanas. Temos muito a por em dia, prima.

— Tem razão. Mas deixe eu me instalar e dar um oi para todos primeiro, ok?