Quimera escrita por aa


Capítulo 1
A Divindade e a Quimera


Notas iniciais do capítulo

Desta vez trago uma história de aventura, fugindo um pouco do horror. Ainda que seja um "horror" ser uma quimera.
Tenho boas expectativas para esta fic, creio que gostarão.



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Divindades são criaturas místicas com incríveis poderes. Alguns surgiram no alvorecer do universo, junto à criação dos Primeiros Homens; outros nasceram conforme passaram-se os séculos. O poder destas criaturas é variável, o que não varia de uma para a outra é a sua fome por poder e diversão. Para os humanos, evoluir é algo natural, acontece gradualmente conforme o passar do tempo, mas o mesmo não ocorre com eles. É preciso algo a mais. É preciso uma Quimera. Conforme esta criatura executa grandes façanhas, a Divindade vai se tornando mais forte. Há Quimeras que foram tão poderosas que conseguiram o status de Divindade.

Quimeras são feitas da junção de células humanas e divinas. Possuem duas almas e poderes além da compreensão humana. Isto parece ser o sonho de qualquer um, porém este sonho traz consigo grandes pesadelos. Por serem soldados, estas criaturas têm uma vida curta, sua existência atrai monstros e outras Quimeras. A sede de poder das Divindades, não raramente, é transmitida à sua criação e gera uma criatura poderosa sedenta por poder.

Há quem ame ser uma Quimera.

Também há quem odeie...

— Maldição! — Sengoku praguejou ao sacar sua espada.

Ele era um garoto de cabelos cinzentos bagunçados, pele clara e olhos castanho avermelhados tão afiados quanto a sua língua. Neste momento vestia All Star preto, calça jeans e uma camiseta preta, que estava sob uma jaqueta branca. E acima de tudo, estava tendo um péssimo dia! Logo pela manhã, quando estava saindo de casa fora atacado por uma Quimera. Isso estragaria o dia de qualquer um. Ainda mais o dele, que odiava este tipo de situação.

— O que foi, Quimera Classe D? Sabe que se não me atacar, será derrotado, não é? — O seu adversário era um garoto alto e loiro. Ele estava com um machado apoiado em seu ombro.

— Quem se importa com isso, cara? Por que não vai embora? Procure uma Quimera que queira lutar!

— Ora, mas por que eu faria isto? Derrotar uma Quimera que não quer lutar é bem mais fácil — o garoto proferiu calmamente, enquanto retirava o machado de cima do ombro. — Vamos acabar logo com isso!

O rapaz loiro investiu com grande velocidade contra o seu oponente. Ao chegar perto desferiu um violento golpe ao gritar “tome isto”. O ataque fora na horizontal, dividiria Sengoku em dois. O agressor se surpreendeu, ele não contava com tamanha agilidade da parte do espadachim. Aquilo era algo incrível para uma Quimera de Classe D que não gostava de lutar. Sengoku em um ato de maestria saltou por cima de seu adversário. O machado rasgou o ar enquanto zunia. Antes que o movimento de ataque findasse, o espadachim desferiu um ataque na diagonal, indo de baixo para cima, da esquerda para a direita. Aquilo dividiria a Quimera em dois, mas não o fez. Nem mesmo uma gota de sangue jorrou. O garoto não havia sido cortado, mas por algum motivo soltou um grito de dor, antes de cair sobre os seus joelhos.

— Vou te explicar uma coisa — Sengoku começou a falar. — Não existe diferença entre uma Químera Classe C ruim como você para uma Classe D excelente como eu. Ah, e graças a você, agora eu me tornei uma Classe C. Muito obrigado por isso! — ele ironizou. — Só vou te dar um conselho: tome cuidado. Existem Quimeras sendo mortas aos montes. Você não vai querer ser a próxima!

Sengoku chutou as costas do garoto com a sola do pé. Ele caiu sobre a sua barriga. Não sairia dali pelos próximos quinze ou trinta minutos. A Quimera vencedora desviou o olhar, não queria mais olhar para ele. Tinha repúdio por Quimeras que saíam enfrentando as outras sem razão aparente, apenas para conseguir mais poder. Apenas para agradar a sua Divindade. Divindade, isto é uma das coisas que Sengoku odeia, principalmente aquela que o criou. Tanto que o seu maior sonho é esfregar o chão com a cara dele.

Como se não bastasse ter que se preocupar com Monstros e Quimeras atacando por todos os lados, agora havia um assassino à solta. Cada vez, mais e mais Quimeras eram encontradas mortas. Isso era alarmante pelo fato de que matar estas criaturas não é uma tarefa tão fácil assim. Materiais comuns passam através delas, deixam apenas dor, mas não machucam. É preciso de um material desconhecido para criar armas capazes de lesioná-las. Então este matador de Quimeras estava acabando com elas por algum motivo. Mortes não foram causadas por acidente, mas sim, propositalmente.

Sen andava lentamente sobre a calçada. Era domingo por volta das sete da manhã. Não havia quase ninguém nas ruas. A maioria das pessoas daquela cidade têm um problema com o pecado da preguiça, e se recusam a sair da cama antes das nove. Porém ele era diferente. Gostava da calmaria da manhã, e principalmente, amava o café servido na cafeteria próxima à sua casa, tinha um sabor incrível. Ele estava confiante. Estava convicto de que as coisas melhorariam, que o seu dia não seria uma completa porcaria e que aquela batalha seria um incidente isolado. Mas tudo foi por água abaixo quando uma projeção da sua Divindade Criadora surgiu na sua frente. Um homem pálido de longos cabelos negros e que vestia um Quimono de cores estravagantes.

— Olá, Sengoku. Como vai? — a Divindade que havia se autointitulado Samir indagou.

— Graças a você, uma porcaria! — o garoto vociferou contra aquele que mais odiava.

— Ora, não diga isto — ele falava com uma calmaria exemplar, isto irritava o garoto profundamente. — É uma manhã feliz. É um dia de conquista. É um momento para se comemorar.

— Comemore você, desgraçado!

— Vejo que mesmo de manhã a sua língua já está afiada.

— Vá se danar! Veio aqui me encher só porque agora sou uma Quimera Classe C?

— Sim e não. Este é o motivo de eu vir falar com você, mas não quero enchê-lo, quero parabenizá-lo.

— Tch! Não ferra com a minha paciência, desgraçado! Sabe melhor do que ninguém que eu odeio ser uma Quimera.

Ora, Ora, não seja assim, Sengoku. Por que não pode gostar de ser uma Quimera como a maioria?

— Porque eu não sou como a maioria! Porque eu não ligo para a minha Classe Divina!

Oh, mas você deveria ligar Samir esboçou um sorriso sarcástico.

E por quê? para ele era inevitável perguntar, mesmo sabendo que se arrependeria logo em seguida.

— Porque agora que é uma Quimera Classe C, terá alguns trabalhos a mais.

— Quê...?!


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Notas finais do capítulo

E então o que acharam?
Peço que todos que lerem até o fim deixem o seu comentário, isso ajuda a identificar se os leitores vão até o fim ou abandonam a fic na metade por não ser do seu agrado.

Obrigado a todos e até o próximo capítulo, onde Samir vai ter algumas surpresinhas para o nosso carismático protagonista.
Até lá!



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