Ironias do Destino escrita por Bi Styles


Capítulo 41
Capítulo 41


Notas iniciais do capítulo

Oi oi gente! (quem quiser leia na voz da Kéfera). Olha, sei que eu estava BEEEEEEM sumida, tipo 1 mês. BUT, vou listar as duas razões pra isso.
Primeiro: Final do ano da escola tava me matando. Eram provas, trabalhos, desfiles, etc. E eu estava totalmente sem tempo pra fazer nada. Inclusive ver minhas séries, ler meus livros :( Mas agora estou de férias, então BYE ESCOLA!
Segundo: No último capítulo que eu postei, ninguém comentou nada, me deixando desmotivada. Eu fiquei tipo: nossa, ninguém está lendo minha fic, então acho que não faria mal eu parar. SIM! EU PENSEI EM DESISTIR DE NOVO!! Mas vi que isso seria mega chato com alguns leitores, então afastei o pensamento. Mas poxa! Tinha leitoras que todo capítulo comentava, e agora nenhum sinal. Não sei se é por falta de tempo de olhar o Nyah! ou por conta que a fic está chatinha. Tudo bem, ela está meia chata, eu admito. Só que é porque eu quero que os últimos capítulos arranquem os corações de vocês! Então, espero que me entendam e não desistam de minha fic, pois não desisti de vocês.
Já que a Kiara tava muito chatinha, botei um momento "Nouara" no capítulo. Espero que gostem!



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Acordei em um sobressalto. Sentei-me na minha cama e olhei em volta, aturdida.

Levantei-me e fui para a varanda. O tempo estava completamente nublado. Gotas de água já caiam do céu.

Olhei de relance e vi que uma figura havia saído do banheiro. Hilla.

–Senhorita, seu banho está pronto. –falou ela, o olhar carregado de tristeza.

–Aquilo tudo foi real, Hilla? –perguntei, tentando conter o choro.

–Lamento dizer que sim. –respondeu ela.

–Eu desmaiei?

–Sim. Os guardas a trouxeram para cá. –ela deu uma pausa. Por fim prosseguiu: –O enterro será hoje.

Balancei a cabeça positivamente.

–Acho que estou precisando de um banho. –falei e entrei no banheiro seguida por Hilla.

Ao me despir e entrar na banheira, comecei a chorar. Eu não conseguia controlar. Era como se mil agulhas estivessem penetrando meu coração, e a única maneira de tirá-las de lá era chorando. Entretanto, quanto mais eu chorava, mais a dor aumentava. Só que eu não conseguia parar.

Hilla esfregou meus cabelos com delicadeza, enquanto cantava baixinho. Não conseguia entender muita coisa. Só entendia as palavras: Tudo passa/Tudo passará.

Quando, por fim, me acalmei, e as lágrimas cessaram, saí do banheiro. Ao me olhar no espelho vi o quanto estava horrível: cheia de olheiras, os olhos vermelhos e as bochechas inundadas.

–Eu estou horrível. –pensei alto.

–Gustavo negaria isso. –falou Hilla, começando a pentear meus cabelos.

Enquanto ela escovava, comecei a pensar se seria uma boa ideia eu comparecer ao enterro. Só pioraria as coisas.

–Eu sou obrigada a ir ao enterro? –perguntei, a voz abafada.

–Não. –respondeu rapidamente Hilla. –Se acha que não está pronta pra isso, não vá. Só que... –ela se interrompeu. Respirou fundo e prosseguiu: -Você não gostaria de dar um último adeus ao seu pai?

Quando minha mãe morreu, não pude dar adeus a ela. Com meu pai seria diferente.

–Eu gostaria que ele estivesse indo para uma viagem, e que eu tivesse de dar adeus. Que ele voltasse em duas semanas e me trouxesse uma boneca. –balbuciei, meio sem sentido.

–Kiara... –Hilla começou, mas uma batida na porta interrompeu.

–Entre no banheiro. Não quero que ninguém lhe veja de toalha. –falou ela e correu para abrir a porta.

Não consegui escutar muito bem, mas ao ouvir um trechinho, consegui perceber que a voz era de Mark.

–...E como ela está? –perguntou ele.

–O pai dela morreu. Você quer que ela esteja soltando fogos de artifício? –respondeu Hilla, bastante ríspida. –Mark, diga para Charllote que irei logo. Só irei arrumar Kiara. O enterro é daqui a alguns minutos.

–Tudo bem então, cunhadinha. –ele falou e quase pude ver, que um sorriso amarelo brotava na face de Mark.

Hilla voltou apressada e terminou de pentear meu cabelo. Ela pegou um vestido meu, que ia até o joelho, preto e o vestiu em mim. Depois, pegou um chapéu da mesma cor e colocou na minha cabeça. Pegou suas delicadas mãos e tentou organizar meus cachos rebeldes, sem sucesso.

Ao olhar para meu rosto, ela franziu a testa.

–Vou ter de dar um jeito nessas suas olheiras. –informou.

–Okay. –respondi.

Com isso, Hilla, como sempre, tratou minhas olheiras. Depois que terminou, pegou meus saltos pretos e eu os calcei. Coloquei minhas luvas pretas e respirei fundo.

–Tem certeza de que quer ir? Não quero que pense que eu te forcei. –ela perguntou, antes de eu transpor a porta.

–Tenho sim. –respondi, mesmo sem ter muita certeza.

Com isso, ela me acompanhou e desceu as escadas comigo. Pegamos um corredor e saímos de frente as portas do jardim.

Hilla abriu elas e me acompanhou. Andamos para um lado do jardim o qual eu mal visitava. A região onde enterrávamos nossos entes.

Uma vez por ano eu ia para lá, colocar flores no túmulo da minha mãe. E nunca chorava.

Hoje ia ser diferente.

Ao chegarmos lá perto, todos os olhares se voltaram para mim. Tentei achar Nouah na multidão, e ver que alguém ali sabia o que era perder um pai e todos olharem. Mas todos os rostos estavam meio borrados em minha visão. Eram as lágrimas novamente.

Fiquei de pé do lado de um casal, que certamente seriam Daniela e Jorge. Esfreguei meus olhos e forcei a me concentrar em algo além das agulhas no peito.

Olhei em volta e vi Charllote apoiada em Mark, o senhor Alef com Arthur no colo. Mas nenhum sinal de Nouah.

Foquei nos homens que estavam bem á minha frente, cavando o túmulo de meu pai. O caixão estava do outro lado, com guardas guardando ele.

Desviei o olhar rapidamente. Pelo menos não veria meu pai morto.

Comecei a esfregar minhas mãos, pensando que me distrairia. Hilla percebeu minha agitação e pegou minha mão direita, apertando-a com força.

–Está se sentindo bem? –perguntou, olhando pra mim.

–Não. –respondi, e olhei para baixo, apertando os lábios. –Eu quero chorar.

–E porque não faz isso?

–Porque estamos no meio de uma multidão e não quero me sentir fraca. –retruquei, trincando os dentes.

Hilla rapidamente levantou a cabeça, e repeti seu gesto, olhando os guardas pegando o caixão do meu pai e segurando perto do buraco.

Um padre estava lá, e começou a fazer um discurso sobre o quanto meu pai havia sido um bom homem e tudo mais. Entretanto, minha cabeça estava em outra dimensão, na dimensão onde meu pai ainda estava vivo e brigando comigo porque faltei outra aula de piano.

Quando saí do meu torpor, escutei o padre falando:

–Ele foi um grande rei, e estará para sempre em nossos corações, pelas suas marcas de bondade e compaixão.

Olhei incrédula para ele. Quando meu pai estava vivo, todo mundo sempre dizia que era um péssimo rei, e que todos o odiavam. Quer dizer que depois da morte todos se tornavam bons?

Fechei minhas mãos em punhos, e em pouco tempo me acalmei.

O padre terminou de falar e fez menção para os guardas pegarem o caixão. Começaram a coloca-lo cuidadosamente na cova e houve uma salva de tiros.

Enquanto abaixavam o caixão, muitas pessoas jogaram flores brancas. Ao olhar para minha mão, vi que eu não tinha nada para oferecer. Então permaneci no meu lugar.

Quando o caixão alcançou o chão, preencheram o buraco de terra e colocaram mais flores em cima.

As pessoas ainda ficaram muito tempo lá. Tanto me dando pêsames quanto conversando entre si. Então começou a chover, e todos se foram.

Só ficou eu e Hilla, sozinhas, naquela chuva.

–Hilla. –chamei, a voz abafada.

–Sim, senhorita?

–Pode me deixar sozinha? –pedi.

Ela me olhou com cara de quem não iria deixar. Então eu disse:

–Por favor. Eu só quero um tempo sozinha com meu pai.

Ela balançou a cabeça positivamente e saiu. Mas eu sabia que ela estaria no palácio, de olho em mim.

A chuva começou a ensopar meu vestido, e fez meu cabelo começar a grudar na cabeça. Mas eu não importava.

Me ajoelhei perto da cova de meu pai e falei:

–Pai... Não sei porque você se foi. Só se passaram algumas horas, e eu já sinto como se houvessem passado milhares de anos. E a dor só aumenta. Eu queria que você tivesse aqui... –minha voz falhou. –Por que você me deixou papai? –minhas bochechas estavam molhadas, não sei se foi pela chuva ou lágrimas.

Mordi meu lábio, mas vi que não conseguiria me segurar. Um soluço irrompeu na minha garganta, fazendo meu corpo estremecer.

–Ah papai... –comecei, mas minha voz falhou.

Então escutei passos atrás de mim.

–Hilla, eu disse que queria um tempo sozinha! –berrei.

Mas a voz que falou não era a de Hilla. Era uma voz masculina:

–Acho que seria bom um pouco de companhia.

Me virei e me deparei com Nouah, com os cabelos colados na testa e um smoking velho ensopado.

Ele sentou ao meu lado e olhou para mim, pela primeira vez com uma expressão séria.

–Desculpe por não vir ao enterro. É que eu estava cuidando dos meus irmãos.

–Eles dão bastante trabalho, não é? –perguntei.

–É. –ele deu um sorriso amarelo.

Passamos um tempo em silêncio, apenas observando a chuva molhar nossas cabeças. Por fim eu perguntei:

–Não vai perguntar se eu estou bem ou algo do tipo?

–Não. –ele respondeu com firmeza. –Eu sei que você não está bem. Lembra que também perdi meu pai?

Afirmei com a cabeça. Lembrei daquele dia, do meu confronto com meu pai. Comecei a chorar novamente.

–É tão difícil assim? –perguntei. –Dói tanto assim?

–No começo, é complicado. Depois, simplesmente você aprende a conviver com a dor. Ou simplesmente tenta disfarçar a sua tristeza.

Eu o encarei. Será que todos aqueles sorrisos, todas aquelas brincadeiras... Era tudo uma maneira de disfarçar a saudade que sentia do pai? Não queria perguntar, mas as palavras jorraram da minha boca.

–Por isso todo seu bom humor? –perguntei.

–Ninguém desconfiaria que eu choro todas as noites antes de eu dormir se, durante o dia, eu conseguisse ser forte.

Olhei para as minhas mãos. Nouah tinha 3 irmãos novinhos para criar e, ainda por cima, tinha de se passar de forte. Talvez, com tudo que sua irmã passava, com todas as dores e remédios, ele não quisesse se passar por fraco e/ou ela ter motivos a mais para sofrer.

Um soluço me tirou dos meus pensamentos.

Encarei Nouah e vi que ele chorava.

Sem pensar duas vezes, o abracei. A chuva molhou nossos corpos, deixando sua roupa bastante colada a seu corpo. Já sentia meu vestido se tornar preguento, e meus cabelos estavam todos grudados na minha testa e nas minhas costas.

–Eu nunca chorei na frente de ninguém. –ele sussurrou, me apertando mais forte.

–Fico feliz por ser a primeira. –falei chorando também. Estávamos dividindo a dor, para ajudar a amenizar.

Ele se separou de mim e encarou meu rosto. Pela primeira vez, notei o quão azul eram seus olhos. Desviei o olhar e meio que sem querer, meus olhos caíram sobre seus músculos sobressalentes sobre a camisa molhada. Okay, eu estava ficando embaraçada.

Ele pegou meu queixo e levantou minha cabeça. Seus polegares limparam minhas lágrimas e eu juro que pensei que ele me beijaria, ali. Mas, ele apenas beijou minha testa. Quando voltei a encarar seu rosto, um pequeno sorriso se formou em seus lábios.

–A dor passa. Acredite. Já perdi minha mãe e meu pai. Sei como isso dói. Mas, ela passa. Ou, como já lhe disse, a gente aprende a conviver com ela.

Afirmei com a cabeça e beijei sua bochecha.

–Foi muito bom ter a sua companhia, Nouah. –agradeci.

–Igualmente. Acho que aqui irá florescer uma bela amizade!

Quando ouvi isso, lembrei de Gus, quando éramos pequenos e nos tornamos amigos. Sorri.

–Deus te ouça. –falei, imitando uma frase dita por Gus.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem! Espero que comentem e deixem uma autora MEGA FELIZ



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