As crônicas de Applebaum - Criaturas da Floresta escrita por Arthur Araujo


Capítulo 7
Quer um chá?




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Adam

Nem por um segundo eu diria que as coisas foram fáceis desde a mudança, nem para mim nem para Mia, que agora não se lembraria de mais nada, Piedro que morrera tentando nos ajudar, até bisavô Gregory e seus diários de campo devem ter sofrido bastante. Pior de tudo é saber que o culpado pela devastação humana nossos nós.

Tentei não pensar nisso enquanto voávamos de volta para floresta encantada. Trazer o dragão para esta realidade foi fácil era só levá-los até o fundo da caverna e estávamos aqui.

Agora que eu estava frentea frente com a abertura entre as duas árvores pensei como seria um trem passar por um buraco de minhoca, foi o que eu supus que aconteceria.

Seja o que Deus quiser, pensei e mergulhei mata adentro, com os olhos fechados senti os galhos em contato com minha pele, e a luz solar sobre minha pálpebras, abri-os e vi a grande aldeia.

Os gnomos saltitavam e cantavam músicas alegres. Ouvi algum deles dizer ‘O Herdeiro de Cain nos salvou’ Assim como Llort e Troll eram a mesma coisa, Niac e Cain também poderiam significar.

Pousei o dragão sobre o vale que paramos da primeira vez que estive aqui, bisavô desceu e, ao dar alguns passos, caiu.

Corri até ele, seu corpo tremia, e um velho bigode branco surgiu em seu rosto.

– Cem anos elfo e finalmente estou livre, na minha idade, morrer seria uma boa.

O antes era duende agora parecia com um humano velho de rugas no rosto e tudo mais.

Ainda continuava um homem pequeno, ele tentou se levantar, mas suas pernas fracas o fizeram cair novamente, peguei um galho da árvore e quebrei.

– Sinto muito. – Disse eu para a planta.

Entreguei a bengala para Gregory que ficou em pé ao meu lado.

– Lembro-me da primeira vez que estive aqui, eu era jovem comparado a idade que tenho hoje, eu estava propício a ser um adulto egoísta, então a natureza falou comigo, eu vi fada e outras criaturas, achei que estava ficando louco até que elas falaram comigo, comecei a estudá-las.

– Por isso os livros na parede.

– Sim, escrevi muito sobre este lugar, que eu só havia ouvido falar. Foi quando me fizeram uma proposta eu poderia vir morar aqui, quem sabe ser vida eterna, eu aceitei, deixei tudo para lá, até minha filha, agora que vejo minha linhagem sinto saudades. Então irei voltar. Tem um quarto para mim?

Não queria cortar o barato dele então assenti.

Ele disse algo no ouvido do dragão que voou de volta para a cachoeira.

Seguimos caminho contrário, indo rumo a casa. Peguei meu celular de volta, quase chorando de emoção ao perceber que ele não sofrera nem um arranhão.

Bati na porta da frente, mamãe abriu. Seu olhar de surpresa ao ver Gregory foi inevitável, também um bisavô morto não é algo que se veja todo dia.

– Olha quem eu achei perdido na floresta.

Minha mãe riu e abraçou-o.

– Entre, estava fazendo chá, acho que você vai querer um pouco.

– Onde esta Mia? – Perguntei.

– Lá em cima.

Subi as escadas correndo até o porão, me debati com uma cena estranha, ela estava deitada na cama lendo os Diários de Campo que encontramos na parede.

Quando ela me viu, se sentou na cama e disse:

– Não sabia que você tinha esses livros legais.

– Foram aderidos há pouco tempo.

– Eu já li dois, os detalhes deixam a história tão real, - Ela riu. – Sinto vontade de tentar mudar o mundo, ver tanta bagunça que nós fazemos e saber que tem criaturas tão belas por ai. Sei que parece loucura, mas...

– Não, eu não acho que seja loucura, tive um sonho superhave com isso, nunca mais leio e vou dormir, gostaria de ouvi-lo?

Ela assentiu, marcou a página do livro e descemos.

– Eu não lembro muito bem, mas você até tinha um namorado no sonho, você parecia verdadeiramente apaixonada.

Ela riu tanto que sua barriga doeu.

– Eu com um namorado? Melhor piada, sempre.

Terminamos de descer as escadas, vovô bebia chá e mamãe fazia waffles, peguei um coockies sobre a mesa e dei uma mordida.

– Mãe, você não vai acreditar no sonho que o Adam teve, envolvia gnomos, duendes, dragões, uma missão para salvar o meio ambiente e... Eu tinha um namorado.

Minha mãe riu, e Gregory olhou pra mim dando uma piscadela, não resisti, sorri também, pois mal sabiam elas que tudo aquilo era a mais pura verdade.


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Notas finais do capítulo

Epílogo.
Teddy

— Mia? Já posso sair agora? – Perguntei.



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