As Patricinhas de Konoha escrita por CherryBomb91


Capítulo 13
Decepção


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Sei que demorei horrores, mas estou de volta.
Bom, espero que ainda tenha pessoas que ainda lembre da história kkk
Agradeço aos comentários e favoritos e espero que goste do capítulo.
Boa Leitura.



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HINATA

Depois de quase duas semanas perto da Sakura e Ino, eu sentia que estava ficando parecida com as duas. E o motivo? Eu estava a quase duas horas dentro do meu quarto tentando encontrar alguma roupa legal para ir ao beco dos grafiteiros.

A duas semanas atrás se alguém me dissesse que eu iria está bagunçando meu quarto atrás de uma roupa legal para um encontro, eu iria simplesmente rir daquela pessoa e dizer quem seria o sequelado que iria me convidar para sair. Geralmente os garotos que me conhecem não me viam como uma garota. Acho que pelo fato de que eu nunca me vestia como uma. Nem meu pai e meu irmão imaginavam que eu tinha um lado feminino, não até quando cheguei em casa depois da transformação que Sakura e Ino fizeram em mim.

Lembro-me da cara de papai quando me viu entrar pela porta da sala com um monte de sacolas de roupas que Sakura havia doado para mim. Papai ficou me olhando por quase uma hora, se perguntando o que diabos havia acontecido comigo. Se era eu realmente ou uma duplicata de mim versão 2.4.

Mas, para falar a verdade, ele havia gostado da minha mudança, e agradeceu por ter me mudado de escola e por eu ter feito amigas de verdade que desse um jeito em mim.

Traduzindo; eu não era um caso perdido.

Depois de quebrar a cabeça atrás de Uma Roupa Perfeita, segundo Sakura, eu simplesmente optei por uma calça jeans skinny, uma camiseta desbotada – uma das poucas que eu mantive no guarda-roupas depois da doação de roupas da Sakura – e um par de tênis. Bom, eu iria a um beco de grafiteiros, não precisava me arrumar estilo Paty quando vou para escola, não? Prendi meus cabelos num rabo de cavalo e passei um pouco de gloss de morango nos lábios. E finalmente estava pronta, e bastante ansiosa.

Era a primeira vez que um garoto me chamava para sair. Não que eu não tivesse saído com garotos antes, mas Naruto era o garoto que eu estava gostando. E acho que ele também gostava de mim. Ele havia me chamado de fada, e eu achava aquilo fofo.

Olhei às horas no celular e marcava 17hrs e 45min, e minha nossa, se eu não me apreçasse eu iria me atrasar.

Peguei minha bolsa que estava em cima da cama bagunçada e saí do meu quarto. Entrei na sala encontrando o meu irmão mais velho Neji sentado no sofá fazendo alguns trabalhos da faculdade e assistindo Família Soprano na televisão ao mesmo tempo. Ele ergueu os olhos para mim assim que me notou.

— Aonde vai?

— Como eu estou? – Respondi sua pergunta com outra pergunta.

— Parecendo um ser humano – sua atenção voltou para seus livros. – Não respondeu minha pergunta!?

— Vou sair – sorri. Eu não era o tipo de pessoa que escondia as emoções, eu era bem transparente nesse quesito. – Tenho um encontro.

A palavra encontro pareceu despertar o interesse de Neji, pois sua atenção voltou para mim novamente, agora com as sobrancelhas erguidas.

— Encontro? Que eu saiba, você nunca tem encontros.

— Assim você me ofende. – Fiz biquinho. Caramba, estou me sentindo a Sakura agora. – Eu sou uma garota. É normal os caras ter interesse em mim.

— Negativo. É anormal um cara ter interesse por você.

— Neji! – Dei um tapa em seu braço. Agora me senti ofendida.

— Au. – Ele colocou a mão no lugar do tapa, mas eu via o brilho de deboche em seu olhar. – Só estava brincando, maninha.

— Você é um chato. – Dei as costas para ele e caminhei rumo a saída. – Estou indo.

— Ei, quem é o animal da vez? Só não me diga que é aquele idiota do Kiba e aquele cachorro estúpido dele. Você sabe que eu detesto cachorros.

Parei em frente a porta e virei meu rosto para trás.

— Não é o Kiba. Para falar a verdade, não o vejo desde o dia que você ameaçou ele na entrada do colégio com um taco de baseball.

— Eu só estava limpando a sua honra, sua ingrata.

Apenas revirei os olhos e abri a porta.

— Só diga para o papai que eu estou com um amigo, e que é gente boa.

— Eu não o conheço para saber que é gente boa. – Neji me rebateu. – Para falar a verdade, você só faz amizades ruins.

— Ele é gente boa sim – acho que sim. - E já vou indo, por que já estou atrasada. Tchau.

Saí de casa fechando a porta antes de ouvir os resmungos sem fim de Neji. O pequeno friozinho da tarde me fez vacilar por um segundo a voltar para trás e pegar um casaco, mas não estava mais com saco de ficar batendo boca com o chato do meu irmão.

*  *  *

Assim quando cheguei na entrada do beco dos grafiteiros, eu pude ver Naruto me esperando, encostado numa parede grafitada enquanto mexia no celular. Eu parei de andar e comecei a observá-lo, todo o seu perfil com mais calma e detalhadamente. Bom, ele estava com jeans largo e desbotado, uma camiseta laranja em cima de um casaco preto, a mochila estava jogada no chão aos seus pés, a cabeleira loira bagunçada e alguns fios caindo em seus olhos, devido está com a cabeça baixa. Ele estava lindo. E por um segundo eu meu senti sortuda por ficar algumas horas junto daquele garoto.

Notei que ele começava levantar a cabeça e eu voltei a caminhar, me aproximando. Não demorou muito para ele me notar e aquele sorriso grande abrir em seu rosto, fazendo meu coração saltitar em meu peito.

— Você realmente veio.

Sorri comprimido, sentindo-me um pouco tímida.

— Eu disse que viria.

— Sim, você disse.

E novamente aquilo aconteceu. O silêncio se formou entre a gente enquanto olhávamos um para o outro. Eu estava esperando ele dizer alguma coisa, geralmente são os garotos que dizem alguma coisa, mas parece que Naruto estava mais nervoso que eu, pois seu sorriso parecia colado na cara.

— Err... então... – eu não sabia o que dizer primeiro, apenas apontei aonde deveria ser a entrada do beco, e Naruto pareceu perceber.

— Ah, sim... – ele sorriu, nervoso, coçando a cabeça. – Vamos entrar.

— Sim – assenti com a cabeça, e ele desencostou da parede e tropeçou na mochila jogada aos pés.

— Caramba, eu já havia me esquecido dela. – Ele sorriu mais, e minha nossa, como ele era risonho.

Não tive como não sorrir de suas atrapalhadas, ele era bem engraçado. Eu gostava disso.

Naruto e eu entramos no beco, e logo na entrada eu já podia ver os desenhos artísticos deixados naquelas paredes. Eu me sentia deslumbrada com o talento daquelas artes.

— Isso é...

— Irado, né?

Desviei meus olhos para Naruto, ele me fitava com aqueles olhos azuis e acho que eu estava ficando corada.

Sorri, balançando a cabeça para cima e para baixo.

— Sim.

 - São chamados graffites Characters. – ele se referia ao graffite que eu olhava antes.

— Eles têm nomes? – Perguntei, desviando minha atenção entre Naruto e o graffite na parede.

— Sim. Os Characters são personagens, caricaturas e bonecos pintados a graffites.

— Ah – e apontei para um outro desenho do Marvin o Marciano pintado na parede ao lado. – Presumo que esse também é um Characters.

— Menina esperta – ele sorriu mais.

E eu sorri também, desviando meu olhar para o desenho.

— Então, qual é o estilo que você faz? – Perguntei.

— Eu não faço tantos estilos – ele respondeu -, eu uso mais o Bubble Style, que são um tipo de letras arredondadas mais simples.

— Hum.

— Vem - ele pegou a minha mão e não pude evitar que meu coração desse um salto.

Naruto me puxou por alguns corredores de paredes grafitadas, havia algumas pessoas grafitando enquanto passávamos por elas e algumas até cumprimentou Naruto. Paramos em frente a uma parede com alguns desenhos e muitas letras arredondadas desenhadas. E não esperei muito para deduzir que aquele mural pudesse ser dele.

— Essa é a sua parede?

— Sim.

Prestei atenção nas letras redondas e coloridas, eram legais. Lembro-me que já havia visto aquele estilo de letras grafitadas em meu bairro. E não demorou para que meus olhos fitassem a assinatura.

— Você assina como N.U. Kyubi?

— É – e seu cenho franziu. - Você achou estranho?

— Não – sorri. – É bem original.

Ele sorriu também. Jogou a mochila no chão e a abriu, tirando de lá de dentro vários sprays de tinta.

— Toma. – Ele estendeu uma máscara protetora para mim. – Vai precisar para não inalar a fumaça e as partículas do spray.

— Ah. – Peguei a máscara. - Mas Naruto, eu não sei grafitar.

— Eu ensino. – E ele ficou de pé, pegou a máscara da minha mão e colocou em mim.

Seus dedos encostaram no meu rosto e senti algumas borboletas agitadas em meu estômago. E pude ver um pequeno rubor colorir o seu rosto bronzeado, e não pude deixar de achar o quando Naruto estava fofo corado.

Naruto havia percebido que o clima entre a gente estava mudando e logo se afastou de mim, um pouco atrapalhado na hora de colocar a sua máscara. Ele pegou e agitou a latinha de spray e logo depois começou os primeiros riscos circulatórios na parede limpa. E depois de fazer os primeiros riscos, ele parou e olhou para mim.

— Tenta.

Peguei uma latinha de spray e comecei a fazer um desenho, um daqueles que eu desenhava no meu caderno de desenhos. E logo nas primeiras spreadas eu já senti a diferença entre uma tinta spray e uma ponta de grafite. Era bem difícil, mas depois de alguns traços circulatórios errados, eu começava a acertar os traços do meu desenho.

— O que você está achando? – Naruto perguntou, parando o que fazia e olhou o que eu fazia. – Caraca, você não disse que não sabia grafitar?

Parei de pintar e olhei para ele que tinha os olhos arregalados fitando o meu desenho.

— E eu não sei... Ahn, acho que só preciso de um pouquinho de prática.

Seus olhos azuis me fitaram.

— Para uma iniciante, você é muito boa.

— Obrigada. – Sorri, e vi que ele havia feito duas letras arredondadas. Um H e um I. – E o que você está fazendo?

— Isso você saberá só quando estiver pronto.

— Isso é muita maldade. – Fiz biquinho, e logo fiquei surpresa comigo mesma por fazer aquela expressão. Eu nunca fazia biquinho. Acho que estou andando muito com a Sakura e a Ino.

— E você? – Ele quis saber olhando o meu desenho. - Que desenho é esse? Um cachorro de muitas caudas.

— É uma raposa de nove caudas. – Respondi.

— Caramba... - ele próprio se interrompeu e tirou seu celular do bolso de sua calça. Digitou algo e depois o guardou de volta, antes de agarrar a mochila que estava no chão.

— Hinata, eu tenho que resolver um negócio rapidinho. – Ele disse fechando a mochila.

— Aconteceu alguma coisa?

— Não, não – e sorriu nervoso. – Eu só vou ali e depois eu volto. Espera aqui, tá?

— Mas Naruto...

— Eu volto já. – Ele disse antes de sair correndo com a mochila no ombro e sumir por um dos becos grafitados.

Ainda fiquei alguns segundos parada, fitando o beco vazio por aonde Naruto havia sumido. Dei de ombros e resolvi esperá-lo, voltando a fazer o meu desenho.

Vinte e cinco minutos depois, eu já estava me sentindo preocupada com a ausência de Naruto. Ele havia falado que era rápido, mas havia sentido que algo não estava certo.

Tirei a máscara protetora e larguei a tinta spray no chão, resolvi procurar Naruto.

Percorri vários becos, e nenhum sinal dele, até perguntei para alguns grafiteiros enquanto passava se havia visto um garoto de cabelos loiros bagunçado, mas ninguém havia o visto. Até que quando eu resolvi ir embora do beco eu vi uma cabeleira loira junto com mais três caras.

Franzi o cenho. Eu sabia o que estava acontecendo ali, não precisei de muito tempo para deduzir, até por que, eu conhecia um daqueles três caras.

Naruto estava comprando drogas.

Eu precisei de alguns segundos para me recuperar, eu não estava engada quando aceitei sair com Naruto. Sakura sempre pegava no meu pé para não dar ideia para o Naruto por que ele era usuário de drogas, e que não tinha futuro nenhum. Eu também não sou nenhuma santa, e seria hipócrita se dissesse que eu nunca experimentei e que foi uma das minhas piores experiências. Mas eu estava chateada com Naruto por ele ter me deixado sozinha para comprar aquelas porcarias.

Ele teve mais consideração por seu vício do que por mim.

Era até engraçado, parecia até uma espécie de maldição da Sakura por eu ter mentido para ela. Eu estava errada por me interessar por um cara que estava acabando com sua vida aos poucos. E vendo-o ali comprando um pouco de sua destruição, eu me senti decepcionada por gostar de um garoto que possivelmente não teria um futuro.

Dei a volta e saí do beco dos grafiteiros, agora tendo a absoluta certeza de que Sakura sempre esteve certa e eu não.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?
Naruto mandou mal quando deixou Hinata sozinha para comprar drogas, não?
E o que será que Hinata vai fazer?
Espero suas opiniões, teorias e críticas reconstrutivas são bem vindas.
E em breve estarei de volta e com a narração de Saskura.
Bjs.



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