Megavi - Cenas excluídas escrita por MarjorieJustine


Capítulo 13
Erros e acertos


Notas iniciais do capítulo

Esse nem sei se recomendo lerem. Mas para poder chegar a cena que dá razão ao título da fic, há situações necessárias a se colocar!
Os dois próximos capitulos saíram em seguida, com cenas melhores.



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Julién virou de costas para Megan, assim que aquela olhou para seu rosto assustado e notou que tinha sido descoberta.
Com uma mão na cabeça e a outra na boca do estomâgo, Julién repetia "oh my God" para si mesma. Pensando onde foi se enfiar. Que trama mexicana era essa?
Arthur mal notara a médica, pois correra atender Ernesto no chão, enquanto Dorothy gritava:
– OH NO, PAMELA QUERIDA, SEU MARIDO MORREU.
Bêbadas, as duas, se agarraram.
– No, my hubbie, ALGUÉM FAÇA ALGUMA COISA - e Pamela se ajoelhou perto de Ernesto beijando seu rosto.
Arthur não sabia o que o deixava mais atordoado, um convidado desmaiando pela segunda vez na sua festa, ou o escândalo de Dorothy e Pamela. Então ele olhou para Julién para pedir apoio, e notou ela de costas. Ensaiou se levantar para buscar ela.
Mas ele não contava que Davi conseguiria se superar já no finzinho da festa.

Estando Megan paralisada, olhando de Ernesto e Arthur para Julién e Danilo, que agora tentava falar com a médica, estando um pouco mais sóbrio, não pôde ela conter o que Davi fez assim que Pamela se jogou sobre Ernesto chorando a provável morte dele.

Davi, bebado, se contagiou com o dramalhão das gringas e se jogou sobre o amigo.

– Sócio, calma aí, te salvo - Davi se enfiou entre Pamela e Ernesto, fazendo aquela cair de lado, e deu um soco no meio do peito de Ernesto para o coração dele voltar, indo imediatamente para a boca do amigo fazer o que era mais uma tentativa de homicidio, com tanto ar alcoólico que Davi soprou para os pulmões de Ernesto, do que uma tentativa de reavivamento.

Esse que se segurava diante do choro da sua Princesa, ficou realmente sem ar com o soco do amigo, que o acertou mais na boca do estomago do que no coração, e quando ia reagindo, Davi o matenve no chão com a respiração boca-a-boca.

Se levantando Davi da tentativa de reanimação do amigo, viu Ernesto com os olhos abertos, mas verde e sem ar.

Arthur concluiu então que ele estava mesmo mal.

– Meu hubbie, você voltou. - Pamela voltou a se jogar em cima de Ernesto que tentava recuperar o ar.
– Calma, Pamela, ele precisa de ar - Arthur parou Davi pondo a mão no peito dele quando percebeu que ia voltar a fazer respiração boca-a-boca em Ernesto - é melhor se afastarem. Julién? Você pode vir aqui?
Arthur chamou a médica se levantando e afastando o bolinho ao redor de Ernesto. Davi foi puxado por Jonas, e logo depois por Manuela para longe do sócio e de Megan. Ela por sua vez correu até Julién preocupada.
– Oh my! Juli, o que foi? - tentando disfarçar a situação Megan segurou o rosto da médica, enquanto Danilo observava Arthur se aproximar deles.
– Diga que está com virose. Sempre dá certo no Brasil, virose - sussurrou Danilo para Julién, que voltava um pouco a si e mirava com raiva Megan.
– Julién, o que foi? Você parece mais pálida que o Ernesto! - Perguntou Arthur.
– Eeeu...é... - ela olhou para os lados, se livrando das mãos de Megan que a olhava apreensiva - estou.... - ela revirou os olhos - com virose! Preciso descansar!
Arthur franziu a testa, Danilo conteve um riso, Ernesto deu grito se levantando do chão.
– Aaaa acho que eu peguei essa virose. Aaaaai, mas deve ser passageira né? Melhor eu ir descansar também - disse o sócio de Davi fingindo estar fraco e tentando se apoiar em uma Pamela bebada que começou a beija-lo feliz.
– É, acho que essa festa já deu o que tinha que dar - disse Jonas se encaminhando até Arthur e Megan - felicidades mais uma vez, espero que tudo dê certo.
Megan tentou fugir do olhar do pai, e de todos os outros convidados. Com a desculpa de ajudar a médica ela sentou com esta no sofá.
Davi saiu carregado sob protestos por Manuela e Jonas, que se dispos a deixa-los em casa.


– Ele parece muito mal - disse Jonas olhando Davi no banco de trás do seu carro, com as mãos no rosto chorando copiosamente enquanto reclamava de querer voltar para dormir com Megan - melhor eu deixar Veronica em casa e passar a noite com ele na Taquara.
– Não! - Manuela quase gritou - que isso Jonas - ela segurava ainda o rancor pelo chefe - Veronica grávida, ainda tem os gemeos, pode deixar lá em casa que cuido dele. Já to acostumada a cuidar de Davi, né amor? - ela tentou pegar no rosto dele, mas Davi desviou.
– Você tem certeza, Manuela? Ele parece que vai dar trabalho - disse Veronica.
– Eu aguento.
– Neste caso, vamos para a Gambiarra - Jonas decretou desanimado.
– Eu quero minha casa, pai me leva pra Megan - disse Davi se aproximando do banco de Jonas.
Jonas e Veronica se entreolharam e Manuela puxou Davi para o banco de trás. Ele ia dar muito trabalho ainda.

Megan observou Dorothy sair por ultimo, carregando Sidão, agradecendo a Arthur por oferecer seu carro e motorista para deixa-los em casa.
Mantinha, enquanto todos se iam, Julién sentada no sofá entre ela e Danilo. Arthur fechou a porta, suspirou, e viu os três ali, parados. Olhou com olhar desconfiado.
– Muito bem Danilo, você já passou tempo demais nesta casa, pode ir saindo. E trata de esquecer o caminho para cá.
– Desculpa, futuro dad, mas eu to meio mal, acho que peguei virose também, vou ficar por aqui mesmo. - Danilo desafiou Arthur.
– Well, está muito tarde para mim, vou dormir. Julién, voce vem comigo e Danilo, por favor? - disse Megan já levantando e puxando a médica, olhando significativamente pra Danilo.
– Vamos, sim, claro - o primo respondeu e já ajudou a carregar a médica, até Arthur interceptar eles.
– Vocês só podem estar de brincadeira comigo! Primeiro, Julién não vai com Megan até o quarto estando com uma virose, já que não queremos nossa grávida doente, certo? O mesmo para o primo aqui!
– No problem Arthur, acho que essa virose não vai me pegar. Se fosse assim, já teria pego. E estou me sentindo só cansada mesmo. Agora vamos - Megan tentou ir novamente e dessa vez Arthur a segurou pelo braço, irado.
– Escuta Megan, já é demais eu aceitar participar desse circo todo, fingir ser o pai do seu filho, aguentar a palhaçada que foi essa festa, e principalmente aturar o Danilo aqui jogando na minha cara que não sou o pai desse filho. Não vou mais suportar desaforo. É bom você saber que depois de hoje nada de Danilo nessa casa ou de festas, ou saídas até essa criança nascer e podermos voltar para California.
Arthur falou isso olhando firmemente para Megan, que sorriu para ele quando terminou.
– Amanhã conversamos, querido. Eu realmente preciso descansar. - ela soltou o braço de Arthur e puxou Julién que olhava para a cena estática - vamos Danilo.
O primo nem pestanejou, correu até a prima colocando o braço ao redor da sua cintura e olhou para Arthur sorrindo. Sumiram no corredor em direção ao quarto de Megan. Arthur pensou em ir até lá, mas ainda tinha que encerrar o serviço do buffet, e no dia seguinte daria jeito em tudo.
– Senhor, aqui está a conta final - falou a chefe do buffet se aproximando de Arthur - nós já estamos arrumando tudo.
– A... certo! Espera, esse não é o valor que combinamos - Disse Arthur vendo o valor da conta
– Desculpe senhor, mas é que tivemos taças, copos quebrados, toalhas sujas... prejuízos que temos de acrescer na conta.
– A, claro, pago pela festa e pela bebedeira do cunhado!
Arthur pagou a conta e despachou o buffet.

Megan, no quarto, empurrou a médica para dentro e trancou a porta com Danilo do lado de fora.
–Hey! - protestou ele mexendo no nariz dolorido.
– All right, Juli...
A médica andou pelo quarto e foi para a janela.
– Please, fala comigo. - Megan falou se aproximando dela.
– Eu não tenho o que dizer, Megan, a não ser que vou embora amanhã. - A médica falava de modo frio.
– What? No, no, preciso de você aqui.
– Desculpa Megan, mas a situação tem ficado cada vez mais ...pesada. - ela então se virou para Megan - tudo parece mais louco do que posso suportar. Você também já parece melhor, agora é apenas seguir o acompanhamento de um médico daqui, não precisa mais de mim.

Julién se afastou de Megan, indo até a cama e sentando.
– No! Se eu ficar sem você Arthur vai colocar o médico que quiser e me prender de vez - Megan segurou a médica pelos braços preocupada - eu preciso de você para me ajudar a cuidar do meu baby.

Julién era importante nos planos de Megan, ainda mais agora que ela decidiu dar uma chance para Davi, quem sabe se no dia seguinte ele ainda estiver amando ela. Por mais que estivesse ferida, e que a ideia de outra decepção com Davi doe-se no peito, ela não perdia a esperança de quem sabe ele ter realmente se tocado que ela é a mulher para ele.
– Megan.... eu não posso. Era para você ter sido sincera comigo desde o inicio. Meu Deus, o pai do seu filho é o seu irmão... sei lá! Como é que se lida com isso? Como você vai segurar essa informação?Digo, Megan, uma coisa é você ter sido usada, ou errado uma noite com sei lá quem, o seu primo sem carater, mas e Davi? E a convivencia com isso?

Megan sentou ao lado da médica, suspirou.

– Eu não sei, Juli. Mal sei como vou conseguir ser mãe. Por isso preciso de você - ela se virou para a médica, segurando a mão desta - sem você eu vou ficar só, sem apoio. Danilo é só festa, Arthur quer saber de me controlar acima de tudo, e o resto da minha família nem sabe e nem dá importância para o que acontece comigo.

– Desculpa, Megan, mas não acho que continuar com essa situação seja algo saudável, e por isso não vou ficar aqui, sabendo todo esse rolo sem solução. - ela soltou a mão da de Megan - Uma coisa é se tratar de um pai ao qual você não tem ligação, não quer se envolver com essa criança, outra é ser alguém muito próximo, e que pelo visto ainda sente algo muito forte por você.

– Eu sei - Megan fungou e olhou para as próprias mãos sobre o colo - mas - ela se levantou desesperada e segurando a médica - se amanhã eu conversar com ele? Se amanhã eu resolver isso? Você fica aqui comigo? Me ajuda?

A médica revirou os olhos.

– Sim, se você resolver todos os seus problemas com o pai da criança, e isso porque é o melhor para vocês, eu fico e acompanho a sua gravidez.

Megan pulou e abraçou a médica, que não sorriu.

– Agora ambas precisamos descansar. Nunca vi uma festa tão agitada quanto essa. E eu já estive em formaturas de medicina de Harvard - disse a médica.

– Right!

A médica foi até a porta e a abriu, Danilo caiu de costas aos seus pés. Já devia estar dormindo encostado na porta.

– Então? Já tá indo embora? Mas tão cedo? - ele disse olhando a médica, ainda no chão.

Julién bufou e saiu do quarto. "Devia ter exigido esse aí longe também".

Danilo entrou no quarto e pulou na cama da prima, a qual alisou com a mão esquerda sugerindo um lugar para Megan ao lado dele.

– No way, Danilo, vou dormir! Preciso descansar.

– Que isso prima, a gente tem um monte de coisa para conversar! Depois de hoje mesmo hahahahaha que festa maravilhosa!

– Oh God - Megan caiu de costas na cama com sorriso de orelha a orelha, exatamente onde Danilo havia apontado para ela deitar - vou rir sempre que lembrar de hoje.

– E eu vou rir sempre que olhar para a cara do Arthur hahahaha - Ele olhou para a prima que parecia não estar ali, mas sonhando acordada - Davi também, quem diria, saiu uma ótima companhia, eim prima?
– Oh yeah - ela disse travessa - nada que uma ressaca não cure, provavelmente.
Megan se virou para o primo desmanchando um pouco o sorriso.
– Queria dizer que não, mas aquele ali só funciona a alcool hahahaha espero que meu futuro priminho puxe a mãe - Danilo falou jogando o olhar para a barriga de Megan.
Ela olhou para a barriga e passou a mão nela, voltando a sorrir.
– No way. Davi pode não ser o herói que eu pensava, mas é ainda maravilhoso...
– Ihhhh prima, já vi tudo - ele se virou olhando pra cima e colocando as costas da mão direita na testa - só não vai se iludir de novo. Não dá pra ficar com um cara que só te ama quando bebe!
Ela suspirou, desfez o sorriso e abraçou a barriga.
– Eu sei, Danilo. Mas eu adoraria ver muito do Davi no meu filho. I don't know...
– Não é por nada não, mas prefiro mil vezes uma nova Meguinha hahaha muito mais divertida, gata, que sabe o que quer...
Ela olhou para o primo, sorrindo.
– Senti saudades de você Danilo, puxando saco, me bajulando, e ouvindo todas as minhas sandices sem tentar me impedir de fazer elas, só porque não é do jeito que você quer. I really miss you.
Danilo sorriu ainda olhando para cima. Não tendo coragem de olhar emocionado para a prima.
– Miss you too, primagata!
– Now, get out my room. Preciso dormir para ir falar com Davi amanhã!
– O que? Mas eu quero matar a saudade, saber de tudo que aconteceu. Você não vai me contar por que fui excluido de tudo?
– Now, not! - Megan já estava de pé puxando Danilo pelo braço para fora da cama.
– Como assim? E fico como? Não tenho como voltar para a casa!
– E nem deve, voce vai amanhã comigo ver Davi.
– Ótimo, mas eu só falo com ele depois da segunda garrafa de champanhe - Danilo disse sendo empurrado até a porta pela prima.
– hahaha pode deixar, só quero apoio mesmo. Eu preciso falar com ele algo sério.
– Espera - Danilo parou - você não tá pensando em contar para ele sobre o filho, está? Porque é uma péssima ideia.
– Não enche, Danilo. - Ela colocou a mão na maçaneta e olhou o primo tensa - eu vou conversar com ele, e ....contar, sim. Por que não?
– Não sei prima. Só acho que ainda é cedo.
– E falo isso quando a criança estiver indo pra faculdade?
– Agora voce tá pensando certinho hahaha
– Get out, Danilo.
E Megan expulsou o primo. O qual se viu na casa já caindo no silencio. Tentou as portas de vários quartos, mas muitas estavam fechadas. Uma era do Arthur, outra da médica, um quarto cheio de roupas e objetos ainda por organizar, possivelmente trazidas da California.
– O jeito é ir pro sofá.
Ele pegou uma roupa de cama no quarto bagunçado e se virou como pode no sofá da sala.
Enquanto Megan no quarto se revirava na cama pensando como contaria a Davi que ele era o verdadeiro pai do seu filho, que não quer afastar ele nesse momento, mas seria ótimo se a Nerdestina ficasse a kilometros de distancia! Que não sabia se ainda conseguia confiar no amor dele, mas que também não conseguia esconder algo tão sério dele por tanto tempo. Estava realmente se sentindo culpada por mentir para ele. E com muito medo da reação dele, de como contaria a Arthur e familia. Se Davi ia querer contar para os outros...mas tinha que encarar isso, Julién estava certa, não tinha como deixar essa situação assim pendente, não lhe fazia bem!

Ela finalmente se convenceu de tentar dormir quando já eram 3 da manhã. Afinal, o dia seguinte seria longo. Primeiro ela colocaria o plano quanto a conter Arthur em ação, depois teria de conversar com Davi, e por fim convencer Julién a ficar ali com ela!



Já na Gambiarra, Davi era empurrado para dentro da casa de Manuela pela mesma, furiosa.
– Entre logo!
Ela trancou a porta, deixando ele caído no sofá, e mandou mensagem para Jonas, ainda parado no lado de fora, de que estava tudo bem e ele poderia ir.
– Esse não é o meu sofá. Essa não é a minha casa - disse Davi se virando de barriga para cima todo mole - e você não é a minha Megan!
Ele completou olhando para Nerdestina e fechando os olhos, colocando as mãos sobre eles.
– Cara, para, me deixa ir dormir com a Megan. Eu amo a Megan, fala para ela - ele se sentou e olhou meio perdido e desesperado para Manuela - diz que eu fico de pai do filho dela, caso com ela - ele abriu um sorriso - por favoooooor.
Ele se jogou para trás no sofá.
Manuela era a fúria em pessoa.
– Você quer a sua Megan?
– Você demora para entender as coisas, credo! - ele respondeu sem se mexer ou olhar para ela, batendo as mãos no sofá como criança - traz elaaaaa aquiê!
– Eu trago, pode deixar!
Ela disse dando um sorriso amargo e malvado. Entrou no quarto, voltou em dois minutos com uma peruca loira comprida sobre o cabelo moreno, e um vestido branco estilo Marilyn, que ela usou em uma carnaval uma vez e Davi adorou. O que só agora ela notou que era porque lembrava Megan.
– Came here, Davi - ela falou para ele, fazendo pose de Marilyn - sou sua Megan, não tenho cérebro e quero fazer compras com você.
Davi olhou, e teve um ataque de riso.
– Mas nem nascendo de novo você parece a Megan. Gosto tanto desse vestido. Megan fica linda com qualquer coisa, ne?
Manuela quase deu um pulo de raiva. Foi até ele e montou no seu colo, tentando beijar seu pescoço.
– Então fecha os olhos e finja. Porque hoje, baby, você vai me dar um filho! Quero ver se tendo um filho comigo - ela o olhava apertando os olhos, como uma hiena olha a presa - você não volta a me amar.
– Deus me livre! Na idade que você tá - ele tentou sair dali, e, com esforço, jogou ela de lado e foi se arrastando pelo chão - é até perigoso engravidar, tia. E - ele se levantou meio torto, olhou para ela - não teríamos filhos, mas netos hahahahahahah
– Chega! Ela pulou do sofá. Senta aí - ela jogou ele no sofá de novo - cala a boca, eu faço o resto!
– Megaaaaan me ajuda!
Ele saiu o mais rápido que pode do sofá, indo parar no quarto, se jogou embaixo da coberta, tentando se esconder da tia Nerdestina.
Manuela a passos calmos o alcançou, entrou e trancou a porta.
– Cámon, Davi, eu sou sua Méguinha.
– Ai Deus, se tu me tirar dessa eu nunca mais bebo - ele falou se escondendo mais embaixo da coberta.
Ela puxou a coberta.
– Sai, cara, sai.
Ele falou indo para trás até parar no no encosto da cama. Enquanto ela apagou a luz, ficando tudo escuro.
– Heeeeelp - ele começou a gritar.
Ela pulou na cama e tampou a boca dele.
– Calma, é só relaxar.
– Manuela, desculpa, sério, mas não dá. Eu amo a Megan, não força!
– Que Manuela? Sou sua Megan, vem aqui.
– Aaa eu não bebi tanto assim. Para, vai.
– Ok, eu não sou - ela falou o puxando energicamente pelo colarinho - mas finja!
E ela calou a boca. Depois de meia-hora de muitos Megan, eu te amo, Manuela conseguiu o que queria.

Danilo se virou no sofá tentando tampar o ouvido com a almofada para abafar o barulho de vozes atrapalhando o sono dele, quando notou que eram de Arthur e Julién.
– Depois de ontem a noite não tem como pensar diferente, Julién. A Megan fica totalmente sem controle aqui, ainda mais com esse primo dela. Vou saber se ela mesmo grávida, nessa situação, não vai para festas?
– Uhummm - Julién parecia concordar.
Danilo só não via que ela tinha os braços cruzados diante do peito e uma expressão indecifrável ao que Arthur argumentava.
– Vamos ter que limitar as saídas dela.Acho que antes de mais nada temos que dizer que essa gravidez - nesse ponto ele tornou a voz mais baixa - necessita de muito cuidado e ...repouso. E ela só vai escutar você.
– Entendo - Julién apenas concordou olhando para baixo.
Eles estavam próximos a entrada da casa, Julién de costas para o sofá onde Danilo estava deitado, sem ser visto.
– Que bom. Eu preciso do seu apoio nisso - ele se aproximou dela, tentou dar um abraço - assim damos chance a essa criança. Não que Megan não se importe, sei que ela faria de tudo para proteger, mas ela não pensa direito. Na verdade, nunca foi muito de pensar antes de agir!
– Uhummm - Julién se afastou do patrão virando a cara - bom, vou fazer o possível para meu trabalho dar o resultado devido - deu um sorriso amarelo.
– Ótimo, ótimo! Bom, vamos tomar café?
– Não, eu agora estou sem fome, estomago um pouco embrulhado.
– Certo, te espero lá.
Arthur foi até a sala onde o café estava posto, nem notando Danilo. Julién foi até o encosto do sofá, e ali se apoiou, pensando que definitivamente sair daquela casa era o mais inteligente a fazer. Ambos estavam querendo usar ela para a guerrinha de poder entre eles, usando o bem estar da criança como desculpa. Ela não tinha paciencia para isso.
Danilo se levantou devagar, chegou perto do ouvido dela por trás, sem ser notado e disse:
– Entendo, digo eu. Falam que sou sem carater mas ficar apunhalando a patroa pelas costas é o que?
– Que susto, you idiot! - ela olhou para ele furiosa e tratou de se retirar da sala.
– Não vai responder é? Verdade dói! - ele gritou para ela que nem deu bola - Megan vai saber disso! - ele disse pra si mesmo.

Megan abriu os braços se espreguiçando, sorrindo prazerosa. Sonhou com Davi chamando ela e dizendo que a amava a noite toda. Nem queria acordar. Jogou os braços do lado do corpo e olhou para o teto, resignada. Não podia fugir, tinha que encarar o Arthur. Afinal ela montou todo o teatro da noite anterior para isso!
Se levantou e escolheu um vestido branco que era justo no busto e largo no resto do comprimento, indo até pouco acima do joelho, colocou seu paletó preto com lapela dourada, e os sapatos fechados no calcanhar. Mal se maquiou, destacando mais os olhos. Prendeu o cabelo num coque solto no alto da cabeça.
Pronta, se encaminhou para a mesa do café, esbarrando no meio do caminho com sua médica enfurecida.

– What happened? - ela perguntou tendo apenas um "nada" como resposta, e uma batida de porta do quarto dela - all right!

Na mesa de café estava apenas Arthur, com uma empregada nova lhe servindo o café.

– Bom dia, futura mamãe. A mesa está posta já - ele deu um sorriso muito falso - é bom se alimentar bem.

– Oh - Megan olhou para a mesa sentindo um certo enjoo - não, Arthur. Acordei meio enjoada. Acho que vou esperar e comer algo depois. Quem sabe não encontre uma boa padaria no caminho?

– Caminho? - ele jogou o guardanapo na mesa - caminho de que, Megan?

– Eu vou visitar as crianças da Plugar - ela disse sorrindo, e em seguida virando a cara para o outro lado, evitando sentir o cheiro da comida - desde que cheguei não tive tempo de ver eles, e estou com muitas saudades. Bye.

– Espera aí Megan - Arthur se levantou alcançando ela antes de sair da sala, segurando o braço direito dela - você só pode ter pirado de vez. Eu deixei bem claro que não teria mais loucuras depois de ontem. Já tivemos muita sorte que a imprensa divulgou apenas sobre o anuncio da gravidez, que mais ninguém falou sobre a bagunça que foi ontem a noite. Não vou correr o risco de você sair por aí jogando por agua a baixo tudo o que conseguimos com as suas loucuras.

– Solta o meu braço, please - ele soltou - só para você saber, querido, não foi por sorte que eles divulgaram apenas o essencial. Você claramente não percebe muito o que acontece comigo. A agencia que chamei ontem é justamente uma das que divulgaram fotos minhas anos atrás, e que na época não passava de uma pagina de fofoca de nenhuma importância, que piedosamente eu não processei com os outros jornais. Ela nunca divulgaria nada que eu não permitisse, por reciprocidade. O que saiu no jornal dela, e depois foi replicado, teve a minha autorização prévia! Como você vê, estou muito bem da cabeça, e sob controle dos meus atos. Agora licença!

Megan saiu da sala, mas Arthur se prostrou a frente dela antes que saísse pelo corredor.

– Que bom, Megan, ótimo mesmo que ao menos ontem você tinha o controle da imprensa, mas não vamos arriscar mais, ne?

– Pode deixar, eu sei como lidar com os paparazzi. Faço isso desde os meus 5 anos de idade.

– Espera, você só sai dessa casa acompanhada, e da Julien.

– Arthur, pleeeease.

– Megan, se você sair por aquela porta sozinha ou com o Danilo, esqueça qualquer apoio meu nessa sua gravidez!

– Oh, no! Imagine que triste os jornais anunciando que fui abandonada pelo pai do meu filho! Pobre de mim - Megan completou sorrindo com cara de inocente.

Arthur ergueu o queixo e olhou para ela friamente.

– Aposto que vão ficar com mais pena de mim, enganado pela esposa.

– Enganado como? Você fez inseminação artificial, lembra? Ou vai contar para todo mundo que inventou uma história dessas para não ser conhecido como corno? Não esqueça que a essa hora todos já conhecem nossa historia de luta para constituir familia! Tá nos jornais.

Ele respirou fundo.

– Por isso você insistiu na imprensa, e na que você queria. - Megan apenas sorriu - Você acha que vai me controlar com isso? Está enganada!

– Pense assim, Arthur, até que essa criança nasça e se faça o teste de DNA, você é presumidamente o pai. A não ser que você saia por aí escancarando nossa vida intima. Do contrário, não tem nada que você possa fazer antes dos próximos 7 meses. Não queremos o nome da sua empresa, expandindo para a Europa agora, no meio de um escândalo, certo?

Ele pôs as mãos na cintura, e a olhou firme.

– Se é assim que você quer.

Ele olhou então para trás e viu Julién, que escutou a conversa.

– Você está vendo? Sem controle nenhum. - e saiu deixando as duas.

Megan olhou para a médica com sorriso tímido.

– Você realmente armou tudo isso, Megan?

– Juli, eu precisava ter certeza que ele não teria nada contra mim enquanto meu filho não nasça. Não poderia deixar que ele tivesse sempre uma carta contra mim. Apenas deixei ele vulnerável, just like me.

– Mas precisa mesmo disso agora que você vai resolver tudo com o verdadeiro pai, como tinha me dito ontem?

– Well...

– Entendi! Você não tem certeza se vai mesmo resolver isso. É o suficiente.

– Wait - Megan chamou a médica que se virou para voltar ao quarto - o que você vai fazer?

– Você já tem o Arthur vulnerável, não precisa mais de mim. Vou comunicar algum médico de confiança para vir cuidar de você, e parto o mais breve para Califórnia.

– No, ainda preciso de você, ao menos... ao menos espere eu retornar da conversa com Davi.

– Para você pensar como vai me controlar também? Não, Megan - a médica suspirou - eu já cansei disso aqui. E lamento muito por essa criança vir a esse mundo nessa bagunça que vocês fizeram a vida de vocês.

Julién foi até o quarto sem escutar a patroa, se trancando lá, para arrumar seus pertences.Megan foi até a porta da médica, mas ela não abriu. Enquanto batia na porta Danilo veio sorridente com um suco de laranja.

– Suco, prima?

– Oh, no Danilo, eu não consigo com sucos, só morango com laranja mesmo. Tira isso.

– Certo - ele bebeu todo o suco - pronto. Mas vamos tomar café?

– Sorry! Eu preciso ir falar...ir na Gambiarra - Megan olhou ao redor para o caso de Arthur estar perto - mas a Julién quer ir embora..

– Vamos comemorar?

– Shut up! Você vai ficar aqui e não vai deixar ela ir embora, right? Sem reclamação e bobeira! Quando chegar quero ela aqui.

– Aaaa não... vou ter que segurar ela? Megan, se você soubesse bem quem...

– Danilo, não quero saber. Tenho que ir. Fica aqui! Se ela não estiver aqui, você também não tem necessidade de estar quando eu voltar.

E Megan saiu apressada, deixando o primo diante da porta da médica.

– Vou tomar meu café!

Davi tentou abrir os olhos, mas a cabeça doía até para isso. Gosto ruim na boca, sensação de estar perdido. Igual no dia em que acordou na cama da Megan, com seu pai lhe dando sermão.

Cama da Megan. A ultima coisa que conseguia se lembrar era ter estado com ela na cozinha da casa dela, mas não lembra ao certo o que foi que aconteceu lá. Ela havia expulsado ele? Dito novamente que não amava mais ele, que ia ficar com Arthur...ou eles se beijaram?

Ele então notou que não estava sozinho na cama. Abriu os olhos rápido e olhou esperançoso para ver se era a Megan. Mas gelou diante de Manuela, ainda dormindo, do seu lado.

Deixou o corpo cair na cama torcendo para a dor aumentar e ele morrer por causa dela. Da gama de possibilidades de merdas que ele podia fazer, essa era a pior! Com as mãos no rosto ele tentou segurar o choro de raiva. Respirou fundo e foi se levantando da cama, tentando não acordar Manuela.

Para sua alegria ainda estava de cueca, talvez nem tenha acontecido nada. Do lado da cama só tinha uma calça estranha que não podia ser sua, foi aí que lembrou de ter precisado trocar de roupa por causa do vomito da Megan.

Ele pegou a calça do chão e foi até a sala só de cueca e camisa. Sentou no sofá e apoiou o rosto nas mãos, tentando pensar como pode fazer isso. A dor de cabeça agora era quase inexistente diante da ressaca moral. E se Megan descobrisse? Poucas chances de ela não descobrir, e ele não poderia esconder isso dela, não poderia fazer igual foi com Curitiba. Mas se agora ela já não queria saber dele, imagina se descobrir outra falha?

O bom seria evitar que ela soubesse, ao menos até ele poder se resolver com Megan. Mas como faria isso? E o que faria com Manuela?

A campainha tocou, ele não sabia se atendia. Quem iria visitar Manuela aquela hora? Com medo da dona da casa acordar, Davi correu para a porta, a abriu e pela segunda vez gelou, e pediu para que a dor de cabeça matasse ele!

Megan chegou na Plugar com receio. Fazia mais de ano que não ia ali, nem sabia se as crianças ainda lembravam dela, ao menos as que ainda estudavam ali. Mas a sensação de entrar na ONG, lugar onde teve tantas experiencias boas, renovou seu animo, nem lembrava mais quem era Arthur ou Julién. O primeiro a lhe dar boas vindas foi Linus. O cachorro parecia que tinha sentido o cheiro dela de longe, veio correndo, latiu para ela e ficou louco quando ela se abaixou e deu carinho nela. Em meio a lambidas e batidas do rabo dele, que hora a circulava animado, hora sentava para receber carinho ou colocar as patas sobre ela como se quisesse abraça-la, Megan viu as primeiras crianças aparecerem no hall de entrada, seguidas pela festa do Linus.

– Eu disse que era ela, o Linus não faz festa quando é outra pessoa - gritou Maria, uma menina que Megan conheceu há mais de 4 anos e já tinha seus 11 anos.

Ela foi a primeira a correr até Megan, sendo seguida por outras crianças, entre já conhecidas de Megan e curiosas para conhecer a figura mais comentada entre os mais velhos.

Todas rodearam ela, pulando para ser abraçado por ela, tropeçando no Linus. Ela mal tinha se levantado quando Maria chegou abraçando, e outras crianças foram grudando nos braços dela.

– Que isso gente, deixa ela respirar. - falou uma moça que devia ter uns 25 anos, de cor mais morena e cabelos lisos também morenos, presos em rabo de cavalo, vestida com uma saia e camisa simples.

– Professora, você não conhece, vem aqui - Maria puxou Megan com força para conseguir levar ela até a professora - essa é a Megan.

– É? Prazer, eu sou a professora-monitora nas segundas aqui na Plugar, Juliana. Já ouvi falar tanto de você, não tinha como não te reconhecer. Tem fotos suas por tudo.

A moça parecia muito simples e simpática. Megan sorriu feliz, não imaginava que estava sentindo tantas saudades das crianças, nem sabia o que dizer.

– Elas estavam morrendo de saudades de você.

– Siiiim, tia Megan. Você disse que vinha, não veio mais. - Maria a puxou para se curvar e ficar na sua altura e assim, enquanto mexia no cabelo de Megan que havia se soltado do coque, ela falava manhosa - a gente tinha feito até uma apresentação só para você. Quer ver?

– Awwnnn - Megan abraçou Maria, e mais uns três que estavam perto - eu senti mais saudade ainda amores. Guys, i mis you so much!

Poderia ser os hormonios da gravidez, ou a constatação de que aquele lugar a fazia muito bem, ou só a sensação de ser tão amada por aquelas crianças, o fato é que Megan estava tão emocionada que umas lágrimas em meio ao sorriso começaram a cair.

– Tia, não chora - disse uma outra menina já conhecida da Megan, já começando a chorar também.

– Ohh é que eu também estou muito feliz em ver vocês - Megan então sentiu uma tontura, e enjoo.

A professora que estava só observando a cena sorrindo, notou a palidez de Megan e correu ajudar.

– Vamos lá galera, dá espaço, a tia precisa de ar. Vem, vamos sentar ali fora no pátio de recreação.

Megan nem relutou, foi guiada até o pátio onde brincara tantas vezes com as crianças e Davi. Sentou em um balanço e tentou segurar o enjoo.

– Você está bem? - perguntou Juliana, já se preocupando.

– Estou, é normal, pressão baixa por causa da gravidez.

As crianças que entenderam Megan contar que estava grávida começaram a se agitar, perguntar se já sabia o que era, perguntando pela barriga.

– Calma gente, ela tem que respirar agora. – pediu a professora.

– No! Deixa. Eu estou bem, só preciso ficar um pouco sentada. O que vocês querem saber?

Disse Megan olhando com carinho para as crianças, passando os braços pela cintura de Maria, que estava do seu lado direito, a abraçando pelo pescoço, enquanto do lado esquerdo, ao seu pé, estava Linus, com a língua de fora.

E assim se formou de novo agito com as crianças perguntando sobre o bebe da tia Megan.

Davi apenas abriu mais a porta, dando espaço para Jonas passar. Não tinha nem coragem de encarar ele. Não sabia o que tinha aprontado dessa vez, e outro sermão depois de ter prometido não aprontar mais, nesse momento, não tinha estomago.

Jonas deu dois passos e entrou na sala, olhou ao redor.

– Manuela está?

– Na cama, ainda dormindo – Davi apenas olhava para o chão, falava baixo – melhor não acordar ela.

– Ok. Vim trazer a sua roupa. Passei na casa da Megan agora e peguei ela já limpa e seca para você, se puder me devolver a do Brian.

Davi respirou fundo, olhou para a calça em sua mão e estendeu a Jonas. Tirou a camisa e jogou no sofá, onde Jonas pegou, enquanto Davi pegava suas roupas e vestia ali mesmo,com a porta aberta.

– Era só isso? – Davi falou quando terminou de se vestir, voz baixa, sem olhar para o pai.

– Uhum. Da minha parte era só. Acho que você já sabe o que penso das suas bebedeiras, Davi. Eu já tinha te avisado, se você sair do controle eu vou ter que cuidar mais de perto do que você apronta.

– Sei. Eu... bom. Era só? – Davi levantou a cabeça se segurando na porta com um braço e olhando para fora.

– Sim – Jonas suspirou. Deu dois passos para fora da casa e se virou na porta para o filho – da minha parte já acabou. Você não quer me dizer nada, filho?

Davi então olhou para o pai. Cansado, desistiu de resistir e fez que sim com a cabeça.

– Desculpa, eu nem sei o que fiz, mas me desculpa – colocou as mãos tampando o rosto – mas pode ter certeza que depois de hoje eu não faço mais isso. Não depois da merda que fiz.

Jonas olhou o filho, que o mirava com os olhos marejados.

– Você quer conversar? Falar sobre a merda que fez?

Davi olhou em direção ao quarto.

– Sim, se você puder me ouvir. Mas não aqui, vamos lá fora.

E os dois saíram da casa, deixando Manuela fingindo dormir no quarto.

Davi levou o pai até a barraquinha de sucos e lanches onde tomava os sucos de morango com laranja com Megan.

– Fala filho, o que foi de tão terrível que você fez...hoje? – Jonas falou se sentando em um tipo de sofá vermelho, perto de Davi.

– Hoje, muito bem colocado. Acho que eu venho fazendo muita merda faz um tempo, mas a de hoje...

– Conta – Jonas deu tapinhas no joelho de Davi.

– Jonas, como ...você amava a Pamela quando se apaixonou pela Veronica? Como soube qual era a mulher certa para você?

– Achei que íamos falar dos seus erros, mas... pergunta complicada. Nem a Pamela ou Veronica me fizeram essa. Respondendo a primeira, sim, amava a Pamela, assim como amei a sua mãe, de certo modo, antes de ir embora. Mas como eu soube sobre a Veronica, filho, acho que foi quando a vi. Só demorei para reconhecer isso, estava confortável com Pamela, sim ainda nutria sentimentos por ela mas... ela sempre vai ser uma parte importante da minha vida. Tudo que construí com ela, não dá para apagar, só que não conseguia viver sem a Veronica. Amor também é verbo, Davi, e se conjuga no passado.

– Uhummm... acho que é esse o problema. Todos os meus verbos em relação a Manuela estão conjugados no passado.

– Imagino...

– Não sei nem quando, para ser sincero, mas ... eu acho que faz muito tempo. Mas eu estava, como você disse, confortável. O pior é que nem sei direito o que construi com ela. A Brasuca foi com Megan, o Junior foi antes dela, e o concurso, é, acho que isso. A única coisa que sinto que ainda me liga a Manuela foi o que passamos lá.

– Davi, você não lembra de nada dito ontem? - Jonas olhou o filho curioso ao perceber que ele não lembrava sobre Manuela ter forjado sua regularidade para participar no concurso.

– Não - ele se agoniou e passou a mão na cabeça - não consigo. Igual da outra vez. - Davi se virou para o pai aflito - Jonas, acho que você já deve desconfiar, mas eu tenho ... Não consigo parar de pensar na Megan, e ela nem quer saber de mim, tá grávida do Arthur - Jonas pigarreou - Eu já tinha até saído da casa da Manuela, estava na Taquara, para mostrar para Megan que podemos ficar juntos. E agora isso! Eu passei a noite com a Manuela e perdi de vez chances com Megan!

– Perdeu chances de vez agora? Por que ela estar grávida de outro não é empecilho o suficiente para vocês? - disse Jonas depois de uns segundos digerindo a revelação nem tão surpreendente de Davi.

– Não para mim - disse Davi decidido, pegando o suco que o garçom trouxe, sentindo o gosto horrível descendo pela garganta - o que é isso?

– Uma receita caseira para ressaca. Se tava com cara de quem está precisando, Davi.

– Valeu - disse Jonas dispensando o garçom - então mesmo ela estando com Arthur você vai tentar se resolver com Megan?

– Bom, não sei como vou fazer isso depois de hoje. Acho que agora eu tenho que primeiro me resolver com Manuela.

– Como assim?- perguntou Jonas.

– Bom, eu não posso passar a noite com ela e depois sair dizendo tchau! Você não pôde viver nada com a Veronica sem antes dar um fim com Pamela, pôde?

– Bom, a Veronica já estava grávida de mim quando Pamela e eu terminamos, mas realmente, não tem como você começar algo novo sem antes por fim ao antigo.

– É isso que preciso fazer de uma vez. Sem mais chances, eu tenho que terminar isso de uma vez com Manuela.

– O que posso dizer, filho, você mostra mais uma vez que me supera em alguns campos. Eu não tive essa coragem de reconhecer, antes de magoar muito a Pamela.

– Obrigado, Jonas - Davi tomou outro gole do suco estranho, se sentindo melhor.

– Ótimo, acho que você já pode se virar sozinho daqui pra frente.

– Sim - Davi olhou e sorriu grato ao pai.

– Bom. Então eu vou indo para a empresa que já tá tarde e acho que a minha principal cooperadora não vai chegar tão cedo ao trabalho. Uma pena, queria muito conversar com ela hoje - Jonas sorriu lembrando da noite anterior, do aviso que tinha dado a Manuela - Quem sabe, Davi, um dia você possa me contar o que houve entre você e Megan há uns dois meses atrás!

Jonas disse isso já indo embora, fazendo Davi se engasgar com o terceiro gole do suco.


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