Alguns meses depois...

Draco dormia ao meu lado. Não, nós não havíamos feito nada. Só que ele estava começando a dormir comigo, porque não fazia sentido ele continuar no sofá.

Levantei e me espantei quando ouvi:

– Hermione? – perguntou ele.

Com a mão no coração, virei-me lentamente para encará-lo.

– Você me assustou. – ofeguei.

– Desculpa.

Ele levantou e veio até mim, dando-me um beijo cálido. Nos dirigimos até a cozinha, e eu pus o café na mesa. Comemos em silêncio.

– O que acha de assistirmos um filme hoje? Aqui em casa mesmo? – perguntou ele, lavando as mãos na pia.

Eu estava com um pijama branco, enquanto ele estava apenas com uma calça bege (eu impedi ele de dormir só de cueca). Os cabelos estavam bagunçados.

Concordei, dando de ombros, enquanto lavava as mãos na pia também. Enxuguei-a e nós nos dirigimos à sala, sentando no sofá. Quero dizer, eu sentei. Ele primeiro pôs o filme.

O filme chamava-se “De Zero A Cem”. Era uma comédia romântica, muito engraçada, por sinal. Draco fazia caretas toda vez que o homem aparecia sem camisa, e eu apenas ria da cara dele.

Depois que o filme tinha acabado, eu perguntei para ele se ele não queria ir à livraria comigo. Precisava de um livro novo urgentemente.

Ele concordou, relutante.

Vesti uma roupa confortável e depois nós saímos, parando apenas para Draco pegar o carro.

Ao chegarmos na livraria, Draco não parava de reclamar, dizendo o quanto aquilo era chato e que poderíamos sim estar fazendo alguma coisa mais interessante. Quando lhe perguntei o que sugeria, ele ficou ligeiramente rosado e calou-se, virando o rosto.

Comprei dois livros e depois perguntei a Draco se ele queria ir ao shopping comigo. Ele estava realmente muito rabugento.

Ele pareceu aliviar-se com a visão do shopping. Almoçamos lá mesmo e fomos assistir a outro filme, dessa vez no cinema.

– Foi um filme bom, não foi? – perguntou ele, rindo e me dando um beijo na bochecha.

Corei instantaneamente.

– Hã... Foi, claro.

Entramos no carro. Estava de noite já; incrível como o tempo passa rápido.

Ao chegarmos em casa, tomei um banho e vesti uma roupa simples. Ele também fez o mesmo, e depois de conversarmos e jantarmos, acabei descobrindo muitas coisas sobre “meu marido”. Ainda é estranho pensar nisso.

Seu pai era ausente a maior parte do tempo; Draco se lembra de tê-lo visto nos jantares e almoços. Às vezes, não o via nem nesses meio-tempos. Já sua mãe convivia com ele um pouco mais, só que não muito. Ele passou sua infância com babás e empregadas.

Depois de terminarmos a nossa seção de bate-papo, decidi que já estava tarde e era hora de dormir.

Mas eu não consegui dormir.

A presença de Draco me deixava nervosa. Ele parecia estar acordado também, porque depois de uma hora rolando de um lado para o outro, ele perguntou:

– Hermione? Tá acordada?

– Tô.

Virei-me para ele. Ele me espiava com os olhos bem abertos. Estávamos meio que próximos demais.

Quero dizer, próximos mesmos. Os narizes quase roçando um no outro. Minhas pernas já estavam parecendo um macarrão mole.

Foi quando ele me beijou. Furiosamente.

Arrepios percorreram meu corpo, fazendo meus pelos ficarem em pé.

Ele subiu em cima de mim, o beijo começando a ficar quase brutal. Ele começou a beijar meu pescoço, depois meus ombros, depois voltou ao meu pescoço.

Tirei rapidamente sua camisa, encarando seu corpo magro, mas com músculos. Ele me beijou outra vez e arrancou minha camisola. O quarto parecia ter ficado decididamente quente.

***

Estava escuro ainda, provavelmente cinco da manhã. Eu já estava acordada.

Draco ressonava baixinho em cima de mim, com a cabeça na altura do meu pescoço.

Eu fazia um leve cafuné na sua cabeça.

Não tínhamos trocado palavras durante o processo, como se fosse preciso. Os olhos dele pareciam duas esferas, observando, atentos, cada detalhe. Não perdeu nada. Não despregamos os olhos um do outro. Ele beijava sem pudor algum todo o meu tórax.

Foi a melhor noite da minha vida, sem sombra de dúvidas.