Mares Perdidos escrita por M Schinder


Capítulo 2
Passado 2: Sabuko no Temari


Notas iniciais do capítulo

Voltei com mais uma história!!!
Tentei escrever esse capítulo de um modo diferente, porque a Temari - para mim - não é alguém que chegue e vá falando de uma vez o que sente. Está tudo nas entrelinhas!
Boa leitura! :3



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/559810/chapter/2

Parada naquela varanda fria, Hinata estava enrolada em um cobertor e apreciava a neve. Passava a maior parte do tempo sozinha, enquanto os outros tramavam a próxima emboscada e Chouji cozinhava o jantar.

Sua xícara de chá estava quase vazia quando Temari apareceu e sentou-se ao seu lado. A morena sabia o quanto a loira era quieta e não gostava de conversar, então apenas continuou calada.

– Gosta de história, Hinata?

Ela olhou para a outra confusa, mas concordou com a cabeça e mostrou o livro que estava aberto em seu colo: - Gosto sim, Temari, por quê?

– Gostaria de ouvir uma?

Hinata percebeu que a loira parecia precisar conversar. Então se ajeitou melhor na cadeira e enrolou-se no cobertor.

– Claro, Temari!

– Bem, tudo começou com uma princesa. Do país de Yawn – Hinata concordou com a cabeça. Conhecia algumas histórias sobre aquele país. – Ela era a irmã do meio de dois garotos e era tratada como uma bonequinha de porcelana, não podia fazer nada, não podia conhecer nada.

“Ela cresceu assim. Dentro de um palácio enorme e rodeada por empregados e criadas e cuidados. Ela não tinha nenhum vontade de sair dali, achava que o mundo era aquilo e nada era diferente. Seus irmãos eram seus únicos amigos e sempre cuidavam de si.

Um dia, o mais velho dos irmãos, decidiu que seria bom que a princesa aprendesse a se defender e começou a ensinar lhe a lutar com espadas e diversas armas. Essa rotina continuou por um ano, quando o Castelo foi invadido por corsários e a família Real teve que fugir”.

Temari parou observando a neve. Hinata sabia que aquele deveria ser uma memória difícil, mas resolver continuar fingindo que era apenas uma história fictícia.

– E então? O que aconteceu? – perguntou com um tom curioso.

– A família Real conseguiu escapar, mas a Rainha foi sequestrada e torturada pela oposição. Enquanto isso acontecia a ela, os três herdeiros e o Rei foram levados para uma cidadezinha litorânea – falou. Ela continuava focada na neve. – A princesa ficou encantada. Nunca vira nada tão bonito e limpo quando o Mar. Ninguém mais ligou, é claro, todos estavam preocupados com a situação do palácio. E ela não percebeu as mudanças que aconteciam a seu redor.

“A princesa começou a se exilar e passar mais tempo na praia do que no esconderijo. Ela fez amigos e aprendeu a nadar, além de sentir-se cada vez mais feliz. Quando chegou a hora de voltarem para casa, ela ficou triste, não queria mais deixar aquele lugar, mas estava com tantas saudades da mãe que voltou.

A rainha recebeu os filhos com um sorriso enorme, mas podia-se ver que sofrera demais quando fora capturada. A princesa voltou a sua rotina normal, mas não queria mais saber daquilo, queria voltar. Ela sentia-se em uma gaiola e queria conhecer o mundo.

Os irmãos cresceram e começaram a estudar para se tornarem reis ou conselheiros. Já a princesa estava sendo preparada para conhecer seu noivo quando o segundo ataque aconteceu. Eles conseguiram capturar o irmão mais novo e começaram a ameaçar todos. A família estava presa dentro da própria casa e corria graves riscos de vida”.

Ela respirou fundo e a neve pareceu perder o encanto. Hinata estava engolindo em seco, não sabia o que dizer nem o que poderia esperar do final daquela história. Sentou-se melhor e deixou que o cobertor caísse um pouco de seus ombros, agora queria saber o final, para que pudesse confortar a loira.

– E então, Temari?

– Então a princesa acreditou que iria morrer, homens chegaram a tocá-la e o líder abusou dela pelo menos três vezes... Ela só tinha doze anos... – ela engoliu em seco. Hinata estava com vontade de chorar. – Ela não ligava para mais nada, a não ser para seus irmãos que não poderiam sofrer a mesma coisa que ela.

“A decisão foi tomada sem problemas. Os opositores estavam relaxados e confiantes, não esperavam que nada fosse acontecer. Ela se aproveitou disso e pegou a primeira coisa mortal que achou: a pistola de um dos guardas mortos.

Não foi fácil, mas ela matou o líder. Depois do primeiro, os próximos ficaram mais simples e ela conseguiu distraí-los tempo suficiente para que os guardas fizessem alguma coisa.

Todos estavam felizes por terem sido salvos, o verdadeiro problema começou depois e o que a princesa descobriu sem querer, quebrou-a em pedaços. O Rei começou a ter surtos psicóticos, algo sobre o palácio ser invadido de novo e ele ser morto. Ele achava que todos queriam mata-lo e que ninguém estava ao seu lado. Isso começara um pouco depois do primeiro ataque e os surtos só pioraram”.

Temari abaixou a cabeça, Hinata fingiu que não viu, mas uma lágrima escorreu por seu olho: - Sabe Hinata, as pessoas realmente ficam perigosas quando acham que estão correndo risco de vida...

“O Rei começou a bater e rejeitar sua esposa; ignorava os filhos e maltratava seus empregados e guardas. O palácio não era mais o mesmo de antes e não podiam fazer nada. Então, uma noite, a princesa viu seu pai surrar sua mãe, ele não parava e parecia que iria mata-la.

A princesa ficou com muito medo e, não vou dizer que foi um impulso, mas ela atacou o pai. Não o matou, mesmo que sentisse vontade ele ainda era o rei, e conseguiu salvar sua mãe, mas foi recriminada por todos. Ninguém poderia aceitar que alguém atacasse o rei, afinal, eles não achavam que a vida da rainha valia tanto assim.

Cansada de tudo aquilo, a princesa decidiu ir embora. Ela tentou convencer seus irmãos a irem com ela e eles tentaram impedi-la, dizendo que tudo ficara bem, mas ela não conseguia acreditar e acabou os abandonando. Não achava mais que aquele fosse seu lugar e era covarde demais para tentar lutar”.

– Ela fugiu de casa; dos confortos; da vida normal – concluiu Temari séria. – Passou algum tempo sem saber o que fazer e acabou, por causa de sua habilidade com armas, entrando para o mundo da pirataria.

– Uau! Essa foi uma história emocionante, Temari – afirmou Hinata com um sorriso.

– Não achou que a princesa estava errada?

– Eu não sou ninguém para julgar a princesa – comentou sorrindo. – Ela fez o que achava certo e salvou a mãe dela. Sobre ir embora, ela poderia ter tentado mais por seus irmãos, como também poderia apenas ter feito o que fez. Eu, por exemplo, não sei o que faria em uma situação dessas... Eu nunca a chamaria de covarde.

– Os irmãos dela não ficaram muito felizes e, provavelmente, se sentiram traídos... Nunca a deixariam voltar – comentou olhando para o horizonte.

– Primeiro, ela quer voltar? E depois, eu acho que eles entenderam a atitude dela. Pelo que entendi da história, os três se davam muito bem e eles passaram pelas mesmas coisas, acho que poderiam aceita-la de volta, se quisesse – comentou gentil.

– Eu não sei, as pessoas não são tão boas assim, Hinata...

– Sorte que isso é só uma história, então.

Temari lançou lhe um olhar vazio. Hinata se levantou e parou ao lado da garota, que estava em pé. Mesmo que sentisse frio, queria ajuda-la de alguma maneira.

– Acho que desde que a princesa não se arrependa das coisas que fez, ela não precisa se preocupar com essas coisas – explicou séria. – Só que se for para se arrepender, seria melhor que ela voltasse e pedisse desculpas para sua família e tentasse explicar sua escolha.

As duas caíram no silêncio. Temari considerou seriamente as palavras da outra, estava quase certa de que não se arrependia, mas ainda sentia falta de seus irmãos. Já Hinata, pensou nas próprias palavras e decidiu que deveria resolver seus próprios assuntos de família.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bem, o que acharam da história da Temari? Eu, particularmente, achei bem interessante quando reli rsrs.
Me digam suas opiniões em seus reviews!!!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Mares Perdidos" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.