As Patricinhas de Konoha escrita por CherryBomb91


Capítulo 12
Ciúmes


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, quem é vivo sempre a parece, né?
Gente mil desculpas por essa ausência gigantesca, mas aconteçam muitas coisas comigo e uma delas foi a ausência de meu computador que ficou ruim. Ficou difícil atualizar as fanfic do nyah pelo celular, já que o site é o único que não tem App.
Bom, aos poucos eu irei retornar, ainda estou arrumando as fanfic nesse sites e em breve estará tudo normalizado estarei postando com mais frequência.
Queria dizer que a fanfic foi toda reescrita e betada.
Ah, queria agradecer a leitora "Lorena" por ter recomendado a fanfic. Obrigada minha linda ♡
Agradeço aos comentários anteriores (ainda irei responder) e os favoritos.
Espero que ainda se lembre da história kkkk
Boa Leitura.



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SAKURA

— Tipo, O Renascimento foi uma mudança que teve na Europa e que desenvolveu o comércio, as cidades e a expansão marítima. E no meio disso tudo, os europeus se sentiam que estavam vivenciando o futuro, tipo, anos 3.000, só porque teve uma evoluçãozinha de nada. E olhem que estava muito longe de surgir o celular e a internet. - Mudei o peso do meu corpo para a minha outra perna e voltei a explicar a matéria: - E esses europeus que se achavam "os gênios" - fiz aspas com os dedos -, só que não, do século X pauzinho X e X V e pauzinho...

— Século quatorze e século dezesseis, Sakura. - O professor de história me interrompeu.

Virei minha cabeça para o lado e sorri agradecida para ele que estava sentado em sua mesa, observando a minha linda explicação sobre O Renascimento. E detalhe, era a minha recuperação. Sentiram a força da minha responsabilidade agora? Estava dando tudo de mim.

— É esses séculos aí que o prof disse. Não entendo muito desses números romanos - sorri, levantando os ombros com as palmas das mãos para cima -, sei nem para quê usamos isso, já que não vivemos na Roma, né...

— Sakura, foque na explicação, por favor!? - O professor Kakashi me interrompeu novamente, seu cenho estava começando a franzir.

Sorri amarelo e voltei a fitar os meus colegas de classe que estavam olhando atenciosamente para mim.

— Continuando; os europeus acreditavam que estavam presenciando O Renascimento. Muito louco eles - ri. - E com isso, várias partes da Europa surgiram os escritores e os artistas, que queriam porque queriam ter fama, expressando os valores daquela nova sociedade, que para mim - pus os dedos no peito - são um bando de ignorantes da idade da pedra que só sabiam expressar pornografia, ou nudes como preferirem, naquelas obras. E olhem - levantei o dedo para cima -, eles se sentiam os maiorais por esculpir e pintar pessoas peladas. O que eu acho um absurdo, é que antigamente esses atos de putaria podiam e hoje não, pois é considerado atentado contra o pudor, sem contar no processo nas costas...

— Sakura! - O professor Kakashi me interrompeu novamente, chamando minha atenção, parecia irritado, a turma toda ria. - Você está se desviando da explicação novamente, caso a senhorita não entendeu, sua nota azul depende só do seu desenvolvimento.

— Tá prof, eu estou dando o meu melhor.

— Dando aula de burrice! - A voz nojenta da Karin soou alta o suficiente para deixar a sala morrendo de rir, e de mim!

Meus olhos apertaram e minha boca abriu num pequeno "O". Vadia, ela estava me zoando, como ousa?

— Meu amor, pelo menos eu não disse que o Rio Nilo fica localizado no Canadá.

E com a minha bela resposta a turma foi ao delírio, gritando e zoando a gafe bem gafe de Karin, que ela cometeu quando explicava ali na frente - antes de mim - o tema de sua recuperação; O Antigo Egito.

— Ora sua...

— Senhorita Uzumaki, sente-se. - Repreendeu o professor Kakashi que havia se levantado de sua cadeira e lançava olhares de autoridade para turma que ficaram quietos, mas os risinhos ainda podiam ser ouvidos. - Senhorita Haruno, foque mais na sua explicação pelo amor de Deus, se não vou ser obrigado a te dar zero.

— Desculpe prof — fiz minha carinha de gato do Shrek, isso sempre funciona.

Ele caminhou até a sua mesa e sentou-se na cadeira. Mordi o lábio rapidamente antes de voltar a explicação:

— Então, depois de constatarmos que o povo de antigamente eram um bando de safados, O Renascimento contou com vários tipos de artistas, e um deles é o Leonardo da Vinci que ficou bem famoso por pintar uns quadros aí, que na minha opinião são horríveis, e que algumas pessoas movidas por opiniões alheiras de péssimo gosto acham incríveis. Um exemplo disso é aquele quadro daquela tal de Mona Lisa. Cara, que mulher feia, tipo, acho que ela pagou esse tal de Leonardo para pintá-la, por que na minha opinião ela não conseguia se ver no espelho sem que ele se quebre. - A turma toda caiu na gargalhada. - E a pintura foi um meio que ela achou para poder enxergar a sua imagem feia. Mas isso são pequenos detalhes, a Mona Lisa se vivesse na nossa época, eu iria indicá-la a um bom cirurgião plástico e ao meu cabelereiro de confiança. A Hinata sabe o poder que o meu cabelereiro tem. Né, Hina?

— O Orochimaru é maioral! - Respondeu Hinata sorrindo, fazendo um joinha com a mão.

Apenas retribui seu carinho fazendo um coraçãozinho com as duas mãos para ela.

E voltei a fitar a turma.

— Então é isso, gente. O Renascimento foi importante para humanidade, e por causa dele que hoje podemos usufruir todas às nossas manhãs com o sabor da Nutella. E matarmos o tédio no Youtube, e por fim, temos karaoquê.

A turma toda ficou de pé e me aplaudiu, assobiando e tudo com a minha bela explicação sobre O Renascimento. Tenho certeza que levarei um dez.

— Obrigada, obrigada - sorria confiante de que fiz um bom trabalho. - Thank you.

— Silêncio! - O professor Kakashi ficou de pé novamente, mandando a turma toda se calar, em seguida me fitou e suspirou cansado, segurando a ponte do nariz com os dedos. - Vá se sentar senhorita.

Fui para o meu lugar, sendo parabenizada por alguns alunos por onde eu passava.

— Sakura você foi demais lá na frente. - Disse Hinata, virando-se para trás quando sentei na minha carteira.

— Obrigada, Hinata - sorri.

— Você tinha que ver a cara da Karin quando você tocou no Rio Nilo. - Comentou Ino curvando-se mais para frente. Apenas virei meu rosto para trás e observei seu sorriso debochado.

— Muito otária. - Respondi, dando uma olhada para o meu lado, pegando Karin me fuzilando com o olhar. Apenas mandei um beijo para ela, que bufou e se virou para frente.

— Sakura, você não presta - riu Ino atrás de mim.

— Que isso, Ino, sou um anjo. - Me defendi, mas me sentia uma diabinha naquele momento.

— Silêncio turma, vamos dar continuidade a recuperação, senhor Uzumaki.

Naruto que estava lá no fundão se levantou e foi lá para frente com aquele estilo largado e totalmente drogado. Ele coçou a cabeça, fazendo uma careta e pude ouvir Hinata soltar um suspiro.

Para Tudo!

Não podia acreditar que ela ainda estava interessada naquele drogado, não depois de conseguir deixar o Toneri Ōtsutsuki interessado nela. E agora mais do que nunca tenho que fazer algo antes que aquela queda que ela tem pelo drogado do Naruto se tornasse um tombo.

*  *  *

Depois da aula de história, que foi toda dedicada aos alunos que ficaram em recuperação, tivemos mais duas aulas antes do sinal do intervalo. Saí da sala com Ino e Hinata ao meu lado, e para a nossa sorte e alegria, vimos a professora Kurenai na sala da frente, atrapalhada como sempre com seus livros caindo no chão enquanto ela tentava os equilibrar junto com as pastas, bolsa, e papéis, tudo de uma vez.

— Eu tenho pena dessa professora - comentou Ino ao meu lado, observando a cena digna de pena.

— Vamos mostrar a nossa solidariedade com os necessitados e sondar umas coisinhas particulares - eu sentia o meu cérebro trabalhando.

Ino se virou para mim.

— Você está falando sério? - Senti a má vontade em sua voz.

— Ino deixe de ser mesquinha, pense no boletim azul no final do bimestre.

Ela sorriu irônica, balançando a cabeça para os lados.

— Sakura, você é tão interesseira.

— Não sou interesseira, isso é sobrevivência.

— Aff - revirou os olhos.

— Meninas, eu vou ali rapidinho - a voz de Hinata soou depois de minutos calada.

Voltei a minha atenção para ela, que começava a se afastar de nós.

— Aonde vai, Hinata?

— É rapidinho, Sakura, não precisa me esperar. - Ela sorriu forçado antes de dar as costas e se afastar da gente com passos rápidos.

— Aonde será que essa doida vai? - Perguntou Ino.

— Eu não faço a mínima ideia. - Respondi enquanto via Hinata sumir no meio da multidão de alunos circulando o corredor. Deixei esse assunto para lá e voltei o meu foco para o meu objetivo principal. Meu novo alvo. - Pronta para pôr a nova fase do plano em prática?

— Eu tenho escolha?

— Não. - Olhei para Ino por um segundo e sorri. - Vamos.

Entramos na sala, que para a nossa sorte estava vazia. Aproximamos da professora mostrando a nossa educação solidária, atraindo a atenção dela para nós duas.

— Deixe que nós te ajudamos professora. - Me abaixei, recolhendo os papéis que estavam espalhados pelos lados, no chão

— Meninas, obrigada. - A professora Kurenai sorriu ainda atrapalhada, pegou os livros e os colocou em cima da mesa. - Podem colocar aqui em cima por favor.

Coloquei os papéis que ajuntei na mesa onde ela havia indicado.

— Caiu esse bilhete no chão, professora. - Disse Ino totalmente dissimulada, estendendo o bilhete familiar com um sorriso malicioso nos lábios. - Têm algum pretendente, professora?

O rosto da professora Kurenai ficou vermelho enquanto pegava o bilhete com certa pressa das mãos de Ino, o guardando dentro de um dos livros.

— Q-que isso, Ino, não... não é nada disso. - Ela gaguejava miseravelmente, e isso só a denunciava.

— Não precisa ficar nervosa, professora. - Tentei bancar a pacífica e conseguir sua confiança. - A senhora é linda, e é normal que tenha pretendentes.

Ela se atrapalhou novamente com suas coisas e escutei uma risada baixa de Ino. Apenas dei uma cotovelada nela.

— Não é nada disso... - ela ainda tentava se justificar. - E também não sou tão bonita assim para ter pretendentes.

— Tá de sacanagem, né? - Disse Ino, segurando os ombros da professora e a fazendo ficar à sua frente. - A senhora é linda, seus olhos são incríveis.

Senti a sinceridade nas palavras de Ino, foi tocante. A professora sorriu agradecida.

— Vocês são muito gentis...

— Nós só estamos dizendo a verdade. - Concluí, a interrompendo. - A senhora só precisa soltar esses cabelos e ser mais confiante.

— Com certeza, confiança é tudo - terminou Ino.

Ela sorriu novamente, comprimido.

— Vocês são uns amores.

— Se a senhora deixar, nós podemos dar um jeitinho - propus, dando o meu bote.

— Como assim? - Seu cenho franziu, ela era bem lerdinha.

— Pelo visto a senhora têm um pretendente - começou Ino -, e pelos seus olhinhos brilhantes, a senhora está afim desse pretendente.

Seu rosto ficou mais vermelho e ficou nervosa, se embolando nas próprias palavras e entregando o jogo:

— C-claro que não, não que eu não ache o Asuma um homem interessante...

— AHÁ! - Ino escandalosa apontou o dedo para ela, sorrindo. - Seu pretendente é o professor Asuma!

— Shiiiu! - Ela pôs o dedo nos lábios, seus olhos arregalados. - Pelo amor de Deus, não espalhem isso para ninguém.

— Não se preocupe com isso professora, nós não somos fofoqueiras, seu segredo está guardado. - Garanti, fazendo o movimento de zip na boca e jogando a chave imaginária fora.

— Só queremos te ajudar, só isso - terminou Ino.

— Ajudar como?

Agarrei a sua mão e a puxei para que sentasse em uma cadeira.

— Senta aqui - virei meu rosto para trás. - Ino?

— Entendi.

Ino sacou na hora o que eu queria dizer e saiu correndo da sala e entrando na nossa. E em questão de segundos ela apareceu com a sua nécessaire nas mãos e fechando a porta da sala em seguida.

— O que vocês vão fazer? - Perguntou a professora, parecia pouco assustada.

— Deixar a senhora um lacre. - Respondeu Ino abrindo a nécessaire e tirando sua maquiagem de lá de dentro, depositando na mesa.

— O quê? - Ela variava o olhar entre mim e Ino e as maquiagens a mostra em cima da mesa.

— Confie na gente professora, o professor Asuma vai cair de quatro por você.

— Mas...

— Ino, você fica com o cabelo, que eu fico com a maquiagem.

— Beleza.

Não deixamos a professora questionar, e logo começamos o processo de mudança. Tínhamos poucos minutos, mas esses minutos foram o suficiente para fazermos um milagre.

Ino soltou os cabelos dela e os penteou, finalizando com uma chapinha, que ela carregava naquele nécessaire. Eu fiz uma maquiagem básica, nada vulgar, deixando como destaque a boca com um lindo batom vermelho. Conseguimos arrancar aquele blazer ridículo dela, só a deixando com uma camisa social branca de mangas curtas e de gola. Abrimos alguns botões, deixando com um belo decote. Tivemos sorte que ela estava com um conjuntinho preto e a saia que batia abaixo dos joelhos era um pouco mais justo do que ela usava ontem.

Depois de quase meia hora nós conseguimos transformar àquela professora apagada num mulherão de revista masculina. Ela estava simplesmente sensual. Nem eu acreditei que ela tinha aquela beleza toda escondida e que só um toque de maquiagem traria aquela mulher leoa para fora.

Ino e eu demos um passo para trás, olhando o nosso mais novo projeto, quer dizer, obra prima.

— Professora... - começou Ino.

— Eu fiquei ruim? - Sua voz saiu temerosa.

— Claro que não, a senhora está de matar. - Disse, sentindo meus lábios se abrirem de contestação.

— De matar?

Peguei o espelho da nécessaire e entreguei a ela.

— Olhe a senhora mesma.

Ela pegou o espelho e se olhou, e o espanto a seguir demonstrava o quanto ela estava em choque, ela não conseguiu evitar o quanto havia ficado impressionada com o que via.

— Meu Deus, essa sou eu? - Sua voz soava como um sussurro.

— Com certeza.

— Eu pareço outra pessoa.

— A senhora sempre foi bonita, só não sabia que tinha tudo isso escondido.

— Eu estou... eu estou... maravilhosa. - Sorriu, sem tirar os olhos do espelho. - Vocês são incríveis.

— Nós sabemos - disse Ino, confiante.

Ela ergueu os olhos para a gente, satisfação estava em seu olhar, e espero que ela saiba como nos agradecer no próximo bimestre.

— Obrigada meninas, muito obrigada.

— Agora confiança professora, erga a cabeça e os ombros e desfile por esses corredores distribuindo seu poder feminino. - Aconselhou Ino.

Ela sorriu mais e nos abraçou.

— Vocês são as minhas alunas favoritas, lindas e caridosas. - Ela se separou e nos fitou, sussurrando as últimas frases. - Só não conta para ninguém o que eu acabei de dizer. Professores não podem ter alunos favoritos

— Não se preocupe professora, o que foi dito aqui, morre aqui - garanti.

Ela assentiu, sorrindo animada.

— Bom, eu tenho que ir. - Apenas assentimos. - Posso ficar com o espelho?

— Fique com o batom também. - Entreguei o batom a ela. - É o melhor amigo de uma mulher.

— Lembrarei disso.

Ela colocou o batom e o espelho na bolsa, a colocando nos ombros, ajuntou suas coisas e saiu da sala, não sem antes agradecer a gente novamente.

— Que droga, Sakura, aquele batom era da Tsunade! - Resmungou Ino, ajuntando a maquiagem em sua nécessaire.

— Relaxa Ino, a sua mãe tem um estoque tão grande de batom que nem deu por falta que você pegou esse.

— Mas eu gostava dele. - Ela fez biquinho.

Coloquei uma mão em seu ombro.

— Uma caridade para quem precisa, amiga, não seja mesquinha.

Ino apenas revirou os olhos.

— Vamos descer antes que o sinal do término do intervalo toque, ainda quero comer alguma coisa. - Caminhei para fora daquela sala.

— Tomara que esse seu plano maluco dê certo.

Sorri.

— É claro que vai dar certo, ou eu não me chamo Sakura Maria Haruno.

E agora queria saber aonde Hinata havia se metido, e alguma coisa me dizia que ela estava aprontando. Só espero que ela não esteja com que eu estou pensando que esteja.

HINATA

Depois que me afastei das meninas, tive o cuidado para ficar longe dos olhos avaliadores de Sakura. Eu tenho consciência do quanto ela fez por mim, e que quer o melhor para mim. Eu sou grata por ela, mas eu não podia ignorar uma pessoa que havia sido gentil comigo.

Olhei para os lados, no meio daqueles alunos que passavam por todos os lados, até que o encontrei do lado de fora da escola, me esperando. Não pensei duas vezes em me aproximar, sentindo meu coração bater mais forte.

— Oi - disse assim quando parei a sua frente, fazia dias que não nos falávamos.

Naruto abriu um sorriso que destacava as suas covinhas e que me deixava derretida.

— Oi. - Ele coçou a sua nuca por um segundo, fugando o nariz, mas nem por isso usurpava a sua beleza.

Seus olhos azuis fitavam o meu rosto atentamente e indiscretamente, o que me deixou meio que sem graça. Geralmente eu não tinha vergonha de ficar perto de um garoto, a maioria das minhas amizades eram garotos, e todos eles me tratavam como se eu fosse um deles. Mas Naruto era diferente, ele me enxergava como uma garota, bom, agora eu me parecia com uma garota de verdade, mas algo nele me deixava diferente.

— Por que está me olhando desse jeito? - A minha pergunta pareceu despertá-lo.

Ele balançou a cabeça para os lados, coçando a nuca novamente e sorrindo nervoso.

— É que você é muito bonita, parece uma fada.

Aquilo havia me pegado desprevenida, mas sorri, sentindo-me sem graça.

— Não sou nenhuma fada.

— Você é - sua resposta veio rápido demais, seu nariz fungou novamente.

Mordi o lábio, desviando meus olhos para o lado. Ninguém nunca havia me chamado de fada, aliás, eu não era acostumada a receber elogios.

Eu me sentia... sei lá, estranha.

— Obrigada.

— Eu... - ele se interrompeu, atraindo novamente minha atenção para ele. Estava nervoso.

— Você... - o encorajei.

Ele sorriu novamente e coçou seu olho, estava vermelho. Parecia que estava meio embriagado.

— Você gosta de desenhar, né?

— Gosto.

— Sabe grafitar?

— Um pouco, não desenvolvi esse meu dom, mas gosto. - Sorri, arrancando outro sorriso dele.

— Então, tem uma área para grafiteiros na cidade, o pessoal lá é massa e faz uns grafites irados. - Ele disse. - E hoje à noite o pessoal vai se ajuntar para grafitar, você quer ir?

— Você está me convidando para ir no beco dos grafiteiros?

Eu já havia ouvido falar naquele lugar, mas nunca tive a oportunidade de ir lá. Ouvi dizer que o pessoal que grafitava lá são feras.

— É - ele esticou as palmas das mãos viradas para mim -, se você não tiver nada para fazer, é claro. Vai ser legal.

— Eu topo - não pensei duas vezes, estava louca para ir naquele lugar.

Naruto abriu um sorriso enorme e contagiante.

Eu não sabia por que a Sakura e a Ino implicavam tanto com ele, Naruto era um cara legal, e pelo jeito gostava das mesmas coisas que eu.

— Legal. Então podemos nos encontrar na praça de Konoha às seis e meia da noite?

— Seis e meia, podemos. - Assenti, animada.

— Então seis e meia - sorriu.

— Tá.

Ficamos alguns segundos olhando um para o outro sem falar nada, até que tomei consciência de que aquilo estava ficando estranho.

— Err, eu tenho que ir. - Apontei com o polegar para trás do meu ombro.

— Ah, tá. - Ele assentiu, dando um passo para trás e consequentemente esbarrou numa lixeira de metal, fazendo um barulhão. - Caraca.

Ri com seu jeito atrapalhado, fazendo-o me fitar e rir também ao mesmo tempo em que colocava a lixeira em seu lugar.

— Seis e meia, não esquece.

— Não vou esquecer. - Sorri comprimido antes de virar e entrar para dentro do colégio.

Tracei meu caminho em direção ao refeitório, mas no meio do caminho escutei alguém gritarem o meu nome:

— Hinata!

Parei. Olhei para o meu lado esquerdo e não acreditei no que vi. Toneri Ōtsutsuki estava vindo em minha direção, os raios do sol que entravam pela janela refletiam em seus cabelos embranquecidos, deixando-o com um ar de serafim. Lindo.

— Toneri, oi.

— Oi. - Sorriu de lado, e não pude deixar de me sentir afetada com sua beleza. - Como vai?

— Eu vou bem, e você?

— Melhor agora que te vi.

Senti minhas bochechas ficarem vermelhas. Ele era muito lindo, mas mesmo assim o Naruto me atraía mais. Eu tinha uma queda por garotos loiros de olhos azuis.

Sorri meio que nervosa, coçando o braço. Mesmo que Toneri não fosse um carinha loiro, ele tinha olhos azuis e isso já acertava o meu ponto fraco.

— Vo-você quer alguma coisa? - Foi inevitável não gaguejar.

— Quero. - Ele deu uma pausa, que deixou meu coração batendo mais forte. - Estou te convidando para ir à festa do Deidara comigo.

— A festa do Deidara? - Lembrei-me dessa tal festa que Sakura e Ino comentavam sempre.

— Você vai?

— Bom, eu não sei... não fui convidada...

Ele sorriu.

— A escola toda foi convidada.

— Ah.

— Quer ir comigo?

— Ir com você? - Eu estava parecendo uma retardada repetindo tudo o que ele dizia, me senti um papagaio. - Quer dizer, quero ir com você.

— Legal. - Ele se aproximou e beijou a minha bochecha. - Depois nos falamos para combinar onde podemos nos encontrar.

— Tá - assenti com a cabeça, e fiquei parada igual a uma retardada, observando Toneri se afastar.

E, minha nossa, em menos de meia hora consegui dois encontros. Bom, pelo menos vou ter algo de importante para falar com as meninas depois que as encontrarem. E mesmo estando feliz por ter sido convidada por Toneri para ir à festa de Deidara, eu me sentia mais animada para ir ao encontro com o Naruto hoje à noite.

O que será que devo vestir?

SAKURA

Assim que chegamos ao refeitório e pegamos o que comer e sentamos numa das mesas vazias, não demorou para que Hinata brotasse com um sorrisão de partir a cara, sentando a nossa frente.

— Meninas, vocês não sabem quem me convidou para ir à festa do Deidara. - Ela estava extremamente eufórica.

— Toneri - chutei o óbvio, sentido a expectativa em seu rosto.

Hinata mordeu os lábios, assentindo com a cabeça, agarrando as minhas mãos.

— Sim. - Sua resposta saiu com um gritinho. Não aguentei e soltei gritinhos escandalosos junto com ela, atraindo a atenção de todos no refeitório para nós.

— Hinata, isso é maravilhoso, o Toneri e você fazem um belo casal. Não é Ino?

— Uhum. - Ino resmungou, dando preferência ao seu sanduíche vegetativo.

Voltei minha atenção para Hinata, não conseguia conter a felicidade que sentia, e percebi que Hinata também estava muito animada. Seus olhos brilhavam.

— Ele chegou do nada e te pediu para ir a festa com ele? - Perguntei, queria saber os detalhes.

— Sim, eu estava vindo para o refeitório e ele veio até mim e me convidou. - Sorriu mais. - Nem acreditei.

Franzi o cenho.

— A propósito, onde você estava?

Hinata me pareceu nervosa e tentava disfarçar, mas fazia isso muito mal.

— Eu pensei que... tinha visto alguém conhecido, e eu fui atrás para averiguar.

— E era alguém que você conhecia?

— Não. - Sorriu nervosa e se levantou da cadeira. - Vou pegar o meu lanche.

Fiquei observando ela se aproximando do balcão e pegando uma bandeja.

— Não acreditei nem um pouco nessa desculpa de que viu alguém conhecido. - Comentou Ino, olhando algo no celular.

— Vamos dar um voto de confiança.

Ino me fitou.

— Ela tá mentindo, Sakura, isso tá na cara.

— Vamos deixar isso quieto por enquanto.

Ela simplesmente deu de ombros.

— Depois não diga que não avisei.

*  *  *

Depois que voltamos do intervalo, tivemos mais três aulas até que chegou a aula de japonês. A professora Kurenai estava seguindo às nossas dicas e entrou na sala desfilando com a cabeça erguida, demonstrando o poder absoluto feminino. E é claro que todos da sala - principalmente a população masculina - ficou secando a baba a cada cinco minutos, os olhos presos na professora sexy que explicava a lição. Mas o que eles não sabiam, era que a professora tinha dono, o Chaminé Humana, conhecido como professor Asuma.

Mas nem por isso as aulas de japonês deixaram de ser chatas, mas uma coisa boa era que a lição de casa havia diminuído, pelo simples e pequeno detalhe do Senhor Espelho que não saía de suas mãos.

Quando o sinal do término do intervalo tocou, agradeci aos céus por estar livre daquela escola. E não fiz cerimônias em sair rapidamente daquela sala.

— A professora Kurenai está tão diferente, está mais bonita. - Disse Hinata ao meu lado direito, enquanto saíamos para o lado de fora do prédio.

Sorri confiante.

— Se você não tivesse sumido, fofa, estaria por dentro das novidades. - Alfinetou Ino, que estava do meu outro lado.

— O importante é que a Kurenai agora sabe o valor que ela tem. - Conclui, lembrando do quanto a professora havia ficado fascinada pela própria beleza.

— E está gostosa pra caralho. - A voz rouca e grossa de Gaara apareceu ao nosso lado, enquanto pousava o braço ao redor dos ombros de Ino.

— Como você ousa dizer isso na minha cara, seu cafajeste?! - A voz de Ino soou alta o suficiente e irritada o suficiente para arrancar o braço de Gaara de seus ombros e o empurrar.

— Tá louca, mulher! - Seu cenho franziu. - Que agressividade toda é essa com seu homem?

— Você chama outra mulher de gostosa na minha cara e quer que eu fique calada? - Ino agora gritava, apontando o dedo na cara de Gaara.

— Ué, ela tá gostosa, só estou dizendo o que todo mundo acha. - Ele rebateu, se achando todo na razão, sem contar naquela marra toda.

— E esse todo mundo com você incluído. - Ino não disfarçava a sua ira e o ciúmes.

— Ino, para de crise de ciúmes, sabe que eu só tenho olhos para você. - Gaara começou a se aproximar de mansinho.

— Não é o que parece. - Ela cruzou os braços e fez biquinho.

Apenas revirei os olhos.

— Vamos Hinata.

Saímos de fininho, deixando aquele casal maluco para trás. Aqueles dois se merecem.

— A Ino e o Gaara só brigam.

— Eles são um casal mais estranho do mundo - a fitei. - E vai por mim, não leve a sério as brigas deles. Eles são como cão e gato, daqui a pouco estão se agarrando.

— Nossa.

Saquei meu celular e comecei a mexer nas minhas redes sociais, enquanto caminhávamos.

— Sakura.

— Hm - resmunguei enquanto olhava as mensagens que havia recebido no WhatsApp.

— Aquele lá não é o Sasuke?

Ergui minha cabeça para cima automaticamente e segui com o olhar onde Hinata apontava.

E lá estava ele, de pé ao lado de seu carro chinfrim, e a jumenta da Karin estava lá...

Ele estava sorrindo para ela...

Ela estava jogando charminho para ele...

Que putaria era aquela?

Deixei Hinata para trás e apressei os meus passos, me aproximando, sentia meu cenho franzindo e uma raiva - que não sabia de onde saía - tomava conta de mim.

Os olhos daquela cacatua focaram em mim quando eu estava bem próxima, e de brinde a atenção daquela vaca também, e ainda teve a audácia de sorrir.

Falsa.

Voltei a minha atenção para aquele idiota que ainda mantinham seus olhos em mim, com aquela cara de bunda.

— O que você está fazendo aqui? - Não consegui evitar o meu tom irritado, eu estava muito irritada e não conseguia entender o porquê. Eu simplesmente sentia muita raiva.

Sasuke ergueu as sobrancelhas.

— Amiga, não fale desse jeito com o seu irmãozinho. - Karin conseguia ser muito sínica. - Eu sei que você não tem muita educação, mas pelo menos finge que tem.

Bicha falsa.

Calma, Sakura. Não dê o gostinho pra inimiga tirar com sua cara. Mostre superioridade.

Sim, superioridade. Eu sou muito superior aquele projeto de aborto.

Abri o meu sorriso mais falso e a fitei.

— E o que faz aqui, amiga? Já veio urubuzar a carniça?

Ela apertou os olhos e colocou o cabelo para trás.

— Não amiga, só estou fazendo companhia para essa pessoa maravilhosa, que é o seu irmãozinho. - Ela se inclinou para perto. - Sabe, ele não tem culpa de ter uma irmã do seu tipinho.

Sorri, me segurando por dentro para não dar uma voadora naquela idiota.

— Olha, eu sei que o seu cérebro está todo cheio de cratera por causa do excesso de formol e tinta barata, mas vou te lembrar que o Sasuke e eu não somos irmãos! Agora você entendeu ou quer que eu desenhe.

— Não precisa ficar com ciúmes, amiga, saiba que incesto não é bem visto na sociedade. - Sua voz saiu entredentes.

— E ficar se oferecendo para um cara como se fosse uma mercadoria só demonstra o quanto é uma vadia, amiga.

Sorri, voltando a minha atenção para aquela cacatua. O idiota estava mexendo no celular, ignorando as trocas de farpas entre mim e Karin.

— Sasuke!

Ele ergueu os olhos para mim.

— Ah, já terminou de conversar com sua amiga? - Não respondi, apenas o fuzilei com os olhos. - Então vamos para casa, por que estou morrendo de fome.

Ele se afastou, dando a volta no carro e abrindo a porta do motorista e entrando. Karin estava ali, e eu queria muito meter a mão na cara dela e arrastar no asfalto até chegar no osso, mas fui muito melhor do que isso. Abri a porta do carona e entrei, mas não antes de lançar um línguão para ela.

Eu sei que isso foi infantil, mas foi necessário, e amei ver a cara irritada dela.

Cara, como eu sou superior.

Sasuke logo deu a partida, e toda a minha irritação voltou para aquele ser.

— O que você estava fazendo ali? - Perguntei, e não disfarcei nem um pouco em demonstrar o meu desgosto.

— Não é óbvio? - Ele respondeu sem me olhar.

— Claro que não. - Não tinha mínima ideia do motivo dele está de frente para ao meu colégio. - E você não tinha nada que ficar dando trela para àquela otária da Karin.

Sasuke desviou os olhos por um segundo para mim e o canto de sua boca ergueu-se para cima.

— Está com ciúmes, pirralha?

— O quê? - Meu corpo virou para ele. - Ciúmes, eu? Há, você se acha, né garoto? Eu só não gosto daquela idiota, ela é uma falsa.

— Mas não me pareceu que eram inimigas. - Seu tom era debochado.

— É por que você é um idiota, e se ficar perto dela vai ficar mais idiota ainda.

Ele reprimiu uma risada.

Virei meu rosto para o lado, e comecei a fitar a paisagem pela janela. Aquela era a primeira vez que nós ficávamos sozinhos depois daquele dia constrangedor no seu quarto, tirando o episódio do meu quarto, é claro. Ontem eu só o tinha visto no jantar, pois passei a tarde toda estudado para a recuperação de hoje.

O silêncio prevaleceu no carro, e com isso a minha cabeça trabalhava e alimentava a curiosidade que aumentava a cada segundo para saber o que tanto Sasuke conversava com a Karin.

Mordi o canto da minha boca enquanto passava a unha no tecido de lona da minha mochila, que estava em cima das minhas pernas. Virei meu rosto para o lado e o fitei, sua atenção estava para frente, atento. Suspirei e voltei a olhar para frente.

Como ia fazer isso?

— Solta logo a sua pergunta de uma vez. - Sua voz rouca ecoado por todo o carro, me fez dar um pulo no banco, assustada.

— Que pergunta? - O fitei, mas ele ainda mantinha os olhos na estrada.

Ele não respondeu, e o silêncio reinou novamente. Voltei meus olhos para frente, e mordi o lábio, minha unha arranhado o tecido e deixando o barulho mais alto.

— Você pode parar com esse barulho irritante?

Suspirei e parei de arranhar a mochila.

— O que a Karin estava falando para você?

Ele soltou uma risada nasal, debochada. Meu cenho franziu, e depois de um minuto de silêncio - perturbador - ele respondeu:

— Ela estava me convidando para uma festa que vai ter no final de semana.

Vadia.

Não podia acreditar que ela estava querendo levar o Sasuke para a festa do Deidara. Isso não podia. Minhas mãos se fechou em punho, estava com vontade de socar a cara daquela retardada.

— E você aceitou?

Seus olhos desviaram por um segundo para mim, mas logo voltou para frente.

— Garotas de colegial não fazem o meu tipo.

— Ah. - Soltei todo o ar que nem havia percebido que havia prendido, e por um segundo o peso que se postou em minhas costas havia sumido.

Garotas de colegial não fazem o meu tipo.

O quê?

Por que aquilo estava me incomodando?

— Então que tipo de garota faz o seu tipo? - Eu quis me bater por não ter conseguido segurar a minha língua. Desde quando o tipo de garota que àquela cacatua gosta me interessa?

— Está querendo se candidatar a vaga? - Ele soltou, debochando de mim.

Bufei.

— Imbecil - ralhei, irritada. - Saiba que às que fazem o seu tipo são os orangotangos!

E em questão de segundos o carro foi invadido pelas gargalhadas altas de Sasuke, o que me deixava com mais raiva. Ele riu tanto, mais tanto, que teve que parar o carro por não conseguir dirigir. Seu corpo todo tremia, seu rosto estava vermelho, ele se curvou sobre o volante para rir mais.

— Retardado! Imbecil! Idiota! Cacatua! – Gritei, e empurrei seu corpo.

Tirei o cinto e saí do carro, batendo a porta com força só para irritá-lo, mas eu podia escutar suas gargalhadas escrotas lá dentro.

Irritada, terminei de concluir o caminho até em casa a pé, amaldiçoando àquela cacatua reumática que havia ficado para trás. Como eu estava o odiando naquele momento.

E ainda bem que o carro pelo menos havia chegado no condomínio, assim não tive que andar muito. Mas mesmo esse pequeno pedaço a pé foi o suficiente para bolar um plano diabólico contra aquele idiota.

Sasuke iria ter o que merece.


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Notas finais do capítulo

Será mesmo que Sakura está com Ciúmes?
E esse encontro da Hinata com Naruto? É Toneri?
Gente espero suas opiniões, críticas recontrutivas e teoria para o próximo capítulo.
Não demorarei muito para atualizar, e lembrando que capítulo que vem é todo narrado pela Hinata.
Bjs ♡



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