Roses and Demons EX: Crimson Blast escrita por Boneco de Neve


Capítulo 31
A Rainha e a Bruxa - Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Esse é o último dos 12 que eu fiz no overdrive dos meus miolos de neve. Realmente espero que aconteça mais vezes... Enfim, apreciem! E se preparem que vem bastante diálogo aí...



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Em uma das densas florestas que contornavam Rabiphit, Fileo estava sentado em uma pedra, ao lado de uma tenda que ele mesmo havia montado; seu cavalo estava amarrado a uma árvore perto dali. Usando a Imagem Dupla, ele conversava com Tong-Hu, que aparentemente estava na sala dos Combatentes. O assunto era os aspirantes.

Tong-Hu: Foi um milagre a sobrevivência deles. Mas, ainda assim, o estado deles é muito preocupante; especialmente Agouro. Não sei se ele vai viver por muito tempo.

Fileo: Como eles estão?

Tong-Hu: Agouro sofreu lacerações profundas por todo o corpo por ter protegido Rex e Blodia das haripis. Ele também teve as mãos destruídas, e a caixa torácica dele está repleta de fraturas. Rex levou uma surra; está cheio de contusões ao longo do corpo e está com a cara literalmente quebrada; ele vai levar meses pra se recuperar...

Fileo: E a florzinha?

Tong-Hu: A florzinha... Digo, Blodia foi a que menos se machucou, mas também não foi pouca coisa. Ela teve alguns arranhões e queimaduras. O ferimento mais sério que ela teve foi uma facada na barriga, mas ela conseguiu selar a ferida com uma daquelas tiras que ela usa; então, a perda de sangue não foi tão grande.

Fileo: Ela está consciente?

Tong-Hu: Está dormindo agora. Ela ficou em choque depois do que aconteceu. Não sei se ela vai continuar seguindo esse ramo...

Fileo: Ah, ela vai sim. Quando isso tudo passar, ela vai se erguer de novo e voltar a lutar. Tenho certeza.

Tong-Hu: Tomara... Vou continuar meus afazeres aqui. Já está perto da vila?

Fileo: Mais ou menos. Eu peguei no sono no caminho; tive que parar para não cair do cavalo.

Tong-Hu: Ah, sim. Bom, me avise do progresso depois. Preciso ir. Não quero cair na ira do rei hoje...

Fileo: Ué, por que isso? Fez algo de errado?

Tong-Hu: Eu não. Aliás, nem sei o que houve. Só sei que, nessa madrugada, o rei destruiu o próprio quarto enquanto praguejava tudo e todos a plenos pulmões. Muito estranho.

Fileo: É, estranho mesmo...

Tong-Hu: Sim. Vou-me indo, meu amigo. Boa sorte.

Tong-Hu desfez a Imagem Dupla, e Fileo foi juntar suas coisas para continuar a viagem. Mas, ele não estava com a menor pressa. Pelo contrário; ele estava atrasando de propósito a sua ida até a vila da Ferradura para dar mais tempo para Mileena, Carly e Lobs escaparem. Enquanto ele fazia isso, ele pensava sobre o que conversou com Tong-Hu. Ele ainda estava surpreso com detalhe que Tong-Hu lhe revelara anteriormente.

Fileo: (Comandando um bando de haripis... Hm... É, a musa me surpreende a cada dia...)

Naquele momento, contudo, Fileo teve que interromper seu monólogo interno, pois percebeu que alguém se aproximava. Ele viu que era uma mulher de cabelos castanhos e lisos e de uma beleza estonteante, trajando um simples vestido branco e que andava em direção a ele com um sorriso gentil no rosto.

Fileo: (Uau... Maravilhosa...)

Porém, mesmo sendo uma mulher deveras bonita, alguma coisa o incomodava, embora não soubesse exatamente definir o motivo disso. Sua intuição, porém, se mostrou correta, pois a mulher, trocando seu sorriso gentil por um sorriso desafiador, correu em direção a ele, demonstrando que iniciaria um ataque. Fileo mal teve tempo de reagir.

Fileo: Mas o que...

Horas depois, já no fim do dia, no castelo de Gricai, a rainha-mãe, Noemi, se encontrava em seu quarto, que ficava no terceiro andar. Como ela tinha a perna ruim, o que a forçava a usar uma bengala, ela se movia entre os andares do castelo com a ajuda de uma plataforma mágica, similar ao que existia em Al-Katrax; tal plataforma era de uso exclusivo dela. Noemi não estava sozinha em seus aposentos naquele momento. Rashu se encontrava ali também, ajoelhado diante dela, enquanto esta permanecia sentada em sua cama. Ele segurava um dos pés dela e, sob ordens dela, cobria-o de ósculos delicados. Eventualmente, ela levantou o outro pé e deu ao Combatente mais uma ordem.

Noemi: Mais vinte nesse aqui, por favor.

Rashu: Certamente, minha rainha.

Tal coisa ocorria todos os dias no quarto da rainha-mãe; por vezes, acontecia mais de uma vez por dia. Ou Rashu era chamado por ela ou ele aparecia na porta do quarto dela e entrava com sua autorização. Então, ela se sentava em sua cama e ordenava Rashu a beijar seus pés; um de cada vez com um determinado número de beijos. Rashu, porém, não se sentia humilhado ao fazer isso; ele era louco de amores pela rainha. Esta também tinha sentimentos recíprocos, mas sempre se limitava a pedir para Rashu beijar apenas seus pés e nunca foram além disso. Embora Rashu quisesse que aquele “relacionamento” escalasse para algo mais sério, ele não se via no direito de exigir algo à rainha. A rainha também tinha receio de ir além; no caso dela, era por causa de seus sentimentos ao seu falecido marido, Lucky. Enquanto se mantivessem naquele nível de envolvimento, porém, os dois não se sentiam culpados; portanto, era melhor que ficasse como estava.

Noemi: Como estão meus pés, Rashu?

Rashu: Divinos como sempre, minha rainha.

Noemi: Ai ai... Sua boca também é mágica, meu Combatente... Minhas dores somem quando você beija meus pés... Por favor, continue.

Rashu: Com todo prazer, majestade.

Assim que a rainha ficou satisfeita com o “serviço”, ela pediu para que Rashu parasse, e este obedeceu.

Noemi: Isso foi maravilhoso, Rashu. Acho que vou pedir pra você repetir a dose hoje mesmo antes de dormir. Isto é, se não for incômodo...

Rashu: De maneira alguma, minha rainha. É sempre um prazer agradar a vossa pessoa.

Noemi: Que bom. Mas não quero que se force. Até porque, eu ouvi aquele meu filho idiota gritando com você hoje de manhã.

Rashu: Ah, aquilo... Eu pedi ao rei para que ele suspendesse a busca pela Mão de Pravus.

Noemi: Por quê? Acha que é inútil continuar?

Rashu: Hmph... A operação se tornou comprometida desde que o rei interferiu nas minhas decisões. Contudo, o motivo para fazer foi petição era outro. Blodia informou que a Mão de Pravus é capaz de invocar as Seis Bênçãos, e sabe usá-las com maestria. Aparentemente, ela pode ativar e desativar as magias quando quiser.

Noemi: Nossa... Essa é nova pra mim. As Seis Bênçãos, embora sejam ótimas magias, não são fáceis de preparar, ainda mais quando apenas uma bruxa as prepara. Aém disso, uma vez acionada, não é possível inibir a Bênção. Só o fato de a Mão de Pravus conseguir esse feito seria o suficiente para atestar que ela não é uma bruxa amadora.

Rashu: Sim. Além disso, ela foi capaz de ir de Alea até a Vila da Ferradura em um instante. Só isso já mostra que é inútil tentar cercá-la. Ela poderia muito bem ir embora do reino em um instante. Só não entendo o motivo que a impede de fugir daqui...

Noemi: Entendo... E o meu filho idiota se recusou a suspender a operação, eu suponho...

Rashu: Não somente isso como retomou a destruição de seus próprios aposentos, minha rainha.

Noemi: Ai ai... Me pergunto o que aconteceu com esse moleque para ele fazer todo esse escândalo...

Naquele momento, alguém bateu na porta do quarto da rainha, interrompendo a conversa dos dois.

?????: Majestade! Eu trouxe seu chá da tarde!

Uma das empregadas do castelo aguardava a permissão da rainha-mãe para entrar no quarto dela e levar-lhe uma bandeja com chá e biscoitos. A rainha logo ficou contente.

Noemi: Ah, ótimo! Minhas guloseimas chegaram. Estou mesmo com um pouco de fome.

Rashu: Eu retirar-me-ei agora, minha rainha. Preciso retornar aos meus afazeres.

Noemi: Está bem. Aproveite e abra a porta para a empregada, por favor.

Rashu: Agora mesmo, alteza.

Rashu obedeceu e foi à porta. Ao abrí-la, Rashu viu uma bela moça de cabelos castanhos e lisos, trajando o uniforme de empregada do castelo e carregando a bandeja. O rosto dela, embora belíssimo, não chamou demais a atenção do Combatente além do fato de não lhe ser conhecido.

Rashu: Você não me é familiar. Podes informar-me teu nome, serviçal?

Milia: Eu me chamo Milia! Sou a nova empregada. O senhor Fileo me avisou que havia uma vaga para trabalhar aqui e cá estou eu.

Rashu: Fileo, é? Hmph... Certo... (Aquele parvo... De novo trazendo moças para depois cortejá-las...)

Milia: O senhor é o Combatente Rashu, não é? Posso ajudá-lo em alguma coisa, senhor?

Rashu: Ah... Não. Apenas sirva a rainha, por obséquio.

Milia: Sim, senhor. Com licença.

Rashu deu passagem para Milia, que carregou a bandeja até uma pequena mesa que havia ali. O Combatente, tendo um estranho pressentimento, olhou para a empregada por mais alguns momentos, mas, julgando ser apenas impressão sua, saiu do quarto e fechou a porta. Ao observar os biscoitos, o apetite da rainha-mãe se abriu, e ela logo se pôs a apreciá-los.

Noemi: Hmmmm... Delícia. Vocês estão ficando cada vez melhores.

Milia: Muito obrigada, alteza.

Noemi: Hm... Eu não estou reconhecendo você. Qual o seu nome, minha jovem?

Milia: Milia, minha rainha.

Noemi: É um belo nome. Você começou a trabalhar quando, hoje?

Milia: Sim, comecei hoje de manhã. Fui avisada de que uma das empregadas do castelo morreu e decidi tentar a sorte. Graças aos céus, me aceitaram.

Noemi: Muito bom. Mas aqui o trabalho é puxado, então trate de se esforçar. E tome cuidado com o que comentar nesse castelo. Não quero te assustar, mas nossa empregada foi morta por vazar informações secretas. Sinceramente, achei um completo exagero por parte de Rashu, mas agora não há mais como voltar atrás... Enfim, não vá cometer o mesmo erro, entendeu?

Milia: Sim, majestade.

Noemi: Muito bem, depois que eu terminar de comer, eu vou tomar meu banho e então dormir. Avise as outras empregadas para prepararem meus sabões e cremes, pode ser?

Milia: Majestade... Me desculpe, mas temo que seu banho terá de esperar um pouco mais.

Noemi: Por quê? Não me diga que perderam um dos meus cremes de novo...

Milia: Não é isso. Eu tenho assuntos pra tratar contigo... Rainha-mãe Noemi.

Noemi não estava entendendo o que estava acontecendo. O tom de voz dela mudou drasticamente naquela última fala. Milia pôs uma das mãos no ar, com a palma em direção ao peito, e, então, surgiu um círculo azul mágico, que começou a girar para cada sentido alternadamente. Quando o círculo se desfez, o corpo de Milia emitiu uma vaga luz e literalmente mudou de forma. A forma que ela tomou era de uma mulher de cabelos negros e lisos que usava roupas negras, camiseta vermelha e uma distinta luva escalate na mão direita. Quando Noemi a viu, ela, espantada, deixou o biscoito que segurava cair no chão e ficou olhando estupefata para a aquela moça.

Noemi: P-Por Argenta... O que aconteceu?

Mileena: Antes de começar, quero que fique tranquila, porque eu não vim te matar. Eu só vim conversar.

Noemi: T-Tá... Mas... Posso saber que é você? Seu nome é Milia mesmo?

Mileena: Não, aquilo foi só um nome falso. Meu verdadeiro nome é Mileena Darphai. Sou aquela chamada de Mão de Pravus.

Noemi continuou olhando surpresa para Mileena. Porém, sua reação mudou drasticamente. Ela começou a rir e a bater palmas. Era uma risada que denotava divertimento em um sentido puro.

Noemi: Hahahahaha! Isso é fantástico!

Mileena: Hã?

Noemi: Eu estava mesmo querendo falar com você, mas já tinha perdido as esperanças. É que o meu filho idiota fez o favor de bagunçar a operação que Rashu montou para te trazer aqui. A intenção era trazer você aqui sem causar confusão, mas Ritchie transformou tudo numa caçada. Muitos morreram por causa disso sem necessidade...

Mileena: Então, você não teve nada a ver com essa ordem do rei...

Noemi: Não, não tive! Palavra de rainha-mãe!

Apesar do comportamento que beirava ao infantil por parte da rainha-mãe, parecia para Mileena que ela não estava mentindo. Até o momento, Noemi dava a entender para a moça de manopla que ela era mesmo de confiança.

Mileena: Muito bem. Eu não estou mesmo em posição de duvidar de você... Alteza.

Noemi: Obrigada, querida. Sente-se; tome um chá comigo!

Mileena: Er... Sério?

Noemi: Sim, sim! Fique à vontade!

Desconcertada, Mileena se sentou, e Noemi lhe serviu uma xícara de chá e seus biscoitos. A rainha-mãe estava realmente animada; parecia até uma versão crescida da Marjorie, exceto que ela não trocava palavras.

Noemi: Ah, sim. Antes de qualquer coisa... Aquela magia você usou pra criar aquele disfarce... É impressão minha ou aquilo era o Cadeado Mágico?

Mileena: Sim... Era o Cadeado Mágico.

Noemi: Não acredito! Que genial! Achei que só dava para executar essa magia com livros!

Mileena: Pra falar a verdade, eu também. Só descobri que dava pra usá-la dessa forma recentemente...

Noemi: Isso é tão legal... Eu também gosto de magias, mas, vou ser franca, tenho tido muita preguiça de praticar. Feio vindo de uma rainha, né? Hihi...

Mileena: Er... Com todo o respeito, majestade... Eu não vim aqui pra ficar de conversa fiada. Quanto mais tempo eu perder aqui, maior a chance de alguém aparecer e me flagrar aqui.

Noemi: Oh... Hehe... Tem razão; desculpe. Muito bem, sobre o que vamos falar... Ah, sim. Vamos falar primeiramente sobre suas últimas ações. Quero que me diga o que aconteceu em Rabiphit e em Bisquitt... Ah, me explique também o que se sucedeu com os aspirantes.

Mileena torceu os lábios em descontentamento, pois ela queria pistas sobre o Coração de Málgama, mas a rainha-mãe aparentemente estava apenas a fim de satisfazer sua curiosidade. Porém, para não estragar tudo, resolveu dar sua explicação, mas de forma breve para não perder tempo.

Mileena: Bom, em Rabiphit, tudo o que eu fiz foi capturar Lady Fogaréu. Admito que exagerei ao destruir os portões, mas, pelo que sei, ninguém morreu e as perdas foram mínimas.

Noemi: Mas, por causa disso, você inutilizou a rota secreta de transporte de cargas que havia lá. Sem contar que sua luta com ela causou um enorme estrago nas florestas...

Mileena: Eu só estourei os portões; não é possível que isso impeça vocês de carregar suas tranqueiras pra sempre! E quem causou aquele incêndio não fui eu; foi aquela bruaca! Se você conhecia ela, sabe que ela era uma piromaníaca doente.

Noemi: Pft... Hahahahahaha! Bruaca... Hahahahaha!

Mileena: Hã?

Noemi: Hah… Desculpe, é que você falou de um jeito tão engraçado que eu não resisti... Hihi... Relaxa, tá? Eu entendo o seu lado.

Mileena: Entende?

Noemi: Sim, entendo. Além disso, quando paro pra pensar... Se Lady Fogaréu tivesse saqueado a cidade, o prejuízo seria bem maior para nós. No fim das contas, você fez um bom trabalho.

Mileena já não conseguia mais entender o que se passava pela cabeça de Noemi. Ela aceitou a explicação da moça de manopla com certa facilidade. Dada a reação jovial da rainha-mãe, Mileena poderia entender que ela estava sendo sincera, mas estranhamente, pelo mesmo motivo, poderia entender o contrário também. A moça de manopla viu que tinha trilhar aquela conversa com mais cuidado.

Quando Noemi voltou a indagar sobre Bisquitt, Mileena deu uma explicação breve sobre o que aconteceu enquanto estava lá, dando ênfase aos atos perversos dos Shabon, especialmente o tráfico de mulheres cometido solenemente para a abertura dos diários das Darphai. A rainha-mãe ficou estarrecida com todas aquelas revelações, mas, não querendo ser injusta, não queria tomar ações meramente pela palavra de uma terceira, ainda mais alguém procurada pelas forças de segurança de todo Sortiny, por mais que simpatizasse com ela.

Noemi: Mileena... As acusações que você fez agora são muito graves. Talvez seja muito pedir por isso agora, mas você não teria alguma prova para sustentar essas acusações, teria?

Mileena: Alteza... Pra ser sincera, eu não vim aqui esperando conseguir provar nem mesmo a minha inocência. Mesmo que você acredite, tenho certeza que o rei não vai me ouvir e vai mandar me matar. Tudo o que eu tenho agora é a minha própria palavra. Mas, se você estiver disposta ir mais a fundo nessa história, eu sugiro que você fique de olho em Tong-Hu.

Noemi: Tong-Hu?

Mileena: Sim. Naquele dia, ele estava se divertindo no Manicômio, o lugar de onde sairia a vítima mais recente de Aspo. Ele sabia do que estava acontecendo e não fez nada para ajudar. Eu não sei dizer se ele participou diretamente do esquema, mas posso pelo menos dizer que ele é cúmplice por omissão.

Noemi: Ai ai... Como ele pôde... Certo, eu vou manter isso em mente, pode ter certeza...

A moça de manopla percebeu que Noemi parecia realmente constrangida com sua revelação, o que trouxe certo alívio, pois dava a entender que a rainha-mãe realmente pretendia investigar mais sobre o assunto.

Mileena: Quanto aos aspirantes... Bom, eu lutei pra me defender, né...

Noemi: Mas você quase os matou.

Mileena: A ideia era impedí-los de me delatar. Mas, pelo que eu ouvi agora, não deu certo... Blodia conseguiu se safar.

Noemi: Não só ela, todos os três... Peraí, você ouviu... Aqui? Não me diga que você ouviu tudo o que Rashu e eu...

Mileena abriu um largo sorriso de provocação para Noemi, que ficou com a cara mais vermelha que um tomate fresco.

Noemi: Ai ai ai ai ai...

Mileena: Relaxa, não conto pra ninguém.

Noemi: É bom mesmo, senão eu mesma caço você, nem que eu tenha que ir até os confins de Sortiny!

Mileena: Hehehehe... Não precisa se preocupar. Afinal, até uma rainha precisa extravasar, né...

Noemi: Glup... Vamos voltar ao assunto de antes, está bem?

Mileena: À vontade.

Noemi: Ahem... Bom, eu tenho que admitir uma coisa. Você é muito corajosa de se infiltrar aqui no castelo e vir atrás de mim. Me responda mais a essa pergunta e então eu deixo você perguntar o que precisa. E se eu não quisesse te ajudar? O que faria?

Mileena: Alteza, eu estou nesse castelo desde a manhã. Tive a chance de circular por quase todo o castelo. E também tive a chance de carregar vários objetos diferentes com meu poder de explodir coisas. Se algo der errado...

Noemi: Hehe... Você é bem mais inteligente do que as suas irmãs. Me lembra mais a Midea do que todas as outras...

Mileena: Conheceu minha mãe?

Noemi: Éramos boas amigas; ela me ensinou algumas coisas também. Eu a conhecia; ela não era uma pessoa covarde; pelo contrário, ela era corajosa. É por isso que eu sempre achei que ela nunca ordenaria aquele ataque, ainda mais considerando que ela não estava na linha de frente. E vendo você aqui, julgo que você também não tomou parte daquilo.

Mileena: Minha mãe foi envenenada pelas próprias filhas no dia da rebelião. Elas tentaram fazer o mesmo comigo, mas consegui escapar e tirar minha mãe da Casa de Prata.

Noemi: O quê?! Quer dizer que...

Mileena: Não, ela sobreviveu; consegui curá-la. Mas ela foi consumida pelo desgosto por longos dois anos. Permaneci ao lado dela durante todo esse tempo.

Noemi: Ai ai... Coitada da Midea... Vítima das próprias filhas! Que crueldade...

Mileena: Quando eu recuperei o diário dela, descobri que ela deixou uma parte de sua consciência nele. Foi ela que falou para eu vir até aqui falar com você.

Noemi: Ah... Quer dizer que mesmo depois de todo esse tempo, ela também confiava em mim? Oh... Não imagina como estou grata a ela.

Mileena: Se quer mesmo expressar sua gratidão a minha mãe, então preciso que me responda algumas coisas. É da vontade dela que eu saiba também.

Noemi: Claro! Pode perguntar o que quiser! Ajudarei no que puder!

Finalmente, a chance de Mileena de ir mais a fundo na história da rebelião das bruxas estava bem diante de si. Sem hesitar, Mileena fez a sua primeira indagação.

Mileena: Em primeiro lugar... Quero que me fale sobre o Coração de Málgama.


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Notas finais do capítulo

A conversa entre Mileena e Noemi continua. Dessa vez, Noemi se adentra nas origens do Coração de Málgama.

Próximo Capítulo: A Rainha e a Bruxa - Parte 2

Em breve...



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