Ironias do Destino escrita por Bi Styles


Capítulo 31
Capítulo 31


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoas!
Antes de vocês lerem o capítulo, queria dizer que, pra quem quiser me conhecer um pouco mais, visite meu perfil aqui do Nyah!, onde eu postei 40 fatos sobre mim.
Agora, podem ler o capítulo!
P.S: Esse capítulo já vai ser narrado por Kiara, ok?



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Depois da minha conversa com meu pai, fiquei pensativa. Ele não poderia fazer nada, mas Jorge Vanseford podia. Se Gustavo tinha nacionalidade francesa, eu poderia muito bem me casar com ele. Me casaria na França, e ninguém me impediria.

Olhei barulhos vindos do corredor e espiei pela porta do meu quarto. Gus estava indo em direção ao quarto de Daniela e Jorge. Iria ter confusão. “Não se intrometa em discussões familiares, Kiara”, uma voz dentro da minha cabeça disse. Então decidi apenas observar. Se ficasse violento, eu chamaria ajuda.

Só que, depois de espiar um pouco, vi uma coisa que me deixou abobalhada: Gus abraçou Daniela. Então depois chegou Jorge, que disse algumas grosserias e entrou no quarto. Logo em seguida, entrou Gus e Daniela.

Então eu entrei no meu quarto. Eu não estava entendendo nada. Mas, logo mais Gus iria me ajudar a entender. Sentei em minha cama e esperei. Então ouvi uma batida na porta e corri para abrir. Mas não era Gus. Era Gabriel.

–Posso entrar? –perguntou ele, com o olhar perdido.

–Claro. –respondi. Eu me sentei em minha cama e ele sentou na ponta, á uma distância segura de mim.

Porém, Gabriel começou a chorar. Não aquele choro descontrolado. Ele chorava de uma maneira raivosa, trincando os dentes para não escapar nenhum grunhido.

–Kiara, eu perdi tudo. –ele falou baixinho. –Perdi meus pais, perdi minha posição de príncipe... –ele fez uma pausa. -... e eu perdi você.

–Gabriel, você não perdeu seus pais, nem sua posição de príncipe. Além disso, eu terei de casar com você.

–Claro, Kiara. –falou ele em ironia. –Meus pais não olham mais na cara desde que revelaram que Gustavo era filho deles. Assim, penso que perdi meu lugar na família. E você vai se casar com Gus. Eu perdi tudo o que eu tinha de importante na minha vida, Kiara.

Não soube o que dizer. Não poderia dizer que era mentira, porque o que eu estava vendo nas últimas horas comprovava tudo o que Gabriel dizia. Mas meu pai me disse que eu iria casar com Gabriel e nem mesmo ele, o rei, poderia mudar. Certamente algumas leis poderiam ser burladas.

–Gabriel. –falei e peguei sua mão. –Você nunca me perderá. Eu sempre estarei aqui. Pra você desabafar, para lhe dar conselhos. Poderemos ser amigos.

Ele soltou um riso fraco.

–É por isso que estou aqui. –falou.

–Pelos conselhos?

–Pelos conselhos, para desabafar... –ele suspirou. –Eu quero sua ajuda.

–Tudo bem. Me diga o que passa pela sua cabeça.

–Eu pensei em fugir. Ou até mesmo voltar para a França. Creio que Hanna me aceitaria de volta. Depois eu pensei em... fugir do mundo. Acabar com meu sofrimento.

–O quê? –perguntei, quase gritando. –Você iria fugir do mundo como um covarde? Ao invés de encarar o mundo você simplesmente iria se matar?

Ele ficou em silêncio.

–Sua mãe iria ficar destroçada. Ela acaba de ganhar um filho e perde o outro?

Ele permaneceu em silêncio.

–Eu estou falando com você, Gabriel! –gritei.

–Gustavo tem razão. Eu sou um idiota. –ele falou, com tom amargo.

–Ei! –exclamei. –Eu gostava mais quando você se gabava por ser tão magnífico!

Ele riu.

–Obrigado Kiara. –ele disse e me abraçou.

Encostei minha cabeça em seu ombro e suspirei. Não aqueles suspiros de quem está apaixonada. O meu suspiro foi mais como um sintoma do alívio que eu estava sentindo. Conversar com Gabriel me deixou mais leve e mais calma.

Entretanto, a porta se abriu, e eu observei os olhos azuis de Gus me encarando, a procura de explicações para aquela cena.

–O que está havendo aqui? –perguntou ele, deixando a raiva evidente na sua voz.

–Eu só queria conversar com ela, querido irmão. –falou Gabriel, ironizando a palavra irmão.

Gus então agarrou Gabriel pelo seu colarinho e o levantou do chão.

–Não ouse me chamar de irmão, seu idiota! –gritou Gus.

–Gustavo! –gritei. –Pare com isso agora!

Ele então me olhou, os olhos confusos.

–Solte Gabriel. Agora! –exclamei.

Gus soltou Gabriel, que começou a limpar sua roupa de forma egocêntrica.

–Vou dar espaço para vocês dois. –ele falou e saiu.

Gus permaneceu na porta com uma cara de raiva/confusão.

–Posso saber o que estava acontecendo? –ele perguntou.

–Gabriel veio falar comigo. E só.

–E aquele abraço foi uma maneira de conversarem?

–Foi sim. Amigos geralmente se abraçam.

–Você e Gabriel não são amigos.

–Vejo que você não sabe de nada sobre mim. Eu e Gabriel sempre fomos amigos! –falei, a raiva crescendo dentro de mim.

–Eu sei o suficiente pra saber que você nunca foi amiga de Gabriel.

–Gus, saiba que não sou como Gabriel e escuto tudo de boca calada. Porém, não quero brigar com você. Vamos mudar de assunto, por favor.

–Não. Não vamos. –ele falou, como se tivesse autoridade o suficiente para isso.

–O fato de você ser príncipe está lhe transformando em outra pessoa, não é? Ótimo. –falei e cheguei perto dele. –Vá embora, príncipe Gustavo.

–Não vou. –ele suspirou. –Só que eu vim com uma notícia tão boa e de repente vejo você com Gabriel...

–Você sabe que meu coração é só seu, Gus. –falei, com toda a sinceridade do mundo. –Você deveria confiar mais em mim.

–Eu confio em você. Só não confio em Gabriel.

–Você sabe que agora são da mesma família, não é? Agora vão ter de se aturar.

–Não me lembre disso. –ele bufou.

–Você tem que aguentar, Gus. –eu falei e sorri. –Qual é a boa notícia mesmo?

–Ah sim! –ele exclamou. –Eu estava conversando com Jorge e ele disse que eu ... que eu... –ele pigarreou, sem graça. –Que eu poderei me casar com você.

–Sério?! –perguntei e gritei de entusiasmo. Estava tudo dando certo. Estava tudo dando certo!

Corri e abracei Gus forte. Ele ria em meu ouvido. A felicidade transbordava da minha boca. Nunca havia sentido nada igual.

Olhei para Gus e seus olhos azuis cintilantes. Brilhantes. Como eu amava aqueles olhos. Peguei seu rosto e pressionei contra o meu. Nossos lábios se encontraram e eu tive a certeza que eu buscava: eu iria ser feliz.

Senti passos se aproximarem. Quando olhei, vi um Jorge Vanseford pálido, de aparência bastante preocupada.

–O rei Charles espera vocês dois no escritório dele. –falou.

Então seguimos ele.

....

Atravessamos muitos corredores. “Eles não nos deixarão casar”, era o pensamento que inundava minha mente. “Minha felicidade veio tão inesperada e foi-se tão depressa...”

Quando chegamos nas portas do escritório, peguei na mão de Gus. Suas mãos estavam suadas e frias. Ou seriam as minhas?

Ele olhou pra mim, deu um sorriso torto e abriu a porta.

Alguns guardas estavam lá, assim como Gabriel, Daniela e meu pai. Também estava lá Hugo, irmão de Gus.

Gus apertou minha mão. E nos sentamos.

Meu pai arqueou a sobrancelha para Gus, que apenas sorriu. Então ele pigarreou e começou:

–Eu convoquei esta reunião por causa de uma coisa muito importante. E como temos aqui futuros rei e rainha de Esmeralda, achei importante avisar-lhes. Kiara e Gustavo, vocês tem a minha permissão para o casamento.

Meu coração deveria estar jogando confete. Sorri de orelha a orelha, de tão feliz que estava.

–Entretanto, não sei se será possível fazer o casamento logo. –meu pai continuou. –Nós estamos com um problema gigantesco, e seria muito inapropriado uma festa neste momento.

–Qual problema? –perguntou Gus, franzindo as sobrancelhas.

–Uma guerra se aproxima. –disse Jorge, friamente.

–Guerra? –perguntei, horrorizada. –De proporção mundial?

–Não. –meu pai respondeu, para o meu alívio. –A Rússia não está muito satisfeita com as nossas decisões.

–Explique melhor, majestade. –pediu Gabriel, aparentando interesse.

–A Rússia sempre teve algo contra a monarquia capitalista. E, desde o final da última guerra mundial, eles tem aparentado insatisfação perante nossa adoção a monarquia. Eles querem que viremos socialistas e nos tornemos aliados deles. Caso contrário, vão declarar uma guerra. –meu pai estava abatido.

–Mas por que eles querem aliados? –perguntou Gus.

–Eles querem transformar o mundo capitalista em um mundo socialista. E, acham que só será possível se ocorrer uma guerra. Portanto, querem aliados para ajuda na causa. –respondeu meu pai.

–Algum país já aderiu a esta causa? –interrogou Gabriel.

–Países pequenos, apenas. –intrometeu-se Jorge. –Por isso que eles querem Esmeralda, já que é um país de grande porte. E também querem a França.

Todos ficaram em silêncio. Certamente, ninguém queria uma guerra. Principalmente contra a Rússia. Ela controlava a indústria de armas fazia muito tempo, tanto que ninguém desobedecia a suas ordens. Nenhum país possuía as armas que a Rússia possuía.

E todos temiam que isso se tornasse um conflito mundial. Ninguém queria que mais pessoas morressem. Só que, se tornar escravo da Rússia não era uma boa saída.

–Por que não tentam negociar? –perguntou Gabriel, fazendo com que todos olhassem para ele.

–Já tentamos. Várias vezes. Mas não há como negociar com a Rússia. –respondeu meu pai, com aparência cansada. Aquilo o estava esgotando.

–Deveríamos então aceitar o acordo. –interveio Gus. –Não porque somos covardes, mas sim porque queremos poupar vidas.

Todos começaram a falar de uma só vez. Somente eu fiquei em meu mundo particular. Eu decidi pensar como a Rússia pensaria. Certamente, ela sabia que seu poder era máximo e que ninguém teria coragem de se impor a ela. Ela só dava duas opções porque sabia que todos os países só tomariam a opção de se tornar socialistas. Por isso que ela está com a ideia de tornar o mundo socialista. Porque ela acha que tem poder o suficiente para isso.

As discussões cessaram aos poucos, enquanto minha cabeça estava funcionando. Quando estavam todos em silêncio, eu tomei a palavra:

–E por que não resistimos? –todos olharam horrorizados para mim. –Por que não deixamos que ela nos declare uma guerra?

–Kiara, você está louca? –perguntou Gus, olhando para mim.

–Estou mais lúcida que o normal. –respondi. –Eu só acho que, o que a Rússia quer é controlar o mundo. Nós temos de resistir para ela saber que não tem todo esse poder.

–Não temos armas. –retrucou Gabriel.

–Mas temos homens. –respondi, mantendo a voz firme. –A Rússia não tem uma população muito grande, apesar de seu território ser gigantesco. Nossa população é o dobro da dela. E, se pensarmos direito, temos um ótimo arsenal, para nos fornecer armas. –falei e pisquei para Hugo, que assentiu.

–Não creio que muitos homens se candidatassem para serem soldados. As pessoas tem medo. –meu pai falou.

Todos ficaram em silêncio.

–Elas se sentiriam encorajadas caso tivessem algum tipo de líder. –falei, quebrando o silêncio. –Principalmente se fosse alguém do castelo.

–Quem se candidataria á ser um líder? Todo mundo, inclusive os do castelo, tem medo. –balbuciou Jorge.

Novamente ficou um silêncio no ar. Percebi que duas pessoas estavam inquietas, então senti que elas iriam fazer algo. Não demorou muito para que elas se manifestassem.

–Eu me candidato. –falaram Gus e Gabriel em uníssono.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Gente, só eu que super gosto do "amor fraternal" entre Gus e Gabriel? *--* Ou eu sou doente mesmo? :v
Acho que sou doente mesmo :v
CADÊ OS REVIEWS? :(



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