You make me feel wrong escrita por Lyssia


Capítulo 15
Asleep


Notas iniciais do capítulo

A música é da banda The Smiths.
Boa música pra se ouvir tomando café (?).
Enfim. Espero que gostem. Esse ficou um pouco curto, mas eu sentia que ele tava concluído e não queria adicionar ceninha desnecessária. As notas finais estão um pouco longas, mas eu agradeceria se vocês lessem, ok?



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Uma semana e dois dias se passaram como se nunca houvesse existido. Ele dormiu mais que qualquer outra coisa, e era como estar de volta ao hospício. Os dias eram borrões e ele notou que o quarto estava começando a ficar empoeirado. Passara boa parte do tempo adormecido ou deitado na cama fitando o teto com desânimo. Conseguia engolir o jantar e dizia que havia almoçado, para a mãe. Tentara desenhar uma tarde, e simplesmente passara duas horas encarando a folha de papel em branco até chegar a hora de se levantar para tomar remédio e cair em desistência.

Sabia que devia estar indo para a escola, se fosse ser sincero, mas não conseguia encontrar a coragem ou o ânimo. Isso o incomodava, estar perdendo matérias, talvez trabalhos. Acabaria deixando as notas caírem, e isso era um desperdício imenso, principalmente considerando o tempo que investira, pois nunca fora um desses garotos geniais: todos aqueles A+ seriam obscurecidos por Ds e Es nas médias finais.

Era estranho, na verdade. Não conseguia entender bem. Não passava mais de uma hora sem pensar em seu esforço indo pelo ralo, mas não conseguia se obrigar a sair de casa.

Isso até a a segunda-feira de manhã, quando o Leon entrou em seu quarto empurrando a porta com brutalidade, claramente recém-saído do banho, com a toalha envolta na cintura e os cabelos pingando. Ele o arrancou da cama com um puxão no braço e o arrastando para fora, ignorando todos os seus questionamentos sobre o que estava acontecendo. Foi jogado no banheiro e esfregou os olhos, com o cenho franzido.

— Toma um banho, escova o dente que eu vou me arrumar. E lava essa porcaria de cabelo que tá nojento. — exclamou, em um tom firme, e Shey ouviu seus passos se distanciando.

Ele puxou a blusa do pijama para fora do corpo, com os membros estranhamente moles. Empurrou a calça também e pôs pasta de dente em sua escova verde, estrando no box enquanto arrastava as cerdas pelos dentes em movimentos circulares, livrando-os das bacterias acumuladas. Ouviu o secador de cabelo trabalhar em um estardalhaço enquanto a água escorria por seus cabelos e fechou os olhos, estendendo a mão para o frasco de xampu, tateando cegamente até encontrá-lo.

Não teve certeza de quanto tempo demorou, porém quando saiu do banheiro, com os cachos pingando, a toalha na cintura e o pijama embolado nas mãos, Leon o esperava encostado ao lado da porta, olhando no relógio e balançando um dos pés com impaciência, já completamente vestido, mas com os cabelos, agora secos, ainda não completamente alinhados.

— Deixa eu pegar o gel… — ele murmurou, entrando no banheiro e o empurrando para o lado. — Vai se arrumar, vai. — mandou enquanto abria o armário. — Você vem comigo ou vai pra escola? — questionou, encontrando o pote com gel laranja e o destampando.

— Eu… eu… não sei. Posso voltar a dormir? — Leon o olhou com a expressão fechada.

— Vai se arrumar e decide nesse meio-tempo.

— Mas, hm…

— Shey, eu não vou te deixar mofando em casa mais uma semana nem fodendo. Ok?

— Ok. Eu vou me arrumar. — Leon sorriu por um segundo em sua direção antes de se voltar para o espelho e pegar um pouco de gel com os dedos.

Shey voltou para o quarto, abrindo o armário e pegando uma de suas blusas pretas e uma calça e um joqueta jeans, vestindo-se o mais rápido que pôde e se sentando na cama com o pente, passando-o com força pelos cachos e ouvindo os fios arrebentarem com sua falta de paciência. Leon apareceu novamente pouco depois, agora com os cabelos alinhados e a bolsa de carteiro que usaria para o trabalho no ombro.

— Pus café para fazer. — ele murmurou, olhando novamente para o relógio de pulso, e Shey foi até uma de suas gavetas para apanhar meias. — E aí, vai pra onde?

— Não sei. — hesitou, voltando a se sentar na cama para calçar as meias. Leon bufou e foi até o armário, abrindo-o e pegando um par de tênis, jogando-o em sua direção. O mais novo suspirou, encaixando o tênis no pé e amarrando os cardaços. — Vou com você, acho.

— Graças a Deus. Com você lá as crianças ficam quietinhas. — ele disse, abrindo um sorriso de lado e fazendo um sinal para que Shey o acompanhasse antes de sair do quarto. O caçula o seguiu depois de puxar ar e passar a mão no potinho com as pílulas do dia.

Leon encheu uma xícara com café e virou-a pela garganta, sem açúcar, soltando um grunhido semelhante a um rosnado. Shey foi até a cafeteira, pondo uma xícara para si mesmo e decidindo por não adoçar, pois o café de Leon era fraco demais, em sua opinião. Tomou o líquido calmamente enquanto Leon mastigava biscoitos de água e sal com requeijão. Ele engoliu uma de suas pílulas antes de se dirigirem ao carro, e o irmão ligou o rádio, pondo em uma estação onde tocava rap nacional e abrindo as janelas da frente.

— Dia legal. — o mais velho comentou, com um tom ameno.

— Manter a janela aberta vai bagunçar seu cabelo. — murmurou, surpreso com o quão rouca estava sua voz. Leon revirou os olhos, os dedos batucando no volante ao ritmo do rap.

— A vida é mais que isso! — ele retrucou, com um meio sorriso, então olhou para Shey com o canto do olho por um segundo. — E eu pus gel no bolso.

— Ah. — eles tiveram um minuto de relativo silêncio, então Leon estalou a língua e diminuiu o volume do rádio.

— Conta pro tio Leo o que aconteceu.

— Você não é meu tio.

— Genial. — ele murmurou, revirando os olhos novamente. — Sério, o que aconteceu? — Shey se encolheu no banco do carona, comprimindo os lábios.

— Eu não quero falar sobre isso.

— Ah, então eu devia reformar a pergunta para o que você fez? — o mais novo se encolheu ainda mais e abaixou a cabeça. — Não, desculpa. Me conta o que houve.

— Não.

— Eu sou seu irmão.

— Não é importante.

— Ah, vai se foder. — ele murmurou entredentes, diminuindo a velocidade do carro e encarando-o de novo com o canto dos olhos. — Você e o Santini brigaram? — sugeriu, franzindo o cenho.

— Eu realmente não quero falar de Santini. — cuspiu o nome, com desprezo e raiva e medo e algo mais que não sabia nomear. Leon ficou em silêncio, fitando à frente com o cenho franzido.

— Me explique. — pediu, e Shey fitou pela janela do carro, para as pessoas passando.

— Não tem nada pra explicar.

— Você se declarou pra ele, ou…

Cala boca! — gritou antes que pudesse se frear, apertando as bordas do casaco com mãos levemente trêmulas. — Cala boca, cala boca... — murmurou, amaldiçoando a si mesmo e ao irmão por ter saído de casa. Queria voltar para o conforto das paredes imutáveis, para as roupas confortáveis, os cabelos bagunçados, a cama e a inércia.

— Você precisa me contar o que aconteceu pra eu poder ajudar. — Leon retrucou, em um tom surpreendentemente calmo e controlado.

— Eu não quero ajuda. — resmungou, ainda sem voltar-se para o irmão, e um breve momento de quietude transcorreu antes que ouvisse Leon suspirar e aumentar o volume do rádio do carro.

Apenas uma sequência de raps nacionais impediram que o interior do carro mergulhasse em silêncio.

~o~

Eles apenas voltaram a tocar no assunto na noite daquele dia. Mesmo após o banho, Shey não conseguira tirar completamente o cheiro de tinta das mãos, o que era quase bom, na verdade. Aloá perguntara se havia almoçado e fizera milhões de questionamentos sobre como estava se sentindo e como fora o dia, trocando olhares longos com o filho mais velho ocasionalmente.

Não foi até depois que ela se retirou da sala para dormir que Leon desligou a televisão e se jogou nele, agarrando-o com firmeza pelo pulso ao notar que tentava escapar da conversa iminente. Seria fácil se livrar do aperto, na verdade: era um conceito bastante básico de autodefesa, que era de se esperar que qualquer um que fizesse luta por mais de um ano tivesse conhecimento. Acontece que quando tentara, aos treze anos, Leon simplesmente o virou e imobilizou seu braço nas costas. Não adiantava muito ter feito luta quando seu irmão mais velho também havia, e por mais tempo.

— Conta logo o que aconteceu e vamos economizar tempo, que tal? — o mais novo apenas estreitou os olhos na direção do irmão, abstendo-se de responder. Leon suspirou com cansaço, torcendo os lábios. — Você não acha que tá indo longe demais com esse drama? Puta que pariu, cara. Que diferença faz? Não é nem como se você tivesse uma namorada. Nem como se tivesse tido. Ou tivesse beijado alguém. Ou se apaixonado antes. Na boa, Shey, eu achava que você era assexual.

— Não estou apaixonado. — retrucou, desviando o olhar e girando o pulso na direção do indicador de Leon, que imediatamente o agarrou de novo, sem dificuldade. — Isso é ridículo.

— Nisso nós concordamos. — o outro replicou, respingando sarcasmo, e Shey tentou se soltar novamente. — O que, você vai tentar brincar de lutinha com um cara que praticou judô por mais tempo que você, é mais alto que você, dorme melhor, come melhor e está mais estável?

— São apenas nove centímetros de diferença, Leon. — resmungou, olhando-o com indiferença. — E você parou há mais tempo, também. — o outro revirou os olhos.

— Grandes três meses de diferença. — revidou, e impediu outra tentativa do mais novo de se libertar. — Não, sério, vamos conversar feito gente. E, não, eu não estou lendo a sua mente. — o loiro mais novo arregalou os olhos, encarando-o com algum pavor, ao que Leon correspondeu com desdém. — O que aconteceu?

— Por que você fica me perguntando isso?

— Porque você se trancou no quarto por uma semana e parou de ir pra escola.

— Ah.

— Então?

— Não é da sua conta… sabe?

— Sabe o que eu devia fazer? Lembra quando você era pirralho e eu te agarrava pela nuca e te girava até você ficar verde? Então.

— Isso… seria um bocado babaca da sua parte. E infantil, também.

— Legal, hoje tô com a maior vontade de agir feito criança babaca. Vamos começar! — anunciou, com um sorriso de lado, e parecia prestes a forçá-lo a virar de costas.

Não! Qual seu problema?

— Sei lá, quero te ouvir pedir desculpa por ser um grosso.

— Não seja estúpido.

— Wow, alguém acabou de ganhar uma voltinha!

Leon! — exclamou, em um tom quase histérico, e Leon riu, soltando seu pulso o prendendo em um meio-abraço.

— Você se declarou? — ele questionou, em um tom sério, puxando-o para se sentar no sofá. Passaram-se quase quatro minutos até que Shey, de cabeça baixa e em uma voz falha, respondesse.

— Não… não fui eu. — por entre seus cachos, ele pôde ver o pomo-de-adão de Leon se mover enquanto ele engolia em seco.

— Você quer dizer que foi influência ou que ele…?

— É.

— É, foi ele?

— É.

— Shey. Shey! — exclamou, virando-se e agarrando-o pelos ombros. — Isso é ótimo! Não é todo mundo que tem essa sorte, não!

— Sorte? — conseguiu se obrigar a sussurrar tremulamente, ainda sem erguer o rosto. — É pecado, Leon. Pecado.

Seu irmão ficou em silêncio por um tempo, e Shey sequer conseguiu reunir coragem para fitar suas feições em busca de uma pista por quais era suas emoções.

— Tipo… tentar ser feliz? — o loiro mais velho questionou, e Shey levantou o olhar, porque ele parecia legitimamente confuso, e sua face estava manchada de desentendimento.

— Você não pode ser legitimamente feliz vivendo no pecado. — retrucou como se fosse óbvio. E era, de fato.

— Pensei que Jesus tinha dito que amar era muito, muito legal.

— Não esse tipo de amor sujo.

— Existe um monte de casais homossexuais bem respeitáveis que criam filhos felizes. Acho que Jesus curte isso. Crianças felizes sendo bem tratadas, sabe?

— Você sabe que não é bem assim.

— Por quê?

— Só o fato desse tipo de gente poder criar filhos é— ele gritou de dor e susto, com Leon repentinamente torcendo seu pulso.

— Você mereceu, seu imbecil. Eu tava tentando ouvir, mas cacete. Teria dado um soco nesse seu queixo se não fosse meu irmão.

— Por quê?

— Como assim “por quê”, seu estúpido?! Por ser um preconceituoso ogro babaca!

— Eu não sou! Só estava dizendo que é pecado porque… poque é! É imoral, uma perversão… é impuro, nojento e—

— Shey, na boa, você é um virgem que nem tem ideia do quão puro é o sexo entre um homem e uma mulher.

— É diferente…

— Diferente? É diferente pros animais que fazem isso só pra se reproduzir. No ser humano é só perversão e impureza, mesmo.

É diferente! Você sabe que é! — Leon respirou fundo, encarando-o de canto de olho com remorso.

— Que seja, como foi?

— Ele… ele… disse aquilo. Queria me arrastar para o Inferno. Santini. Mas creio que não posso culpá-lo de verdade. É essa maldição, não é? Eu estou destruindo a vida dele e diminuindo as chances dele se tornar alguém decente—

— Cala boca, cala boca! — exclamou, pondo uma das mãos na testa, tampando os olhos. — Me diz que você não disse isso pra ele.

— Disse. — respondeu, franzindo o cenho com estranhamento.

— Você acha que ele merecia ouvir essa merda?

— É pecado.

— Eu vou repetir: você acha que ele merecia ouvir isso?

— É peca—

— Shey! — gritou, encarando-o com raiva contida. — Eu tô perguntando se você acha que o cara que te salvou de um suicídio e parece ser muito legal com você merecia ouvir isso.

— Eu… — ele piscou rapidamente, franzindo as sobrancelhas.

— Não, na boa, não responde. Eu já tô puto. Caralho. Você é um… — ele se levantou, passando a mão pelo rosto, e começou a se dirigir à escada. — Vou dormir. Boa noite.

— Boa noite…? — murmurou, observando-o subir as escadas e remexendo nas próprias mãos.

Passou mais de vinte minutos olhando para o vazio antes de se levantar e ir para o quarto engolir uma pílula para insônia.

~o~

Apenas na quarta-feira conseguiu convencer a si mesmo que devia voltar para a escola. A mãe comentava sobre ele voltar ou mudar para professores particulares com constância, questionando porque ele estava faltando tanto, até que finalmente dissesse no jantar de terça-feira que ia voltar, para não precisar dar explicações sobre isso e simplesmente resolver o problema.

Ele se repetiu isso todo o tempo pela manhã, enquanto se arrumava, tentado a desistir e voltar para o conforto da cama. A mochila pesava absurdamente, embora estivesse com a quantidade normal de livros e cadernos, e ele tinha de arrastar o próprio corpo para continuar andando, seguindo seu caminho para continuar vivendo, embora não exatamente quisesse, e a ideia de ver aquele garoto simplesmente…

Sua respiração pesou um pouco, embora não estivesse cansado, o fato de saber que estava chegando na escola corroendo a calma frágil que construíra antes de sair de casa, deixando suas mãos um pouco trêmulas. Ele parou por um segundo, fechando os olhos e tentando lembrar de exercícios de respiração. Prendeu a respiração por três segundos, inspirou pelo nariz, prendeu novamente, e deixou o ar escapar pelas narinas, repetindo o processo mais algumas vezes. Inspirou fundo pelo nariz e soltou o ar lentamente pelos lábios. Tentou a respiração diagragmática. Então desistiu e abriu os olhos, tirando a mochila dos ombros e vasculhando os bolsos em busca de seu calmante.

Engoliu o comprimido mesmo que não tivesse nenhum líquido para ajudar, e o gosto amargo e ruim do remédio sobre a língua era reconfortante e lhe deu um mínimo de confiança, apenas o suficiente para seguir em frente. Mesmo assim, desistência parecia o melhor caminho possível quando chegou em frente ao portão, e a respiração descompassou novamente enquanto se forçava a entrar no prédio.

Caminhou pelos corredores com cuidado, olhando o tempo inteiro para os lados e para trás, observando o corredor ao lado sempre que havia um e mantendo-se preparado para uma fuga rápida. Seu corpo se recusou a relaxar mesmo quando se aproximou de sua sala de aula, e em uma de suas olhadelas longas para trás, nas quais não parava de andar, para não passar ainda mais tempo em risco, se chocou contra alguém, piscando confuso e recuando alguns passos, sentindo como se estivesse na realidade errada.

— Que porra cê tá fazendo, Völkers? — o garoto com o qual colidira perguntou, com o cenho franzido e a expressão amassada de quem tem mau humor matinal. — Tava olhando pra frente, por acaso?

Ele balançou a mão em um gesto que não queria dizer nada, na verdade, mas devia ser o suficiente para que o garoto interpretasse como bom dia ou como um pedido de desculpa. Chegou até sua cadeira favorita, a no meio da sala, e hesitou, retirando a mochila dos ombros e a abraçando contra o próprio corpo. A porta se abriu e seu coração disparou, os olhos se arregalando, até que reconheceu a voz de dois colegas de sala. Rastejou, então, até uma carteira mais ao fundo, encostada na parede, e jogou a mochila lá, sentando-se e encolhendo-se na cadeira, fitando a porta.

Caso algum professor mandasse Santini fazer algum favor ali… nunca acontecera de qualquer aluno de outra classe aparecer, mas se daquela vez acontecesse… ele precisava… precisava estar preparado para se esconder, para fugir, ele precisava...

Ele tentou voltar a respirar normalmente, perguntando-se se o remédio estava mesmo fazendo efeito.

Então o professor entrou na sala e ele se levantou, indo até lá com passos hesitantes, porque precisava tentar descobrir que trabalhos e matérias perdera e recuperar sua média exemplar.

As mãos continuavam um pouco trêmulas quando voltou a se sentar.


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Notas finais do capítulo

Oi. Espero que tenham gostado e que não tenha ficado ruim e etc, mas vamos logo ao ponto porque isso já vai ficar longo o.o
Eu queria falar com vocês sobre ataques de pânico, porque isso tá me incomodando um pouco. Por isso agradeceria se vocês lessem, ok? Então vamos lá.
Espero não soar prepotente, sei lá -q
O ataque de pânico é um ataque de ansiedade extremado. Vamos deixar de lado causas, discussões sobre tempo de duração e como e porque começa e ser práticos, aqui. É um momento abrupto de ansiedade extrema que causa reações físicas (como tremores, calafrios, ondas de frio ou calor, respiração ofegante que pode chegar a falta de ar, náuseas, tonturas, palpitações e dores) e psicológicas (como sentir-se ausente de seu próprio corpo ou irreal e esquecer-se onde se está, de onde se é ou deixar de reconhecer o ambiente, desespero e medo extremos e sensação de morte iminente). É, acho que é isso. Ah, mas não precisa necessariamente tudo ao mesmo tempo, é claro. São os sintomas possíveis.
Pra se ter um ataque de pânico, é preciso se ter a Síndrome do Pânico, que é muito, muito mais complexa que isso. Quando se tem outro transtorno de ansiedade, essas crises costumam ser mais raras, se sequer ocorrerem, e são considerados ataques de ansiedade extremos ou particularmente fortes, embora seja basicamente a mesma coisa. Então o que eu tô querendo dizer é que o Santini não teve um "ataque de pânico" e absolutamente não tem Síndrome do Pânico, embora tenha sido isso que ele sentiu, e eu apenas usei esse termo pra deixar mais claro as sensações. Eu provavelmente vou aplicar isso em alguma narração, mas vou escolher o momento com cuidado, porque já vai deixar o capítulo particularmente pesado.
.... acho que isso foi spoiler.
Mas bem, era isso. Me sinto menos tensa agora.
Obrigada por ler, e até o próximo o/



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