O Novo Experimento -interativa escrita por Mika


Capítulo 6
Isto Nunca Irá Parar... -Dias 6-7.


Notas iniciais do capítulo

Olá! Eu sei, o nome do capitulo está uma porcaria. Reescrevi este capitulo 3 vezes. Estava sem criatividade e aqui está o que deu. Espero que gostem!



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–Katherine... Katherine... -repetia a menina sem saber onde estava. Sem forças para se levantar e tentar descobrir o que estava acontecendo.

Sentiu uma superfície áspera ao apoiar a mão para tentar se levantar. Novamente falhou e caiu sobre suas costas. Não enxergava absolutamente nada. Aquele lugar era assustador. A menina, ou melhor, Katherine, podia sentir que estava subindo sem parar.

"Um elevador" -pensou.

Quanto mais Katherine tentava se lembrar de algo, mais sua cabeça doía.

Aquela coisa não parava de subir. E parecia que quanto mais tempo passava lá dentro mais alto e enlouquecedor ficava os ruídos do "elevador" arranhando nas paredes e sendo puxado para cima.

Meia hora se passaram. Ou pelo menos era isso que o "relógio psicológico" de Katherine dizia. Não era possível saber em tempo exato.

Estava tonta. Confusa. Tentava lembrar de algo. Mas a dor de cabeça só aumentava.

–Katherine... -voltou a dizer a menina pouco antes dos ruídos cessarem e o teto começar a se abrir.

–O que é isso? -perguntava uma voz feminina.

–Eu não sei! -respondia agora uma masculina.

Katherine finalmente conseguiu se levantar apoiando seu corpo em seus braços, mas a menina estava muito tonta e caiu novamente no chão.

–Mas que droga! -gritou.

Essa era a única frase completa que havia saído de sua boca desde que acordara em uma caixa escura.

–É uma menina! -gritou um garoto alto com cabelos negros. -Vou pular lá!

Os olhos de Katherine já estavam se acostumando com o intenso claro do lado de fora.

O menino de cabelos negros pulou dentro da caixa e pediu uma corda. Começou a escalar. Katherine não hesitou e foi logo atrás. Claro que a menina não confiava no alto garoto dos cabelos negros, mas tudo era melhor do que permanecer naquela caixa por mais tempo.

–Vem! Não tenha medo. -chamava o garoto já ao topo da corda.

Katherine demorou para conseguir escalar a corda inteira. Ainda estava tonta e confusa.

Ao escalar a corda inteira, viu alguns rostos a encarando, então sem dar tempo à ninguém de pensar, empurrou o menino que estava dentro da caixa com ela e saiu em disparada sem saber para onde.

Correu por alguns segundos até uma alta menina de cabelos castanhos a alcançar. As duas rolaram no chão e Katherine acabou por baixo.

–Sou Natalie. Espero que não tente correr de novo. -falou a menina com um tom ameaçador.

–Como posso confiar em vocês? -perguntou Katherine assustada.

–Considerando que você não se lembra de nada e nos também não, e estamos trancados neste mesmo lugar... -foi interrompida por gritos vindo de dentro do labirinto.

–Socorro!

–Que droga! Alice ainda não voltou! -gritou Natalie correndo em direção à porta de onde ouvira os gritos. -Eu mandei ela voltar cedo! Droga!

Todos estavam lá. A maioria temia o labirinto e por isso resolveram esperar Alice do lado de fora.

–Ele fala! -gritou Alice de dentro do labirinto.

O clima era tenso e Katherine sentiu uma gota de suor descer pela sua testa.

–O que está acontecendo? -perguntou olhando para Natalie.

–Ele quem? -gritou a alta menina dos cabelos castanhos ignorando Katherine.

–O Verdugo! Tragam armas! Rápido! -gritou Alice desesperada repetindo a ultima palavra varias vezes.

Natalie correu para o quarto que batizara de arsenal e sacou algumas facas, uma lança, adagas, um arco e algumas flechas.

–Sebastian! -chamava Natalie. -Me ajude.

Sebastian correu em direção de Natalie e pegou a lança o arco e algumas flechas e correu de volta ao grupo de pessoas assustadas.

–Carly! -gritou o menino que Katherine julgou ser Sebastian. -Pegue o arco!

Sebastian entregou o arco para Carly e soltou algumas flechas no chão.

Carly, a menina loira de altura media, pegou o arco e encaixou uma flecha na corda.

Sebastian ficou em posição de ataque com a lança enquanto Natalie soltava algumas facas e adagas no chão.

–Para quem quiser! -gritou Natalie.

Katherine estava cada vez mais confusa. Pegou uma faca e algumas adagas para se defender do que poderia chegar lá.

–O que é isso... Sebastian?

–Um verdugo! -respondeu o menino dos cabelos negros.

–Um verdugo? -repetiu Katherine assustada.

Avistou uma menina loira sendo seguida por um menino.

–Isso é um verdu... -começou Katherine mas foi interrompida por uma voz metálica seguida de estalos de metal raspando contra metal.

–Isso mesmo.... -dizia a voz.

–De onde vem isso? -perguntou Sebastian.

–É o verdugo! -respondeu Natalie arregalando os olhos. -Nunca vi um desses.

–Socorro! -gritava o garoto loiro dentro do labirinto sendo quase alcançado pelo "verdugo".

Katherine estava muito assustada. Correu para a direção oposta do labirinto. Quando estava comecando a ficar cansada, alcançou um quarto feito de madeira. Tentou entrar mas estava trancado.

Chutou a porta algumas vezes. Estava suando mas não parava. Até que a porta cedeu.

Katherine começou a entrar com a respiração ofegante. Estava muito tonta. Então sentiu uma mão segurar seu tornozelo.

–Droga! -gritou chutando o que havia segurado sua perna.

O quarto era escuro e fedia. Katherine não gostava daquele lugar. Queria correr mas uma pessoa pulou sobre ela a derrubando no chão.

–Nem pense em machuca-lo. -gritou a menina sobre ela.

A menina era bonita. Tinha belos cabelos negros, mas estava inundada pelos traços de loucura. Sua pele era pálida e seus cabelos pareciam palha.

–Me larga! -gritou Katherine se debatendo.

Um menino de cabelos vermelho se levantou ao lado da cabeça de Katherine apoiada no chão e pegou a faca da menina.

–Me devolve, desgraçado!

–Vou cortar a sua barriga. -falou o garoto. -Seu filho precisa nascer.

–Meu Deus... -resmungou a menina horrorizada ao olhar para o garoto.

O menino fedia mais do que Katherine podia aguentar. Seu couro cabeludo possuía feridas em carne viva e seu rosto estava repleto de feridas. Aquilo não tinha mais nenhum traço humano. Nenhum sentimento normal de um humano. Aquilo parecia... Parecia mais um Crank! Isso! Crank era uma ótima palavra para descreve-lo.

A menina alcançou o joelho nas costas da louca em cima dela, que caiu no chão procurando oxigênio no ar. Katherine se levantou e lançou uma adaga, que havia pego mais cedo, na perna do garoto louco.

O menino caiu no chão. Mas não por dor. Ele não sentia dor. Estava rindo como se nada tivesse acontecido.

–Tola... Tola...-resmungava o garoto entre gargalhadas. -O seu filho vai morrer.

Katherine começou a correr terrivelmente assustada mas algo chamou sua atenção. A menina que antes estava em cima dela e parecia louca, agora estava chorando. Como ela poderia ter sentimentos?

–Você não está louca... Não é? -perguntou voltando para perto na menina com uma adaga na mão por precaução.

A menina não parava de chorar olhando para o garoto louco.

–Você ainda tem sentimentos. -concluiul. -Você o amava.

Ao ouvir isso a menina dos cabelos negros pulou sobre o Crank o abraçando.

–Amo ele! Amo... Muito... Ele. -dizia entre soluços.

–Venha comigo! Precisamos salvar aquelas pessoas! Tratamos dele mais tarde.

–Promete? -perguntou a menina ainda chorando. Aquela expressão retirava qualquer impressão de Katherine sobre aquela menina estar louca.

–Prometo. Agora vem! -gritou Katherine correndo em direção ao grupo que já estava lutando desenfreadamente com uma bola vermelha coberta de fungos e serras.

Ao chegar mais perto, percebeu que uma das serras do "Verdugo" ia de encontro à cabeça de Sebastian. Todos já estavam feridos e inundados pelo cansaço.

–Sebastian! -gritou enquanto arremessava uma adaga em direção ao verdugo por puro instinto.

A serra estava muito perto de rachar o crânio do garoto. A adaga estava se aproximando do Verdugo com muita velocidade. Sebastian fechou o olho esperando pela morte. Mas não veio.

Katherine não sabia como havia feito isso. Acertou a adaga exatamente na junção da serra com a bola gelatinosa do Verdugo, derrubando assim sua serra no chão.


–Eu vou voltar... -ouviu uma voz fantasmagórica soar pela "Clareira" toda. -Ele precisa ser morto! O garoto passou pela transformação!

O verdugo partiu em direção ao labirinto.

Sebastian caiu no chão enquanto todos os seus amigos observavam os portões se fecharem.

–Obrigado. -falou o menino apoiando todo o seu pesos sobre suas mãos quase beijando o chão.

–Tudo bem... -respondeu Katherine ainda confusa.

A menina reparou que todos observavam Sebastian atentamente, como se ele tivesse algo a falar.

–Ei! Fedelha! Eu te explico tudo mais tarde. Agora tenho que falar com Sebastian. -falou a menina loira que havia acabado de voltar do labirinto perseguida por um monstro.

Sebastian havia levantado e acompanhava Alice até o quarto colorido que ficava perto de uma floresta, o lugar de onde Julian pegava alguns troncos de vez em quando.

Katherine apenas observava os dois caminhando quando viu a menina louca correndo em direção de Sebastian.

–Sebastian! -gritou apavorada enquanto lançava uma de suas adagas sem perceber.

Katherine viu a lamina brilhosa girando nos ares em direção à menina que ainda chorava. Sentia a brisa batendo em seu rosto e tudo parecia em câmera lenta. Ela tinha certeza de que a lamina acertaria o crânio da menina. Não sabia se a menina era realmente louca, esses pensamentos a deixaram realmente arrependida de ter arremessado aquela adaga. Katherine nem teve tempo de processar o ocorrido e o louco dos cabelos vermelhos estava no chão com uma adaga cravada em seu peito e uma poça de sangue ao seu lado. O Crank havia salvo a sua amada.

–Will! -gritou a "louca" furiosa saltando sobre o corpo do amigo no chão. -Maldita!

Katherine sentiu uma estranha pontada em seu estômago e apalpou a área com a mão esquerda. Está apareceu banhada de sangue.

Quando a menina lançou um olhar em direção ao seu estômago viu o cabo da adaga banhado de um liquido vermelho e então sentiu toda a luz sendo drenada de sua visão até cair inconsciente no chão.

–-----

–Será que ela vai ficar bem? -Katherine ouviu a voz do menino que estava no labirinto correndo do Verdugo.

–Já te falei que vai! -gritou Carly.

–O que houve? -perguntou a menina tentando se levantar.

–Eu não tentaria isso ainda. -sugeriu Carly.

Katherine insistiu em tentar levantar. Estava tonta, sentia sua cabeça latejar e principalmente: estava morrendo de fome.

–Preciso de comida! -pediu Katherine caindo com a cabeça apoiada em um travesseiro improvisado ao sentir uma enorme dor na região de seu estômago.

–Por hoje, pelo menos, apenas sopa. -falou Carly. -Qual o seu nome? Eu sou a...

–Carly. -interrompeu Katherine. -Eu sou Katherine. Prazer e obrigada.

–Este é o Jasper!

–Oi! -falou Jasper tentando ser simpático mas acabou parecendo mais uma menina falando.

–Olá! Prazer.

–Katherine... -chamou Carly. -Você vai precisar ficar nesta cama por algum tempo. Esther perfurou seu estômago com aquela adaga.

"Esther?" -pensou concluindo que era a menina louca que havia perdido o amigo.

–Como ela está? -perguntou preocupada.

–Bem... Está melhorando. Enterramos William ontem após o jantar. Esther está no quarto ao lado. Espero que ela se recupere... Era uma boa amiga. Só enlouqueceu ao ver seu amado Will ser consumido pela loucura.

–Eu... Eu sinto muito... -falou deixando uma lagrima escorrer de seu olho.

–Você salvou Sebastian e Esther. Agora ela está livre. -disse Carly consolando a novata.

–Duas vezes. -brincou Katherine ainda com uma expressão de pura tristeza.

–Aliás preciso saber como acertou aquelas adagas. -falou Natalie entrando no aposento. -Prazer. Natalie.

–Eu não sei! Não tinha ideia de que era boa com as adagas! -falou Katherine tão rápido que quase se engasgou.

–Precisa me ensinar isso. -pediu Natalie. -A partir de hoje você ensina à mim e à Alice.

–Eu poderia ajudar Carly com os feridos também.

"Com os feridos!" -pensou. Algo dentro dela dizia que era boa com isso!

–Seria ótimo! -falou Carly entusiasmada. -Não tenho como cuidar de Esther e Natalie ao mesmo tempo.

–Foi uma vez... -falou Natalie.

–Mas está enrolada até agora. -respondeu Carly observando a ferida na perna da amiga.

–Pelo menos posso correr... -falou Natalie envergonhada. -Vamos. Alice nos aguarda.

–Katherine. Fique aqui. -ordenou Carly. -Já venho com o seu cafe da manhã.

As meninas saíram do quarto. Katherine observava o teto pensando na sua nova vida. Quase havia matado uma menina inocente. Matou um menino inocente. Tudo bem, ele estava louco. Mas para Will, salvar quem amava era prioridade. Podia quebrar regras para isso. Mesmo louco, William salvou Esther, a menina que cuidou dele durante a sua loucura. Will, diferente da maioria, mesmo louco, morreu como um herói. E isso, naquele lugar que chamavam de clareira, fazia a diferença.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! O que acham que acontecerá com Esther? Comentem por favor! Sem comentários não sei se estão gostando e não tenho um porquê de continuar! Então se não gostaram, comentem o que acham que pode ser melhorado! E se gostaram... Aceito elogios hein! Beijos até o próximo! Espero saber o que estão achando da historia!