Hermione Granger

Fui atrás de Ronald, ainda que um pouco contrariada, afinal eu havia deixado meus sentimentos por ele bem claros na noite em que ele se declarou. Pedi a Harry que olhasse onde ele estava no Mapa do Maroto e segui em direção ao armário de vassouras, mesmo vendo que o nome dele estava próximo ao de Lilá Brown.

—Como ela pôde, Lilá?

—Olha bem pra mim, Rony. –Ela pediu. Eu estava escutando atrás da porta ainda decidindo se deveria ou não entrar. –Ela e o Draco nunca dariam certo, pelo menos eu acho que não, porque...

Antes que ela tivesse chance de dizer mais alguma coisa, eu abri a porta, cruzando os braços logo em seguida. O espaço era apertado, principalmente para três pessoas, mas eu não estava planejando ficar ali por muito tempo.

—Podemos conversar? –Perguntei.

—O Malfoy está ocupado demais pra você agora? –Ele arqueou as sobrancelhas, não estava nada feliz.

—Está sendo infantil. –Rebati.

—Vá embora, Granger, não vê que ele não quer você aqui? –Lilá resmungou.

—Ronald sabe falar por si mesmo, Lilá. Se ele não me quiser aqui ele que diga. –Retruquei.

—Está atrás dele porque o Draco te rejeitou, só pode. Mas já era de se esperar, ele não gosta de gente como você.

—Cala a boca, Lilá. –Ronald resmungou.

Respirei fundo em uma tentativa de me acalmar. Ela não merecia minha raiva e muito menos que eu ficasse chateada por conta de algo que disse. A porta se abriu mais uma vez e Malfoy estava parado lá. A mesma cara entediada de sempre que me dava vontade de estuporá-lo.

—Brown já chega, deixa a Granger em paz. –Mandou.

Eu o encarei, surpresa e cheguei à conclusão de que ou trocaram Draco Malfoy por uma pessoa mil vezes mais agradável – embora ainda irritante – ou ele bateu a cabeça. De qualquer forma eu que não iria fazer alguma coisa para ele voltar a ser o detestável de sempre.

—Vem Lilá, eles devem estar querendo ficar sozinhos. –O ruivo murmurou batendo no ombro do loiro, que fez uma cara de nojo enquanto passava a mão ali, como se limpando o local aonde ele encostara.

—Não, Rony, espera... –Pedi, mas ele ignorou, saindo e fechando a porta.

—Não achava que seria idiota de ir atrás dele depois do baile, Granger. Vejo que estava enganado.

—O que diabos está acontecendo com você?! –Gritei. Ele deu de ombros e eu bufei.

—Ah, por Merlin, eu acabei de te salvar da insuportável da Lilá e do pobretão do Weasley, dá pra ficar feliz?

—Se não fosse um idiota com a Lilá talvez ela não me enchesse tanto.

—Deixei minhas intenções claras no segundo em que começamos com isso. Não sou homem de uma só, Granger.

—Bem, você devia dizer isso a ela mais vezes.

—Você não consegue parar de reclamar?

—Não quando tenho tantos motivos! Tudo isso é culpa dessa ideia idiota de monitores ficarem colados o dia inteiro... –Eu continuei falando, ignorando que ele revirava os olhos, cansado de ouvir meus protestos. -..., como se nós dois fossemos melhores amigos. Minerva sabia que essa ideia era péssima! O que diabos Dumbledore estava pen...

Antes que eu continuasse ele cruzou o pequeno espaço que nos separava. Foi tudo muito rápido. Os lábios dele estavam nos meus e eu não sabia mais o que fazer. Empurrá-lo, talvez? Algum feitiço não verbal?

Minha mente se perdeu naquele beijo e quando ele me soltou, segurando meu rosto e fixando aqueles olhos acinzentados nos meus, eu não sabia mais o por que estava gritando ou o que estava acontecendo.

Draco Malfoy me soltou, saindo daquele armário de vassouras e me deixando ali sozinha, ainda tentando entender o que foi aquilo.