Como ela pôde pensar que eu era um homem tão baixo a ponto de cometer tal atrocidade?!

Eu caminhava apressadamente indo em direção à enfermaria do castelo, ela pode ser mulher, mas sabe exatamente onde atingir um homem, eu já estava acostumado com dores mas não ali! Será que ainda terei filhos?

–Príncipe Draco! Algum problema grave, esta muito machucado? -Perguntou madame Pomfrey.

Ela me considerava um filho, sempre cuidava de meus machucados sem nunca fazer perguntas de como eu os conseguira, o que era um alívio, eu teria problemas em responder algumas perguntas.

–Nada muito grave, só preciso de um pouco de gelo.

–Claro, claro meu pequeno, espere um minuto sim?

Ela correu e voltou em instantes com o meu pedido. Peguei e fui em direção ao meu quarto. Aaahhhh que caminho longo, as vezes eu amaldiçoo esse castelo por ser tão grande.

–Aleluia! - gritei quando finalmente pude cair na minha cama, quentinha, confortável, divina...

Toquei a sineta e uma das minhas criadas apareceu.

–Vossa Majestade?

–Traga meu jantar no quarto, e avise ao meu pai que estou... indisposto.

–Como desejar Majestade.

Ela saiu finalmente me deixando sozinho, meu banho já estava pronto como eu havia designado. Mergulhei na banheira, banho sempre me ajuda a relaxar, é como se a água levasse embora todos os meus problemas e frustrações...

Que droga... até o banho me lembra ela, é o mesmo cheiro... como eu queria tocar aquela pele, de aparência mais macia que um pêssego, sua mão era tão quente... sua voz tinha um tom gentil quando não estava revoltada com alguma coisa. O que essa garota fez comigo?! Por que ela tinha que agir de forma tão bruta?! Ela era como uma rosa, linda aos olhos, porém cheias de espinhos.

Quando nem banho me acalma, eu gosto de ir andar pelo castelo, moro aqui a dezessete anos e ainda acho que não conheço todos os lugares. Mas hoje não daria pra fazer isso... com tanto lugar pra ela acertar tinha que ser... ali?

Caminhei a passos lentos em direção a minha cama... bem lentos mesmo. Me deitei e esperei o jantar chegar, o que não demorou muito.

–Majestade.

–Coloque-o ali por favor, poderia me informar se a senhorita Hermione compareceu ao jantar?

–Ela não compareceu Majestade... Alteza, se me permite dizer...

–Continue Diana.

–O senhor não está com raiva da senhorita Hermione esta? Ela é a nossa favorita.

–Nossa?

–Da criadagem do castelo alteza.

–Humm... não estou Diana. - e quando ela estava se retirando após um reverência, odeio reverências – e Diana... ela também é minha favorita.

Então a serviçal partiu com um enorme sorriso no rosto. Acho que estava idêntico ao meu. Talvez Hermione mereça uma segunda chance.

Terminei o jantar e me preparei pra dormir, poderia até estar cedo mas eu estava cansado demais pra discutir com o relógio.

***

Estávamos deitados sobre a relva do jardim, o sol banhava a sua pele dando um tom ainda mais avermelhado aos seus cabelos...

–Tão linda - sussurrei acariciando sua face como se fosse feita de cristal e ao simples toque pudesse quebra-la - minha doce Hermione... - e depositei um beijo cálido em seus lábios, meu Deus que lábios, macios e firmes, com sabor de morango com chocolate.

O beijo começou calmo, lento, e eu tentei demonstrar todos os meus sentimentos nesse gesto, e por incrível que pareça ela me correspondeu, pois no mesmo momento enlaçou seus dedos em meus cabelos me trazendo pra mais perto. Abracei sua cintura puxando a pra mim, acabando com o espaço que havia entre nós.

E o beijo que começou calmo se transformou em algo mais faminto, mais feroz. Quando o ar se fez faltar ela gemeu meu nome... céus isso me levou a loucura, tornei a beija-la com ainda mais desejo, e dessa vez minha mão passeava pela barra do seu vestido, alisando suas coxas, e então fiz uma trilha de beijos pelo pescoço e a senti arrepiar e suspirar pelas minhas carícias...

–Draco...

–Hummm

–Draco... Príncipe Draco...

–Não me chame de príncipe meu amor...

–Príncipe Draco, acorde, irá se atrasar pro café da manhã!

–O que? Ahn? Como? Por que? Ahhhh droga... foi só um sonho.

–Vossa alteza tem trinta minutos pra se arrumar para o café da manhã, seu banho já está preparando e sua roupa separada.

–Certo Diana... já tô indo!

Corri pro banheiro antes que ela percebesse que eu estava excitado. O que eu precisava agora era de um banho gelado, mas a água estava morna, na temperatura ideal, então eu tive que aliviar de outra forma, que aliás nem demorou tanto, pois a imagem daquele sonho ainda permeava a minha mente.

–Hermione, você ainda vai me deixar louco - suspirei.

Troquei de roupas e me dirigi à sala de jantar quando eu cheguei todas já haviam chegado, e como sempre enquanto todas se cobriam de joias, ela estava o mais simples possível... e era linda desse jeito.

–Então filho, como foi o primeiro encontro?

–Não sei o que dizer mamãe, aconteceram umas coisas que eu não esperava e...

Mas um estrondo do outro lado das portas, gritos e portas batendo.. Droga, por que tinha que acontecer hoje, ouvi meu pai gritar alguma coisa e em seguida varias delas correrem para o fundo da sala, exceto uma que correu pra janelas. Ela é louca? Tinha que ser sempre a exceção?

–Eles invadiram o palácio majestade.

–Já percebemos Zabine.

–O que faremos Alteza?

–Monte barricadas e evitem o progresso deles, e evite que os empregados fiquem fora dos abrigos, se puderem, capturem alguns para interrogatório. E Draco, vá cuidar de suas selecionadas.

Olhei em todas as direções procurando uma certa ruiva que ocupava meus pensamentos. E a encontrei trancando uma das percianas de metal, mas algo deu errado, ouvi seu grito e corri e sua direção.

–Você está bem?

Por favor que não esteja machucada...

–Sim estou eu só tropecei.

– Ótimo, agora pro fundo da sala sim? Faça o que eu peço, só dessa vez.

E dizendo isso corri em direção a outras garotas, elas diferente de Hermione estavam paralisadas, aterrorizadas. A primeira que encontrei se chamava Padma, era até bonita.

–Minha querida, por favor, venha comigo sim? Vai ficar tudo bem, é só você fazer tudo que eu mando. Vá com as outras pro fundo da sala.

–Eu quero ir pra casa...

–Claro, quando tudo isso acabar eu liberarei você pra voltar. Mas agora, fique segura. E ela a passos lentos e vacilantes foi em direção onde estava as outras. Encontrei também Marieta desmaiada, e a carreguei nos braços em direção as outras, e com uma rápida contagem percebi que todas estavam ali. E quase todas chorando... tô perdido. Fui em direção das que não chorava, cof cof Hermione cof cof.

Ela estava com o olhar vago, como se estivesse enxergando algo a muito longe, fiquei esperando, até que minha paciência acabou e o meu nervosismo tomou conta.

–Você realmente está bem?

–Estou - ela sussurrou tão baixo que quase não pude ouvir.

–Você não parece nada bem...

–Minhas criadas vão ficar bem?

Ahn? Criadas? O mundo ao redor dela está acabando e ela se preocupa com criadas? Ela nunca cansa de me surpreender. Ela olhou em meus olhos e percebi que estava quase chorando. Oh céus, não permita que isso aconteça, ela vai começar a gritar de novo. Mas ela estava se controlando, ela era forte, era uma Cinco, já devia estar acostumada com esse tipo de coisa.

–Elas devem estar escondidas, existem esconderijos por todo castelo, elas sabem o que tem de ser feito.

–Mas e se elas não souberem que está havendo um ataque.

–Os guardas avisam a todos Hermione. Elas vão ficar bem.

Esperei ela dizer mais alguma coisa, mas ela não disse nada, então eu fui cuidar de outra garota.

–Draco...

Me virei surpreso, ela me chamou pelo primeiro nome?

–Draco, sobre ontem, bem... quando eu estava ouvindo as regras, o homem disse que eu não poderia recusar nada que viesse de você, que se você quisesse... bem, você sabe, eu não poderia recusar.

O que?! Não me espanta ela ter tido aquela reação. Isso é monstruoso, isso é uma desonra ao meu nome, a mim! Ahhh esse homem vai me pagar.

–Ele disse isso pra todas? - perguntei tentando conter minha fúria.

–Não sei... mas não conheço muitas que precisariam dessa dica. Algumas esperam ansiosamente a hora de fisgar você.

–Menos você... por que você tem que sempre ser a exceção?

–Por que se não fosse assim não seria eu. - ela respondeu sorrindo.

–Você é do tipo que acerta um chute ali só porque ficou sozinha com ele.

–Foi na coxa.

–Ah Hermione, faça-me o favor! Um homem não precisa de um dia pra ficar recuperado de uma joelhada na coxa.

Ela ficou corada, e eu achei ela linda assim... será que existe algum jeito que ela não seja linda?

–Mas no momento você tem problemas piores que uma invasão pra resolver.

–E o que seria?

–Sei lá, só uma sala com mais de vinte garotas chorando?

–E algumas já me pediram pra liberá-las.

–Podemos fazer isso?

–Não vou prender quem não quer ficar, e você, já está assustada demais pra querer ficar?

–Na verdade achei que você me mandaria embora depois do café da manhã.

–Pra ser sincero, por um momento também pensei em fazer isso. Mas você ainda não respondeu, que ir embora?

Ela parou pra pensar um pouco.

–Enquanto me quiser, aqui estarei.

–E eu sempre irei querer... quer dizer, você me prometeu dicas com garotas, e está na hora de me ajudar. O que eu faço com elas?! - perguntei desesperado.

–Só as abrace e diga que vai ficar tudo bem. Elas não precisa de explicações mirabolantes, só alguém que as conforte e diga que tudo acabará bem.

Olhei incrédulo, não poderia ser só isso, mas resolvi arriscar, era isso ou nada, e eu não pude deixar de confiar nela.

–Sugere que eu comece por alguém?

–Tá vendo aquela ali? - olhei na direção em que ela apontava.

–A de rosa?

–Sim, ela é a Gina, um doce de pessoa, adora filmes e é muito gentil.

–Então vou lá. E Hermione, se mais alguma garota pensar isso de mim, por favor, desminta.

–Claro Draco, e me desculpe mesmo. Eu jamais deveria ter pensado aquilo de você.

Eu sorri pra ela, pelo menos entendi o que estava acontecendo. E esse homem vai me pagar por isso.

***

Sigam-me no Tumblr