Maquinaria escrita por Koehler


Capítulo 1
Prólogo.


Notas iniciais do capítulo

Primeiro de tudo, obrigada por estarem lendo a minha história!
Segundo: se há alguma confusão nesse capítulo, é proposital. Será tudo esclarecido conforme os capítulos.

Agradeço à Koruja por ter betado o capítulo com tanta paciência. Fez um maravilhoso trabalho.

Para minhas meninas da FESO.

Boa leitura!



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O renomado cientista Lamar Kohler percorreu cambaleante e desajeitado a metade do extenso corredor, que centralizava o primeiro andar do gigantesco Instituto Kohler. Jogou-se de encontro a enorme porta de marfim, abrindo e adentrando o lugar com pressa, tropeçando nos próprios pés e despencando violentamente para frente. Inspirando o ar com certa dificuldade, fez um grande esforço para se levantar - ainda que bastante curvado - e caminhou até a mesa de mogno no canto da sala. Abaixo dela, um escondido botão, o qual ele apertou de qualquer jeito, esperando ouvir ao longe, as diversas entradas sendo lacradas com impenetráveis portões de ferro.

O homem permaneceu ali, jogado no chão, arquejante e tentando organizar os pensamentos em meio a toda aquela confusão. Podia sentir a adrenalina e o medo pulsar cada vez mais rápido em cada veia do seu corpo. Precisava pensar em mais algo, precisava sair dali. Respirando fundo, tornou a rastejar-se, buscando dentro daquele cômodo um local apropriado para se esconder.

Passos ecoaram sobre o piso de mármore creme, cada vez mais próximos. Podiam-se ouvir de longe as batidas aceleradas e a respiração arrítmica do velho.

— Kohler, Kohler… — Com os olhos arregalados, o cientista piscou violentamente, em busca de clarear a visão turva pela falta de oxigênio no cérebro. — Eu já lhe avisei uma vez, não adianta fugir, muito menos se esconder. — continuou o homem, o tom de voz extremamente rouco, chiante, de um modo aterrorizador.

Lamar mantinha a respiração entrecortada, rastejando-se para trás como uma presa encurralada pelo predador. Já não havia mais saída, ele sabia.

— Por favor, eu lhe juro. — suplicou baixinho, um esforço sobre-humano para que o fio de voz saísse. — Eu não sei de nada, por favor!

O homem bufou, impaciente e imóvel, enquanto olhava a indefesa criatura à sua frente. Tão poderosos e impassíveis, e ao mesmo tempo, tão fracos, tão indignos de pena, pensou.

— Mentiroso! — grunhiu, as mãos em punho, o olhar cravado em Kohler. — Aquilo que você esconde bem embaixo desse prédio. — O cientista alargou ainda mais os olhos. Como ele poderia saber aquilo? — Eu. Quero. A. Chave. — disse, lentamente.

O homem levou a mão esquerda ao cinto da calça preta que usava e retirou de lá a arma que carregava consigo desde a emboscada. Manejou-a até a cabeça de seu alvo, mirando-a.

Kohler pôde ouvi-lo a destravando.

Um pequeno e surdo clique.

— Não lhe direi nada! — gritou, sem fôlego. Sentia-se engasgado em adrenalina, medo, confusão. Não poderia lançar tudo aos ventos. Tudo dependia dele agora.

Tolo. Irritante e tolo. Todos eram assim, iguais. Mas ele compreendia, ou não. Afinal, era mesmo um segredo pela qual se vale a pena morrer?

Ele descobriria agora.

Lamar pôde ver, acima de sua cabeça, o dedo de seu agressor dirigindo-se para o gatilho da arma. Fechou os olhos fortemente, prendendo a respiração. Os tendões dos seus dedos extremamente brancos devido ao nervosismo. Desejou, naquele momento, que alguém além dele estivesse no Instituto.

Um surdo estalido ecoou no ar. Nada aconteceu.

Estou vivo, pensou Kohler.

— Última chance, professor. — o homem paralisou. O carinhoso apelido por qual continuara sendo chamado, mesmo depois de ter parado de lecionar há anos para se dedicar integralmente as suas palestras e a administração de seu Instituto. O cientista vasculhou toda a mente em busca de uma desculpa, de algo que enganasse o homem à sua frente o suficiente para que lhe desse mais tempo ou que lhe mantivesse vivo.

Inspirou com dificuldade uma boa parcela de ar, sentindo os olhos do agressor queimarem sobre si.

— Tudo bem. — disse, baixo. Percebeu o interesse do estranho surgir. — K0H7EV, é essa a chave.

O homem sorriu, e novamente tornou a mira para a cabeça do patriarca.

O gatilho fora puxado, e o único barulho que se pôde ouvir fora o de Lamar Kohler despencando, sem vida, no chão. Insignificantemente e de qualquer jeito, rodeado por uma crescente poça de sangue, no chão da sala de controle de seu amado instituto.

O homem deu uma última olhada para checar se estava tudo certo e virou-se, saindo pela mesma porta que entrara, em passos largos e pesados em direção à saída dos fundos.

Aquilo não poderia ter sido mais fácil.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?
Espero que tenham gostado, de coração.
Como o disclaimer já deixa avisado, críticas são super bem vindas! Sintam-se completamente a vontade.
O próximo não demora, pois já está pronto.

Obrigada pela leitura e até o próximo!

Beijos,
L.