Capitulo 1 — Rose Weasley

— Rose, acorde! — Minha mãe me chama, abrindo a janela do meu quarto. Puxo o cobertor para proteger meus olhos, mas minha mãe não desiste de tentar me acordar. — Vai nos atrasar se não levantar agora. Seu irmão já está se arrumando.

Esfrego os olhos com as costas da mão e tento focalizar o rosto de Hermione Granger, vulgo minha mãe.

— Tá bom, já estou levantando, mãe. Me dá cinco minutos.

— Estamos lá em baixo, te esperando para o café. Não se atrase. — Ela diz ao sair do quarto.

Alguns segundos depois resolvo me levantar e vou direto para o banheiro. Jogo água fria no meu rosto, tentando acordar e finalmente parece que está funcionando. Olho meu reflexo no espelho do banheiro. Meu cabelo ruivo, igualmente cacheados como os de minha mãe estão totalmente desarrumados. Meus olhos azuis ainda expressam sono e meu rosto parece mais pálido ainda.

Rose Weasley, você está parecendo um zumbi.

Constato com um suspiro ainda sonolento. Então, saio do banheiro e vou em direção ao meu quarto, onde coloco uma roupa qualquer para, finalmente, descer e encontrar minha família conversando animadamente na mesa da cozinha.

Meu pai, Ronald Weasley, está lendo o profeta diário, mas não deixa de conversar com meu irmão, Hugo Weasley, sobre quadribol, um assunto que sei que não é um dos favoritos do meu irmão.

— Bom dia, bela adormecida! — Meu irmão me cumprimenta alegremente no momento em que tomo meu lugar na mesa.

— Bom dia, pirralho.

Hugo me oferece um sorriso zombateiro, como sempre fazia quando nos provocávamos.

Hugo é dois anos mais novo que eu, e é extremamente meu oposto.

Ele não gosta de jogar quadribol, apenas de observar, ao passo que eu, sou apanhadora do time da Grifinória. Hugo é bem mais comportado e estudioso, já eu, vou bem em todas as aulas, mas perco pontos por brincadeiras. E por último, Hugo e eu somos de casas diferentes. Eu fui para a Grifinória e ele acabou na Corvinal. Devo admitir que, na época, meu pai não gostou muito da notícia. Sei que ele gostaria que todos fossem para a Grifinória, porém, minha mãe ficou extremamente feliz e orgulhosa de meu irmão.

— Animada para seu quinto ano? — Meu pai pergunta todo animado. — Me lembro do nosso quinto ano, se lembra, Hermione? Quando aquela cara de sapo tomou a escola e a transformou em um regime militar?

— Nem me lembre daquela mulher. — Minha mãe rebate, e Hugo logo fica curioso

— Quem, mãe?

— Dolores Umbrigde. — Meu pai responde mais rápido. — Quando estávamos no nosso quinto ano, ela foi mandada para Hogwarts, e quase se tornou diretora. Precisam nos agradecer por isso não ter acontecido

— Não fizemos nada de mais, Ronald. —Minha mãe o corta com um pequeno sorriso. — Mas vamos mudar de assunto, e você querido? Ansioso pelo terceiro ano?

— Claro que sim. — Hugo responde animadamente. — Esse ano vai ser ótimo!

— Eu me lembro do nosso terceiro ano. — Meu pai começa, comendo sua panqueca. — Foi quando nós....

— Rony, se você continuar contando todas as histórias dos nossos anos em Hogwarts, não vamos sair daqui nunca, e temos de chegar na casa de seus pais para o almoço! — Minha mãe repreende meu pai, que apenas olha para ela com um olhar entediado. — Gina já ligou, perguntando se não iriamos.

— Ok, mas não posso deixar de lembrar o soco que você deu no Malfoy. Porque foi demais.

Eu e Hugo olhamos para minha mãe, que terminava seu café.

— Você bateu no pai do Scorpius? — Inquiro, chocada, olhando para minha mãe. —Serio mesmo mãe?

— O pai de Scorpius merecia, na épica. — Ela diz, se defendendo. — Draco não era como hoje, ele era a pior pessoa que você podia imaginar.

—Bom, Scorpius não é muito melhor. — Hugo rebate, me deixando irritada.. — Não sei como voce e o Al conseguem andar com ele.

— Porque ele é um cara legal, Hugo! Só por isso.

— O Scorpius? Um cara legal? — Hugo debocha. — Acho que não estamos falando do mesmo cara, então.

— Você nem o conhece direito, pirralho!

— Não sei, mas acho que seu irmão tem razão. — Meu pai se pronúncia e eu o olho, incrédula.

Bufo irritada, engolindo a vontade de discutir mais com meu irmão e meu pai.

Bom, como devem ter percebido, Hugo na o ia muito com a cara do Malfoy. Mas infelizmente eu não podia culpa-lo. Era bem difícil gostar de Scorpiuus de primeira, já que ele não se esforçava nem um pouco para fazer amizades, e sempre agia como se fosse superior. Ser da Sonserina e ter o sobrenome Malfoy, também não ajudavam muito, com toda certeza.

Lembro-me até hoje do meu primeiro ano em Hogwarts, quando meu pai me disse na estação para não ser amiga de Scorpius Malfoy.

Porém, por uma ironia do destino, eu e ele acabamos ficando muito amigos, mesmo depois das advertidas de meu pai e de quase todos os meus familiares. Não é como se nós dois conseguíssemos evitar na época, simplesmente aconteceu. Nos metemos em uma enrascada, eu e Alvo, e Scorpius acabou sendo arrastado junto conosco, e, depois de trabalharmos juntos para nos safar, acabamos ficando amigos.

Agora, desde o primeiro ano, eu Alvo e Scorpius somos amigos inseparáveis, para o desgosto de ambas famílias, que ainda não aceitam muito bem nossa amizade disfuncional. Mas eu não desobedeci totalmente meu pai, segui um de seus conselhos. Sempre venço Scorpius em tudo que faço. Minhas notas são sempre melhores, sou uma apanhadora melhor do que ele e etc.

A única coisa que me irritava muito, era vê-lo sendo injustiçado por pessoas que não o conheciam como eu conhecia, como meu irmão pegando no pé dele o tempo todo, ou meu pai o tratando de forma tão fria quando eles se encontram.

— Mãe, você é demais! — Meu irmão continua comemorando, quando volto a prestar atenção na conversa.

Vendo a potencial discussão se formando, mamãe foi bem inteligente em mudar o rumo da conversa.

— Você pretende ser monitora esse ano? — Ela questiona olhando para mim.

— Não acho que me escolheriam, mãe.

— Não duvide de nada, Rosie. — Meu pai sorri. — Eu e sua mãe fomos monitores no nosso quinto ano em Hogwarts. Devo admitir que é meio chato, mas pode ser que você goste.

Sorrio de volta

— Veremos, então. Tomara que eles chamem a mim e ao Alvo.

— Vocês dois não vão fazer nada, se estiverem juntos. — Minha mãe dá risada. Eu e Alvo somos melhores amigos, e sempre nos distraímos juntos.

— Eu quero ser monitor. — Hugo fala. — Mas ainda estou no terceiro ano.

— Você pode tentar o time de quadribol esse ano, o que acha? — Papai tenta, com esperança de vencer esta guerra perdida

— Já disse que não gosto, pai! — Hugo dá de ombros. — Prefiro ser o observador. E outra, já temos a Rosie pra honrar a tradição da família.

— Pare de pressionar o garoto, Ronald. — Mamãe pede, olhando para o relógio. —Temos que nos apressar, já arrumaram suas coisas, crianças?

— Eu já. — Hugo diz, saindo da mesa.

— Eu tenho que terminar de arrumar meus livros, mas o resto está pronto.

— Então termine logo, saímos em uma hora, ok?

— Tá bom, mãe. — Eu e Hugo respondemos juntos, subindo as escadas até nossos respectivos quartos.

Jogo as coisas faltantes em minha mala, ansiosa para ir para a casa de meus avós.

Nós, a família Weasley, tínhamos algumas tradições. E uma delas era a que passávamos a última semana das férias de verão na toca. A família inteira reunida. Até Vick, Teddy e Molly, que são os mais velhos e não vão mais para Hogwarts ia para lá. Então, todos os meus primos e tios estariam reunidos, e isso, era a melhor coisa do mundo.

Às vezes, eu e Al trazíamos nossos amigos, Lorcan e Lysander Scharmande, filhos da tia Luna e Scorpoius (Uma única vez, contra a vontade de alguns aqui) para passarem as férias conosco.

Mas esse ano, os três tinham outros planos. Então, seriamos apenas nós da família mesmo.

— Pronta, maninha? — Meu irmão aparece na porta, com a mochila nas costas, e com a gaiola de sua coruja em uma das mãos.

— Claro. — Digo, fechando minha última mala, antes de pegar Elsa, minha gata no colo. — Vamos indo.