As crônicas de Applebaum - Criaturas da Floresta escrita por Arthur Araujo


Capítulo 6
Batalha final




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Mia

Sair correndo foi a primeira ideia que eu tive, mas apesar de ter poderes, o que eu acabei de descobrir e era incrível, eu não poderia me tele transportar ou no mínimo atravessar paredes para chegar no térreo.

Porque se eu tenho um prédio de cinquenta e três andares minha sala vai se localizar no último? Óbvio que não vai, em caso de emergência, o que eu ia fazer? Virar o Batman?

Tentei ficar calma, mas era impossível, o elevador era mais lento que uma lesma, eu nem sei como não percebi isso na hora que subimos, talvez o fato de Piedro esta ao meu lado tenha sido algo bom e tenha feito o tempo passar mais rápido.

Agora nem tanto, por isso eu fiz, o beijei, para meu primeiro beijo até que foi legal, ele se apoiou na parede e colocou a mão na minha cintura.

Tin-don.

A porta se abriu e saímos. Ao montar na moto de Piedro me senti estranha. Um arrepio correu meu corpo. Não era para eu ter um mau pressentimento.

Quando chegamos já era tarde, os tratores destruíram grande parte da floresta, havia mais criaturas ali do que eu tinha visto em todo bosque.

Gritei para que todas ali me ouvissem, elas pararam diante a mim.

– Sei que talvez eles não possam nos ver, mas poderão nos sentir. Façam uma barreira e resistam o máximo que puderem!

Assim foi feito, um monte de criaturinhas juntas, um sobre o ombro das outras, como uma pirâmide de líderes de torcida.

Me pergunteionde estava meu irmão, ali só tinha Piedro ao meu lado, assim como Bisavô Gregory.

A barreira não durou muito tempo, próximo a nós, Niac apareceu. Eu vi ódio nos olhos de Piedro.

Fui tomada pelos seus braços, suas mãos seguraram meu rosto e Piedro me beijou, um beijo longo que pareceu ter durado apenas segundos antes dele partir.

– Me desculpe, Mia. Isso é algo que eu tenho que fazer.

Com uma espada de cristal ele avançou em direção ao pai, quando a sombra do dragão passou sobre minha cabeça, como se tomasse fôlego a boca escamosa se abriu e dela saíram chamas, que foram em direção ao Sr. LLort, devorando junto consigo Piedro.

Queria gritar, mas não houve tempo, toda floresta tremeu, os tratores param assim como o tempo ao nosso redor, o antro negro que nos cobria estava desaparecendo aos poucos, quando o sol surgiu como se fosse um novo dia.

Adam parou próximo a mim, o dragão vermelho com olhos cinzas estendeu as asas para que eu subisse, assim eu fiz. Meu irmão me abraçou e disse:

– Eu não quis fazer aquilo, Piedro era boa pessoa ao contrário de seu pai, sei que esquecer será difícil, mas tente, pois agora tenho que “estacionar” esta belezinha de volta.

Tive que rir, mas meu coração estava partido e lágrimas rolaram pelo meu rosto enquanto levantamos voo. Gregory pulou atrás de mim.

– Vamos, rápido, isso aqui vai ficar uma loucura, é bom estarmos do outro lado quando a floresta concertar tudo.

– E Minha mãe?

– Ela está dentro da casa, segura, o máximo que a Floresta poderá fazer é apagar as lembranças dela.

Isso não era ruim, esquecer às vezes era uma benção que não poderia me ser permitida.

Ou poderia.

– Adam, eu vou ficar.

– O que disse?

– Eu não vejo um futuro sem o Piedro, sim, eu sei que faz somente um dia mas eu o amo, perdidamente, meu sol jamais iria se pôr da mesma maneira sem que ele estivesse ao meu lado, então devo isso a ele, sei que vou ser perdoada, mas prefiro esquecê-lo do que sofrer eternamente.

– Irmã...

– Eu já fiz minha escolha, quando você voltar quero que me conte como foi tudo, diga que foi um sonho e eu rirei dizendo “como se fosse realmente possível” e passaremos a vida feliz, mas agora eu escolho esquecer.

Adam assentiu, corri para dentro de casa, abracei minha mãe, que olha pela janela, e juntas vimos meu irmão e bisavô Gregory voarem para longe nas costas de um dragão.


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