You and I escrita por Isadora


Capítulo 10
Capítulo 10




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No final da noite, Verônica já estava se preparando para deitar-se quando a campainha tocou. Quem seria uma hora daquelas? Vicente já havia saído e ela sabia que ele dormiria na casa de um amigo após a festa. Será que era Herval? Não, não poderia ser. Verônica achava que tinha sido bem clara quando disse pra ele que precisava descansar e ficar com os filhos. Além do mais, depois da noite conturbada que ambos tiveram, não seria nada legal eles namorarem. Não havia nem clima para isso. Insegura de abrir a porta, já que estava sozinha em casa com duas crianças pequenas, Verônica olhou através da porta pra ver quem era. Jonas? O que o ex marido queria uma hora daqueles, depois de toda aquela confusão na Plugar?

– Jonas, o que você quer, hein? – perguntou ela, do lado de dentro – está tarde. Não é uma boa ideia.

– Verônica, abra a porta – pediu ele, do outro lado – a gente precisa conversar.

– Jonas, a gente não tem mais nada pra conversar. Tá tarde... vá embora, por favor. Você tá alterado... tá precisando esfriar a cabeça.

– O que foi? O Herval tá aí dentro com você?

– Não seja ridículo.

– Ridículo, eu? Deixa eu tentar adivinhar. Vai me dizer que vocês ainda não dormiram juntos? – falou ele, com amargura na voz.

– Jonas, foi pra isso que você veio aqui? Porque se foi, você já pode ir embora.

– Verônica, eu não vou ir a lugar nenhum enquanto você não abrir essa porcaria de porta e a gente conversar.

– Jonas – ela riu, nervosa com aquela situação – quer parar de agir como um adolescente? Você sabe que horas são? São onze e vinte da noite. Seus filhos já estão dormindo. Quer acordá-los?

Jonas, então, suspirou, e abaixou o tom da voz, antes de continuar.

– Verônica, eu só quero conversar... nada demais.

– A gente pode conversar outro dia, Jonas. Até mesmo amanhã. Pra que tanta pressa?

– Vai ser rápido – insistiu ele – confie em mim.

Verônica, então, fechou os olhos e passou a língua nos lábios, nervosa. Respirou fundo. Não sabia o que fazer. Se abrisse a porta naquele momento, teria que se preparar para mais uma discussão calorosa e desnecessária com o ex. Jonas estava alterado. Ela havia testemunhado o que ele fora capaz de fazer no evento do Regenera. Havia agredido Herval. Agora ali, ela e ele também poderiam acabar se desentendendo feio a troco de nada. Todavia, se ela não abrisse a porta, levaria um bom tempo tentando convencê-lo a ir embora. E isso também seria desgastante, já que ela estava super cansada, estressada e não desejava ficar ali, a noite toda, parada, diante daquela porta. A voz de Jonas interrompeu seus pensamentos...

– Verônica?

– Você quer falar o que, Jonas? Falar sobre o episódio lamentável da Plugar? Você agrediu o Herval. O que mais você quer?

– Aquilo não foi nada – respondeu ele, com desprezo – aquele canalha merecia mais... mas eu já saquei tudo... vocês estão planejando passar a noite aí juntos, debaixo do meu teto. É isso?

– Jonas – falou ela, indignada – eu não vou nem mais perder meu tempo te respondendo, sabe? Você já passou dos limites. Hoje nem eu tô te reconhecendo. Vá embora, por favor.

Do lado de fora da casa, ele respirou fundo, tentou se controlar mais.

– Desculpa, Verônica... abra essa porta, então, e a gente conversa numa boa. E eu juro que depois vou embora.

– Mesmo? – perguntou ela, indecisa – tá falando a verdade? Eu não quero brigar, Jonas. Tá muito tarde pra isso.

– Verônica, você não tá com medo de mim, tá? Por acaso, tá achando que eu sou algum louco de te machucar?

– Claro que não... não é isso... é que eu tô cansada, estressada... já estava indo dormir.

– Deixa eu te falar: o que eu fiz hoje com o Herval foi só com ele. E porque ele mereceu. Mas eu jamais faria alguma coisa contra você. Eu não sou louco de te machucar.

– Eu sei, Jonas – suspirou ela – claro que eu sei... então vamos fazer uma coisa? Eu abro a porta, você entra, a gente conversa um pouco e depois você vai, ok?

– Tá certo.

– Então tá, eu vou abrir... posso confiar em você?

– Pode.

Verônica, então, abriu a porta. Jonas, do outro lado, parecia calmo.

– Pronto – falou ela, antes de seguir para a sala de estar.

Jonas, então, fechou a porta atrás dele, e seguiu-a.

– Então, Jonas? – perguntou ela, encarando-o – o que de tão importante você tem pra me dizer uma hora dessa?

– Verônica – falou ele, fazendo caras e bocas, antes de indagar – você tá mesmo com o Herval?

– Jonas, é isso? Foi pra isso que você veio?

– Só responda a minha pergunta – insistiu ele – sim ou não. Eu quero saber se esse lance de vocês é sério mesmo.

– Não – respondeu ela – claro que não. Quer dizer... eu e o Herval... a gente só tá saindo... só tá se conhecendo. Mas eu realmente acho que não lhe devo satisfações.

– Vocês foram pra cama?

– Jonas...

– Só me responda isso – quis saber ele, chegando mais perto.

– Jonas – murmurou ela, se esquivando dele – vai embora agora, tá? Eu tô exausta... a gente combinou... – falou ela, antes de ser interrompida, de repente, por um beijo autoritário e possessivo dele. Verônica gritou, mas sua voz foi abafada pelo beijo de Jonas. Ele, então, a prensou na parede mais próxima, sem deixar de beijá-la. Verônica tentou protestar, mas em vão, pois o beijo dele era autoritário e exigente, e as mãos dele a prendiam contra a parede. Jonas estava louco de desejo e não aceitaria um não como resposta. Não naquele momento. Já dominada pelos braços dele, Verônica tentou recuperar o fôlego quando Jonas deu uma pequena pausa – Você é minha... – sussurrou ele, rouco, antes de tirar a própria camisa – só minha... - e antes que ela pudesse protestar, ele a beijou mais uma vez. Dessa vez, parecia que a boca dele ia engolir a dela. O beijo dele era quente e profundo, além de autoritário e possessivo. A língua dele parecia ter vida própria, e vasculhava toda a boca dela. Enquanto a língua dele deslizava de um lado pro outro dentro da boca dela, as mãos dele eram firmes e prendiam-na contra a parede. Nem se ela quisesse, conseguiria se desvencilhar dos braços dele. Aceitando a sua inferioridade física, e rendendo-se ao beijo delicioso dele, Verônica envolveu-lhe o pescoço com os braços, e com os olhos ainda fechados, ela gemeu alto quando Jonas voltou a beijar-lhe o cangote... depois o ombro... enquanto a beijava, com um dos braços, ele segurou-lhe a nuca para poder beijá-la com mais firmeza, e ela, então, pôde sentir a força dos braços dele. Enquanto ele a beijava com possessividade e desejo, ela apenas se entregava. Entregava-se ao beijo do homem que amava desesperadamente, até que, de repente, com a maior naturalidade do mundo, ele a suspendeu, e ela o envolveu pela cintura. E ele a beijou. A beijou toda. E beijou todo o seu corpo também. Ela, por sua vez, mergulhou as mãos nos cabelos negros dele e correspondeu ao beijo longo e profundo dele. Após um tempo, ela tirou a própria blusa e ele a ajudou. Já com os seios à mostra, ela sentiu calafrios quando Jonas começou a beijar-lhe os mamilos.

– Oh, Jonas... – sussurrou ela, louca de desejo – o que você faz comigo...

Ouvindo-a chamar-lhe o nome, Jonas ficou ainda mais enlouquecido e beijou-a com mais urgência. Ele, então, carregou-a até o carpete da sala. Deitada, com os olhos serrados, Verônica esperou impacientemente ele desabotoar a própria calça e terminar de despi-la também. Parecia uma eternidade cada segundo sem o calor do corpo de Jonas colado no seu. Ele então, começou a beijar-lhe os pés e ela estremeceu com o calor dos lábios dele em sua pele... Jonas passou a beijar-lhe a perna... depois a coxa... o ventre... a essa altura, ela já se contorcia de prazer, chamando por ele e implorando pelo seu corpo... atendendo ao pedido dela, Jonas subiu mais um pouco e segurou-lhe outra vez a nuca com seus braços fortes e possessivos, ao mesmo tempo em que a beijava lentamente. Verônica sentiu aquele cheiro maravilhoso de colônia masculina que emanava dele... e depois de mais um beijo quente e gostoso, ela se preparou para recebê-lo... tudo o que ela queria naquele momento era se entregar a ele... Jonas, então, com as mãos grandes e fortes, separou uma perna dela da outra, e se acomodou entre as coxas macias de Verônica. Após mais um beijo apaixonado, ele penetrou-a com paixão. A principio, com delicadeza, até que foi aumentando o ritmo dos movimentos. Juntos, eles gemeram de prazer. Um dono do outro. Uma só carne. Um só amor.

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Já no quarto, já de madrugada, eles conversavam, abraçados, de ladinho – Eu não acredito que mais uma vez não resisti a você – comentou ela, acarinhando a mão dele – eu nunca resisto... é impressionante isso.

– Isso acontece – respondeu ele, beijando-lhe o cangote.

– Jonas, você tem ideia da força que eu fiz pra tentar te esquecer? Da força monstruosa que eu fiz mais uma vez, em vão?

– Não – respondeu ele – e isso não importa mais. O que importa é que agora a gente tá junto e dessa vez é pra valer. E nada nem ninguém vai atrapalhar. Eu prometo a você.

– Tomara – respondeu ela, enquanto ele beijava-lhe o ombro.

– Verônica – sussurrou ele, de repente.

– Que foi?

– Eu sei que já devia ter feito isso antes, mas... – falou Jonas, parando um pouco de beijá-la – mas acho que agora esse é o melhor momento...

– Que foi? – perguntou ela, virando-se de frente pra ele.

Jonas, então, pegou na mão dela, antes de falar:

– Casa comigo.

Verônica fitou-o, achando que não tinha escutado direito.

– Como é?

– Casa comigo. De papel assinado.

– Tá brincando? Ou isso é sério mesmo?

Ele riu.

– E eu ia brincar com uma coisa dessa? é sério. Claro que é sério.

– Sério mesmo? – perguntou ela, rindo – então pergunta de novo pra eu ter certeza.

– Quer casar comigo? – perguntou ele, a beijando – quer ser a minha mulher pra vida toda?

– Pergunta de novo – pediu ela, rindo.

Ele riu outra vez.

– Quer casar comigo, caramba?

– Quero – respondeu ela, beijando-o – claro que quero. Claro que quero. Mil vezes eu quero.

Eles, então, se beijaram mais uma vez.

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Com raiva, Herval, se olhou no espelho. O canto de sua boca estava machucado. Jonas tinha sido feliz ao dar aqueles dois murros em sua cara. Mas aquilo não ficaria assim. No entanto, tudo aquilo tinha sido bom por um motivo: aproximou mais ele de Verônica. Herval sorriu ao lembrar de como ela ficou toda preocupada e atenciosa com ele após a briga. E quase rolou alguma coisa entre eles no fim da noite... Ele sabia que Verônica não resistiria por muito tempo. E ele estava fazendo um bom trabalho. Estava sendo paciente, compreensivo, gentil com ela. Jonas Marra não tinha mais chances... não depois daquela noite. Sorrindo, Herval, tirou a camisa, e deitou-se feliz e satisfeito em sua cama. Era madrugada já. O amanhecer traria um novo dia.

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