Ironias do Destino escrita por Bi Styles


Capítulo 47
Capítulo 47


Notas iniciais do capítulo

Gente, nesse capítulo, vocês vão matar um pouco a saudade do nosso casalzinho sensação: GUSARA!!!!! Fiquei tão emocionada em poder fazer o capítulo com eles de novo ♥
Espero que gostem.



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2 meses depois

Era hoje. O grande dia.

Depois de 2 meses de tanta espera, Gustavo ia finalmente sair do hospital. Eu estava tão ansiosa para vê-lo vagando pelos corredores que o meu peito doía. Estava louca para ser abraçada verdadeiramente por ele e beijá-lo sem que ninguém nos observasse. Queria um momento apenas Gustavo e eu.

Os últimos dois meses foram de alegrias. Gustavo acordou dias após ter apertado a mão de Gabriel. Desde aquele dia, ele apresentava melhoras e tudo mais. Só que os médicos não deixavam ele sair daquele quartinho ridículo. Ele poderia muito bem ter ficado em um dos muitos quartos do castelo, mas os médicos diziam que poderia ser perigoso ele contrair alguma bactéria ou algo do tipo. Mas acho que eles estavam com medo de eu chegar no quarto dele e fazer algumas loucuras.

Gabriel estava melhorando. Ele estava fazendo exercícios diários para melhor movimentação das pernas, que estava tendo alguns resultados. Ele não está andando de fato, mas os médicos estão bastante otimistas. Gustavo quase enlouqueceu quando soube que só poderia ver o irmão quando saísse do hospital. Claro que Gabriel queria vê-lo também, mas os médicos sempre diziam que era bem melhor os dois estarem bem recuperados para poderem realizar esse encontro. Mas acho que eles só estavam com preguiça de levarem Gabriel pelas escadas. Eu até tive a ideia de fazer uma rampa, só que ela não ficaria pronta a tempo.

Toda a família estava ansiosa. Daniela, Jorge, Anastácia, Alef, Arthur e até mesmo Hugo (que sim, sobreviveu á guerra e estava com a saúde melhor do que a minha).

Como Gustavo estava sempre cheio de tubos e agulhas, ninguém pôde abraça-lo direito. Acho que era por isso que estavam todos ansiosos.

Eu estava me arrumando no meu quarto, quando uma batida soou na minha porta.

–Pode entrar. –falei, penteando meus cabelos.

Hilla entrou no quarto, e estava bem sorridente. Desde que ela começou a “cuidar” de Gabriel, ela estava assim. Olhei para ela e arqueei uma sobrancelha.

–Veio do quarto de Gabriel? –perguntei.

–Sim. –ela respondeu. –Deixe-me arrumar seu cabelo. Faz tempo que não faço isso.

–E porque veio aqui hoje? Falei que você poderia ficar o tempo que precisasse no quarto de Gabriel.

Ela ficou em silêncio por um tempo. Ela mordia o lábio, como se quisesse me dizer algo, só não tivesse coragem para falar. Por fim ela falou:

–Gabriel me beijou.

A encarei e sorri.

–Sabia! Sabia que você não estava sorridente a qualquer custo! –falei e a abracei.

–Kiara, eu não deveria ter deixado aquilo acontecer. É que ele é tão gentil e...

–Bonito? –completei.

–E bonito e me trata de igual para igual. –ela suspirou. –Só que os pais dele não pensam assim. Eu sou uma criada.

–Você é praticamente da família. E os pais dele não são tão fúteis. –garanti.

–Não sei, Kiara. E também tem Nouah... –ela se interrompeu, como se tivesse falado demais.

–O que Nouah tem a ver com isso? –perguntei, mas ela permaneceu calada. –Hilla...

–Nouah anda estranho comigo. Parece que ele nutre algo por mim. –ela soltou de vez.

–Mas, de quem você realmente gosta? –perguntei.

–Ah Kiara, eu não sei! –ela soltou a escova e se sentou em minha cama. –Eu gosto de estar com Gabriel, ele me faz um bem tão grande que você nem imagina! –ela fez uma pausa. –Já Nouah... Ele me faz sorrir, sempre consegue me pôr pra cima quando estou desanimada. E não quero ferir os sentimentos dele.

–Eis a resposta! Você quer ficar com Gabriel, mas tem medo de Nouah se ferir.

–E se Gabriel tiver me beijado só por prazer? Se ele não gostar de mim?

–Não pense que Gabriel é assim tão vazio. Ele nunca faria isso com você.

–Você acha?

–Não acho. Tenho certeza. –falei e me sentei ao seu lado.-Primeiro, converse com ele sobre isso. Depois você fala com Nouah.

–Mas iria tratar ele como segunda opção!

–Não ia não. Você iria apenas priorizar um sentimento que você está sentindo.

–Tudo bem.

–Agora tenho que ir. Meu príncipe me espera! –exclamei e saí.

...

A ala hospitalar não estava mais com aquele cheiro de coisa ruim. Estava com cheiro de felicidade.

Ao me aproximar mais do quarto de Gus, percebi que o mesmo já se levantara e abraçava Anastácia. Arthur pulava aos seus pés, querendo abraça-lo também.

Permaneci a distância, para que ele desse um pouco de atenção a família. Mas a minha vontade era de correr para lá e abraça-lo, sem ter a intenção de solta-lo.

Foi depois de todo esse tempo que eu notei o quanto eu amava Gustavo. Era um amor que chegava a sufocar. Mas era tão bom.

Ele pegou Arthur no colo e abraçou ele com força. A próxima foi Daniela, depois Jorge, depois Alef. Por fim abraçou Hugo.

Depois, seus olhos procuraram alguém. Meu coração esperou que ele me chamasse, mas ao ler seus lábios entendi: Cadê Gabriel.

Tudo bem. Eu havia me arrumado completamente para vê-lo e ele não sentiu minha falta. Tudo bem. Ele tinha de se importar mais com a família do que comigo. Tudo bem. Eu era o amor da vida dele, mas Gabriel era o irmão. TUDO BEM.

Engoli em seco e saí dali antes que ele pudesse me ver.

...

Entrei no meu quarto igual um furacão. Hilla não estava lá, portanto podia ficar sozinha. Fui para a varanda e engoli o choro.

Ele deveria amar a família em primeiro lugar. E eu sabia disso. Só que doía tanto pensar que eu estava louca para vê-lo e ele nem percebeu que eu não estava lá. Talvez ele já não me amasse. Talvez quisesse fugir para ficar longe de mim. Talvez não quisesse mais casar comigo.

Então um pensamento invadiu minha mente: E se alguém tivesse dito que eu iria mandar desligar a máquina de oxigênio e ele estivesse com raiva? Bem provável. Estes últimos dias, eu passava o dia quase inteiro lá, com ele. Ele não me tratava como antes, mas também não me tratava com frieza. Ele só parecia... distante.

Será que ele enfim viu que não me amava de verdade e decidiu que tudo o que vivemos não passou de uma brincadeira?

Meu coração apertou. Um nó se formou na minha garganta.

Eu estava com tanta vontade de chorar que meus olhos já estavam começando a doer. Engoli em seco várias outras vezes, para impedir as lágrimas de caírem, sem sucesso.

Umas lágrimas espertinhas rolaram.

Ouvi uma batida na porta. Enxuguei as lágrimas apressadamente.

–Pode entrar. –falei com a voz abafada.

Me virei para a varanda, para que a tal pessoa pudesse ver que eu estava chorando. Mas certamente era Hilla, não precisava esconder isso dela.

–Hilla, preciso falar com você. –pedi, a voz um pouco chorosa.

Então senti o cheiro. O cheiro que eu já estava acostumada, desde que tinha uns 10 anos. O cheio pelo qual eu sonhava sentir novamente.

Me virei e vi Gustavo parado, olhando para mim.

–Não te vi lá embaixo, o que houve? –perguntou, se aproximando. Em seu rosto estava estampada a mais clara preocupação.

–Achei que seria somente para a família. –respondi.

–Hilla me disse que você desceu para lá.

–Eu desci, mas voltei.

–Por que?

–Porque você estava em um momento de família, e não achei que sentiria minha falta.

–Por que?

–Porque você só sentiu a ausência de Gabriel.

Ele ficou em silêncio por um tempo. Seu corpo inteiro estava rijo. Por fim, ele disse:

–Kiara, eu vi você todos os dias depois de que eu acordei. Já Gabriel, não pude vê-lo um dia sequer. Além do mais, me sinto em dívida com ele. Ele está sem poder andar, e me sinto culpado por isso.

–Não deveria sentir culpa. Foi uma infecção.

–Tal infecção poderia ter sido evitada se eu tivesse tratado o ferimento com mais cuidado.

–Mas você não tinha os remédios necessários para isso!

Ele olhou para os próprios pés, depois voltou seu olhar para mim. Ele se aproximou mais.

–Entendo que você esteja com ciúmes, Kiara. Mas, não chore.

–Quem disse que eu estou chorando? –falei e ele pegou seu polegar e enxugou uma lágrima da minha bochecha.

Ele arqueou uma sobrancelha.

–Se eu disser que não fui ainda ver Gabriel porque queria ver você, faria se sentir melhor? –ele passou as mãos em meus cabelos, fazendo meu corpo inteiro se arrepiar.

–Faria. –respondi, dando um pequeno sorriso.

–Ótimo. Porque acho que não daria para fazer isso com você triste.

–Isso o quê?

Ele sorriu e pegou minhas bochechas com as duas mãos. E então me beijou. Peguei em suas mãos e as coloquei na minha cintura. Minhas mãos se direcionaram para sua nuca, e o trouxe para mais perto de mim.

Como eu sentia falta daquilo. E, pela intensidade do beijo, não era só eu que sentia falta. Ficamos sem fôlego, e ele colou sua testa na minha. Sorrimos na mesma hora.

–Senti tanto sua falta. –ele sussurrou.

–Não mais do que eu. –respondi.

–Desculpa se esses dias eu andava estranho. –ele falou, olhando nos meus olhos. –Era muita coisa pra processar. Minha mãe ficando doente, seu pai... Gabriel sem poder andar, eu entre a vida e a morte. Foi muita coisa pra mim.

–Eu te entendo.

–Não, Kiara. Não diga isso. Eu via em seus olhos que estava chateada pelo fato de que eu não lhe tratava da maneira como deveria. –ele sorriu. –E eu te entendo.

–Eu só queria ficar com você sozinha.

–Tipo agora?

–Tipo agora. –respondi. –Eu não podia te beijar, nem nada, com todos aqueles enfermeiros olhando. Era como se eles tivessem com medo de eu te sequestrar.

–Você faria isso?

–Sem nem pensar duas vezes. –pisquei pra ele.

Ele me puxou pra perto dele e deitei minha cabeça em seu ombro.

–Nunca pense em me deixar, Gustavo. Nunca. –falei.

–Isso nem passou pela minha cabeça. –ele riu.

–Ainda dói? –perguntei, colocando a mão em seu tórax.

–Não muito. Na hora doeu mais. Bem mais.

–Você achou que ia morrer?

–Eu não achei. Eu tive a certeza de que ia morrer. Foi muito assustador. Tudo estava ficando escuro e a voz de Gabriel estava abafada. Naquela hora eu tive a certeza de que eu ia morrer. E eu senti raiva de mim mesmo.

–Por que?

–Porque iria te deixar. –ele me olhou nos olhos. –Eu não queria te deixar, Kiara.

–E você não deixou. Ainda está aqui, não está? –perguntei, cutucando seu ombro.

–É, ainda estou.

Ele se esticou e me deu outro beijo.

Então me lembrei de algo e me separei dele.

–Não vai querer ver o quarto que eu preparei para você? –perguntei.

–Quer dizer que agora não vou ter que dormir no quarto de costura?

–Claro! –exclamei. –Isto é, até o nosso casamento e...

Ele se aproximou e depositou um beijo demorado em mim.

–Quero que me mostre. –ele disse.

–Me siga, então. –pedi e saímos do meu quarto.

O quarto dele não era muito longe. Na verdade, era do lado do meu quarto. Ele pareceu bastante surpreso.

–Está surpreso por seu quarto ser tão perto do meu? –perguntei. –No seu lugar, nada mais me surpreenderia.

Ele riu e abriu a porta.

Entrei depois dele.

Ao olhar a expressão dele, percebi que tinha acertado em cheio. Mandei pintar as paredes de branco, já que era a cor preferida dele. Já que ele gostava de um lugar espaçoso para dormir, mandei colocarem uma cama de casal.

Tinha um grande guarda-roupa, onde coloquei todas as suas roupas. A cômoda abrigava alguns porta-retratos com fotos da família, e havia prateleiras com livros. Entretanto, não havia varanda.

Ele olhou pra mim, maravilhado.

–Você fez tudo isso? –perguntou.

–Nunca conseguiria fazer isso sozinha. –sorri. –Gostou?

–Se eu gostei? Eu amei, Kiara! –ele exclamou e me abraçou. –Nunca tive um quarto só para mim.

–Sério? Não vai ter medo de ficar aqui sozinho?

–Não. –ele deu um sorriso malicioso. –Não ficarei muito tempo dormindo sozinho.

Ele falou e tirou uma caixinha de dentro da sua calça.

Ele se ajoelhou e eu senti meu corpo todo se arrepiar.

Meu coração começou a pular, e um sorriso se abriu em meus lábios.

Ele, com as mãos tremendo, abriu a caixinha, e perguntou:

–Quer casar comigo?

Eu fiquei sem fôlego. A gente sabia que iria se casar. Na verdade, isso já estava praticamente certo. Então percebi que ele queria fazer de um jeito que não fosse do tipo casamento arranjado. Ele queria que a noiva dissesse SIM, somente para o seu noivo.

Os casamentos aqui não eram assim. Geralmente o pai escolhia o marido para a filha, eles anunciavam o noivado para todos e logo após e casavam. Ás vezes a noiva nem queria se casar. Mas Gus queria saber se eu realmente queria casar com ele. E isso foi a coisa mais fantástica que poderia me ocorrer.

Eu vi que ele começou a se desequilibrar, então ele disse:

–Meu Deus, você não quer mais casar comigo?

Me ajoelhei na sua frente e fechei nossas mãos em torno da caixinha. Sorri e falei:

–Sim.

–Ah, eu sabia que isso não iria dar certo e você diria nã... –ele se interrompeu e seu rosto se iluminou. –Você disse sim?!

–Sim, sim, sim! SIM –falei e ele se levantou, me puxando junto.

Ele me abraçou e me levantou, rodopiando no ar.

–Eu te amo. Amo até demais. –ele falou, enquanto eu gargalhava.

–Eu te amo. Amo muito mais. –respondi.

–Gabriel tem que saber disso. Ele tem que ser o primeiro a saber. –ele falou e me colocou no chão.

–Vejo que a guerra fez algo bom com vocês.

–Pelo menos isso.

Ele falou e me puxou para fora do quarto.

...

Andamos no corredor até estarmos de frente ao quarto de Gabriel. Estava silencioso. Gustavo fez uma cara de preocupação.

–Será que ele não está aí? –sussurrou.

–Não sei. Ele raramente sai do quarto. –sussurrei.

–Vou entrar então. –falou ele pegando na maçaneta.

–Não vai nem bater?

–Quero dar um pequeno susto nele. –ele falou e abriu a porta.

Quando ele entrou, ele arregalou os olhos e abriu a boca. Passei pela sua frente para ver o que acontecia e vi Hilla sentada na cama com Gabriel do seu lado. Eles nos olhavam assustados, mas pude notar que Hilla estava completamente vermelha e descabelada.

Ficamos um tempo assim, apenas nos encarando. Foi então que eu comecei a rir.

Hilla ficou mais vermelha e levantou-se da cama. Ela passou por mim e falou:

–Com licença senhor Gabriel. –e se retirou.

Quando a porta se fechou, Gustavo olhou para Gabriel.

–Espero que não pensem que ela é uma tomate gigante. Ouvi falar que está em falta no castelo.

–Você não sabe o que é bater? Sabe, o que a gente faz antes de entrar em um cômodo?

–Não sou muito de fazer isso.

–É melhor aprender. Você poderia ter me pego pelado!

–Com certeza. Se vocês tivessem continuado dessa forma na cama...

–GUSTAVO! –exclamei. –Vou falar com Hilla. Deixarei os dois a sós.

E então saí do quarto.

Fui para o meu quarto, onde encontrei Hilla, sentada na minha cama, tapando a cara.

–Hey! –exclamei. –Vejo que se acertou com ele.

–Sim! –ela exclamou e em uma rapidez impressionante me correu e me abraçou. –Ele me falou tantas coisas bonitas. Disse que eu era uma bela dama e que estava nutrindo algo por mim. Então ele me beijou e... Caramba, como ele beija bem.

–Que bom que deu tudo certo! –falei. –E Nouah?

–Vou falar com ele. Gabriel disse que, quando ele se recuperar, ele vai me levar para a França. Kiara, eu estou tão apaixonada!

–Que bom Hilla! –suspirei. –Tenho uma notícia.

–Qual?

–Gustavo me pediu em casamento. –falei e mostrei o anel para ela. –Eu sou a mulher mais feliz do mundo!

Continua...


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Notas finais do capítulo

Aviso: A fic só terá mais 3 capítulos :( Será um narrado por Gustavo, um pela Kiara e o Epílogo... NÃO CHOREM AMORES



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