Ironias do Destino escrita por Bi Styles


Capítulo 38
Capítulo 38 -Narrado por Gabriel


Notas iniciais do capítulo

oi gente
Sei que estou sumida há uns mil anos, mas cá estou eu.
Gente, sério me desculpem. A escola está me matando, passando várias coisas, então fiquei sem tempo de escrever. Espero que tenham sido pacientes e ainda estejam aqui, para comentar e me fazer feliz ♥
Acho que, para compensar essas duas semanas sem postar capítulo, esta semana postarei mais 2 ♥
Leiam e espero que gostem.



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“Gustavo não pode morrer”, pensei comigo mesmo. “Ou pode?”

“Se ele morresse, eu estaria livre para me casar com Kiara”, pensei com meu lado sombrio.

“Cala a boca Gabriel”, meu lado menos sombrio falou. “Ele é seu irmão.”

Balancei a cabeça para afastar esse pensamento. Era só o que me faltava, eu entrar em conflito comigo mesmo. Esta guerra estava me deixando louco.

Ao sair do meu torpor, vi que Gustavo se mexia, na cama improvisada que eu fizera. Ele abriu os olhos e sentou-se rapidamente, gritando de dor.

Corri até ele e falei:

–Se quiser sobreviver por mais tempo, fique deitado e quieto.

–Como eu...

–Sobreviveu? –perguntei. –É uma longa história. Mas acho que você tem bastante tempo para ouvi-la, levando em conta que você não poderá sair daí nem muito cedo.

–Como assim? Nós temos que acompanhar os combatentes e...

–Gustavo, você quase morreu. Não podemos sair com você assim. Certamente, você só iria atrapalhar.

Um misto de surpresa e raiva passou pelo rosto dele. Se ele não tivesse tão debilitado, eu teria ficado com medo de ele avançar para cima de mim. E acho que ele estava pensando nisso, mas decidiu não fazer nada. Ele apenas baixou a cabeça e falou:

–Como ainda estou vivo?

–Bem, depois que você... –comecei, mas fui interrompido por passadas atrás de mim. Levantei-me rapidamente e, ao olhar para quem estava chegando, relaxei os ombros. A garota de cabelos negros e olhos verdes se aproximava, com um andar gracioso e um sorriso no rosto.

–Que bom que ele acordou! –ela exclamou. –Estava com medo de que não resistisse, Gustavo.

Gustavo olhou para ela com tanta surpresa que pensei que seus olhos iriam saltar das órbitas. Eles já se conheciam, disso eu poderia ter certeza. Mas não viria ao caso, pelo menos não agora.

–Gustavo, esta é Vitória. –apresentei-a. –Ela me ajudou a te salvar.

–Err... obrigado. –ele falou, antes de ruborizar. Gustavo, ruborizando? Isso era uma grande novidade para mim.

–Ah, não a de quê. –ela falou, dando um meio sorriso.

–Foi bem complicado, mas conseguimos. Da próxima vez, não tente arrancar uma bala, seu idiota. –falei, colocando rigidez na voz.

–Eu pensava que estava sozinho. –ele retrucou.

–Eu tinha ido pegar um pouco de água em um riacho perto daqui. Mas, se Vitória não tivesse aparecido, duvido que estivesse vivo. Você estava sangrando muito.

–É, pude perceber. –respondeu ele com ironia. –E como vocês conseguiram estancar todo aquele sangue?

–Bem, eu sou enfermeira no hospital da cidade. Estava acompanhando os combatentes quando me perdi. Por sorte encontrei Gabriel. Como eu estava a serviços médicos, eu trouxe uma maleta cheia de coisas que os combatentes poderiam precisar. E, digamos que eu sei como retirar uma bala e estancar o sangue. –Vitória respondeu.

–Eu pensava que a bala havia atingido meu peito, já que eu sentia uma dor profunda vindo daquele lado. –falou Gustavo, desviando o olhar sempre que possível da garota.

–Foi perto da clavícula, mas não muito longe do coração. Você teve muita sorte, Gustavo. –ela respondeu, deixando transparecer interesse. –Eu consegui tirar a bala e costurar o local, estancando o ferimento.

Gustavo apenas balançou a cabeça. Ele ficou olhando para as nuvens que se estendiam a cima de nossas cabeças, como se fosse um bom divertimento. Acho que ele não queria ficar olhando para Vitória. Mas, não sei se por inocência, ou por malícia, Vitória se aproximou dele e tocou seu braço com delicadeza.

–Seu braço ainda dói? –falou suavemente.

–Não. –respondeu ele rapidamente. Ele desviou do toque dela.

Acho que ela estava “paquerando” Gustavo, se é que isso é possível.

–Gabriel, você pode pegar um pouco de água? Creio que Gustavo logo precisará se hidratar. –ela falou, tentando transparecer inocência.

Olhei para Gustavo, que me olhou com cara de: “Se você me deixar aqui sozinho com essa maluca, eu te mato”.

–Por que você mesma não vai buscar? –perguntei, arqueando as sobrancelhas.

Ela pareceu surpresa, ao receber minha resposta.

–Você, um cavalheiro, vai deixar uma dama ir sozinha a um rio buscar água, correndo o risco de ser morta?

–Você, uma plebeia, vai deixar um príncipe ir sozinho a um rio buscar água, correndo o risco de ser morto?

Ela ficou vermelha de raiva e saiu, com uma bacia na mão.

–Não precisava ser tão egocêntrico. –falou Gustavo, revirando os olhos.

–Quem é essa garota? Porque tanta repulsa por ela?

–Ela foi uma das minhas namoradas. –ele falou e suspirou. –Garotinha gentil, honesta e companheira. Mas ao mesmo tempo possessiva e ciumenta. Não sei como aguentei ela por 4 meses.

–Sério? Você estava com medo de uma ex namorada?

–Não é medo. É nojo. Quando eu decidi terminar com ela, Vitória passou muito tempo pedindo pra voltar. Chegou inclusive a ir no castelo e fez o maior escândalo na frente de Kiara. Mas aí ela simplesmente desistiu.

–E você não tinha mais ouvido falar nela?

–Não. Alguns diziam que ela passava os dias inteiros em casa, apenas estudando.

–Isso faz quanto tempo?

–Uns nove meses. Não faz tanto tempo.

–Ela é mais velha do que você?

–Não. –ele balançou a cabeça, como que para confirmar o que dissera. –Ela tem minha idade. Mas, como é inteligente, deve ter conseguido emprego no hospital. Aqui em Esmeralda, existem enfermeiros de 15 anos.

–Lá na França precisa de muito estudo para exercer algum emprego. Principalmente enfermagem ou medicina.

Ficamos um tempo em silêncio. Eu queria perguntar mais a Gustavo, saber mais sobre suas experiências. Nunca tínhamos conversado tão bem. Era bom ter um irmão com quem conversar. Mas então, eu escutei alguns passos ecoando á distância. Os olhos de Gustavo se arregalaram e ele sussurrou:

–Eu não quero ficar com essa louca em cima de mim.

–Calma. –eu respondi apenas.

Com a cabeça a mil por hora, bolei um plano. Faria algo que tiraria Vitória do caminho de Gustavo, pelo menos. Tudo bem, ela tinha salvado a vida dele. Agora ficar dando uma de “ex namorada oferecida” não era muito bom.

–Voltei. –ela cantarolou, passando por mim sem demonstrar interesse. Ela foi até Gustavo e estendeu a bacia para que ele bebesse a água.

Ao fim, ele agradeceu e Vitória começou a fazer carinho na cabeça dele. Eu, decidi pôr meu plano em ação.

–É Gustavo, está bem perto de seu casamento com Kiara. –falei, captando o olhar de surpresa de Vitória.

–Kiara vai se casar com você? –exclamou.

–Você não sabia? –indagou Gustavo. –O reino inteiro deve comentar isso.

–Eu não tenho tempo para ouvir fofocas do palácio. Vivo ocupada demais cuidando de pacientes no hospital. –ela revirou os olhos. Mas percebi que havia tirado a mão da cabeça de Gustavo.

–Pois é. –continuei. –Temos que voltar vivos para realizar este casamento. Os dois não foram feitos um para o outro? –perguntei, forçando animação que eu não possuía.

–Foram sim. –disse ela friamente e caminhou na minha direção.

Creio que a intenção dela era me ameaçar, dizer para parar de provoca-la. Mas isso não funcionou muito bem, levando em consideração que eu era uns 10 centímetros mais alto que ela.

–Gabriel, creio que já ajudei o suficiente. Devo voltar para a cidade. –ela falou, de cabeça erguida.

–Não vai mais ajudar os combatentes? –perguntou Gustavo.

–Acho que a cidade precisa mais de mim, no momento. –ela respondeu. –Que Deus ajude vocês. –falou e saiu, levando a maleta de medicamentos consigo.

...

–Consegue se levantar? –perguntei, encarando Gustavo. Estava cansado de ficar parado, só observando Gustavo dormir.

–Consigo. –ele falou e sentou-se ereto. –É, consigo.

–Vamos voltar para a cidade. –afirmei, levantando e procurando nossas coisas.

Já tinha juntado quase metade quando, de repente, Gustavo apareceu ao meu lado e me empurrou para o lado, me pressionando contra uma árvore. Sua mão direita pressionava uma adaga na minha garganta.

–Não tente fazer com que eu vá para a cidade, ou vou ter que te matar. –ele falou, com a voz áspera.

–Me mate então. –respondi. –Não vou leva-lo para o meio de uma guerra. Isso seria suicídio para nós dois. Por que você não entende?!

Seus olhos azuis estavam brilhando de raiva.

–Você que não entende, Gabriel. Meu irmão está lá, dando a vida por isso! Enquanto nós dois estamos aqui, observando. ISSO É RIDÍCULO. É COISA DE COVARDE.

Ele pressionava a adaga cada vez mais na minha garganta, inconscientemente. Acho que ele não sabia que estava me machucando até fazer um corte superficial na minha garganta. Ele se afastou, expressando arrependimento e disse:

–Não me impeça, por favor.

Passei a mão pela minha garganta retirando um pouco de sangue. Pensei por um instante e falei, decidido.

–Sabe, se for para morrermos, que morramos juntos, então.

No mesmo instante, ele sorriu para mim e pegou sua mochila. Eu peguei a minha e caminhamos floresta adentro

"Se for para morrermos, que morramos juntos"

Continua...


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Notas finais do capítulo

IHUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU
Espero que tenham gostado do capítulo e comentem o que acharam.
Se foi excelente, bom, mais ou menos, ruim, péssimo ou bom de jogar fora. TANTO FAZ :D
Quero a opinião de vocês.
Bjssss e até logo!



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