As Patricinhas de Konoha escrita por CherryBomb91


Capítulo 3
Aulas de Reforço


Notas iniciais do capítulo

Meus amores, voltei kkkkkkkk
Desculpe ter demorado, mais como eu falei, não dá ficar atualizando rápido, mas vou fazer o possível para ficar postando.
Quero agradecer os comentários do capítulo anterior e aos favoritos.
Espero que gostem.
Boa Leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/559635/chapter/3

SAKURA

— Ahhhh! – Eu gritei assim que coloquei meus pés para dentro de meu quarto. Como meu pai pode ter coragem de fazer aquela atrocidade comigo? Ele não percebia que estava suicidando a minha vida social? Aquela era uma situação pior do que o ataque onze de setembro e a peste negra juntos. Não era justo papai colocar o idiota do Sasuke como meu professor particular.

Não era justo comigo.

Me joguei em minha cama, minha mente em devaneios de como a minha vida estava uma lástima, e tudo por causa de umas notinhas vermelhas insignificantes em matemática. Caramba, eu não tinha culpa pelo professor Asuma não pegar leve em suas provas diabólicas. E pelo jeito que as coisas estavam indo, eu nunca mais iria sair desse castigo. Matemática era a minha pior matéria... bom, ainda tinha as outras, mas dane-se, isso não era justo comigo.

Era óbvio que o professor Asuma estava daquele jeito mandão e rabugento por não ter ninguém para que possa esquentar os seus pés nos dias frios. E pelo que eu saiba por fontes, ele não tinha nenhuma namorada, ficante ou algo parecido...

— Espera... – sentei-me na cama abruptamente. Acabei de ter uma ideia genial! – Como não tinha pensado nisso ainda?

Mas era claro, se o professor Asuma tiver uma namorada ou algo assim, ele deixaria de ser tão chato e descontar tudo nos alunos. Aquilo só podia ser tensão sexual reprimida, mas nada como uma boa namorada para resolver aquele probleminha. E agora a questão era; quem poderia ser sua namorada? Eu tinha que pesar em algo rápido e assim poder me safar dessa enrascada. Pois dizem que quando alguém está apaixonado tudo fica colorido, então quem sabe a minha nota também não mudava de cor?

*  *  *

Acordei no outro dia ao som do meu irritante despertador. Levantei-me morrendo de preguiça e fui direto para o banheiro fazer minha higiene pessoal. Depois de quase uma hora eu estava pronta, linda, maquiada e perfeita. Agarrei minha mochila e meu celular e desci as escadas. E como todas as manhãs, deixei minha mochila no sofá quando passei pela sala e fui direto para a sala de refeições. Encontrei com a cacatua do Sasuke assim quando entrei no cômodo, já sentado na cadeira do lado esquerdo da cadeira principal de papai, comendo e olhando não sei o quê em seu celular.

O ignorei completamente e silenciosamente me sentei no meu lugar de sempre, na cadeira que ficada do lado direito da cadeira principal de papai e que ficava de frente para ele. Peguei uma torrada e comecei a passar geleia, enquanto sentia uma sensação incomoda de ser observada. Odeio ser encarada.

— Bom dia para você também, sua mal-educada – a sua voz soou irônica, quebrando o silêncio que havia no cômodo.

— Não falo com animais – e dei uma mordida em minha torrada e um gole do meu suco de morango.

— A sua atitude é completamente infantil – ele comentou, voltando sua atenção ao celular.

— Fale com o meu cabelo. – Bati em meu cabelo para ver se aquele idiota se mancava, não estava a fim de papo com ele.

Sasuke revirou os olhos e pousou o celular sob a mesa e papai apareceu, vestido com o seu costumeiro terno italiano e sentou-se na cadeira principal.

— Bom dia.

— Bom dia – disse eu e Sasuke em uníssonos.

— Sasuke, hoje à noite farei uma reunião com uns advogados aqui em casa – e ergueu os olhos para o idiota, abrindo o jornal que estava em cima da mesa – e queria que você acompanhasse. – E deu um gole de seu café que a Chiyo acabara de colocar. – Vai ser bom para você, já que estar cursando direito.

— Conte comigo Kizashi, estarei sim.

Conte comigo Kizashi, eu estarei sim. Apenas revirei os olhos. Puxa saco.

— Papai, eu posso ir ao shopping com as minhas amigas hoje à tarde? Preciso fazer uma coisa de extrema urgência, tipo, vida ou morte.

Eu tinha que colocar em prática o meu projeto Resgate Anti-baranga o mais rápido possível, pois Hinata estava precisando de mim.

Meu pai ergueu os olhos para mim com aquela expressão séria.

— Nem pensar – fiquei incrédula com a sua negação. – Esqueceu que está de castigo? Do colégio para casa e a tarde terá aulas de reforço com o Sasuke. – Em seguida olhou para o paspalho. – Não pegue leve com ela, Sasuke, conheço muito bem a filha que tenho para saber que irá fazer corpo mole diante dos estudos.

— Pode deixar comigo, Kizashi – e o canto de sua boca ergueu-se para cima, e seus olhos me fitaram, extremamente debochado -, vou colocar um pouco de inteligência na cabecinha oca de Sakura.

— Oh! – Olhei para papai, incrédula. – Papai, o senhor vai deixar que ele fique me chamando de burra?

Aquilo era o cúmulo do absurdo. Primeiro esse ser invade a minha casa de mala e cuia e agora ele fica se achando perante o meu pai e me chamando de jumenta? Acho que vou acabar tendo um ACV ou AVC... sei lá como se chama essa doença. Awr, eu vou acabar morta no final de tudo isso, doente por passar tempo demais com essa cacatua do interior.

— Você não estar no direito de reclamar de nada, Sakura. O que eu faço é para o seu próprio bem – discutiu papai, sem tirar a sua expressão séria. – Se você não estivesse sempre para cima e para baixo dentro de um shopping com a Ino ou sei lá mais quem, e tivesse dado mais atenção aos seus estudos, você não estaria com um boletim vermelho. Eu tenho que por limites em você.

— Mas Papai...

— Nada de, mas, Sakura – ele me interrompeu -, eu sou o seu pai e o seu dever é me obedecer, ou então sem shopping e sem cartão de crédito até a segunda ordem.

Levantei-me da cadeira num rompante e bufei, inconformada com a injustiça que papai estava fazendo comigo. Cadê os meus direitos de filha?

— Menina Sakura, você não vai terminar de comer? – Perguntou Chiyo com aquela sua preocupação de sempre com a minha saúde.

— Perdi a fome – e contornei a mesa. – Vou para a escola, com licença.

Saí rapidamente de lá, morrendo de raiva. Peguei minha mochila que estava no sofá e fui direto para a garagem. Apertei o bipe do alarme e destravei o meu lindo carrinho. Eu havia ganhado de aniversário e papai tinha deixado claro que eu só podia dirigi-lo quando tirasse a minha carteira de motorista, não que eu não soubesse dirigir, eu sabia, e por incrível que pareça, foi o babaca do Sasuke que havia me ensinado ano passado. Eu só tinha que ter a carteira – que conseguiria no mês que vem, já estava marcado para fazer a prova final. O colégio não era longe, só uns dez minutos de carro e já que estou de castigo e com muita raiva de papai ter agido como um tirano, então era hora de aprontar um pouquinho.

Entrei no meu lindo carro cor-de-rosa e liguei o motor. Nossa, como era boa a sensação de estar atrás do volante, mas era melhor eu ir logo para que papai não perceba e me impeça de sair. Apertei o pé no acelerador e atravessei os portões de minha residência.

Peguei meu celular e disquei rapidamente o número de Ino, enquanto sentia o vento bater em meus cabelos. Amava aquele carro pelo simples motivo de ele não ter capô.

— Porca, quer carona para a escola? - Perguntei assim quando ela atendeu.

— Sakura? É claro que sim, já estou na porta de casa aliás. Gaara acabou de me ligar dizendo que não iria entrar na primeira aula. Ai que ódio, amiga!

— Chegou aí em dois minutos.

Desliguei o celular e acelerei e em dois minutos estava estacionando em frente à casa de Ino. A porca estava mesmo em frente de casa como tinha falado. Apertei a buzina e ela ergueu o olhar do celular e franziu o cenho quando me viu atrás do volante, mas veio assim mesmo até mim.

— Caramba, testa, o seu pai te deixou dirigir sem a carteira? – Ela perguntou, abrindo a porta do carona e sentando-se ao meu lado.

— Claro que não, eu peguei escondido. – Soltei um sorriso travesso e Ino me acompanhou, ela também adorava aprontar.

Nós fizemos a nossa costumeira saudação, esticando a mão uma para outra e fazendo movimentos com os dedos enquanto eles se tocavam nas pontas.

— Você não existe – e eu acelerei o carro, rumo a escola. - Seu pai vai te matar quando souber.

— Estou nem aí – fechei a cara. – Acredita que ele me colocou de castigo por causa das notas vermelhas que tirei?

— Já era de se esperar, né Sakura? Você sabe mais do que ninguém que o tio é bem severo com essas coisas.

— O pior de tudo não foi o castigo e sim por ele colocar o idiota do Sasuke para me dar aulas particulares. – Olhei para Ino de relance, antes de voltar minha atenção para frente. – Como se minha vida não fosse fácil, eu vou ter que ficar até segunda ordem do colégio para casa. E o pior, é que o idiota vai passar um bom tempo morando lá em casa. Ai, Ino eu juro que estou um passo de cometer um suicídio.

— Ah, Sakura, para de drama – e depois suspirou. – Quem me dera eu estivesse no seu lugar para ter aulas particulares com o gostoso do Sasuke. Você é uma sortuda, isso sim, ter aquele Deus da Grécia na sua casa dando sopa e você nem para tirar uma casquinha dele. Se fosse eu, tiraria notas vermelhas para sempre só para ter o prazer de ter ele ao meu lado me ensinando com aquela voz sedutora sussurrando as explicações em meu ouvido.

Desviei meus olhos para ela, sentindo meu rosto se contorcer em uma careta de nojo.

— Eca, Ino. O Sasuke é tão... sem graça. – Voltei minha atenção para frente. – Fala sério. Deixa só o Gaara souber disso.

— Nem mencione o nome daquele idiota – ela ralhou fechando a cara logo em seguida. Pelo visto brigaram de novo.

— O que aconteceu? – Perguntei e foi de repente que meu carro do nada deu um solavanco, fazendo a gente pular no banco.

— Sakura, sua louca, você acaba de atropelar alguma coisa! – Os berros de Ino soou enquanto virava a cabeça para trás, assustada.

— Será?

Meu coração batia forte quando encostei o carro e virei meu corpo para trás vendo um... guaxinim? De onde aquele bicho apareceu? Do inferno?

— Ai meu Deus, Sakura, você matou um guaxinim!

— Ai meu Deus, eu matei um guaxinim! – Meus gritos eram histéricos olhando o pobre guaxinim todo espatifado no chão com as marcas da roda do carro pelo seu corpo esbagaçado.

— Sakura, vamos logo dar o fora daqui antes que as forças armadas ou o IBAMA apareça e nos prenda por matar um animal inocente. – Ino estava mais apavorada do que eu.

— Tá – liguei o carro e apertei o pé no acelerador, quase bati na placa a frente que dizia: PROIBIDO ESTACIONAR.

Chegamos à escola, e pelo incrível que pareça, inteiras. Ino a todo tempo olhava para trás, para ver se não vinha nenhum camburão da polícia atrás da gente. Estacionei na vaga e logo saímos do carro.

— Sakura, você dirige pior do que eu.

— Isso é uma ofensa para mim, porca. Você mal consegue tirar o carro do lugar. - Rebati, enquanto nós começamos a caminhar.

— Não precisa esculachar também - e fez biquinho.

— Own, você sabe que eu te amo, né? – E a abracei de lado.

— Cuidado!

Não tive tempo de reagir diante aquele grito de alerta, apenas senti o impacto da bola de basquete atingindo meu ombro, me fazendo quase cair no chão se não fosse Ino que não tivesse me segurado.

— Ai – gemi com a mão no ombro, mas logo ergui minha cabeça para cima, sentindo meu cenho franzir. – Quem foi o imbecil que fez isso?

— Desculpa – a voz que se aproximava tomou toda minha atenção e perceber o idiota do Naruto se aproximando.

Era só o que me faltava.

Naruto fazia parte do grupo dos que não tem futuro, os drogados. Quase todos os dias ele aparece na escola chapado e com os olhos vermelhos. Ele não era feio, mas nenhuma garota que esteja em seu juízo perfeito se relacionaria com alguém como ele. Seu uniforme escolar estava todo amarrotado, sem o blazer vermelho e a camisa branca aberta deixando uma outra na cor laranja aparecer com a estampa com a frase: I LOVE MACONHA. Os cabelos loiros sempre bagunçados e hoje por incrível que parece, seus olhos não estavam vermelhos, sinal de que ele não havia fumado seu baseado, ainda.

Resumindo toda a situação, Naruto é repetente e estava fazendo o segundo ano pela terceira vez e era da minha sala. E mesmo sendo um veterano suas notas eram tão ruins que é capaz dele repetir esse ano novamente.

— Tinha que ser você mesmo, seu tapado - ralhei, com muita raiva, meu blazer vermelho bem passado e engomado agora estava amassado e sujo.

— Eu já pedi desculpas – disse. – Acho que sujou um pouquinho aqui – e aproximou sua mão na direção do seu ombro para limpar, mas sem sucesso.

Aquele garoto era um desastre.

— Tá! Tá! Tá! – E afastei a mão dele. – Vê se fica o mais longe de mim – e passei por ele antes que eu enforcasse o seu pescoço com as minas duas mãos.

— Babaca – disse Ino, me seguindo até o nosso lugar e sentamos numa mesa que ficava debaixo de uma árvore, esperando o sinal bater.

— Não acredito que aquele idiota sujou o meu blazer – eu choraminguei limpando a sujeira que estava em meu ombro com um paninho que peguei da minha mochila.

— Sinto muito amiga – Ino tentava me consolar -, mas acho que já está saindo.

— Tem que sair mesmo.

— Oi, meninas – a voz de Hinata soou a nossa frente.

— Oi Hinata – respondi erguendo minha cabeça para cima e quase tive um surto.

Minha nossa, eu tinha que transformar aquela garota o mais rápido possível e arrumar urgente um uniforme escolar para ela. Hoje ela estava com uma blusa branca com a estampa do Patolino, bermuda jeans larga e velha que batia abaixo dos joelhos e os mesmos tênis do dia anterior. Os cabelos estavam amarrados num rabo de cavalo frouxo com suas mexas coloridas – que eu ainda irei descobrir a cor verdadeira deles - e todo cheios de frizz.

Hinata sentou-se ao meu lado e Ino que não tem muito papas na língua acabou soltando coisas que era melhor engolir calada para não causar um certo desconforto na pessoa.

— Hinata, meu amor, sem ofensas, mas você curte mesmo esse tipo de roupas?

— Bem... eu a-acho confortável – ela respondeu e pude sentir um pouco de desconforto em sua voz. – Por quê?

— Por que você está parecendo uns daqueles drogados da cracolândia.

Ok, admito, Ino pegou pesado agora e pude perceber que Hinata ficou bastante desconfortável com isso, tentei amenizar a situação:

— Hinata, o que a Ino quis dizer é que as suas roupas não são tão legais – tentei não soar muito ácida. – Você é uma garota linda e as suas roupas não te valoriza em nada, entende?

— Ah – ela estava bem sem graça, fitando algo invisível na mesa. – Eu entendo, nunca fui boa com esse lance de moda. – E nos fitou. – Fui criada numa casa onde só tem homens e isso meio que me influenciou no que sou hoje, uma Maria João.

— Mas isso não é problema – sorri animada colocando minha mão em seu ombro, esquecendo por um momento o acidente com minha roupa. – Eu sou exper em modas e eu posso te dar umas dicas para você ficar mais feminina, que tal?

Pronto, eu havia jogado a semente na terra e pelo jeito que os olhos dela brilharam animados, parece que a terra estava fazendo seu processo para germinar a semente.

— Isso é sério?

— Sakura e eu adoramos transformar pessoas que precisam de uns toques femininos, e você tem muita sorte, pois escolhemos você para ser nosso mais novo projeto – disse Ino sacando seu celular da bolsa.

— E aí, você topa? – Perguntei, estava ansiosa para ver sua transformação.

— Vocês estão perguntando se eu aceito? – E nós duas assentimos, ansiosas por sua resposta. – É claro que sim – e sorriu animada. – Gostei muito do estilo de vocês e queria muito ficar pelo menos um terço do que vocês são.

Foi inevitável não sorrir com a sua resposta, pois agora era oficial, Hinata era o nosso mais novo projeto e com certeza ela ficaria mais descente, assim como eu.

HINATA

Minha nossa, até agora não conseguia acreditar que eu, Hinata Georgiana Hyuuga fiz absolutamente sozinha amizade com garotas tão populares quanto legais que nem Sakura e a Ino. Eu fiquei feliz e um pouco assustada ao mesmo tempo quando a Sakura me chamou para ficar no grupo dela. Tipo, elas eram as garotas mais populares do colégio e as mais bonitas e bem vestidas, principalmente a Sakura.

Eu não sou muito chegada a esses negócios de moda, para mim, tanto faz uma camiseta, um short qualquer e um chinelo velho. Nunca fui vaidosa, fui criada numa casa onde só tem homens, com o meu pai Hiashi, e meu irmão mais velho Neji, que cursa faculdade de advocacia.

A minha família não era rica como as dos alunos aqui na Ouran Academy. Meu pai batalhava muito na padaria perto da minha casa para que nunca faltasse o nosso alimento na mesa, e sim, meu pai é padeiro, e não tenho vergonha e dizer isso.

O sinal havia batido, dando início ao intervalo, graças aos céus. Eu não estava mais aguentando aquela aula de filosofia. Para que existia filosofia? Fala sério.

Todos os alunos se levantaram e começaram a sair da sala como um bando de animais famintos. As minhas novas amigas se levantaram também e me chamaram quando me viram sentada na cadeira arrumando as minhas coisas na mochila.

— Vamos, Hinata? - Chamou Sakura, Ino estava andando logo à frente.

— Vocês podem ir na frente –  e olhei para Sakura enquanto me levantava, ficando de frente para ela -, eu vou ao banheiro primeiro.

— Você quer companhia? – Sakura era tão gentil.

Sorri balançando a cabeça negativamente.

— Não precisa, eu encontro vocês no refeitório.

— Então vamos, Sakura, por que estou morrendo de fome. - Ino disse, enquanto mexia em seu celular, provavelmente falando com o seu namorado, um tal de Gaara.

— Ok, então – ela deu de ombro e se afastou com Ino.

Segui por outro caminho, em direção aos banheiros, mas não demorei muito e logo saí, indo sozinha até o refeitório. Pude ver as meninas e Sakura acenou para mim e acenei para ela e segui até o balcão aonde ficava os alimentos. Peguei uma bandeja ao lado e fui escolhendo alguns alimentos para comer. E quando estava no setor das frutas a minha mão esbarrou numa outra mão na direção da única pera que havia ali. Foi inevitável ignorar aquela sensação de formigamento que ficou em minha mão, no local aonde a outra mão desconhecida havia tocado.

Ergui meus olhos para cima e surpreendi-me com o garoto mais lindo que eu já vi na minha vida. Eu já podia sentir o meu coração bater forte quando meus olhos fitavam os seus azuis como um céu límpido, os cabelos loiros e bagunçados e seu uniforme bem bagunçado, diferente dos outros garotos que estavam ali.

— Me desculpe – ele disse, sua voz era linda, acho que corei. – Você ia pegar a pera, não é?

— Não tem problema – sorri nervosa, me sentindo meio que sem jeito -, você pode ficar com ela.

— Que isso, pode ficar com ela. Eu estou fazendo uma dieta a base de muito lámen de porco – e em seguida sorriu, o sorriso mais lindo que eu já vi.

— Obrigada – agradeci pegando a pera e colocando em minha bandeja.

— Você é nova por aqui? - Ele perguntou enquanto pegava uma embalagem de sanduíche. - Nunca te vi pela área.

— Sou, acabei de ser transferida. – E o fitei e ele sorriu de canto, mas minha atenção tomou um rumo diferente, para os desenhos pintados em seu skate que estava pendurado atrás de sua mochila. - Isso aí é o shirigame do Death Note? - Apontei para seu skate.

Ele virou a cabeça para trás, tentando olhar o seu skate, tirou de trás da mochila, animado.

— Você gosta de Death Note?

— Se eu gosto? Eu sou viciada - sorri, totalmente animada.

— Que legal. Eu também gosto desse anime. - E colocou o seu skate na minha frente para que eu pudesse ver melhor. - Fui eu que fiz, não ficou muito bom...

— Você está brincando? Ficou da hora – passei os dedos pelo contorno do desenho. – Eu também tento fazer animes de vez enquanto.

— Sério? – Os olhos dele brilharam nessa hora, e acho que me derreti.

— Aham. Eu tenho alguns desenhos no meu caderno.

Coloquei a bandeja em cima do mármore para pegar o caderno dentro da minha mochila.

— Nossa! Você é melhor do que eu. – Ele disse paginado às folhas do meu caderno. - Caraca, você fez o desenho do Vegeta direitinho. Você desenha para caralho, garota.

— Obrigada - sorri e o fitei, ele sorria fazendo as covinhas se destacarem em suas bochechas.

— Hinata!

Olhei para trás, e vi Sakura me chamando com a mão. Disse um Já Vou com os lábios sem emitir som e voltei minha atenção para Naruto que entregava o meu caderno.

— Eu tenho que ir – eu disse, guardando o caderno de volta na mochila.

— Que falta de educação a minha, me chamo Naruto.

— Hinata - sorri novamente para ele que me retribuiu.

— Hinata! - Sakura me chamou novamente.

— Acho que as meninas ali estão te chamando. - Ele apontou para Ino e Sakura.

— Sim. - Peguei a minha bandeja e caminhei em direção as meninas, mas no meio do caminho Naruto disse:

— Eu gostei de conhecer você. - Ele estava sorrindo quando virei meu rosto para trás. - Tomara que nos esbarremos de novo.

Sorri de novo e sentei-me à mesa aonde estavam as meninas. Sakura me olhou com uma cara de indignação.

— Por que você estava falando com ele?

— O Naruto?

— É.

— Ele é legal – respondi. - E é uma graça, eu gostei dele.

— Hinatinha, meu amor – começou, Ino -, tantos carinhas legais por aí e você está interessada justo no Naruto?

— O que tem de mal nele? - Perguntei, não estava entendendo a reação das duas. - Ele me pareceu bem divertido e engraçado também - soltei uma risadinha, mordendo o lábio.

— Naruto é o tipo de garoto que fala bobagens na sala de aula e a turma toda caí na gargalhada. Ele é o tipo de garoto que não tem futuro nenhum. - Explicou Sakura. - Ele repetiu o segundo ano umas três vezes. Quem andar com ele sempre acaba em confusão.

— Nós vamos arranjar um bom partido para você - completou Ino, enquanto comia um pedaço de torta.

— Ah.

Toda a minha animação havia ido para o ralo.

— Não fique triste, Hinata - começou Sakura, colocando a sua mão sobre a minha -, tem muitos caras legais por aí. É só questão de tempo.

— Hm... tá legal então. – Tentei parecer animada, sem muito sucesso.

Eu sei que as meninas só queriam me proteger, mas eu meio que me interessei por esse Naruto. Eu nunca tinha me interessado por alguém assim logo de vista, mas pelo que as meninas me disseram, ele não era boa coisa.

Mas eu acho que meu o nível não era melhor do o dele.

SAKURA

Eu estava em meu quarto, deitada em minha cama de bruços enquanto fazia uma lista das possíveis candidatas à namorada para o professor Asuma. Devia ser umas duas e meia da tarde quando alguém bateu em minha porta e a abriu logo em seguida. Ergui meu olhar para cima, me deparando com a cacatua do Sasuke.

— O que você quer?

— Se esqueceu das aulas? - Ele perguntou entrando no meu quarto, deu uma rápida inspecionada ao seu redor. - Não acha que esse quarto é muito rosa, não?

Revirei os olhos, me sentei na cama.

— Dá para você sair do meu quarto? Está me atrapalhando com os meus projetos. - Eu fechei o caderno, marcando a página com a caneta.

— Projeto? - Riu em tom debochado. - Isso não é mais importante do que o reforço nas matérias que eu estou fazendo das tripas coração para te ensinar.

— Você disse para o meu pai que não tinha problema algum em me ensinar - fiquei de pé cruzando os braços, erguendo a sobrancelha.

— Mas a pessoa que eu vou ensinar é você, ou seja, trabalho dobrado.

— Você está insinuando que eu sou burra? - Estava incrédula com que acabei de ouvir.

Como assim esse asno me chama de jumenta na minha cara? Isso é um cúmulo do absurdo.

— Eu não disse nada, é você que está dizendo. - Ele descruzou os braços e caminhou para fora do quarto. - Estou te esperando na sala de reuniões e traga o livro de matemática, pois vamos começar por ela. Não demore - e fechou a porta atrás de si.

— Idiota! - Ralhei, com raiva daquele energúmeno. Papai quer que eu enlouqueça com aquele ser? Sasuke era simplesmente insuportável.

Com toda a lerdeza do mundo, peguei as coisas que eu iria usar para estudar e arrastei o meu corpo até o andar de baixo. Encontrei Sasuke sentado na cadeira, mexendo no celular. Joguei meu caderno e livro na mesa, atraindo a atenção dele para mim. Sentei-me na cadeira de frente para ele.

— Demorou.

Bufei, revirando os olhos e abri o caderno e o livro na página onde eu tinha dificuldade.

— Vamos acabar com isso o mais rápido possível, ok? - Falei sem olhá-lo.

— Tudo bem.

Estudamos á tarde toda, e eu tinha que admitir que Sasuke explicava muito bem. Eu entendi coisas que eu passaria milênios para aprender, mas eu nunca iria admitir isso, nem em um milhão de anos.

Ele passou alguns exercícios de reforço, algumas contas eu até consegui fazer e outras eu tive dificuldades. Para que inventaram matemática? Sério, isso não presta para nada.

— Já terminou, Sakura? - Sasuke perguntou entrando na sala de reuniões de papai com um sanduíche enorme nas mãos.

— Como eu vou terminar isso aqui com a minha barriga roncando? - Questionei olhando para aquele sanduíche que parecia apetitoso. Senti minha boca se encher d’água. - Estou cansada. As minhas costas estão doendo de tanto ficar sentada aqui nessa cadeira. Estou com câimbras nas pernas. Eu preciso de descanso, poxa!

Sasuke suspirou e se aproximou, ficando atrás de mim e meio que se debruçou para frente, para ver os exercícios que ele tinha passado para mim há uma hora atrás. Senti o seu cabelo roçar a minha bochecha e o cheiro de seu perfume inalava em minhas narinas. Até que ele cheira bem.

Péra aí? Desde quando eu acho o cheiro daquela cacatua bom? Acho que eu estou com tanta fome que estou ficando esqueirozada.

— E, aí? – Indaguei, incomodada com aquela proximidade.

Sasuke continuava analisando atentamente as questões e logo se afastou. Ainda sentindo aquele seu cheiro amadeirado, virei meu corpo um pouco para trás, para vê-lo.

— Até que você não é tão burra assim. - Ele me fitou enquanto soltava um sorriso debochado nos lábios.

— Eu acertei? - Perguntei, ignorando aquele sorrisinho irritante.

— Possivelmente às que você fez. - Respondeu, se endireitando e dando uma mordida em seu sanduíche.

Sorri animada olhando para os exercícios. Cara, como eu era inteligente.

— Nós vamos parar por aqui, acho que você esforçou muito o seu cérebro por hoje.

— Só não vou te dar uma boa resposta por que eu estou bastante feliz por ter conseguido acertar essas contas mandadas diretamente do inferno. - Me levantei, ficando de frente para ele - E, aliás, você não vai me oferecer um pedaço deste sanduíche não?

— A cozinha é logo ali - e apontou para a porta.

— Poxa, você é ruim mesmo, vai morrer seco.

Sasuke simplesmente revirou os olhos.

— Amanhã nós continuaremos, revisaremos esses mesmo exercícios e os das outras matérias. Agora arrume logo isso aí, por que daqui a pouco os sócios do seu pai chegarão. - Ele disse começando a sair do escritório.

— Espere, Sasuke - ele olhou para mim. - Será que amanhã nós podemos começar mais cedo?

— Por quê?

— Eu preciso do resto da tarde para botar em prática o meu novo projeto.

— Projeto? - E arqueou a sobrancelha, confuso.

Tão burro.

— Sim, coisas que você não entende.

Ele ficou me olhando, estudando atentamente o meu rosto. Senti-me um pouco constrangida com o seu olhar, mas de repente ele se virou.

— Tudo bem - murmurou antes de sair da sala.

Fiquei lá parada olhando a porta por onde Sasuke havia saído. Balancei a cabeça para os lados, alguns pensamentos surgiam em minha mente, pensamentos fora dos meus padrões de pensamentos. Mas logo afastei-os de minha mente e foquei no que me interessa. Eu iria colocar em prática o meu projeto, e se prepare Hinatinha, amanhã você não me escapa.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam?
Será que Hinata vai ficar bonita depois da transformação?
Espero ver suas opiniões diante do capítulo.
Até.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "As Patricinhas de Konoha" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.