Hermione Granger

Acordei com o sol em meu rosto e percebi que eu não estava tão dolorida quanto imaginei. Foi quando me dei conta de que eu não estava mais no chão do banheiro e sim deitada em minha cama, no meu quarto.

—Me levou para o quarto? –Perguntei assim que esbarrei com Malfoy na sala.

—Levei, por quê? –Respondeu desinteressado.

—Mudou de ideia quanto ao pedido de desculpas? –Cruzei os braços arqueando as sobrancelhas.

—Você queria dormir no chão? –Disse suspirando entediado e olhando pra mim.

—Não.

—Então não faça com que eu me arrependa. –O Sonserino se levantou e se dirigiu à porta, e quando tive certeza de que ele não estava mais por perto soltei o ar que eu nem sabia que estava segurando.

...

Este era o nosso último dia de aula antes do baile. Meu vestido, minha máscara, sapatos, tudo já estava arrumado para a noite de amanhã.

Repassando os últimos detalhes da organização eu segui em direção ao salão principal. Não havia percebido o quanto estava faminta até ver o tanto de comida que havia naquela mesa e minha barriga roncar, fato que não passou despercebido por Luna, mas a Corvina não se importou nem um pouco.

—E aí Mione, tudo pronto para o baile? –Ela perguntou.

—Que eu saiba sim.

—E o Malfoy vai mesmo com a Lilá? –Gina perguntou e eu balancei a cabeça.

—Vai.

—Ah, eu tinha esperanças de vocês irem juntos. –Luna resmungou.

—E por que ele me convidaria? Malfoy me detesta. Ele me trancou no banheiro! –Falei indignada arrancando risadas das duas. –Não tem graça!

Após o fim do café da manhã, me juntei a Harry e Rony e fomos em direção a aula de Herbologia, passando por um Neville muito empolgado com uma nova planta que havia conseguido para mostrar para a professora.

—Alunos... –Começou a professora. –Para fixar a matéria decidi dividir todos vocês em duplas, não necessariamente de acordo com as casas, para que façam para mim um relatório. Aqui estão os seguintes temas: Plantas fixas aparentemente sem sentido, móveis sem sentido, fixas com sentido e móveis com sentido. Quero que tragam também uma pequena amostra de uma planta que se encaixe em sua categoria e dois pergaminhos. Aqui estão suas duplas.

Um pedaço de pergaminho apareceu diante de cada aluno. Peguei o meu e resmunguei ao ler o nome ali escrito: Draco Malfoy – Planta fixa com sentido.

—Não acredito, fiquei com o Goyle. –Harry murmurou soltando o ar.

—Ela ficou louca não é? Pansy Parkinson? –Rony disse ao meu lado.

—E você Mione? Vai fazer com quem? –O menino-que-sobreviveu perguntou.

—Talvez tenha tido mais sorte que nós.

—Com certeza não. –Murmurei entregando-lhes o papel.

A professora e Malfoy se aproximaram de mim quando Rony e Harry foram procurar suas duplas.

—Sei que não estão felizes com a ideia. –Ela disse. Ainda bem que sabe. –Mas pensei que seria mais fácil para os dois se trabalhassem juntos.

—Nos tratam como se fossemos casados. –Malfoy disse carrancudo enquanto cruzava os braços assim que a professora se afastou.

—Hoje à noite teremos uma ronda. Me encontre no corredor do primeiro andar e não se atrase, okay? –Ele não respondeu, apenas revirou os olhos.

—"Não se atrase", agora você está agindo como se fossemos casados. -Murmurou e eu resolvi apenas ignorar o comentário.

Algumas aulas e muitas anotações depois finalmente chegou a hora da ronda. Quando passamos pelo corredor do segundo andar encontramos alguns alunos do segundo ano, que Malfoy surpreendeu com sua voz grossa e séria.

—O que vocês estão fazendo aqui?

—Estamos...

—Com fome. –Um completou o outro.

—E eu sou um centauro. –Draco ironizou. –Menos 10 pontos para cada um de vocês, agora voltem para cama.

—Por favor, não tire nossos pontos! –Pediu o menor.

—Se os encontramos de novo não serão apenas 10 pontos, então sugiro que andem logo. –Falei autoritária e as crianças logo se apressaram.

O resto da ronda foi tranquila e silenciosa. Malfoy não puxava assunto e eu muito menos, mas quando chegamos ao apartamento e fui em direção ao meu quarto as mãos gélidas do loiro se fecharam sobre meu pulso me fazendo ficar.

—Se tentar alguma coisa vai se arrepender. –Avisei ao ver o sorriso presunçoso em seus lábios.

—Sabe que não tenho medo de você, não é?

—Acho bom que tenha, caso contrário levará outro soco como no terceiro ano.

—Vou arriscar.

E ele me puxou, colando seus lábios nos meus e tocando minha cintura com calma. Quando me dei conta do que estava acontecendo eu já estava com as costas na parede e minhas mãos em sua nuca puxando-o pra perto.

Suas mãos começaram a subir minha blusa, mas eu não deixei que ele continuasse. O impurrei com toda a minha força, ciente do quanto era errado o que ele estava fazendo.

—Se acha que eu sou Lilá ou Pansy você está enganado Malfoy. Já fez uma vez, não fará de novo!

—Se fosse Lilá ou Pansy não teria interrompido, Granger. –Ele revirou os olhos.

—Pois é bom que pare de me tratar como se eu fosse uma qualquer, porque eu não sou! Não vou ficar com você para me tornar só mais uma da listinha de nomes que inflam o seu ego e você usa apenas para se gabar quando na verdade todos aqui sabem bem o quão solitário você é! -Gritei, sentindo minhas bochechas queimarem de raiva enquanto me afastava e batia a porta do quarto com força.