Sonha e serás livre de espírito... luta e serás livre na vida.

Che Guevara

18º Capitulo

Ansiedade?

Nervos?

Pode até ser.

Mas eu nunca senti algo assim antes. Uma sensação de desconforto que enciste em ficar.

E por outro lado vem-me a cabeça as palavras de Liam.

" – Bell?

– O que foi agora?

Liam, desviou o olhar.

– Amanhã… tem cuidado.

Olhei-o desconfiada.

–Eu tenho sempre cuidado. Ninguém me vence.

Ele sorriu um pouco e cruzou os braços sobre o peito.

–É. És dura de roer, hem?

–Absolutamente. Eu sou imbatível.

Ele riu um pouco mas logo a sua expressão séria voltou. Não gostava de o ver assim.

–Tem cuidado, ok? Vê se voltas inteira.

– Claro."

"Liam, estava a dizer-me para ter cuidado?

Liam?"

" O único rapaz na terra que eu mais odeio. Seguido de Juliana mas bom… odeio e não é pouco."

Abanei a cabeça e tirei fora esses pensamentos. Tinha trabalho a fazer e isso incluía matar uns quantos Strigois e faze-los falar. Muito.

Encontrei Connor no portão da entrada.

– Pronta?

Como todos os guardiões, Connor vestia o fato verde-escuro com um símbolo pequeno ao pé do coração dizendo “Lutarei até morrer, por mim e por quem amo”. O símbolo dos Guardiões.

– Sempre. Ainda não vou ter um desses fatos?

– Nãop. Ainda não.

Dei de ombros e andei até ao monte de Guardiões. Era sem dúvida cinco vezes mais gente do que num combate pleno.

– Bem-vinda de volta Holter.- Disse Bree pondo um braço nos meus ombros.

– Obrigada Bree.

– Muito bem malta. Vai haver 11 equipas. Cada uma com 6 elementos. Cada equipa tem um líder, e apenas tereis de ouvir esse líder e mais nenhum. Entendido?– Explicou Connor.

Murmúrios de concordo e as equipes, estavam feitas.

– Holter, sabes o que fazer.– Garantiu Bree antes de desaparecer liderando o seu grupo.

Virei-me e olhei para o meu grupo.

Dos cinco conhecia os dois guardiões que derrotei assim que cheguei á Academia, Heitor e Gabe, e uma guardiã novata chamada Delta que conhecera no Campus. Os restantes dois eram caras estranhas.

Um guardião alto e musculado que se apresentou por Vince e uma mulher loira com uma enorme cicatriz na testa, Sacha.

"Temos potencial."

– Confiais em mim?– Perguntei ao grupo logo de princípio.

Eles entreolharam-se.

Era estranho, eu admito isso. Mas eu precisava saber o quanto eles confiavam. Nada melhor do que confiança para vencer um combate.

– Claro.– Disse Gabe.

– Ouvimos falar muito de ti. Sabemos do que és capaz.- Concordou Sacha.

– E seguir-te-emos. – Disse Delta.

– Caso contrário seria a nossa morte.- Disse Heitor.

"Uauh!"

Virei-me para ele.

– Muito encorajador.

Todos riram até eu.

– Muito bem malta. Nada de ficarem sozinhos mesmo que tenhamos que nos separar. Sempre dois a dois. É mais seguro.

Eles assentiram.

– Então vamos nessa.

– Vai começar.– Disse Vince assim que andamos durante um bocado.

Três Strigois aproximaram-se a correr na nossa direcção. Nunca com hesitação. Eles não trabalham assim. Eu admirava isso neles. Detestava-os, mas os admirava.

– Vamos acabar com isto.– Murmurei correndo até eles.

Enquanto desviava dos Strigois olhava-os para ver se via Mike.

"Nada."

Vince matou um.

Sacha outro.

E Gabe ficou com o último.

Mais começaram a chegar e cada vez eram mais.

A táctica de olhar antes de matar estava a complicar um pouco as coisas.

Não conseguia olhar na direcção da minha equipe porque logo um Strigoi me atacava.

"Coisas persistentes! Só espero que eles estejam bem."

– Vou ter que os por a falar.– Sussurrei para mim.

Apanhei um por trás e esbarrei-o contra uma árvore.

– Mike?

Ele grunhiu.

– Michael Towner, onde ele está?

Ele apenas voltou a Grunhir.

"Idiotas. Tens aqui muitos amigos, Liam."

Suspirei e espetei a espada no coração dele.

Durante os minutos seguintes o processo foi o mesmo e acabou exactamente da mesma forma.

Vi Delta que estava encurralada entre três. Deixei as sua perguntas para depois e corri para a ajudar.

"Primeiro minha equipa, depois o resto. Mesmo que seja por ti Mike."

Cortei a cabeça ao que estava de costas para ela e espetei a espada no outro logo de seguida. Delta aproveitou para fazer o mesmo ao restante.

– Obrigado.

– Tudo bem. Vamos.

Delta correu até Sacha e eu ia a fazer o mesmo até que me interromperam.

– Michael Towner.

Virei-me e olhei para aquela coisa feia. Eles não são feios. Bem, os que são nascidos Strigois são, mas os transformados ainda se parecem com os humanos tirando o facto das 3 fileiras de dentes.

– O quê?

– Michael Towner.

Abaixei-me até ao Strigoi que Delta espetara ao que parece não forte o suficiente para morrer logo.

– Onde ele está?

Ele sorriu e grunhiu de dor.

– Onde?!

– Porque contaria?

– Se não quiseres que te provoque mais dor é melhor que fales.- Disse encostado a espada na garganta dele e apertando-a.

Ele berrou de dor.

– Está bem, está bem. Vou morrer de qualquer maneira.– Resmungou.

– Tens razão. Então fala.- Disse dando-lhe um pequeno sorriso.

– Michael Towner está com "Ele".

– E quem é “Ele”?– Pergunto sem paciência alguma.

– O pai de todos nós.

– Pai? Estás a blefar comigo.– Disse levantando-me e pronta para o acertar de novo.

– Não, não espera! Espera. Eu explico.

Volto-me a agachar perto dele.

– O pai de todos nós é o mais velho de nós. Ele diz que ninguém o transformou. Que o fizeram com magia.

"Magia?"

– Magia. Muito bem, que mais? Para que é que ele quer o Mike?

– Ele apenas disse que Michael era o seu bilhete para a glória.

– E onde eles estão?

Ele tossiu sangue e recompôs-se.

– Roménia.

"Roménia?"

– Onde exactamente?

Ele tossiu o asqueroso sangue preto. Pareciam litros e litros. Eu podia continuar as perguntas ou matá-lo de uma vez. Infelizmente foi a segunda opção. Ele estava a meter-me pena.

Quando me preparei para lhe cortar a cabeça ele olhou-me com gratidão que estranhei num Strigoi.

– Obrigado.– Disse voltando a tossir.

Arranquei-lhe a cabeça no momento seguinte rezando pelo que restava da alma dele.

– MERDA!- Gritei quando uma dor me atingiu na cara.

Um Strigoi olhava-me com um sorriso cheio de dentes na cara.

– Filho da mãe.– Resmunguei atacando-o.

Sem dó nem piedade cortei-lhe a cabeça e o sangue preto espirrou por todos os lados. Especialmente para cima de mim.

– Criaturas nojentas.- Resmunguei limpando a cara com o braço.

– Holter.– Olhei para trás e vi Vince.

Aos poucos minha equipe começou a aparecer e a juntar-se.

– Tudo feito?

– Tudo.– Confirmou Gabe por fim chegando.

"Todos vivos, graças a Deus."

Assenti e dirigi a equipe de novo para a escola.

– Alguém ferido?

– Um pandeleiro mordeu-me, mas não foi o suficiente para me transformar.– Disse Heitor.

Olhei-o.

No braço dele havia uma marca de dentes começando a ficar preta, mas ele sobreviveria.

– Mais alguém?

– Uns arranhões nada, mais.– Disse Sacha.

A mulher tinha o cabelo todo sujo de folhas e poeira e alguns arranhões preenchiam-lhe a cara.

– Uma costela partida. – Disse Delta ao meu lado.

Ela gemia de dor com um braço nas costas. Pus um braço na cintura dela ajudando-a a andar.

– Um golpe e alguns arranhões.– Disse Vince.

– O mesmo.– Disse Gabe.

Sorri aliviada.

– Bom trabalho malta.

– Tivemos uma boa líder. – Disse Delta apertando-me o ombro e sorrindo calorosamente.

– E agora precisamos descansar.

– Concordo. – Bocejou Gabe entrando pelo portão da Academia.

"Um descanso soa-me bem. Ainda mais porque já sei para onde ir em seguida."

No próximo capitulo de Monsul Academy...

– Tudo bem?

– Melhor não podia estar.

– HOLTER!

– Que fazes aqui?

– Estás no recinto da Academia e aqui é público. Além disso Juliana pediu-me para vir com ela.

– Ficas a dever-me esta.

– Eu pensei que tinhas dito que estavas cá por Juliana.

– E disse.

– Não estou com paciência Liam.

– O que estás a esconder?

– Ainda és tu.

– Posso ajudar na parte da roupa.

– És nojento.

–Estás a sangrar.

–O quê?

–Sangue.

– Denver? Tens a certeza?

–Não podemos desistir agora Chris.

–Amo-te.

– Deste fim-de-semana não passa.