Ironias do Destino escrita por Bi Styles


Capítulo 19
Capítulo 19


Notas iniciais do capítulo

oi.
Sei que atrasei bastante o capítulo, e mil desculpas por não ter postado antes. Mas vou dizer os motivos: Primeiro, eu ia postar no feriadão, só que meu notbook ficou com problema '-'. Segundo, eu ia postar ontem, então a internet caiu '-'. Mas, graças aos deuses, está funcionando e lá vai um capítulo fresquinho!

Sim, para esclarecer uma coisinha: Cata é como se fosse a nossa carteira de identidade, com nossos dados. Desculpe por não ter colocado no outro capítulo, postei ele com pressa e me esqueci. Mas vou fazer o possível para fazer outro capítulo. Ah, e para compensar, fiz um enorrrrmeeee! Espero que gostem!
P.S.: Onde tiver uma estrelinha (*), é uma coisa que eu inventei e terá seu significado ou curiosidade nas notas finais.



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–Não sei o que está querendo dizer. –respondi, me sentando no chão próxima a ele.

–Não se faça de idiota, Kiara. Eu odeio quando faz isso. –falou ele num tom frio.

–Juro que não sei o que está querendo dizer. –falei tentando olhar nos seus olhos, mas ele desviava o olhar.

–Eu vi sua cena com o Gabriel. Vai me dizer que aquilo era encenação?

–Claro! –falei. –Eu queria pegar a Cata e...

–Para mim isso não passa de uma desculpa esfarrapada para ficar perto de Gabriel.

–Eu... Eu... Não quero ficar perto de Gabriel.

–Não foi o que demonstrou lá em cima.

–E o que você fazia lá em cima? –perguntei tentando mudar de assunto.

–Te esperei 40 minutos, e você não apareceu. Fui te procurar e acabei achando mais do que deveria. –falou fechando a cara.

–Não pude evitar aquele contato. Desculpe.

–Desculpe? Desculpe? –perguntou ele, agora me encarando. Seus olhos brilhavam, certamente lágrimas poderiam vir. Ele olhou um pouco para mim e desviou o olhar. –Você só está querendo brincar comigo, com meus sentimentos.

–Claro que não!

–Por que não se decide logo? –perguntou ele como se tivesse me ignorado.

–Eu já me decidi!

–Escolhe o Gabriel de uma vez por todas e me livra dessa dor?

Dor? Depois que ele disse isso, as lágrimas brotaram de meus olhos e comecei a chorar baixinho. Virei para o lado para esconder minha dor, certamente sem sucesso.

–Você fala como se fosse o único a sofrer. –falei em meio a soluços. –Eu te escolhi, e você sabe muito bem disso. Só aconteceu aquilo porque Gabriel... ele tem que me persuadir. Ele tem que ganhar meu coração para que outras pessoas não sofram. Eu tenho que encenar para fazer com que o pai dele acredite. Mas, Gus, eu juro, eu te amo.

Um silêncio mortal pairou no ar. Só escutava meus soluços abafados e a respiração rápida de Gus. Quando me virei para olhar em seus olhos, ele me puxou para perto de si, em um abraço. Seus braços fortes me apertavam com força, e eu senti novamente aquela sensação de segurança.

–Isso foi bonitinho. –falou ele num tom meio abafado.

–Não acredito que está chorando. –falei e olhei para ter certeza daquilo. Duas lágrimas escorriam por suas bochechas.

–Homem não pode chorar? –perguntou.

–Claro que pode. –falei e dei um pequeno riso. Abracei ele de novo. –Você ainda vai ter que aturar ver mais cenas daquelas, até que nós consigamos fugir.

–Então. –falou ele bem alto. Fiz menção para ele falar mais baixo. –Então, nós fugiremos mesmo?

–Claro. –falei e ele me agarrou. Me deu beijos e abraçou bem forte.

–Tomara que esse dia chegue logo. –falou sorrindo.

–Tomara. –falei e me lembrei o que tinha me levado até ali. Enxuguei algumas lágrimas e puxei a Cata de Gabriel. -Cadê sua Cata?

Ele puxou um pequeno cartão de seu bolso esquerdo e me entregou.

Peguei os dois cartões e os coloquei no chão, para compará-los. As fotos dos dois eram de quando bem pequenos, e pude ver bastante semelhança nos dois. Na época que havia tirado essa foto, Gus ainda tinha os cabelos bem loiros. Mas, como ele sempre teve de trabalhar a mercê do sol, seus cabelos aos poucos foram escurecendo, até se tornar castanhos. Gabriel, certamente, teve mais sorte. Na França sempre é frio, portanto, sempre teve os cabelos loiros.

Mas, vamos ao importante. A Cata de Gus estava assim:

Nome completo: Gustavo Harry Awayson.

Filiação (mãe/pai): Alefson Awayson Juliard e Anastácia Harry Farrier.

Data de nascimento: 15/08/2063*

País: Esmeralda.

A Cata de Gabriel estava assim:

Nome completo: Gabriel Giuliard Vanseford Nought.

Filiação (mãe/pai): Jorge Giuliard Vanseford e Daniela Vianna Nought.

Data de nascimento: 15/08/2063*

País: França.

Analisamos uma por uma, e só captamos uma semelhança: a data de nascimento. Mas isso não significava nada, e Gus olhou para mim com um ar triunfal.

–Ainda somos gêmeos? –perguntou tentando me provocar.

–Não. –falei me dando por vencida. –Eu realmente voei muito alto, pelo menos desta vez. Que ideia minha!

–Então está tudo resolvido! Não sou irmão de Gabriel, mas sim Gustavo Awayson, filho de um costureiro.

–É. –falei meio sem graça.

–Você está chateada por eu não ser irmão dele? –perguntou ele arregalando os olhos.

–Sim e não. Se você fosse da família real, poderíamos ter uma chance juntos, e não precisar fugir.

–Mas nós ficaremos juntos. Nós daremos um jeito. Eu te prometo. –falou ele e me beijou.

–Ah, falando em planos... lembra do plano para fugir do castelo?

–Sim. Já falou com suas criadas?

–Não, mas tive que falar á outra pessoa... E esta pessoa virá conosco.

–Não me diga que é Gabriel? –falou ele fazendo uma expressão nada feliz.

Dei um meio sorriso como resposta.

–Kiara! Éramos só eu, você e Nouah! Agora, como vamos fazer para sairmos escondidos do castelo?

–Daremos um jeito. Isso vai ser na terça, no dia que tenho aula com você. Nesse mesmo dia, é o que Nouah vem pegar seu pagamento, ou seja, os remédios e comida para sua família. Então, vamos ter de fazer de tudo para que ninguém repare no nosso sumiço.

–Difícil ninguém ver...

–Como você mesmo disse... –falei pegando suas duas bochechas. –Daremos um jeito.

...

Quando cheguei no meu quarto, vi uma pessoa a minha espera lá.

–Gabriel?! –perguntei surpresa, ao vê-lo sentado na minha cama.

–Kiara! Desculpe entrar em seu quarto sem a tua permissão. Porém, esqueci de algo muito importante e vim pegar. Mas não achei. Onde a minha Cata está?

“Escondida em meu sutiã”, respondi mentalmente. Estava pensando em uma resposta, quando ele veio até mim.

–Onde está minha Cata? –perguntou se aproximando. –Escondeu ela para eu achar? –perguntou fazendo um sorriso malicioso. –Não bastou a brincadeira de mais cedo?

–Em primeiro lugar, eu não escondi nada. Apenas guardei. –falei me sentindo ofendida. Ele achava que eu era uma qualquer! –Sente-se que eu vou pegá-la.

Quando ele se sentou na cama, me aproximei de uma gaveta da minha penteadeira e puxei rapidamente o cartão que estava escondido em meu sutiã. O peguei novamente e dei a Gabriel.

–Ah, e para sua informação ficar mais concreta, vou lhe dizer uma coisa: não sou criança para gostar de brincadeira. E não pense que sou uma “qualquer” para gostar de brincadeiras tão idiotas. Aquilo, para mim, não se chama brincadeira. Mas sim saf...

Fui interrompida por um batido na porta. Fui atender e avistei Hilla e Charllote, ambas com olhares arregalados, ao me verem sozinha em um quarto com Gabriel.

–Entrem. –falei meio sem paciência e deixei elas entrarem.

–Nós vemos amanhã, Kiara. –falou Gabriel e saiu, sem esperar minha resposta.

–Nós atrapalhamos algo? –perguntou Charllote quando o viu desaparecer pelo corredor.

–Não. –falei.

–Tem certeza? Você parece... chateada. –retrucou Hilla.

–Não estou chateada por causa disso. -falei. Contei a elas o que havia acorrido mais cedo, tirando a parte da Cata e de meu encontro com Gus e o possível parentesco entre Gabriel e ele. Portanto, só contei a parte do incidente entre eu e Gabriel no meu quarto.

Ao final, elas se encararam e depois Charllote deu de ombros.

–Vai ter de se acostumar com isso, certo? Vocês serão marido e mulher logo, logo. –respondeu ela. Então me lembrei que ela não sabia do meu “caso” com Gus. Apenas balancei a cabeça confirmando. Já Hilla, que sabia de toda minha aproximação com Gus, me olhou preocupada.

–Alguém os viu? –perguntou ela.

–Não. –menti. Hilla deve ter percebido minha inquietação, mas deixou passar.

–Menos mal, então. –falou Charllote e começou a arrumar meu cabelo. Fez um rabo de cavalo e Hilla trouxe minha camisola branca.

–Obrigada garotas. Podem ir. –falei, querendo ficar sozinha.

–Boa noite princesa. –falaram e saíram.

Deitei-me em minha cama e me enrolei. Fiquei deitada, olhando para o teto e traçando meus planos para a terça feira. Porém, não demorou muito para meus olhos se fecharem, sem meu consentimento.

...

Ao acordar, percebi que já deviam ser mais de 10 horas. E, na verdade, era mesmo. Fiquei deitada por mais alguns minutos e, por fim, decidi me levantar. Mas, as meninas não apareceram. Então, eu mesma fui até o banheiro e me banhei. Troquei de roupa, colocando um vestido azul marinho com rendas pretas e fiz um coque em meus cabelos.

Já ia abrir a porta quando escutei um barulho. Era muito alto, como o de algo se estraçalhando. Mas, o pior de tudo, era que ele vinha do outro lado da parede; ou seja, do quarto do meu pai.

Abri a porta sem hesitar e corri. Guardas, criados e a Família Real Francesa corriam para ver que barulho era aquele. Como fui a primeira a alcançar a porta do quarto do meu pai, tentei abri-la, totalmente sem sucesso. Chegaram guardas ao meu lado e os deixei tentarem abrir a porta. Afastei-me um pouco e me dirigi até o lado de Gabriel, que estava um pouco distante. Seus pais observavam tudo de mais perto, porém ele estava a uma distância bem que razoável. O alcancei e fiquei de frente para ele, que me fitou com seus belos olhos azuis.

–Acho que não deveria dizer Bom Dia. Ou deveria? –perguntou ele, com uma expressão séria e braços cruzados.

–Depende por o que ocasionou aquele barulho. –falei engolindo em seco. –Você tem ideia do que poderia ser?

–Eu já escutei barulhos de muitas coisas, Kiara. Tiros, bombas, explosões... Em meu treinamento de exército, deveria aprender.

–Por que você teve que treinar com o exército?

–Se tiver uma Guerra por esses dias, acha que ficarei de braços cruzados? Irei para o combate, e darei minha vida para proteger tanto França quanto Esmeralda.

–Então com todo esse conhecimento, o que acha que poderia ser o causador de tanto barulho?

Ele parou para pensar. Sua expressão ficou mais grave e me olhou.

–Bomba. –respondeu sem nem hesitar.

–Era o que eu temia. –falei percebendo minha respiração vacilar.

–Calma. Pode ser que minhas suposições estejam erradas. –falou e percebi que nem ele acreditava em suas palavras. Gabriel era muito inteligente em tudo que fazia, portanto, duvido muito ele estar errado. Percebi também, um misto de preocupação em seu rosto, que se contorceu em raiva e falou em alto e bom tom: -Por que demoram tanto? –e se dirigiu até a porta do quarto de meu pai, com eu bem atrás.

–Senhor, as portas do castelo possuem uma fechadura tão resistente, que é impossível abrir por fora. –falou um soldado.

–Nada é impossível. –falou Gabriel e se aproximou da porta. Observou seu trinco e tentou empurrar a porta. –Como pensei. –falou ele.

–O quê, senhor? –perguntou outro guarda se aproximando.

–A porta não possui somente esta fechadura; há, outras três maneiras desta porta se trancar que, se minhas ideia estiverem corretas, são dois ferrolhos na extremidade superior e 1 na extremidade inferior. –respondeu Gabriel pondo as mãos em seus bolsos. –Para conseguir abrir a porta, temos que começar por baixo. Tentem colocar uma cerra de baixo da extremidade inferior e, quando a porta ceder embaixo, vá para cima. Logo depois, é só dar mais uma força no trinco e a porta se abrirá.

–Sim senhor! –falaram os guardas e começaram seu trabalho.

O tempo todo em que falava, todos olhavam admirados para Gabriel. Ninguém nunca tinha visto alguém falar com tanta firmeza e tanta certeza no que dizia. Hilla e Charllote o olhavam como se avistassem um deus grego. Ele caminhou até mim e lançou um sorriso.

–Agora vai dar certo. –falou e entrelaçou sua mão na minha.

–Tomara. –falei deixando de lado um pouco da minha raiva que eu sentia por ele desde a noite passada. Mais tarde poderíamos conversar sobre isso. Então desviei meus olhos dos dele e comecei a observar uma pequena multidão de empregados. Ali estavam, desde limpadores de janelas, até o pessoal do arsenal. Cozinheiros, criados de meu pai e da família real, jardineiros, guardas, estaleiros, e muitas outras pessoas, estavam espremidas para ver o desfecho da história. A única pessoa que não avistava em lugar algum era Gus.

Os guardas que tentavam abrir a porta, conseguiram abrir o ferrolho inferior e já estavam no superior. Então meus olhos se iluminaram e o vi: perto do pai, a expressão grave; estava perto dos cozinheiros e só tinha olhos para a porta. Mas, seja por ironia do destino, seja por qualquer outra coisa, ele olhou em minha direção. Deu um leve sorriso e gesticulou algo com a boca, que eu entendi como um: vai ficar tudo bem. Afirmei com a cabeça e ele se voltou para a porta. Os ferrolhos superiores haviam cedido e os guardas deram um chute na porta, que se abriu com um banque e se escancarou.

Corri até lá, junto de muitos guardas e de Gabriel. Pelo perfume, sabia que Gus estava bem atrás de Gabriel.

Olhei horrorizada para o cenário que nunca poderia esperar. O grande janelão que antes havia, estava todo destruído. Cacos de vidro espalhavam-se pelo carpete. A cama de meu pai estava destruída. A cômoda, estava em estilhaços. Quando se aproximei dela, vi o retrato que ele guardava de minha mãe em chamas.

Olhei ao redor, com as lágrimas em minhas bochechas fervendo em raiva. Os guardas gritaram algo, mas não entendi. Minha cabeça estava voltada para a varanda; que antes fora varanda. Agora, não passava de um vazio. Estava completamente destruída.

Gabriel se aproximou e falou:

–Bomba.

–Bomba. –repeti. Olhei em seus olhos assim que ele se virava para mim. –Cadê meu pai?

–Ainda não encontraram. Este lugar é enorme, ele pode estar em qualquer canto.

–É. –falei e vi algo no chão que me chamou atenção.

Era uma miniatura de bomba, que apesar da destruição não sofreu nenhum dano. A peguei e li um papel que estava presa nela. Gabriel também a leu, junto comigo. Soltei um grito. Larguei-a no chão e olhei para Gabriel, com medo. No bilhete estava escrito:

“Você é a próxima.”

Continua...


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Notas finais do capítulo

*A guerra que dizimou o Brasil ocorreu em 2060; no caso, a história em si se passa no ano de 2080. Então, fazendo as contas, Gabriel e Gustavo, ambos com 17 anos, nasceram em 2063. Assim como Kiara nasceu em 2065.

EITA! QUEM É ESSA PRÓXIMA QUE O BILHETE FALAVA????????????
Fiquei curiosa tb kkkkkkkkkkkkkkkkk
Espero que tenham gostado e, tenho um aviso pra vocês. Como tenho estado muito ocupada, o trailer vai demorar pra sair, mas mesmo assim, ele sairá! U_U Garanto que antes de a história acabar, esse trailer sai.
É só isso mesmo. Beijos e até a próxima! :*