Ironias do Destino escrita por Bi Styles


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Meus leitores amados! Desculpem pela demora pra postar este novo capítulo... Ele demorou, mas veio cheio de novidades. Preparem seus coraçõezinhos! KKK
Espero que gostem!



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Levei um susto. Mas me obriguei a relaxar quando vi que não era meu pai.

–Guarda Richers. –falei e acenei com a cabeça.

–Princesa. –falou ele e fez uma reverência. –Acho melhor a senhorita não mexer nisto. –continuou ele. –Seu pai não iria gostar.

–Mas o senhor não acharia justo eu ler as cartas da minha mãe?

–Sim ,acharia. Mas seu pai não pode nem sonhar que você abriu esta pasta. Ela vai estar na biblioteca logo, logo. –respondeu ele e sorriu. –É melhor se sentar, antes que seu pai chegue.

–Tudo bem. Pode voltar ao seu lugar. –respondi e esperei ele cruzar a porta. O sr.Richers sempre foi um bom guarda. Já trabalhava aqui desde meu nascimento, portanto me viu crescer. Não tinha como não confiar nele. Sentei na cadeira e esperei meu pai chegar.

Depois de uns 15 minutos, ele chegou. Sentou-se na cadeira á minha frente e me encarou. Por fim, sorriu.

–Boas notícias! –falou em alto e bom tom.

Pela minha expressão curiosa, ele continuou.

–Mandei uma carta ao rei da França, confirmando que você aceitou o pedido. –ele falou e sorriu. –Você me deixou muito orgulhoso filha. –ele levantou e estendeu os braços. Ele queria me abraçar?

Fui ao seu encontro e o abracei. Segurei com força as lágrimas, que, a qualquer momento poderiam cair. Eu não queria me casar. Mas aquilo que meu pai disse... Ele estava orgulhoso de mim. O abracei mais forte. “Ainda vou te deixar mais orgulhoso ainda, papai”, pensei.

...

–Então o rei está de bom humor. –falou Charllote, que estava sentada em uma cadeira perto de minha cama –Isto é bom, não é?

–Para todos, inclusive a mim. Ele me tratou de uma forma tão... carinhosa. –respondi.

–Isso quer dizer que a gente pode fazer de tudo e ele não vai dizer nada? –perguntou Hilla, sentada na cama perto de mim. Desde que eu voltara da conversa com o meu pai que ela estava quieta. Algo havia acontecido e eu ia descobrir.

–Não é pra tanto Hilla. –falei e sorri. –Meu pai está de bom humor, e não cego. –continuei e elas riram. Peguei um copo de água que estava sob minha cabeceira.

–Srta Kiara, não achou Hilla mais calada? –perguntou Charllote sorrindo.

–Notei. –falei e bebi um gole.

–Ela se encontrou com o galã de novela! –falou Charllote e, ao perceber minha cara de interrogação continuou. –O Gustavo ,Kiara!

Não sei o que deu em mim. Quando vi, já tinha cuspido toda água em cima de mim. Dei umas tosses exageradas e encarei Hilla. Não pude esconder a frustação no meu rosto.

–Charllote! Olha o que fez com a Kiara! –disse Hilla, já enxugando a água da minha roupa –Desculpe srta., o que foi?

–Esta água estava meio-o... –gaguejei. Recuperei a postura. –Meio salgada.

–Salgada?! –perguntou Charllote. –Vou perguntar na cozinha o que houve.

–Não, não precisa. Deve ter sido impressão minha. –falei e dei um sorriso torto.

Hilla ainda me olhava como se não tivesse engolido a minha resposta. Ela, apesar de sonhadora, era muito esperta. Deve ter notado minha cara ao ouvir a confissão de Charllote. Mas queria saber mais.

–Mas Hilla, como foi o grande encontro? –perguntei.

–Não foi um grande encontro. –falou ela. –Eu só me esbarrei nele.

–Mas ele falo algo? –perguntei novamente.

Ela se mexeu, desconfortável.

–Ele me perguntou quem era e, de um jeito cavalheiro, me pediu desculpas. –suspirou –Ele me chamou para um lanche no jardim amanhã. –ela corou. –Claro, que se eu puder ir.

–Não, claro que você irá! Ele é seu grande sonho, não é?

–Sim princesa. Ele é. –respondeu ela sonhadora.

–Pois pronto. Amanhã passarei o dia quase todo praticando arco e flecha, mas Charllote pode ajudar. –respondi, quase entalando com meu choro na garganta.

–Princesa, você é a melhor! –falou ela e me abraçou.

Nesse tempo abraçadas, não pude parar de pensar no Gustavo. Meu Deus, por que aquele fato de ele se encontrar com outra garota, sendo que ele já havia se encontrado com várias, me incomodava tanto? O que estava acontecendo comigo?

–Princesa, acho que está na hora de se arrumar... –falou Charllote. –Um coque talvez?

–Pode ser. –falei. Queria o mais simples possível. Queria ficar um tempo sozinha.

–Vou pegar sua roupa. –disse Hilla.

–Hoje é o dia da camisola azul marinho. –gritou Charllote.

–Argh! Não gosto dele. –falei fazendo careta.

–Incrível como alguém como você mesmo fazendo careta fica linda. Incrível! –falou Charllote e começou a fazer o coque. Como ela era bem hábil com o cabelo, fez em menos de 6 minutos. Nesse momento, Hilla chegou trazendo minha camisola “preferida”.

A vesti e me despedi das minhas criadas. A hora que eu mais gostava da noite... A hora de dormir e chorar em paz, sem ter ninguém te observando. Sempre fui tímida e nunca quis chamar atenção. Por isso que, quando via uma oportunidade sozinha, chorava até não poder mais. Mas, naquele dia estava sendo diferente. Eu não chorava de tristeza. Era de raiva.

...

Assim que o sol raiou, eu já estava acordada. Mal dormi durante a noite. Me espreguicei e apertei no sino que se encontrava ao lado de minha cabeceira. Logo, veio Charllote, desacompanhada da irmã.

–Bom dia princesa! –falou ela.

–Bom dia. –falei sem ânimo.

–Cadê o ânimo para as aulas de arco e flecha? –perguntou ela. Notei que estava mais contente. O por quê, eu não sabia.

–Acho que esse tal de ânimo me abandonou. Quase não dormi esta noite.

–As olheiras não estão tão profundas, um pouquinho de maquiagem e resolve. Vamos logo ou quer que eu cancele as aulas de hoje? –perguntou.

–Cancele as de hoje, por favor. –falei e caminhei até a varanda. Fechei os olhos e senti a brisa leve da manhã. Estava um pouco nublado, então estava perfeito para um piquenique. Tão perfeito que, logo mais na frente do onde meu professor de arco e flecha, encontravam-se sentados Gustavo e Hilla. Apesar de serem criados, não estavam em trabalho. Estavam de folga. Meu pai não poderia fazer nada. E, não seria o dia todo.

–Mudei de ideia Charllote. Pode preparar meu banho por favor? –perguntei.

...

Coloquei um dos meus vestidos preferidos. Ele ia até os joelhos, e tinha a estampa floral. Coloquei sapatinhos de boneca e Charllote fez um rabo de cavalo para completar.

Cheguei no jardim e caminhei graciosamente até o meu professor. Notei que Gustavo e Hilla estavam sentados no mesmo local que eu estava ontem...

Charllote postou-se ao meu lado e o professor, Mark, começou a aula. Tentei me concentrar, juro! Mas as conversas de Gus e Hilla, que ecoavam atrás de mim, não deixava. Por fim, deixei escapar um suspiro e prestar atenção. Concentrei e consegui atirar 5 flechas no pontinho vermelho. Charllote vibrou e sorriu para Mark.

Bem, acho que eles se gostavam. Mark era quase da mesma idade de Charllote, e os dois combinavam perfeitamente. Charllote, a certinha, com Mark o palhaço. É, daria muito certo. Sorri e consegui atirar mais 3 flechas no ponto vermelho.

–Muito bem Kiara! –falou Mark, ajustando seu chapéu. –Vamos tentar agora á uma distância menor, depois tentaremos para a maior, tudo bem?

–Claro. –respondi. Preparei a flecha. Me concentrei no ponto vermelho. Mas, assim que eu ia atirar, ouvi uma frase da conversa dos “pombinhos”.

–Você é demais! –falou Gustavo. –Tão linda...

Ouvi um suspiro vindo dela. Atirei a flecha sem ver pra onde estava apontando e... bem... ela quase matou Mark. Foi parar no chão junto com seu chapéu.

–Tudo bem. Tudo bem. –falou ele calmamente pegando seu chapéu. - Um erro de percurso. Quer tentar novamente, ou descanso por 5 minutos?

–Um descanso cairia bem agora. –falei.

Ele saiu e disse que iria até a cozinha. Eu e Charllote nos sentamos na mesa ao lado deles. Gus me olhou e sorriu.

–Bom dia princesa! –falou. –Andou quebrando muitos saltos por aí?

Não acredito que ele disse aquilo. Hilla e Charllote me encararam. Dei um riso e o olhei.

–Já os mandei pro conserto. –respondi.

–Ah bom. –falou ele, e continuou a conversar com Hilla me ignorando completamente.

Me voltei para Charllote que tinha uma expressão interrogativa no rosto.

–Err... Bem. Charllote, sabia que logo teremos um casamento? –falei tentando mudar de assunto.

–A senhorita aceitou? –perguntou ela. Percebi que Gus me olhava e que havia parado a conversa. Conhecia esse joguinho dele, e agora eu ia participar.

–Meu pai já mandou a carta confirmando o pedido. –falei. –Creio que, daqui á alguns meses, o príncipe chegará.

–Ouvi falar que ele é muito bonito. –falou Charllote. Ela percebeu minha cara e completou: -Claro que para a senhorita. Não para mim.

Ri. Charllote como sempre tentando se justificar.

–Vai ser a festa do ano! –falou Hilla. Pensava que ela não tinha escutado.

–Certamente. Todos do reino serão convidados. –falei e olhei para Gus. –Quer dizer, quase todos.

Gus me encarou e baixou os olhos. O vi encarar o chão por alguns minutos, até que voltou sua atenção para mim.

–Com certeza a princesa não irá gostar de pobres invadindo sua festa. –falou e saiu.

–Não foi isso que eu quis dizer. –falei. –Gus! –disse e corri atrás dele.

Quando o alcancei, o segurei pelo braço.

–Não foi isso que eu quis dizer Gus. Meu pai não permitirá chamar a todos. –falei.

–Principalmente á mim. –respondeu.

–Gus...

–Olha princesa, –odiava quando ele não me chamava pelo nome. –desculpe pelo o que eu vou dizer, mas você não passa de uma marionete de seu pai. Você é uma garota mimada e que quer todos aos seus pés. Mas eu não sou como suas criadas. Sou um POBRE mas que sei valores, diferentemente de você.

–Você não sabe de nada do que eu passo! –gritei.

–Ah claro. Só por que não ganhou o presente que queria de aniversário? –gritou ele. –Me poupe princesa. Me poupe. –e saiu.

O choro quis vir neste momento. Mas, não queria chamar atenção. Simplesmente me virei e andei calmamente até as meninas, que estavam boquiabertas.

–Princesa... –começou Hilla.

–Quer que eu chame o seu pai? –perguntou Charllote.

–Não meninas. O que ele falou foi tudo verdade. –falei, a voz meio embargada pelo começo de choro. –Cancele minhas aulas por hoje, estou com muita dor de cabeça.

–Sim senhorita. –falaram as duas em uníssono.

...

Entrei pelo salão principal e subi as escadas o mais rápido que pude. O longo corredor do meu quarto estava vazio, portanto, já poderia começar a chorar. Mas então avistei meu pai, do lado oposto ao meu quarto, observando um quadro.

–Bom dia papai. –falei ao me aproximar. Minha intenção era passar direto, mas ele me deteve.

–Bom dia querida. –falou. –Não deveria estar na sua aula de arco e flecha?

–Estou com dor de cabeça. Me desculpe, mas gostaria muito de descansar um pouco.

–Quer que eu chame o médico? –perguntou ele, preocupado.

–Não precisa. –falei. –Só um descanso basta.

–Tudo bem. –falou e me soltou.

Entrei no meu quarto e esperei os passos do meu pai desaparecerem pelo corredor. Aí foi que eu desabei. As lágrimas escorriam sem dó nem piedade. Aquilo que o Gus fez foi... Não sei nem como descrever. Todos falavam isso para mim, mas quando vem da boca do Gus, é diferente. Aquilo doeu na alma. Ele era meu amigo há tanto tempo e, em apenas poucos minutos faz aquilo? O que estava acontecendo?

Continua...


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Notas finais do capítulo

Garanto que o próximo sairá mais cedo... Bj*