Come Break Me Down escrita por bolchevicky


Capítulo 11
Would you cry with me?


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelos comentários, mas eu confesso que esperava mais de vocês.
Boa leitura!



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And if you saw my love
You'd love her too

And I Love Her, The Beatles

POV Bella:

Depois de nos arrumarmos para a universidade e de nos alimentar devidamente para aguentar os estudos cansativos daquele dia, fomos ao estacionamento do prédio.

Eu cheguei lá e já me dirigi ao meu carro, pegando minhas chaves.

– Aonde você vai? - perguntou juntando as sobrancelhas.

– Vou para o meu carro - falei o óbvio - Nós vamos no meu carro hoje.

– Por quê não vamos no meu carro?

– Porque não, Edward - bati o pé irritada com tamanha teimosia - Odeio o jeito como você dirige, parece um louco. Agora se me der licença...

– Aonde você vai? - voltou a perguntar, se aproximando.

– Para a faculdade, aonde mais iria? - revirei os olhos. Algum bicho tinha mordido esse mongoloide para ele estar tão chato, pelo amor de Deus!

Ele balançou a cabeça em um claro movimento de negação e veio, em passos largos, até mim. Ele me enganchou com seus braços em minha cintura e me encostou contra a carcaça fria do meu carro. Olhei seu lábios rosados e convidativos se exibir em um sorriso malicioso. Droga, ele sabe o maldito efeito que faz em mim. Odeio sentir todas essas coisas ao mesmo tempo que amo.

Apoiou as mãos em cada lado da minha cabeça, me prendendo ali. E eu não queria fugir.

Eu amo jogar e ele adora jogos.

Chegou mais perto ainda, o rosto a centímetros do meu. Ousei olhar em seus olhos, vendo meu reflexo neles.

– Como você é marrenta, Bella. - ele afirmou num murmúrio, seu cheiro e sua voz perturbando qualquer linha de pensamento que meu cérebro poderia formar - Com o que exatamente você está se preocupando? - olhou para os meus lábios e foi ai que eu perdi o foco e eu nem sequer sabia meu nome.

– Bom, hm - engoli em seco, extremamente nervosa com toda essa tortura. Era maldade ele fazer isso comigo. Odiava ficar tão vulnerável e boba perto dele, eu me sentia tão fraca. - Eu posso morrer. Você dirige como louco. E depois eu vou ficar enjoada.

Ele reprimiu um sorriso.

Depois depositou seus lábios em meu pescoço. Depois na minha boca.

– Ainda está preocupada? - sussurrou e eu sei que ele sentiu como estremeci contra seu corpo que, no momento, estava colado ao meu.

– Sim - lutei com a minha dificuldade de formar qualquer palavra coerente - Com bater. E morrer. E vomitar - falei, já sem fôlego para nada. As palavras saiam sem nexo para mim. Era melhor ele se afastar ou eu morreria. Ele era perfeito demais para mim.

Seu nariz traçou uma linha reta pela pele o meu pescoço até a ponta do meu queixo. Seu hálito frio arrepiou cada ínfimo pêlo da minha pele e me senti muito, mas muito submissa. Ele poderia fazer o que quisesse comigo e eu não reagiria. Eu nunca reagia. Porque eu poderia entender que 95% do universo era constituído de matéria escura, mas eu não poderia entender porque eu dependo tanto do Edward. E eu nem quero tentar entender, porque eu sei que é um absurdo para qualquer pessoa normal.

– E agora?. - seus lábios pronunciaram contra o meu rosto.

– O que? - perguntei, totalmente alienada.

Ele ergueu os olhos para encarar meu rosto e meu olhar. E ali dentro das suas orbes tão admiráveis, eu vi que ele encontrou vitória fácil.

– Não vou deixar nada acontecer a você, Bella. - ergueu uma mão e tocou delicadamente meu rosto.

– Eu sei - arfei.

– Então, por que temer?

– Não sei - suspirei, desistindo.

Confesso que estava esperando por um beijo.

Mas ele não veio.

Somente se afastou, indo até seu carro e me deixando completamente desolada. Confesso que tive que me apoiar no carro para conseguir permanecer em pé.

Eu sabia reconhecer que havia perdido, pelo menos dessa vez.

Bufei e entrei no carro, encontrando um Edward com um sorriso malicioso no rosto. Bufei novamente, deixando claro meu nervosismo.

– Odeio isso - explodi.

– O que?

– Odeio gostar tanto de você - confessei, olhando para janela. Observei o carro se movimentar e a paisagem mudar. Era muito mais fácil confessar que gostava dele quando não estava olhando para ele, principalmente quando não estava olhando em seus olhos. - Você me deixa fraca. E burra. Odeio me sentir fraca. - eu estava realmente irritada comigo mesma e com ele, porque eu era saudável antes dele. Agora eu sou louca. Louca por ele e isso ainda vai me matar.

– O que você está falando?! - disse como se eu estivesse dizendo algum absurdo. Olhei para ele, me preparando para o pior - Você vai acabar comigo um dia, e não o contrário.

Fiquei feliz ao ouvir aquilo porque aquilo significava que, apesar de tudo, ele também sente algo por mim. E isso era suficiente.

Decidi ficar quieta, não queria que ele tivesse a chance de dizer algo na qual eu ainda não estava preparada para ouvir. E assim chegamos na universidade em silêncio. Desci do carro sem espera-lo, mas logo ele me alcançou.

– Vamos no Starbucks depois da aula? - falou tentando acompanhar meus passos apressados.

– Hoje não, Edward.

– Pare de ser tão chata...

– Me deixa em paz, okay? - parei de andar para encara-lo. Eu só preciso de um tempo sozinha.

Ele olhou para mim por alguns segundos e entendeu que eu precisava ficar sozinha por um tempo. Se virou indo para o lado oposto do corredor e eu agradeci mentalmente por isso.

Droga, eu estava com tanto medo.

Eu sinto medo e choro. E quero chorar agora. Porque quero tanto e não quero tanto. Porque se acabar morro. Porque se não acabar morro. Porque você me entedia e dai eu desvio o rosto um segundo e já não aguento de saudade. E descubro que não é tédio mas sim cansaço porque amar é uma maratona no sol e sem água. E ainda assim, é a única sombra e água fresca que existe. Mas e se no primeiro passo eu me quebrar inteira? E se eu forçar e acabar pra sempre sem conseguir andar de novo? Eu tenho medo que você seja um caminhão de luz que me esmague e me cegue na frente de todo mundo. Eu tenho medo de ser um saquinho frágil de bolinhas de gude e de você me abrir. E minhas bolhinhas correrem cada uma para um canto do mundo. E entrarem pelas valetas do universo. E eu nunca mais conseguir me juntar do jeito que sou agora. Eu tenho medo de você abrir o espartilho superficial que aperto todos os dias para me manter ereta, firme e irônica. Minha angústia particular que me faz parecer segura. Eu tenho medo de você melhorar minha vida de um jeito que eu nunca mais possa me ajeitar, confortável, em minhas reclamações. Eu tenho medo da minha cabeça rolar, dos meus braços se desprenderem, do meu estômago sair pelos olhos. Eu tenho medo de deixar de ser filha, de deixar de ser amiga, de deixar de ser menina, de deixar de ser estranha, de deixar de ser sozinha, de deixar de ser triste, de deixar de ser cínica. Eu tenho muito medo de deixar de ser.

(...)


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Notas finais do capítulo

Beijos,
Vicky