Amor Leonetta! escrita por Tuka


Capítulo 34
último capítulo! / Vilu, o Daniel...


Notas iniciais do capítulo

Oi Pessoas!!! Estamos aqui, juntos desde o dia 31/10/2014, foi um longo período juntos que me encantou ler responder todos os lindos comentários que sempre recebi desde o primeiro capítulo! Cada capítulo que escrevi foi mágico para mim e necessitei de muita criatividade e o apoio de vocês para escrever cada um!!! Essa história foi cheia de mistérios e ainda temos alguns para solucionar, mas temos pouco tempo, por isso, digam tchau para Amor Leonetta e digam olá para O Amor Permanece, que será a segunda temporada de Amor Leonetta!!!
Gente, este último capítulo é estendido com o dobro de palavras de um capítulo normal, pode ser cansativo então me desculpem, só espero que gostem!!!



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Notas iniciais importantes!!!!

POV VIOELTTA

–O Daniel... Ele levou dois tiros... –Falei ofegante chorando.

Corremos para o Carro, a Daniele ao lado do Leon e o Pedro no carrinho, o Pedro começou a chorar quando chegamos no carro, colocamos ele na cadeirinha e ele continuou chorando.

O Leon foi no banco do motorista, a Daniele na cadeirinha dela a eu no banco de trás com o Daniel no colo.

–Sua mão está bem? –O Leon começou a dirigir rapidamente.

–Minha mão não importa agora, Leon! –Falei nervosa. –Vai ficar tudo bem, amor. –Beijei a mão do Daniel eu começava a ficar gelado.

O carro estava um tumulto, o Pedro berrando e chorando, a Daniele não parava de falar, o Leon estava quieto, sabia que eu estava nervosa então não falou absolutamente nada. O Pedro chorando e a Daniele falando não estava ajudando na minha situação.

–Daniele fique quieta um pouquinho, por favor. –Pedi me controlando.

Ela obedeceu.

Olhei para o Pedro, pequei uma chupeta dele na bolsa e coloquei na boca dele, ele não se acalmou totalmente, continuou dando gemidos de choro mas eram mais baixos, mas foi o suficiente para me acalmar um pouco.

Quando chegamos no hospital entrei correndo com o Daniel no colo.

–Me ajudem por favor! –Falei em alto tom.

–O que aconteceu? –Um médico apareceu seguido de enfermeiras com uma maca.

–Ele levou dois tiros. –Falei.

–Levem-no para a sala de cirurgia! –Colocaram o Daniel na maca.

O Leon apareceu com o Pedro no colo e a Daniele.

–Doutor Vargas. –O médico cumprimentou o Leon.

–Olá, Miguel, quero participar da cirurgia. –O Leon falou.

–Claro, suas coisas estão na minha sala.

–Meu amor, fique com a Daniele e com o Pedro, vou cuidar do Daniel. –O Leon me deu um selinho.

–Tá. –Assenti mais calma sabendo que o Leon cuidaria do nosso filho.

Os dois se foram, uma enfermeira ficou ao meu lado.

–Me dê o bebê. –A mulher pediu simpática. –Vou leva-la para um quarto.

–Obrigada. –Coloquei o Pedro no colo dela.

Começamos a andar com a Daniele me seguindo, minhas mãos estavam sujas, não quis sujar a Dani por isso não peguei em sua mão. Ela nos levou até um quarto com dois sofás, uma cama e uma poltrona.

A enfermeira trouxe um berço e colocou o Pedro dentro.

–Volto já para tratar da sua mão. –A enfermeira continuou simpática.

–Obrigada! –Agradeci sorridente.

A enfermeira se retirou do quarto em seguida fechou a porta.

–Sente-se ali, filha. –Apontei com a mão boa para o sofá.

–Cadê o papá? –Ela perguntou se sentou.

–Ele vai cuidar do seu irmão. –Falei ainda com o rosto vermelho pelo choro que cessou um pouco desde que levaram o Daniel.

–O Dani tá bem? –Ela perguntou preocupada com o irmão.

–Ele vai ficar bem, querida. –Falei me sentando na cama.

A enfermeira entrou pela porta com um carrinho de dois andares cheio de coisas. Ela colocou o carrinho ao lado da cama e começou a limpar e cuidar da minha mão machucada. Quando ela terminou ela enfaixou minha mão e me deu a receita dos remédios que eu devia tomar, ela pediu que eu esperasse o Leon no quarto.

–Sua mão tá melhor, mamma? –A Daniele levantou e andou até mim.

–Sim, querida. –Pequei-a no colo.

A cirurgia começou a demorar, se passaram três horas e nada... A Daniele estava dormindo na cama e o Pedro curioso como sempre, olhando tudo em volta de dentro do berço. Eu estava deitada na cama aconchegando minha princesa sobre meu corpo. Uma enfermeira entrou, tirei a Daniele cuidadosamente do meu colo e fui até a enfermeira.

–Senhora Vargas? –Ela perguntou.

–Sim. –Respondo.

A Enfermeira mantinha na face uma expressão de desespero e preocupação, o que não ajudou no meu humor.

–O Daniel Castillo Vargas, é seu filho?

–Sim. –Respondi ficando mais preocupada.

–Ele sofreu uma parada cardíaca no maio da cirurgia, os médicos estão tentando reanima-lo. –Ela foi rápida.

–Não... –Pousei as mãos sobre os lábios.

A enfermeira não ficou muito tempo no quarto, logo se retirou fechando a porta em seguida.

–Meu menininho. –Falei chorando.

Liguei para o papai, precisava do abraço de um pai para me acalmar agora. Contei a ele tudo pelo telefone e ele falou que estava vindo com a Angie e com a Julietta.

Eu fiquei andando de um lado para o outro do quarto chorando sem parar, preocupada com meu pequeno. Não posso perde-lo. Não suportaria perder o Daniel. Andei pelo quarto, dei de mama para o Pedro, me deitei com a Dani, acariciei seus cabelos, sentei na poltrona, sentei no sofá, não importa o que eu faça, lágrimas insistiam em cair dos meus olhos molhando minha face e deixando-a vermelha.

Em vinte minutos ouvi a porta se abrindo e o papai entrando com a Angie e a Julietta no colo da Angie. Corri até os braços do papai.

–Ai pai... –falei com o rosto em seu peito. –Dói tanto... –chorei.

–Pronto, Vilu... –ele beijou minha cabeça e acariciando meus cabelos com os dedos entre os cachos. –Ele vai ficar bem, filha.

Saí de seus braços encontrando o da Angie de um modo carinhoso de tia.

–Ele vai ficar bem, Vilu, ele é forte. –Ela me abraçou com um braço, o outro estava sendo ocupado pela Julietta.

–Ele entrou na cirurgia a Quatro horas, o Leon está lá na sala de cirurgia. –Falei secando uma lagrima que caiu.

–Ela vai ficar bem, o Leon não deixaria nada acontecer com ele. –A Angie falou.

–Ele não vai te deixar. –O papai falou acariciando minha mão.

–O que aconteceu lá no parque Vilu? –A Angie me guiou até o sofá.

–Nós fomos porque as crianças queriam ir brincar no parque, quando chegamos eles brincaram e eu e o Leon ficamos em um banco onde dava para vê-los bem, quando de repente começamos a ouvir gritos e barulhos de tiro, a Daniele apareceu, mas o Daniel não então fui atrás dele enquanto o Leon acalmava a Dani. Quando cheguei lá um dos bandidos me viu e atirou na minha mão porque errou o tiro. Eu achei o Daniel desacordado no chão, nós trouxemos ele para o hospital, e ele está na sala de cirurgia até agora.

–Isso é crueldade pura, invadir um parquinho para atirar em crianças e pais. –A Angie comentou.

–O mundo está cheio Angie, mas crianças são inocentes... –O papai incrementou.

–Não, eles estavam pouco ligando para as crianças que estavam lá, eles tinham um alvo, minha família... Eles sabiam que nós estaríamos lá, o alvo deles hoje foi meus filhos, mas não acertaram a Daniele, apenas o Daniel, e acertou outras pessoas inocentes. –Falei confiante na minha palavra.

–Por que você está falando isso? –Meu pai perguntou.

–O Homem que hoje atirou no Daniel hoje, foi quem atirou em mim e na Daniele e atirou-a da escada quando morávamos ainda na Itália. Eles sabiam que eu estava aqui.

–Você... Você tem certeza do que está falando? –A Angie perguntou.

–Tenho, e sei que eles não vão parar até conseguir o que querem. –Falei brava.

–O que eles querem? –Eles perguntaram.

–Eu não faço a mínima ideia, mas não vão parar, eu tenho que proteger minha família, só não sei como. –Falei preocupada.

–Nós vamos dar um jeito. –Meu pai afagou meu braço.

Ouvi uns choros começarem, um chorinho agudo com certos gritinhos entre eles. Pedi licença e me levantei, andei até o pequeno berço que o hospital me emprestou por hoje enquanto fico aqui. Peguei ele no colo e andei novamente voltando ao sofá. Ele continuou chorando, sabia até o que ele queria.

–Você é muito esfomeado, filho. –Falei começando a dar de mama.

–Ele nasceu prematuro Vilu, é normal. –O papai falou.

–Eu sei, eu acabei de dar e ele já está com fome de novo. –Ri.

POV FRANCESCA

Hoje eu e a Julia vamos até a casa do Marco com a chave que nós conseguimos, foi meio complicado mas conseguimos pegar a chave...

#Lembranças on#

–Ai não... –Ouvi a Julia sussurrar.

–Por que “ai não”? –O Marco perguntou desconfiado.

–É que... –Parei para pensar. –A Julia não sabia onde estava o ursinho dela e nós achamos que poderia estar aqui, e ela sabe que você não gosta que ela entre aqui.

–E é verdade, vamos, saiam do meu escritório! –Ele apontou pra fora do escritório.

Pequei a Julia no colo e saí com ela do escritório.

–Eu vou ficar um mês fora, no mesmo dia que voltar quero a Julia aqui, na casa dela. –Ele falou.

Eu não entendo, se ele maltrata a filha, não gosta da filha, porque insiste em ficar com ela.

–Sim, no mesmo dia trago ela. –Falei.

–Agora podem ir, vão que eu preciso ir ao aeroporto. –Ele empurrou minhas costas até eu estar fora da casa.

Fui para o carro com a Julia no colo, coloquei-a na cadeirinha e fomos para casa com meu objetivo bem, sucedido, a chave da casa do Marco.

#Lembranças off#

Eu e a Julia chegamos na casa do Marco com duas câmeras em uma bolsa, a Julia hesitou um pouco antes de entrar porque ela disse que o pai ia brigar com ela se ela entrasse ali, eu a peguei no colo e prometi a ela que nada iria acontecer a ela, eu não iria permitir.

Logo que entramos vi uma entrada de ar acima da estante, ali foi meu primeiro alvo, instalei uma câmera ali que dá para ver a sala inteira, a Julia me falou que fica bastante no quarto então vou colocar a outra câmera lá, achei outra entrada de ar no quarto da Julia, o que facilitou muito nosso plano. Quando instalei as duas câmeras e conectei-as com meu computador eu fui pra casa, a Julia estava com um certo receio, mas acho que era mais medo.

Nós fomos para a casa tranquilas, eu por saber que tinha conseguido e ela por estar comigo.

–Viu, deu tudo bem, filha. –Falei enquanto tirava ela do carro.

–Ele num vai mais mi bate? –Ela perguntou quando saímos da garagem e entramos em casa.

–Se ele te bater eu vou estar vendo, e vou traze-la pra casa. –Falei me abaixando na altura dela.

–Você prometi? –Ela estava com um receio enorme.

–Sim, se ele encostar um dedo em você eu vou até lá e te trago pra casa. -Falei ainda abaixada. –O que quer fazer agora?

Me levantei pegando-a em seguida.

–Vamu blinca! –Ela pediu sorrindo.

–Vamos!

Nós duas começamos a brincar com os ursinhos e bonecas dela.

Consegui colocar as duas câmeras que queria na casa do Marco, agora eu estou torcendo para que ele não as encontre. Eu não posso mais deixar minha filha nas mãos do Marco, ela sempre chega em casa roxa quando vem para cá nos finais de semana. Vou acabar com isso... Tentei ligar o dia inteiro para a Vilu ou para o Leon mas nenhum dos dois atende o telefone, vou ligar pra Cami, ver se ela conseguiu falar com eles...

POV VIOLETTA

Nós ficamos conversando, foi bom que me distraí um pouco. O Pedro graças a deus dormiu, coloquei-o no sofá ao meu lado para que ele não caísse. Enquanto eu colocava ele no sofá, vi o papai entrando em desespero.

–Violetta cuidado para não derrubar ele. –Ele falou querendo pegar o Pedro dos meus braços.

Coloquei o Pedro colado ao meu corpo e olhei feio para o papai.

–Pai, o Pedro é meu terceiro filho, se cuidei de gêmeos sei cuidar de um só. –Falei com o Pedro ainda colado ao meu corpo.

Coloquei-o deitado colado no encosto do sofá e do outro lado almofadas para ele não cair.

–Cuidado! –Meu pai alertou.

Não liguei. Eu me sentei ao lado dele e lá ele dormiu tranquilo.

–Viu, sei cuidar do meu filho. –Falei convencida.

–Mas você quase derrubou ele. –O papai falou bravo.

–Pai...

–Para de irritar ela Germán, ela fez direitinho. –A Angie me defendeu

–Mamma... –Ouvi me chamarem baixinho.

A Daniele tinha cordado e estava sentada na maca me chamando. A Maca é alta, e ela não consegue descer nem subir. Andei até ela e pequei-a no colo, ela escondeu o rosto no meu peito.

–Oi Dani. –A Angie disse enquanto eu me sentava.

A Dani não respondeu.

–Fala oi pra vovó. –Falei incentivando-a.

Nada aconteceu novamente.

–Ela acabou de acordar, depois se solta. –Ri.

No meio de algumas risadas a porta se abriu, é o Leon, com o jaleco de médico dele.

–Leon! –Me levantei correndo com a Daniele no colo. –Como ele está, Leon?

POV LEON

–Leon! –Ela se levantou com a Daniele no colo –Como ele está, Leon?

–Vilu, fica calma, ele está... –Procurei uma palavra. –Vivo...

–Como assim “vivo”? –Lagrimas caíram de seus olhos.

–Ele sofreu duas paradas cardíacas no meio da cirurgia e nós tivemos que reanima-lo, quase perdemos ele várias vezes. Ele está entubado na UTI. –Expliquei afagando seu braço.

–Eu quero vê-lo. –Ela pediu carinhosamente com lagrimas que escorriam por toda sua face.

–Hoje ninguém está autorizado a vê-lo. –Falei vendo uma expressão triste e mais lagrimas caírem na face dela.

–Mas Leon...

–Vilu, eu não faço as regras do hospital, por mim você o veria mas não posso. Vão vocês três pra casa que eu fico aqui cuidando dele. –Falei abraçando-a na tentativa de acalma-la.

–Eu sou mãe dele, quero ficar com ele, também posso cuidar de meu filho. –Ela teimou.

Só aí que vi o Germán, a Angie e a Julietta prestando atenção na conversa.

–Eu fico aqui, vou ficar a noite no quarto dele cuidando dele e amanhã de manhã você vem que ele está liberado para visitas, mas agora ele está cansado, acabou de sair de uma cirurgia, ele precisa descansar. –Aconselhei-a.

–Não quero descansar, quer vê-lo! –Ela exigiu.

–Não posso deixar você vê-lo. –Falei calmo.

–Fala com algum médico, sei lá. –Ela derramou mais lagrimas.

–Já tentei, eles não autorizaram. Vai pra casa descansar, se acalma, dorme, toma um banho, apenas relaxe e vá para a casa, eu irei cuidar dele. –Prometi tentando convence-la.

–Eu quero vê-lo, Leon! Se não vê-lo não vou ficar bem... –Que esposa teimosa que encontrei para me casar.

–Vilu... Se você vê-lo ele pode piorar, os microrganismos podem causar infecções e ele vai ficar pior. Vai pra casa, saí com a Fran e com a Cami e esfria a cabeça, eu vou estar aqui com ele, não vou abandonar nosso filho. –Beijei sua cabeça. –Eu não vou deixa-lo por um instante, mas você precisa descansar.

–Tudo bem... –Vitória! –Eu vou pra casa e amanhã você me liga quando eu puder vir.

–Pode ser. –Beijei sua bochecha.

Cumprimentei a Angie e o Germán, dei um beijo na Dani e no Pedro e um selinho na Vilu me despedi de todos e fui para o quarto do Daniel. Andei pelo enorme hospital, sexto andar ala 4 era meu destino, UTI infantil do hospital, meu menininho está no quarto 33094. Quando entrei no quarto tive a visão dele com uma máscara para respirar, vários cabos ligados a seu corpo, e ele parado sem mexer um músculo. Me aproximei dele e acariciei sua mão.

–Sua mãe está preocupada...

POV VIOLETTA

Peguei o Pedro, a Daniele e fui em bora. No caminho pra casa deixei muitas e muitas lagrimas descerem de meus olhos. Os dois dormiram no caminho graças a Deus. Quando cheguei em casa peguei o Pedro e a Dani acordou então andou sozinha. O Tempo está gelado com vento e garoando então peguei uma manta do Pedro e coloquei sobre ele, a Daniele afagava os braços de frio e batia os dentes.

–Mamma, eu to cum fome. –A Daniele bocejou.

–Eu sei, amor, vou fazer a janta. Vai colocar o pijama que eu já te chamo. –Falei colocando o Pedro no carrinho.

–Tá. –Ela me deu um abraço sonolenta e subiu.

Olhei meu celular e vi 50 ligações da Fran, 20 da Cami e 25 do Federico, eles devem estar preocupados. Suspirei.

Já são nove horas, perguntei a Daniele o que ela queria comer, ela respondeu que queria macarronada, meus filhos são previsíveis com comida, sempre é algo italiano. Fiz a janta em me menos de meia hora, fui rápida até. Nos sentamos nós duas na mesa e começamos a comer, eu não comi muito, continuou com o estomago embrulhado por causa do Daniel.

–Mamma, sua mão tá duendo? –A Dani perguntou limpando a boca.

–Não, logo ela vai estar melhor, o maior problema agora é o seu irmão. –Falei triste.

–Ele vai fica bem, mamma. –Ela sorriu.

–Eu se... –Um choro começou a ecoar pela casa.

A Daniele suspirou de saco cheio e eu levantei indo na direção da sala onde o carrinho do Pedro está localizado perto do Piano. Peguei ele no colo e coloquei o aparelho auditivo. Voltei a mesa onde a Daniele não estava mais, deve estar na cozinha, do jeito que conheço minha filha ela deve estar com ciúmes. Comecei a dar de mama para o Pedro e a Daniele apareceu da cozinha.

–Eu to com sono... –Ela disse manhosa.

–Pode ir pro seu quarto que eu já vou lá contar uma história. –Falei ajeitando o Pedro.

–Eu quero que você vai agora, mamma. –Ela choramingou.

–Agora não da Dani, depois que dar de mama para seu irmão eu vou. –Falei passando a mão em seu cabelo.

–Eu quero agora... –Ela chorou.

–Daniele! Eu falei que já vou, sem frescura! –Falei segurando-a quando ela balançou meu braço.

–Você só fica com esse bebê! Você não gosta de mim... –Ela saiu correndo e chorando.

Bufei.

A Daniele não está cooperando com a minha situação. Fiquei mais uns dez minutos até o Pedro ficar satisfeito. Fiquei com ele no colo e andei até meu quarto, coloquei uma roupa mais quente nele e troquei sua frauda, deixei ele no berço e andei até o quarto da Daniele. Abri a porta do quarto dela calmamente, ela está deitada de baixo da coberta com o rosto vermelho e abraçada ao ursinho que dei pra ela no dia que ela nasceu, odeio vê-la tão agarrada nesse ursinho porque significa que ela está se sentindo afastada de mim então fico triste. Me sentei na ponta da cama e derramei algumas lagrimas.

–Eu te amo. –Falei beijando sua bochecha avermelhada.

Fiquei um pouco mexendo no cabelo dela e depois fui para o meu quarto, dei uma olhada no berço e vi o Pedro adormecido, suspirei aliviada sabendo que poderia dormir sem ninguém para me atrapalhar, a não ser o pensamento de que o Daniel está no hospital.

Antes de deitar fui tomar um banho para relaxar, começou uma bela tempestade agora pouco e o frio não está dando trégua. Entrei de baixo do chuveiro com a água quente passando pelo meu corpo e me deixando mais calma. Desliguei o chuveiro e me direcionei ao quarto, coloquei um pijama quente e dei uma última olhada no berço do Pedro para ter certeza de que ele está dormindo. Deitei sabendo que não dormiria rapidamente.

–MAMMA!!! –Acordei as duas da madrugada com a Daniele me chamando. –MAMMA!!!

Corri até o quarto dela e encontrei-a de baixo da coberta chorando.

Como está uma tempestade imensa lá fora com trovões e raios até sabia porque ela está chorando.

–Pronto. –Falei pegando-a. –Mamãe está aqui.

–To com medo, mamma. –Ela choramingou com o rosto em meu ombro.

–Eu estou aqui, nada vai acontecer.- Coloquei a cabeça dela em meu ombro.

Mais um trovão bem forte ecoou pela casa, ela tapou os ouvidos e chorou mais forte dando um grito ao ouvir o trovão.

–Shhh... Vamos para o meu quarto. –Levei a Dani até meu quarto e me deitei com ela.

Abracei-a na tentativa de acalma-la. Ela dormiu rapidamente. Quando eu estava prestes a dormir outro choro me impediu, levantei e fui até o berço do Pedro e peguei-o no colo levando-o junto comigo.

Acordei 8:12, atrasada. Olhei para a cama e não vi a Daniele, levantei e fui atrás dela, fui em seu quarto, sala, banheiro, cozinha, jardim, closet, escritório, guarda roupa, debaixo da cama... Nada. Comecei a entrar em desespero. Olhava em volta em saber o que fazer ou onde procurar, estava suando frio com um frio passando pela minha barriga e um mal pressentimento batendo na porta.

–DANI!!!-chamei-a. –DANIELE!!! –Nada novamente.

Ia para o jardim da frente, quando fui abrir a porta percebi que estava aberta, alguém já tinha passado por ali, me lembro claramente de trancar aquela porta. Corri para o meu quarto, me troquei colocando a primeira roupa que vi na frente, peguei um casaco por ainda estar frio e caindo alguns pingos de chuva. Não podia levar o Pedro, se ele pegar chuva vai ficar doente então liguei para a Fran, meu contato de emergência.

#Ligação on#

–Fran, você pode ficar com o Pedro pra mim? –Fui rápida quando ela atendeu.

–Oi Vilu, como você está? –Ela riu.

–Não estou nada bem, fica com ele? –Eu estou em desespero.

–Sempre posso ficar com meu gorduchinho. –Ela riu. –Está tudo bem, Vilu, você está bem?

–Já disse que não Francesca! Vem o mais rápido possível.

–Tá.

#Ligação off#

Com certeza essa foi a conversa por telefone mais rápida que eu já tive com alguém, principalmente com a Fran que não para de falar, essa adora bater papo.

Fiquei com o Pedro no colo esperando a Fran chegar. Eu estava andando de um lado para o outro pensando que a Daniele podia estar em qualquer lugar sozinha. Em dez minutos a Fran chegou, pode parecer apenas dez minutos, mas para mim foi uma eternidade.

–Oi Vilu, o que aconteceu? –A Fran entrou com a Julia no colo.

–Oi Fran, a Daniele fugiu. –Falei rápida. –Fica com o Pedro?

–Claro. –Ela falou com expressão de preocupação.

–Obrigada! –Coloquei o Pedro no seu colo e saí de casa correndo.

Não sabia para onde ir, fui na direção da casa da Angie e do papai. Andei olhando em cada rua na esperança de que ela estaria ali, mas nada. A Chuva estava começando a aumentar e minha preocupação também.

–DANI!!! –Gritei. –FILHAAA!!!! –Eu não sabia mais o que fazer.

Comecei a andar em outra direção ainda esperançosa de que vou encontrar a Daniele. Eu não acredito que ela ficou com tanto ciúmes chegando a fugir de casa, mas essa não era a minha única preocupação. Ela está por aí, sozinha, está chovendo e frio e ela com certeza não está agasalhada. Andei por cinco ruas, três bairros e passei por umas quatro praças e nenhum sinal da Daniele. Comecei a chorar desesperadamente, como uma criança de seis anos pode ter andado tanto sendo capaz de não estar no nosso bairro ou nos dois próximos. Comecei a pensar no que fazer, lembrei que aquele grupo de homens que ataca minha família, e se ele pegou a Dani? E se ele fizer algo com ela? Foi aí que meu coração disparou de preocupação. Senti o meu celular vibrar, fui para baixo de uma árvore e atendei, é o Leon.

#Ligação on#

–Oi meu amor, como está? –O Leon falou em ótimo humor.

–Péssima, amor. –Fale olhando em volta.

–O que foi? Sua voz está estranha, estava chorando? –Ela perguntou preocupado.

–Não, ainda estou chorando. –Falei ainda de olhos abertos a procura da Dani. –A Daniele fugiu de casa e está chovendo forte, estou preocupada, Leon... –Chorei.

–Vilu, fica calma. Ela não estava na casinha do porão de novo? –Senti que ele estava tentando se controlar.

–Não, Leon, não... –Continuei a chorar.

–Eu vou te ajudar, vou pra casa e... –Interrompi-o.

–Não, você fica aí com o Daniel... –Parei para respirar. –Eu acho ela, foi culpa minha ela ter fugido.

–O que você fez?

–Cuidei do Pedro, ela está com ciúmes do Pedro. –Expliquei.

–Tem certeza que não quer que eu vá pra casa? –Ele perguntou preocupado.

–Não precisa, fica com o Daniel, a Fran está em casa com o Pedro.

–Então tá, tchau meu amor. –Ele se despediu.

–Tchau Leon. –Me despedi.

#Ligação off#

A chuva estava aumentando cada vez mais e eu completamente molhada. Não podia desistir, mas não podia ficar na chuva, quem sabe ela voltou pra casa. Em meia hora já estava em casa, a Fran atendeu bocejando, ela devia estar dormindo.

–Encontrou ela?

Olhei feio pra ela.

–Claro, Fran, agora a Daniele é invisível. –Derramei uma lagrima.

–Desculpa. –Entramos.

Sentamos na cadeira porque estou encharcada.

–Ela não está por aí? Ela só tem seis anos não pode ter ido longe. –A Fran falou indo até a cozinha.

–Eu sei, mas não a encontrei, andei por três bairros além desse e nada da Daniele, não está em casa não está aqui por perto, não sei o que fazer Fran. Está caindo o mundo lá fora, chuva está forte, está trovejando e ela está lá fora, e se ela ficar doente? E se alguém sequestrar ela? E se alguém fizer mal a ela? E se eu nunca mais ver a Daniele? E se alguém matar ela? –Eu dava todas as possibilidades.

Eu estava chorando que nem uma louca, ia morrer de desidratação de tanto que já chorei ontem e hoje.

–Não, Vilu para! A Daniele está sim lá fora mas ela está bem, a Daniele está viva, ela está bem. –A Fran me trouxe uma xícara de chá. –Mas se você não se secar quem vai ficar doente é você, está toda molhada tremendo de frio. –Ela se sentou na minha frente.

–Eu não consigo pensar em outra coisa, Fran. Você tem uma filha, imagina se a Julia foge no meio de uma tempestade e você não a acha. –Falei irritada.

–Como você acha que me sinto quando vejo a Julia cheia de roxos e machucados pelo corpo? –A Fran derrubou uma lagrima.

–Desculpa Fran, não queria te lembrar. Falando nisso, onde ela e o Pedro estão?

–O Pedro está no bebê conforto ali na sala, e a Julia está no sofá dormindo. –Ela apontou para a sala.

Assenti.

Subi para tomar um banho. Tomei um banho rápido, a Fran estava no meu quarto me esperando. Me troquei e me sentei na cama olhando para a Fran que estava sentada atrás da escrivaninha do meu quarto. Ela estava fuçando nas gavetas.

–Olha só o que eu encontrei. –Ouvi ela falar sorridente. –O Antigo, conhecido e famoso diário da Violetta Castillo Vargas. –A Fran tirou o meu diário da gaveta. -Posso abrir?

–Claro, vai nessa. –Ri.

Ela abriu o meu diário, esperançosa, ela nunca tinha aberto ele, ela fazia cada cara de Francesca que é tão engraçado, ela sorria, se espantava, gargalhava, uma ela fez “Onn”.

–Que fofo, Vilu... –Ela virou o diário para eu ver.

Ela fez isso porque abriu na parte dos meus filhos.

Ela continuou a ver a chegou em uma parte que fez cara de brava.

–Essa parte eu não gosto, odeio. –Ela me mostrou novamente.

Ela fez bico.

Quando ela virou vi a parte escrito “Francesca” com teias de aranha, morcegos e detalhes de preto.

–Foi mal Fran, foi de quando entrei no Studio, não éramos muito amigáveis uma com a outra. –Falei lembrando.

–E a culpa é da Ludmila. –Ela bufou.

–Não é não, era você que não ia com a minha cara só por causa do Tomás. –RI.

–Nem me lembre...

*Dia seguinte – 14:46

–Eu quero ela, Leon, quero minha menininha...

Eu estou no hospital abraçada ao Leon no quarto de hospital do Daniel

–Meu amor, fica calma, nós vamos encontra-la. –Ele me beijou.

–Preciso dela, estou sem um pedaço do meu coração, dois, o Daniel também. Dói tanto saber que não estou com eles... –Continuo abraçada no Leon.

–Eu sei, Vilu. Também estou com o coração partido, mas nós já fomos na polícia e eles estão procurando ela.

A porta do quarto foi aberta pelo Miguel, médico amigo do Leon.

–Leon, já contou a ela? –O Miguel perguntou olhando para o Leon.

–Contar o quê? –Olhei para os dois. –Leon?

–Vilu, o Daniel...

NOTA FINAL MUITO IMPORTANTE!!!!


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Notas finais do capítulo

E então? Gostaram da Fic? Ela infelizmente acabou, mas uma nove começará com novas aventuras, mistério e segredos a serem desvendados...
Para quem quer saber, se neste último capítulo eu alcançar no mínimo 30 comentários a segunda temporada será postada no dia 27/06/15 (ultimo sábado de junho), mas, se não alcançar está meta infelizmente terão que esperar até o dia 29/08(ultimo sábado de agosto), resumindo, só daqui a seis meses.
A escolha é de todos vocês...
Espero que tenham gostado!!!