Ironias do Destino escrita por Bi Styles


Capítulo 36
Capítulo 36 -Narrado por Gustavo


Notas iniciais do capítulo

Oiee gente!
Desculpem-me pela demora, mas tive uma semana de provas e foi meio difícil fazer esse capítulo. Além disso, no último capítulo, os comentários foram tão poucos que eu achei que vocês não estavam gostando mais da fic e que tinham desistido. Então eu fiquei bem desanimada para fazer outro capítulo. Mas, cá estou eu com outro capítulo. E eu espero que gostem dele e tentem não chorar.
P.S.: ESSE CAPÍTULO É NARRADO POR GUSTAVO.



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Eu e Gabriel nos viramos devagar e nos deparamos com um homem de estatura média. Ele nos encarava com os olhos escuros semicerrados.

–O que deseja? –perguntou Gabriel.

–Só gostaria de saber o que policiais fazem na ponte para fora da cidade. –o homem respondeu, com a voz de deboche.

–Ouvimos barulhos estranhos vindos daquela direção. No meio dessa guerra, precaução é necessária. –respondi, com a voz bastante firme.

–E encontraram algo? –insistiu o homem.

–Não fomos checar. O senhor nos interrompeu antes de chegarmos lá. Agora, se nos der licença... –Gabriel falou e se virou.

Mas, antes de prosseguirmos, o homem nos alcançou e disse:

–Eu posso acompanhar vocês.

–Não. Não pode. –falei, quase perdendo a paciência com aquele homem. –Nenhum civil pode nos acompanhar. Pode ser perigoso.

–Não, tudo bem. Eu gosto do perigo. –o homem insistiu novamente.

Gabriel olhou para mim, arqueando as sobrancelhas. Ele também perdera a paciência. Eu respirei fundo e peguei meu arco. Da minha aljava, alcancei uma flecha e mirei no homem.

–Ou você sai daqui agora, ou atiro essa flecha em você. –falei.

–Você não teria coragem. –o homem debochou.

–Mas eu sim. –falou Gabriel, posicionando sua flecha no arco e a apontando para o homem. –Vai tentar a sorte?

O homem engoliu em seco e correu.

Então atravessamos a ponte sem mais nenhum obstáculo.

....

Ao fim da ponte (que por sinal era enorme),paramos para descansar. Bebemos um pouco de água e seguimos em frente.

A cada passo que dávamos, sentia o meu fim chegando. Parecia que a morte estava me chamando, me embalando em seus braços. E isso me deixava assustado.

A modéstia parte, eu era muito corajoso. Porém, quem disser que vai á uma guerra sem temer a morte, é muito mentiroso.

De vez em quando olhava para Gabriel e podia ver que ele também exalava medo. E ele nem deixou sua noiva para trás.

Então me lembrei de minha mãe... Quer dizer, minhas mães. E meu coração congelou por um instante. Se Kiara já tiver contado, elas estarão abaladas. Meus pais também. Arthur... já não posso ter tanta certeza. Ele ainda é muito novo para entender coisas do tipo. Porém, quando ele crescer, saberá que seu irmão se sacrificou pelo seu país.

Não sei que cara eu fiz, ou que sinal eu dei, mas Gabriel me olhou e pediu para eu parar.

–O que houve? –ele perguntou.

–Eu estou com medo. –respondi, sem ter medo de esconder minha covardia.

–Não é o único. –ele respondeu e sentou-se em uma pedra perto dali.

Sentei-me ao seu lado.

–Você já parou para pensar em como devem estar nossa mãe? –ele perguntou.

–Já. –falei, sentindo o coração ficar pesado novamente. –Também pensei na minha outra família...

–Isso tudo é uma idiotice, sabe. –ele falou, e fiz que soava nervoso, como se quisesse chorar. –Pra quê fugimos? Quando chegarmos lá, seremos mortos no mesmo instante. Nós só temos essa droga de arco e flecha.

“Ele fala como se perdesse algo valioso”, pensei comigo mesmo. Gabriel parecia o tipo de homem que não temia perder nada. Porém, quando ele falou isso, soou como se estivesse perdendo uma parte de si e estivesse com uma profunda tristeza por causa disso.

Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ele falou:

–Sabe, Gustavo, antes de sair do palácio, eu fiz uma promessa pra Kiara. –ele engoliu em seco. –E, tenho que manter você vivo. Muitas pessoas estão esperando por você.

–Você viu Kiara antes de irmos embora? –perguntei.

–Não, não é nada disso. Ela não sabe desta minha promessa. Eu fiz ela, digamos que silenciosamente.

Ele deu um sorriso fraco e eu percebi que ele falava a verdade.

–Gabriel, muitas pessoas esperam por você.

–Quem? Meu cavalo quem sabe... –ele retrucou.

–Gabriel, estou falando sério. A mamãe te ama, e o papai também. Não acho que eles gostariam de te perder.

Ele sorriu em deboche.

–Eles não vão sentir minha falta com você lá. Além disso, Kiara precisa de você.

Passamos um tempo em silêncio. A verdade era que, mesmo Kiara precisando de mim, eu não iria voltar para o palácio sem Gabriel.

Eu iria dizer isso, quando ouvi um estalo vindo do lado de Gabriel.

Nos levantamos, em alerta. Coloquei meu arco á postos, assim como Gabriel. Olhei para os lados, com o coração batendo a mil.

Eu havia escutado algo, não era paranoia minha. Então ouvi outro estalo. Desta vez, vindo de mais perto. Meus olhos se voltaram para trás de Gabriel, onde vi um movimento e um objeto sendo lançado na nossa direção.

–Granada! –gritei e pulei por cima de Gabriel, levando nós dois ao chão.

A granada explodiu, mas não foi uma explosão muito forte. Era uma granada caseira, supus mentalmente.

Nos levantamos rapidamente, á tempo de ver dois homens saírem da escuridão, com armas de fogo apontadas para nós.

–Se rendam e nós teremos misericórdia de vocês. –um dos homens falou.

Soltei um riso fraco.

–Acha que viemos até aqui para nos entregar? –falei e Gabriel gargalhou ao meu lado. –Porém, se quiserem se entregar...

Foi aí que um deles atirou contra mim. Um tiro pegou em cheio no meu braço. O outro pegou em um local bem próximo do meu peito. A dor foi tão intensa que pensei que eu iria desmaiar. Minha visão ficou turva.

Minha última visão foi Gabriel desviando dos tiros e atirando contra os dois, que caíram inertes no chão. Ele correu até mim e balbuciou algumas coisas, as quais não entendi nada. Então tudo escureceu.

...

Acordei espantado. Eu estava deitado em algum lugar, e meu braço latejava muito. Tentei me sentar, porém sem sucesso. A dor me impediu. Meu peito queria explodir de tanta dor.

Quando olhei para o meu braço, vi que ainda sangrava. E muito. Se continuasse daquele jeito, eu iria morrer mais cedo do que esperava.

Eu tinha que escolher uma das duas feridas para tratar primeiro, então escolhi a do braço.

Subi a manga da camisa lentamente, gemendo de dor. Não queria gritar para não chamar atenção. Ao observar o ferimento, vi que estava bastante horrendo. Tinha sangue e pus ao redor de uma bala. Trinquei os dentes. Era muita dor.

Então olhei ao redor á procura de Gabriel. Ele não se encontrava á nenhum lugar a vista.

E o lugar não era o de antes. Certamente Gabriel havia me levado para mais longe ou algo do tipo.

Passei a mão pela minha cabeça e percebi que ela estava molhada de suor. E eu estava com muita febre. Será que eu estava morrendo?

Voltei minha atenção para a ferida. Eu tinha que tirar aquela bala. E tinha que ser logo.

Levantei, gritando de dor ao pôr os pés no chão. Se alguém tivesse me escutado, esse era o fim. Porque Gabriel havia me abandonado, afinal.

Procurei minha mochila e peguei alguns panos que haviam dentro dela. Torci um deles e o mordi. Então peguei uma pequena pinça que eu havia levado (não me pergunte porque levei uma pinça), e tentei puxar a bala do meu braço.

Foi nessa hora que eu mordi o lençol com toda a força. A dor era muito grande. Mas eu não iria desistir. Peguei a pinça e puxei a bala com uma força maior.

O pano meio que pulou da minha boca, pelo tamanho do meu uivo de dor. Era um uivo desumano, parecido com o de um animal.

“Me livrei da bala”, pensei vitorioso, em meio á um mar de dor. Mas então lembrei da bala perto do meu peito.

Eu comecei a suar mais, e meu braço latejou mais. Quando olhei para a minha blusa, percebi que ela encharcava de sangue. O sangue proveniente do meu peito.

Coloquei um pano na região, mas ele ensopou em menos de 2 minutos. A dor estava muito insuportável.

Eu comecei a sentir a vida se esvair de mim. Minha respiração estava vacilando, e meus olhos pesavam.

Então eu vi Gabriel correndo em minha direção, com uma espécie de recipiente cheio de água.

–Ah, seu idiota! –ele exclamou, mas percebi que não era de raiva, mas de tristeza, de desapontamento. –Por que fez isso Gustavo?

Eu não tinha forças para responder.

Ele molhou alguns panos na água e pressionou contra o meu peito.

–Você é um imbecil Gustavo! Um imbecil! –ele gritou, com raiva.

Por meio da minha visão turva, percebi os montes de panos encharcados de sangue sendo jogados no chão.

–Eu vou dar um jeito. –ele sussurrou. E correu para pegar algo em sua mochila.

Dizem que quando você está prestes a morrer sua vida passa diante de seus olhos. E foi o que eu vi.

Desde quando eu era pequeno, até quando eu e Gabriel partimos para cá. Era uma série de flash’s back’s totalmente desordenados.

Eu olhei uma última vez para o meu peito encharcado de sangue. Mas eu não podia fazer nada.

Eu iria embora antes de concluir minha missão. Antes de levar Kiara ao altar.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Será o fim de Gustavo? :'(
COMENTEM, FAVORITEM E ACOMPANHEM! AH, E RECOMENDEM TAMBÉM! BEIJOS DA TIA BIANCA!



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