Klaus POV

Give me love like her
'Cause lately I've been waking up alone
Pain splattered teardrops on my shirt
Told you I'd let them go...

Cheguei em Nova York pela madrugada e logo fui para meu apartamento descansar do longo dia de viagem. Me deitei e tentei encontrar o sono em vão, mas a expectativa e a ansiedade tomavam conta de mim. Um sorriso bobo surgira em meus lábios só de pensar que ela estava tão próxima de mim, que logo estaríamos frente a frente. O que haveria mudado nesses 10 anos? Eu me perguntava. Como ela reagiria ao me encontrar? E de repente o medo me inundou. Medo de ser rejeitado, como em meus sonhos. Medo que ela estivesse com outro alguém. Medo de pedê-la de uma vez por todas. Vejam só! Quem imaginaria que, algum dia, o grande Niklaus Mikaelson perdesse o sono com medo de ser rejeitado por uma garota… Estava me revirando na cama com esses pensamentos, até que uma lembrança de uma conversa com minha filha se fez presente:

– Por quanto tempo vai ficar em Nova York, pai?

– Não sei Hope. Mas acredito que não passará de dois meses.

– Você parece preocupado papai! – ela me disse apreensiva.

– Não é nada querida, só tenho um certo receio…

– Como assim?

– Essa moça, Caroline, não é como as demais. No passado, eu fiz mal as pessoas que ela amava, e isso acabou magoando-a. Tenho motivos para acreditar que não sou a pessoa que ela gostaria de ter ao lado… em nenhuma circunstância.

– Pai, se você realmente a ama, não desista dela, não importa o quão difícil seja conquistá–la. Mamãe me disse que se a batalha for difícil é porquê a vitória vale a pena.

– Sim querida. Eu nunca vou desistir dela.

Eu sorri com a lembrança de minha amada Hope. " Se a batalha for difícil é porquê a vitória vale a pena" Hope tinha toda a razão. Caroline valia muito a pena. Ela era uma das poucas coisas na minha vida que valia a pena. E eu lutaria por ela. Eu ganharia a luta. E foi com esses pensamentos que eu finalmente consegui dormir

And I'll fight my corner
Maybe tonight I'll call ya
After my blood turns into alcohol
No I just wanna hold ya...

Ela estava em uma campina, sentada no centro, bem ao lado de um lago de água cristalina esverdeado, com flores coloridas de todas as formas ao ser redor.

Usava um vestido de alças e babados branco florido, seu cabelo estava amarrado em um coque despenteado e elegante cheio de pequenas flores. Seus pés estavam descalços e ela cantarolava uma música distraidamente. Sua voz era doce e calma. Aquela visão me transmitia paz. Eu apenas observava cada movimento dela sorrindo e em silêncio, com medo dela me rejeitar e jogar suas duras palavras em mim. Ela parou de cantar. Olhou para baixo e deu um leve sorriso:

– É muito feio ficar observando as pessoas. Isso dá a impressão de que você é um psicopata. Ops, esqueci, você é um psicopata!

– Caroline eu…

– Não Klaus! Você prometeu!

– Sweet por favor, me deixe explicar...

– Ah, e poupe dessas suas explicações mentirosas Klaus!

– Caroline tente entender que…

– Tentar entender o que Klaus?! Você tem ideia de quanto tempo eu esperei por você? Você prometeu Klaus! Prometeu que seria meu último amor, mas pelo visto você não cumpre suas promessas!

Eu estava formulando uma frase para justificar está a observando mas o que ela falou me deixou totalmente surpreso.

– Caroline, você está falando sério?

– E por acaso parece que eu estou brincando?!

– Não é isso, é que…– as palavras me faltaram. Ela me olhava batendo o pé na grama e exigindo uma explicação. – Você não tem ideia do quanto eu queria ouvir isso!

Ela nada disse, apenas correu de encontro a mim e enlaçou seus braços em meu pescoço com agilidade e força. Nós caímos no chão e eu envolvi sua cintura firmemente, ele se inclinou de forma que sua boca ficasse a centímetros da minha, eu fechei os olhos esperando o beijo, ela desviou o caminho da minha boca e sussurrou docemente em meu ouvido:

– Nunca mais faça isso! Tem ideia do quanto é grosseiro e mal educado deixar uma dama esperando?

E nos passamos muito tempo daquele jeito. Ela com sua cabeça deitada em meu peito e com as mãos contornando meus braços por cima das malditas roupas e eu alisando seu cabelo , inspirando o doce aroma de sua pele, enquanto minha outra mão passeava por suas costas e cintura. Ela levantou o rosto levemente e disse:

– Klaus, eu acho que eu te a...

***

– Maldito despertador! Será possível, nem em sonho eu consigo a garota! Que infernos!

Levantei-me com raiva e esmaguei o despertador com o punho fechado, mas antes vi que já eram 8:00 h. Apressado, fui tomar banho. Um longo banho para tentar me acalmar. É claro que eu havia gostado do sonho, só não tinha gostado de ter acordado antes do fim daquela frase. Após o banho me vesti e vi no relógio do celular que já eram 8:45 h. Saí de casa e fui a pé mesmo até o Café Lola, onde o informante Kurt me disse que encontrara Caroline. Cheguei lá às 9:20 h em ponto me acomodei em um lugar no canto, que dava vista para a porta. Pedi um café expresso e me perdi em pensamentos. Dez minutos depois meu café chegou. Já se passava das 09:50 então paguei minha conta e me levantei para ir embora.

E de repente o tempo parece parar e tudo a minha volta pareceu perder o brilho, no entanto, uma figura em especial destacou-se. Essa figura era a mulher mais bonita que eu já vim em mais de 1000 anos, possuía cabelos loiros abaixo do ombro caindo em cachos, sua pele era alva e imaculada, as bochechas levemente rosadas, lábios em um tom avermelhado, eram finos e de deixar qualquer um louco, os olhos de um azul que ficava em perfeito contraste com suas cores, que formavam a mais bela aquarela que nenhum pintor conseguiria reproduzir. Seu corpo, uma fiel representação da Deusa Vênus, e o jeito que ela se movia tinha graça e força, que daria inveja até a melhor bailarina. Mas havia algo de muito diferente nela, que era o seu olhar. Os olhos outrora animados agora transpareciam dor. Era exatamente isso: a dor era perceptível nos olhos dela. Uma dor muito disfarçada, mas bem conhecida para alguém como eu que viveu 1000 anos na solidão. Ela sentou-se e uma garçonete veio atendê-la. Eu ainda estava imóvel, apenas observando a linda moça de olhar distante. Suspirei fundo e caminhei até ela. Quando cheguei mais perto me permiti admira-la um pouco, e com um só folego falei:

– Caroline.

No momento em eu falei seu nome eu vi que seu rosto se inundou de surpresa, curiosidade e… felicidade?

– Klaus… – ela pronunciou meu nome baixo, como um suspiro. Passou um tempo olhando para baixo, nem se atreveu a levantar o olhar, seu rosto cheio de surpresa aos poucos foi se levantando até o momento que nossos olhares se cruzaram pela primeira vez em 10 anos. Não há palavras para descrever como eu me senti com seu olhar examinador sobre mim, a tensão e nervosismo era imensamente maior que nos sonhos ou na minha imaginação. Ela lentamente se levantou e ficou de frente para mim. Seu rosto ficou mais sereno ao abandonar a expressão interrogativa.

Give a little time to me, we'll burn this out
We'll play hide and seek, to turn this around
All I want is the taste that your lips allow

– Há quanto tempo, love!

– De todas as pessoas do mundo a que eu menos esperava encontrar aqui era você! Isso realmente é muito… estranho! – disse simplesmente.

Após proferir tais palavras meu coração parou e meu rosto deixou o sorriso bobo. Eu já sabia o que viria a seguir. Duras verdades acompanhadas de palavras amarguradas. A cobrança de uma promessa feita há 10 anos. A rejeição. A solidão. A dor. E eu imaginava que se a dor era grande nos sonhos e em minha mente na realidade seria mais que torturante. Eu dei mais uma grande olhada nela, querendo guardar cada milímetro do seu corpo, era só isso que me restaria por anos. Uma lágrima insistente teimou em escorrer por meu rosto, a olhei pela última vez e fui com passos largos rumo a porta. Ela segurou meu braço e me virou para ela, me olhando com dureza:

– Eu por acaso disse que estranho é ruim! Ah Klaus, você aparece depois de 10 anos e depois me deixa aqui sem mais nem menos? – Caroline me olhou seriamente, limpou com delicadeza meu rosto e o rastro da lágrima, depois disse preocupada. – Só não… só não vá embora de novo!

Eu simplesmente não acreditei que ela havia mesmo dito aquilo, era perfeito demais para ser verdade. Em um impulso, me aproximei dela e comecei a passar meus dedos por seu rosto, contornando seus olhos, nariz, bochecha, boca, sobrancelha, queixo, cada pedacinho do seu rosto.

– Porque está fazendo isso? – perguntou fechando os olhos.

– Eu quero ter certeza de que isso é verdade…

– E por quê não seria? – ela se aproximou mais de mim.

– Porquê só costumo encontrar esse tipo de perfeição em meus sonhos – me aproximei um pouco mais de Caroline, mas logo a loira se afastou de mim quando a garçonete apareceu.

– Aqui está seu cappuccino gelado, senhorita.

A garçonete saiu praticamente correndo enquanto Caroline se distanciava se sentando em seu lugar.

– Não gostaria de se juntar a mim? – ela perguntou olhando para baixo e gesticulando para o lugar vago a sua frente.

– Seria um prazer, senhorita Forbes.

Ela deu um leve sorriso e continuou:

– O que te traz a Nova York, sr. Mikaelson?

– Ah love, eu tenho a leve impressão que você já sabe, mas mesmo assim vou responder. O que me traz a Nova York é uma garota muito especial. Ela me completa, e eu a amo loucamente.

Ela corou e desviou os olhos. Abriu a boca e tentou encontrar algo a dizer mas nem um som saiu. Tomei isso como uma deixa para continuar:

– Eu vim propor algo a ela.

– E o que seria isso?

– Eu queria uma chance com ela.

– Uma chance? – Caroline disse erguendo as sobrancelhas.

– Sim, uma chance de mostrar meu amor incondicional e de consegui-la ao meu lado. Queria mostrar a ela que pessoas terríveis são mais que pessoas terríveis quando sentem, quando amam. Ela fez isso comigo, sabe? Conseguiu me fazer sentir único e amar como nenhum outro. Essa garota me ensinou a única coisa que eu não sabia, que era amar, e me fez querer saber mais sobre isso, me fez querer saber mais sobre mim mesmo. Ela me completa, é peça que falta no quebra-cabeça. É uma parte de mim, a parte boa de mim. E eu também quero ser parte dela.

Give me love like never before
'Cause lately I've been craving more
And it's been a while but I still feel the same
Maybe I should let you go

– E se ela aceitasse essa sua proposta, o que aconteceria?

– e isso acontecer, eu seria o homem mais feliz do mundo.

– Engraçado, você não parece feliz…

– O que quer dizer, love? – estava apreensivo, será que era mesmo o que eu estava pensando.?

– Se essa garota for eu, seria impossível negar essa proposta – ela respondeu apertando minhas mãos e eu sorri. – Você tem uma chance sr. Mikaelson. Uma chance de mostrar que vale a pena estar com você. Não desperdice.

– Eu não irei amor....

My my, my my, oh give me love