Bite your lips, your word's a robbery
Do you grin inside, you're killing me
All along we talked of forever
I kinda think that we won't get better
It's the longest start, but the end's not too far away
Did you know, I'm here to stay

Blink-182, After Midnight

POV Bella:

Olhei meu celular pela milésima vez. Nada. Nenhuma mensagem ou qualquer outra notificação. Aquele silêncio estava começando a me sufocar por dentro. O que aconteceu no dia anterior no meu quarto foi extremamente idiota, como em todas as nossas outras brigas. Nós éramos idiotas que discutiam por idiotices. Eu não deveria ter me exaltado daquele jeito...

Que merda, Edward!

Por que minha razão se esvai quando ele está por perto?

Inquieta demais com esses pensamentos que não paravam de surgir a todo milésimo de segundo, eu decidi ligar para ele. Ele não atendeu. E também não atendeu quando eu liguei mais cedo. Pensei em deixar uma mensagem na caixa postal, mas a covardia me preencheu e eu não consegui fazer isso.

– Bella...?

Viro-me e vejo minha mãe saindo do provador da loja de roupas que estávamos há uma hora e meia. Ela estava ótima dentro daquele vestido florido que deixavam seus ombros expostos, mas que era longo o suficiente para cobrir seus pés. Eu sorri para ela e foi quase impossível não pensar aonde é que ela usaria isso, se em Forks o tempo nunca está favorável para usar um vestido.

– Em que mundo você estava, garota? - brincou, se aproximando para tirar meu celular de minhas mãos.

– Hey! - exclamo nervosa - Eu preciso falar...

– Com o Edward? - completou com um sorriso malicioso, que fez meu rosto inteiro ficar vermelho que nem um pimentão.

– Nós brigamos... - comecei sem jeito e sem coragem de olhar em seus olhos.

– Há! - ela riu - Tolinha! Acha mesmo que essa briga é diferente das outras? Vocês sempre fazem as pazes! Você está se preocupando a toa, querida.

Eu assenti, em silêncio, tentando absorver aquele conselho bem-vindo.

Eu tentei confiar no que ela dizia, afinal, mães sempre tem razão. Mas as batidas do meu coração não se acalmavam e eu sabia que o motivo dele estar assim tinha um nome e um sobrenome.

Como alguém pode ser, ao mesmo tempo, o motivo e a solução dos seus problemas?

(...)

Ajudei minha mãe sair do carro com todas aquelas sacolas de compras das lojas de Port Angeles. Havia roupa pra caramba ali e eu tinha certeza de que ela não teria a oportunidade de usar tudo aquilo. Coitado do Charlie, penso divertida.

Minha mãe parecia animada enquanto praticamente corria até a porta, com a chave em mãos e eu fui atrás dela né, com aquele monte de sacolas.

Ela destrancou a porta e ao abrir, sinto meu corpo inteiro tentando reagir ao que estava na minha frente.

Um grito de surpresa ficou preso em minha garganta e meus olhos imediatamente encheram-se de lágrimas.

Ali na sala de casa estava Edward com um buquê de rosas vermelhas em mãos e ele sorria, somente para mim, com seu olhar vidrado somente em mim. Eu não sabia o que pensar. Só sei que se meus pés não estivessem enraizados no chão, eu já teria corrido para os seus braços, com a tamanha falta que ele fez nesse pouco intervalo de tempo. Mas ele não estava sozinho. Ali ao seu lado estava meu pai, Carlisle e Esme e, para a minha surpresa, Alice e Emmet, e para completar todos eles estavam embaixo de uma faixa que dizia "You, soft and only" e imediatamente reconheci o trecho de uma música de uma das nossas bandas favoritas, o The Cure. Além de de que todos ali estavam rodeados pelas flores, haviam flores cobrindo tudo com suas cores e seus perfumes.

– Edward, o que está acontecendo? - pigarrei sem graça - Não é meu aniversário, nem nada, o que... - tentei terminar de perguntar, mas a minha voz havia sido consumida pela emoção.

Ele não disse nada, só abriu um sorriso torto perfeito naqueles lábios que deveriam estar colados nos meus agora. Ele se aproximou, me entregou o buquê que eu peguei prontamente e em seguida, ele pegou minha mão livre e se ajoelhou, mantendo seus olhos fixos nos meus. A compreensão me atingiu quase que imediatamente e foi quase impossível conter os soluços produzidos pela emoção que eu estava sentindo.

– Sabia que ela ia chorar antes dele fazer o pedido... - ouvi a voz da Alice e ri, entre as lágrimas que já haviam escapado dos meus olhos.

Edward então abriu a caixinha e lá dentro havia um anel lindo, com uma pedra em formato oval que estava incrustada com pequenos diamantes em toda sua extensão.

[N/A: Deixem de preguiça e leiam esse texto a seguir, okay? é importante]

– Isabella, eu acho que já me conformei com o fato de que eu nunca vou entender o que se passa na sua cabeça que mais parece um mapa enigmático do que qualquer outra coisa. - sorri, enquanto ele continuava com a voz profunda e emocionada, a voz dos anjos- O problema é que meu mundo sempre girou ao redor do seu, mas você teimosa como sempre, nunca abriu os olhos para enxergar isso. Você pode até tentar fingir que minha presença e minha ausência não te afeta, mas eu sei que sim, porque a cada batida do seu coração eu sei, acho que sempre soube, que ele batia junto com o meu, batia pelo meu. Eu sei que a gente tem mil problemas, talvez um milhão, e que eu só faço merda e minhas merdas te deixam louca da vida comigo, mas eu só continuo aqui porque seja lá o que eu sinto por você, isso que eu sinto, é incapaz de ter um fim. É infinito. Todos se lembrarão e falarão do nosso amor, Bella. Não importa quanto tempo passe, eles lembrarão. E você também sabe o quanto isso que nós temos é forte, por isso que você continua ao meu lado, mesmo eu sendo tão fraco. - respirou fundo, apertando gentilmente minha mão enquanto seus olhos pareciam ser incapazes de se desviarem para qualquer outro ponto além do meu rosto - A gente também não combina em nada, você conhece várias coisas, enquanto eu fico por ai preocupado com a faculdade e com o possível trabalho que vou ter. Você é mais do que eu. E eu não poderia ter encontrado alguém melhor para me apaixonar. Mesmo assim, eu sei que posso ser o certo para você. Sempre soube, mesmo quando não queria admitir a mim mesmo que te amava mais do que tudo. é por isso, meu amor, que gastei todas as minhas economias para preparar essa surpresa para você, de joelhos diante de nossos entes queridos, para te pedir que me dê a maior e melhor honra de todas - olhando naqueles olhos verdes tão límpidos e sinceros, ouvindo aquelas palavras que transbordavam e traziam a verdade para dentro do meu cérebro que absorvia tudo aquilo maravilhado, eu não sabia mais o que desejar. Ele era perfeito. Sempre foi. -Case-se comigo, marrentinha

– É claro que eu caso com você, Edward! - solucei tão feliz que achei que meu coração fosse explodir.

Após uma explosão de palmas de todos os nossos pais e amigos - inclusive o Emmet que aparentemente parecia ter superado sua paixonite por mim -, Edward colocou o anel no meu dedo e me beijou com uma força e desespero que nunca havia sentido antes. A falta que ele me fez naquele pouco tempo deixava tudo mais doce, mais maravilhoso.

E no final de tudo, finalmente havíamos nos entendido, nossas linhas tortas sempre se encaixavam quando estávamos juntos e isso é algo que não consigo entender. Afinal, o amor não tem lógica nenhuma e se alguma lógica tiver, só pode ser lógica de contradição. E agora posso conviver em paz com tudo nele que me fascina, com tudo nele que me atrai para perto sempre. E eu não sei explicar o que acontece! Eu só sei que é…Fascinante. Porque nunca foi algo vivido por mim. É tudo tão diferente, tão bom. E eu não quero que acabe. Talvez não acabe. Por no final do dia, é para essa montanha russa chamada Edward Cullen que eu volto. E é nas nossas brigas infantis que eu percebo que os outros me deixam perdida e sem querer, o Edward foi o único capaz de me encontrar.

Eu o amo.

E isso já é o suficiente para aguentar todo o resto.