Ironias do Destino escrita por Bi Styles


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Aqui está mais um capítulo!!!!!!
Gostaria muito que comentassem, isso me deixa mais inspirada a fazer capítulos maiores e tals. Por favor leitores, apareçam! KKKKK, vejo tantas visualizações, mas quase nenhum comentário. Por favor comentem!



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Corri até ela sem pensar. Quem teria deixado ela lá?

A peguei sem medo e comecei a abrir. Mas meu quarto estava escuro. E como não queria ligar a luz (queria que meu pai pensasse que eu estava dormindo), fui para a varanda.

Terminei de abri-la e comecei a ler:

“Kiara

Sinto muito por tudo que te fiz passar. Sinto muito mesmo. Sinceramente, pensei em tirar logo esse fardo de cima de mim, que era esconder que te amo. Mas outro peso está sob minha cabeça neste momento. Será que continuaríamos a ser amigos?

Talvez não. Te amo muito para te vê-la somente como uma amiga. Além do mais, meu pobre coração não vai aguentar vê-la todos os dias com um príncipe.

Sei que não sou da realeza, Kiara. Sei que você está fazendo isso pelo seu país. Mas não sei como deixar de te amar.

Desde nosso “beijo”, quando éramos pequenos, eu não te esqueci. Juro que tentei, mas foi totalmente sem sucesso.

Tudo bem que tem horas que você é insuportável, chata. Mas isso para mim são admirações que vejo em você. Você é um poço de qualidade, com apenas um defeito: Quer fazer todo mundo feliz, menos a si mesma.

Enfim Kiara, só gostaria de lhe perguntar uma coisa: Você estaria disposta a lutar por algo em sua vida?

Gus”

Não acreditava que estava lendo aquilo. Quando será que ele escreveu esta carta? Certamente a escreveu quando nos encontramos no corredor.

Mas não havia entendido sua pergunta no final da carta. “Lutar por algo em sua vida?”, o que significava aquilo?

Não podia perder tempo agora de noite. Amanhã falarei com ele e perguntarei logo sobre isso.

Fui até minha cama e deitei.

...

Acordei com Hilla gritando coisas sem sentido. Talvez estas coisas tivessem sentido, se eu estivesse prestando atenção.

–Hilla, -perguntei esfregando os olhos. –Poderia repetir?

–Onde sua cabeça está hoje, senhorita? –perguntou ela.

–Bem, se não tiver mudado, ela está aqui, bem em cima do meu pescoço. –falei e sorri. Ela riu.

–Engraçadinha. –falou ela se sentando perto de mim na cama. –Como foi a noite com seu príncipe?

–Eu não passei a noite toda com ele. –falei revirando os olhos. –Tudo bem que ele não desgrudava de mim no salão, mas teve momentos que ele foi falar com o pai dele...

–Você sabe que não estou falando de Gabriel. –falou ela dando um sorriso torto.

–E está falando de quem? –perguntei.

–Ora Kiara! Não pense que eu não vi você e Gus ontem a noite! –falou ela.

Simplesmente arregalei os olhos. Como assim ela nos viu?

–Aquilo foi uma bobagem de Gustavo. Nada além disso. –falei engolindo em seco.

Ela pensou um pouco e me disse:

–Você pode me perdoar?

–Pelo o quê?

–Por eu ter visto você e Gusta...

–Esquece isso. –falei olhando para os meus lençóis. –Aquilo foi só uma bobagem, lembra?

–Me desculpe também por ter lido a carta que estava em cima da penteadeira.

Droga. Tinha deixado a carta lá. Qualquer um poderia ter lido. Deveria dar graças a Deus por ter sido Hilla.

–E onde está a carta agora? –perguntei.

–Eu a guardei dentro de seu guarda-roupa. Ela está segura, pelo menos por enquanto.

–Obrigada Hilla. –disse e senti as lágrimas brotarem dos meus olhos.

–O que houve Kiara? –perguntou franzindo as sobrancelhas.

–Eu odeio ser princesa. Porque não nasci pobre? Assim poderia me casar com quem quisesse! –falei, a raiva entonando cada palavra.

–Você fala como se sentisse algo por Gustavo.

Olhei para o rosto dela. Sua aparência demonstrava sofrimento. Então relembrei que ela AMAVA Gustavo.

–Eu não sinto nada por ele. –disse em tom frio e desviando o olhar.

Ela me encarou por um momento e logo levantou-se da cama.

–A senhorita precisa de um bom banho. Vamos?

–Claro. –falei me levantando da cama.

Enquanto eu me despia no banheiro, ela foi pegar minha toalha. Entrei em minha banheira e relaxei. A única vez no dia que conseguiria relaxar.

Hilla chegou com minha toalha e começou a lavar meu cabelo, esfregando minhas mexas loiras.

–Como está Charllote? –perguntei, do nada.

–Está melhorando. O corte não foi tão profundo quanto os médicos haviam imaginado.

–Ela disse como havia se machucado?

–Segundo Mark, quando ele chegou lá, ela já estava machucada. Falou também que ela estava cortando flores, então ele imaginou que ela tivesse se machucado sem querer.

–E Charllote não disse nada?

–Ainda não. Sempre que eu pergunto ela diz que não quer dizer. Acho que ela deve se lembrar de quando nossos pais batiam nela.

–Seus pais batiam nela? –perguntei horrorizada.

–Sim. –respirou fundo. –Geralmente era na região do pescoço. Deve ser por isso que ela está tão frustrada.

–Coitada. –sussurrei.

Ela já tinha acabado de lavar meus cabelos, então saí da banheira. Me enxuguei na toalha e ela desembaraçou meus cachos.

Depois, vesti um vestido branco, que tinha leves acabamentos de renda abaixo do joelho. Ele tinha um pequeno decote, me deixando bem a vontade.

Quando estava passando um pouco de maquiagem, a porta se abriu.

–Princesa. -falou Gerard fazendo uma reverência.

–Diga. –falei sem o olhar nos olhos.

–Seu pai a espera na sala de jantar. É urgente. –respondeu ele.

–Estou indo. –falei me levantando.

Gerard foi na minha frente, enquanto eu fazia o possível para não olhar para aquela cara de urubu podre que ele tinha. Naquela manhã, ele usava um chapéu que cobria seus cabelos ralos e negros. O olhar castanho pulsava maldade, como se algo estivesse prestes a acontecer.

Então chegamos na sala de jantar. Os reis da França junto com seu filho estavam lá, todos merendando. Meu pai estava em uma ponta, com o olhar perdido em seu pedaço de bolo caramelizado.

–Bom dia. –falei sorrindo.

–Bom dia. –todos falaram em uníssono.

Sentei perto do meu pai, que continuava perdido em seu bolo.

–Papai, o que houve de tão urgente? –perguntei o forçando olhar para mim.

Seu olhar estava repleto de tristeza.

–Prenderam os homens que fizeram aquilo comigo, querida. –falou.

–Isto não é bom? –perguntei.

–Isto é ótimo! –ele tentou dar um sorriso forçado.

–Então para quê tanta preocupação?

–Julgarei eles hoje. –falou e a sala ficou em silêncio.

Ninguém gostava do julgamento, a não ser Gerard. Nem mesmo meu pai gostava do julgamento. Quem ia ser julgado deveria ter feito algo muito grave, assim como aqueles homens fizeram com meu pai.

Mas o pior era que ele era feito em praça pública, para que todos tomassem exemplo. Porém, o que todos faziam era ficar horrorizados com as penas severas que alguns ás vezes tinham. Apanhavam de chicotes, amputavam membros, eram cegos de um olho ou coisas ainda piores.

...

Já era 1 hora da tarde. Faltavam apenas 5 minutos para o julgamento começar. Eu tremia tanto que achava que ia desmaiar. Não gostava dos julgamentos. Pensava que nunca mais iria ver um em minha vida, mas estava enganada.

Todos os empregados iriam estar dispensados de seu trabalho, só para ver o julgamento. Todos formaram uma fila, liderados por mim, e saímos para o centro do palácio. A praça central imperial.

Claro que, como sempre, os portões estavam fechados, mas logo iriam ser abertos. O palco que ontem a noite eu e Gabriel havíamos subido, hoje estava lá, pronto para que meu pai , eu e os homens subíssemos. Perto das escadas do palco teria uma porção de guardas. Os empregados ficariam embaixo, misturado com o povo.

Estava tudo pronto. Só faltava o rei chegar. Não estava vendo nem um membro da família real francesa; onde eles estariam?

Meu pai chegou 3 minutos depois que eu. Sentou-se em sua poltrona real, do lado da minha e falou em alto e bom tom:

–Povo de Esmeralda! Venho aqui para julgar aquelas pessoas que tentaram me matar. Aquelas pessoas que não tem o senso de justiça, mas sim ódio no coração. Que subam os 3 homens da província de Grand.

Subiram 3 homens no palco. O primeiro, aparentava ser o mais velho. Tinha uma coluna torta e catingava de um pé. Certamente, havia apanhado muito antes de ir para ali. Estava com uma placa que dizia seu nome: August.

O segundo aparentava ter uns 22 anos. Possuía um olhar vazio, triste, como se o mesmo já nem soubesse o que fazia. Em sua placa constava o nome: Enri.

O terceiro foi de partir o coração. Ele não aparentava ter mais de 15 anos. Tinha olhos azuis e cabelos loiros. Tinha o braço ensanguentado e os pés estavam descalços. Uma lágrima desceu rapidamente do seu olho e escorreu por sua bochecha. Em sua placa estava escrito: Nouah.

Eles postaram-se de joelho perante meu pai, que começou a falar:

–Abram os portões! –gritou meu pai. Quando os portões enfim abriram, uma grande multidão andou em direção ao palco. Todos traziam em seu olhar um rastro de tristeza. Varri meus olhos pela multidão e percebi que ali poderia haver mais de 3 mil pessoas!

Algumas pessoas choravam. Outras apenas olhavam incrédulas para aquilo tudo. Então, para piorar ainda mais as coisas, meu pai gritou:

–Tragam a guilhotina!

Olhei para ele horrorizada. Fiz menção de levantar, mas ele segurou meu braço.

–Nem pense em sair daqui, Kiara. –sussurrou ele.

Senti meu corpo fraquejar. Meus olhos não paravam de olhar o garoto mais novo perante meu pai, quase em frente á mim. Só retirei meu olhar dele quando a guilhotina chegou. Ela era grande, tinha espaço para 3 pessoas. Os olhos de meu pai brilharam quando observaram aquilo. Parecia ser até outra pessoa.

Então ele levantou-se e caminhou até ela. Olhou para o povo e disse:

–O que estes homens cometeram foi um ato de puro ódio. A pena mais branda que poderia dar-lhes é a morte. De agora em diante, quem ousar me desafiar, terá o prazer de colocar a cabeça nessa minha linda guilhotina.

O povo ficou em silêncio. Ninguém queria falar nada, alguns prendiam a respiração.

–Guardas, tragam estes homens desprezíveis! –gritou.

Três guardas subiram no palco e pegaram os três homens. Ou melhor, os arrastaram até a guilhotina. Porém, antes de chegar lá, o homem mais velho pronunciou:

–Senhor rei, -disse se ajoelhando. –Por favor, livre-me meus dois filhos dessa dura pena. Eles não tem culpa de nada. Por favor, senão, quem cuidará de meus outros filhos?

O olhar do meu pai pousou neste homem como se fosse um inseto que precisasse ser esmagado.

–Quer salvar seus filhos... –falou meu pai em tom pensativo. –Ótimo. Que levem os filhos dele embora!

Enri e Nouah foram arrastados para longe do pai. Colocaram eles na minha frente, para observar melhor o pai sendo decapitado. Na plateia 3 crianças, entre 6 e 9 anos choravam. Elas, por incrível que pareça, subiram ao palco. Corriam em direção a August. Mas Nouah as segurou. Com os olhos cheios de lágrima sussurrou para elas:

–Saiam daqui. Anne, Kety e Andrew. Agora.

–Você não pode força-las a isto, Nouah. –falou Enri, os olhos repleto de tristeza.

–Não posso deixa-las ver nosso pai morrer Enri! –falou Nouah. –Ande Enri, me ajude á leva-las para casa.

Enri não protestou. Certamente, não gostaria de ver a cabeça de seu próprio pai arrancada do corpo. Porém, antes de sair, Nouah arriscou uma olhada para trás, para ver bem a tempo o pai sendo preso na guilhotina. Ele correu até lá e gritou para meu pai:

–Majestade, eu lhe suplico. Liberte-me meu pai.

–Por que eu faria isso? –perguntou meu pai enquanto segurava a alavanca da guilhotina.

–Por que foi eu quem lhe apunhalei pelas costas senhor. Foi eu. –respondeu Nouah que abaixou a cabeça.

Naquele momento, os olhos de meu pai suavizaram. Não parecia mais aquele homem sedento de sangue que eu havia visto minutos atrás. Mas meu pai puxou a alavanca. A cabeça de August foi decapitada instantaneamente. Lágrimas escorreram pelos olhos de Nouah.

–Não! Não! –gritou ele se banhando em lágrimas.

–Tragam o chicote. –falou meu pai sério.

Não estava acreditando naquilo. Depois de matar o pai dele, meu pai ainda queria chicotear Nouah? Olhei para o lado e vi Enri e os outros irmãos chorando pela perda do pai. Aquilo estava forte demais para aguentar.

Os guardas trouxeram o grande chicote de meu pai, que começou a agitá-lo freneticamente.

–Bem, não posso deixa-lo impune. Fique ajoelhado que doerá menos. –falou meu pai levantando o chicote.

Quando ia baixando, eu gritei.

–Não pai! Não faça isso! –e corri na direção de Nouah.

–Kiara, saia da minha frente. –falou ele.

O olhei com os olhos cheios de súplica e falei: -Será que não foi dor suficiente perder o pai?

–Kiara...

–Ele viu o próprio pai morrer! Será que o senhor não pode ter um pouco de compaixão? Deixe-o ir embora pai. Por favor. –falei me ajoelhando ao lado de Nouah. Peguei o queixo dele e puxei para cima, olhando bem nos seus olhos. –Vai ficar tudo bem. –sussurrei.

Meu pai ainda brandia o chicote, mas o largou. Olhou para mim com os olhos cheios de angústia e falou:

–Vá embora, homem desprezível. E nunca mais apareça na minha frente.

Nouah olhou para mim e me abraçou forte. Sussurrou no meu ouvido:

–Desculpe por ter quase matado deu pai. Minha irmã mais nova necessita muito de remédios e eu não tenho condições de compra-lo.

–Tudo bem. –sussurrei de volta. –Eu darei um jeito nestes remédios. Portanto, vá embora daqui.

Ele acenou e correu para juntos dos irmãos. Sumiram pela multidão num passe de mágica. Me levantei e caminhei em direção das escadas do palco. Queria ir para meu quarto. Mas antes de descer o primeiro degrau, o povo explodiu em aplausos, algumas até gritavam meu nome. Porém, eu não merecia aquilo. Havia deixado um homem morrer na minha frente sem fazer nada. Apesar de quase ter matado meu pai, ele só queria salvar os filhos.

...

Já era quase de noite. Depois de ter entrado em meu quarto depois daquele episódio terrível do julgamento, não tinha mais saído. Só queria conversar com uma pessoa: Gus.

Decidida a ir falar com ele, abri a porta do meu quarto. Ia avançando pelo corredor quando, Gabriel apareceu.

–Não te vi o dia todo. –falou sorrindo.

–Estava um pouco cansada devido o julgamento.

–Soube o que fez por aquele menino. –seu sorriso desapareceu. Na França as leis eram iguais a daqui de Esmeralda, portanto, Gabriel já deveria ter visto muitas pessoas morrerem. Ele deveria estar com raiva de mim por ter impedido alguém de ser castigado.

–Não poderia deixar ele ser machucado, após ter visto o pai morrer.

–Isso foi muito nobre de sua parte. Coisa de uma verdadeira princesa. –falou ele voltando a sorrir. Olhei para baixo, um pouco vermelha. Ele, percebendo minha timidez, me puxou e falou: -Venha, quero te mostrar uma coisa.

Continua...


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Notas finais do capítulo

O que será que o príncipe quer mostrar a Kiara? .........................Eu já sei oq é ne kk
Postarei o próximo capítulo o mais rápido possível.

Espero que tenham gostado!