Mares Perdidos escrita por M Schinder


Capítulo 1
Passado 1: Uzumaki Naruto


Notas iniciais do capítulo

Primeiro OneShot finalmente postado!!!
Espero que aproveitem!
Apenas uma coisa: aconselho a lerem os Ones quando eu disser na fic original! Eles seguem uma ordem cronológica e normalmente vão ficar entre os capítulos!

Boa leitura =3



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Hinata desceu para ver como Naruto estava. Por mais que ainda tivesse medo do loiro, ficara preocupada com o inchaço de seu rosto depois dos socos que o tal de Kakashi lhe dera. Bateu e abriu a porta devagar. Ele estava deitado de lado e parecia observar uma foto.

- Naruto? Posso entrar?

- Claro – murmurou sentando-se na cama. – Precisa de algo, Hinata?

- Só passei para ver se estava bem... – viu-o concordar com a cabeça e abaixar o rosto. A garota se aproximou devagar e segurou uma de suas mãos, o surpreendendo. – Você conhece aquele homem, não é?

- Ficou tão óbvio assim?

- Para mim sim... Se quiser conversar – ofereceu gentil.

Naruto hesitou, não confiava em mais ninguém além de Sasuke e Shikamaru, mas nenhum dos dois conhecia aquela parte de seu passado. Suspirou. Sabia que não conseguiria continuar firme se aquilo ficasse lhe passando pela cabeça. Cedeu.

- Pode me ouvir um pouco?

- Claro – concordou Hinata sentou-se em uma cadeira.

- Vou começar desde o princípio – avisou. Quando viu-a se acomodar melhor começou: - Era uma noite quente quando eu, o menininho de cabelos loiros e olhos azuis nasceu, minha mãe tentou ter um filho durante anos e, quando eu nasci, seu sonho se realizou. Ela me segurava com um carinho extremo e olhava para a parteira agradecida. Meu pai, também loiro e com olhos azuis, estava sentado ao lado da mulher e olhava para nós, as duas pessoas mais preciosas no mundo para si, com orgulho.

“Todos estavam felizes naquela noite e foi assim até meus cinco anos. Cresci em um ambiente cheio de amor e alegria e muito barulho. Meus padrinhos, Hatake Kakashi e Shion (a mulher que fizera meu parto), viviam nos visitando e mimando-me.

Em meu aniversário de seis anos lembro-me perfeitamente: tudo virou um Inferno. Eu saíra com Shion para comprar sapatos novos, coisa que era um luxo e, enquanto isso, a guarda imperial apareceu acusando papai de sonegação de impostos e mamãe de bruxaria. Minato tentou ganhar tempo para a mulher fugir, mas os guardas não deixaram. Tudo aconteceu muito rápido e ninguém pode ajudar ou fazer nada.

Quando voltamos para casa, tudo estava destruído. Shion mandou-me esperar ali e entrou correndo na casa. Não entendia porque não poderia entrar, então não a obedeci e fui atrás. O que vi com toda a certeza ainda está marcado em minha mente: os corpos de meus pais estavam amarrados no centro da sala, mas não podiam ser identificados porque o fogo cremara-os por inteiro.”

Naruto viu a Hyuuga suspirar chocada. Ela parecia estar quase pronta para chorar, engoliu a pedra que se formara em sua garganta e se forçou a continuar:

- Pelo que me contaram, eu chorava desesperadamente e tentei me aproximar dos corpos, mas Shion não permitiu e pegou-me no colo. Ela me carregou e saiu correndo às pressas.

“Kakashi e Shion decidiram me criar e morei com eles e a filha, Hatake Ino, durante três meses. Foi o tempo que levei para descobrir o que aconteceu de verdade com meus pais e o motivo do assassinato.

Os guardas também estavam atrás de mim, diziam que eu era um bruxo, como minha mãe, foi nesse momento que, por estar morrendo de preocupação com meus tios, decidi ir embora. Preferia que a única família que me restava ficasse bem do que corresse perigo por tentar me proteger.

Fugi da casa de meus padrinhos com sete anos, logo que cresci o suficiente para começar a trabalhar e ter algum dinheiro para comer. Para viajar o mais longe, subi no teto de várias carruagens e segui caminho quase cinco dias sem parar. Desci na primeira cidade que julguei ser o mais longe e corri para as docas.”

Ele parou para respirar. Todas as lembranças que mantinha muito bem trancadas dentro de si, surgiram em um turbilhão e Naruto teve que se controlar para não perder o controle de suas emoções. Sentia uma vontade enorme de ser confortado e, com isso, se lembrou de Sakura, coisa que o deixou pior.

- Respire, Naruto – Hinata disse com a voz gentil. – Não precisa falar mais se não quiser...

- Espere! Eu tenho que falar – decretou engolindo a segunda pedra que surgiu em sua garganta. – Escute-me, por favor.

“Sentei-me perto dos navios, observando. Aquele com certeza era meu meio de transporte favorito e, sempre desejei, trabalhar em um daqueles quando crescesse. Enquanto pensava no que poderia fazer, vi um garotinho de quatro anos pular de um navio com agilidade e olhar em volta, curioso.

- Ei! – gritou o garotinho apontando para mim.

Confuso apontei para mim mesmo, apens para confirmar. O menino acenou com a cabeça e se aproximou com passos rápidos. A criancinha parou a meu lado, cruzou os braços e começou a bater o pé de forma irritada.

- Você não deveria ficar tão perto da beirada! Pode cair e se machucar – explicou o menininho, lembro-me que estava realmente sério.

- Quem é você para me dar lição de moral? – devolvi intrigado.

Naquela época eu não sabia o quanto aquele ser, menor que eu vários centímetros e três anos mais novo, seria importante para minha sobrevivência. Ele se apresentou como Uchiha Sasuke e perguntou o que eu estava fazendo ali, encarando o “Mikoto”.

Claro que eu menti, não queria que ninguém soubesse quem eu era ou o que fazia. Falei que era só um menino de rua a procura de trabalho. Ele me analisou durante alguns segundos e me levou para conhecer o irmão, Capitão do navio. Foi assim que conheci Sasuke e Itachi”.

Hinata o encarava mais curiosa. Parecia querer perguntar algo, mas esperou que ele continuasse. Naruto achou que teria ainda mais dificuldades naquela parte, mas parecia que quanto mais falava, mais fácil ficava.

- Passei anos treinando com os irmãos Uchiha e, posso dizer com certeza, que quando saímos de Carlton, eu fui a única pessoa para quem Sasuke contou sobre você – falou piscando para ela, que ficou vermelha. – Quando eu tinha dezenove anos, voltei para minha cidade Natal e encontrei minha tia, ela ficou realmente surpresa em me ver e correu para me abraçar.

“Não sabia o que tinha acontecido com meu tio, mas estava preocupado. O problema foi que minha tia estava desesperada atrás de Ino, sua filha, e pediu minha ajuda para encontra-la. Ela tinha dezesseis anos na época e, pelo que Shion me contara, a garota fugira com um namorado.

Não queria me meter, mas fui atrás dela. Precisava ajudar Shion por tudo que ela fizera por mim quando eu era uma criança. Ino estava a dias de viagem, em uma cidadezinha do interior, sem contato com ninguém. Fui até lá imediatamente e o que encontrei foi o segundo trauma da minha vida: Ino estava jogada na cama. Seu cabelo, que antes era longo, estava curto na altura das orelhas e não tinha nenhuma roupa no corpo, apenas um lençol.

Fiquei desesperado. Eu não sabia o que poderia ter acontecido com ela. Carreguei-a de volta e, quando vi Shion chorando, fiquei sem chão. Nós a levamos no médico e quando ela acordou não quis contar nada. Ela estava bem, fiquei uma semana tentando fazê-la conversar comigo, mas nada adiantou.

Quando eu estava para ir embora, Shion me contou que se separara de Kakashi e que Ino queria voltar para a casa do pai. Minha tia me obrigou a leva-la. A garota me ignorou durante todo o caminho e, ao chegar na casa do pai, se jogou em seus braços e chorou.

Eu contei tudo que vira para o homem que considerava meu próprio pai, mas ele acabou considerando minha culpa o que aconteceu com ela. Ino não parecia disposta a falar a verdade, então apenas deixei que ele acreditasse no que quisesse”.

- Isso é tão injusto! – exclamou Hinata indignada.

- A vida não é justa – Naruto murmurou de volta. Lembrar da loira naquele estado o estava matando, mas queria terminar de falar. Precisava. – Enfim, Kakashi me bateu até cansar. Ino ainda estava em estado de choque, então não falou nada, não reagiu. Quando ele cansou, me largar e mandou nunca mais aparecer na sua frente.

“Jurei que não o faria e fui embora. Decidi não saber o que aconteceu e segui em frente, da melhor maneira que consegui. Hoje, anos depois, não sei o que aconteceu com as pessoas que me eram queridas e evito pensar em qualquer um deles”.

- Por que faz isso, Naruto? – a Hyuuga perguntou chocada.

- Porque só a memória machuca... Faz-me perder o controle e para eu ajudar o Sasuke, tenho que manter todo o controle possível – explicou de cabeça baixa.

Hinata esticou a mão e pegou o medalhão que ele apertava com força na palma da mão. Abriu e viu a pintura de uma garotinha loira de olhos azuis.

- Essa é Ino? – ele concordou com a cabeça. Ver aquela pintura apenas piorava as coisas. – Você não deveria tentar se esquecer dela...

- O que está dizendo! – gritou irritado. – Você não tem noção do que eu vi, do que eu...

- Pare. Naruto, você está se martirizando. A culpa não é sua, você se convenceu disso para deixar seu tio com raiva e conseguir se afastar. Pense. Fique mais forte para poder cuidar das pessoas que ama! – retrucou séria. O loiro estava com os olhos arregalados. – Essa é a única coisa que posso dizer... Você não é obrigado a aceitar, mas seria bom para sua alma e seu coração que você não os esquecesse.

- Como pode dizer essas coisas sem se colocar no meu lugar? – o olhar determinado dela fê-lo hesitar. – Como isso pode me ajudar?

- Às vezes a única coisa que pode salvar alguém é a pessoa enfrentar seus próprios medos. – Hinata percebeu que não o convenceria tão facilmente, então devolveu o medalhão e se levantou. – Tenho que ajudar Chouji, agora... Desculpe me intrometer, Naruto. Se precisar de qualquer coisa, me chame.

Ela saiu e deixou-o sozinho. Uzumaki Naruto deitou-se e olhou para cima, algo no que ela dissera o fez repensar todas as decisões que tomara até ali. Sacudiu a cabeça e virou-se para dormir, não deixaria uma criança entrar em sua cabeça.

“Isso só vai me distrair do meu objetivo” pensou antes de cochilar.


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Notas finais do capítulo

No momento que escrevi isso, estava falando sobre um assunto muito tenso com meu namorado... Então todo o sentimento do loiro é o meu '-'

Enfim, espero que aproveitem!! Digam-me o que acharam nos reviews!



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