Aprendizes de Assassinos-Creepypasta Interativa escrita por Slendon6336


Capítulo 3
#2 Espelhos e... "Mya White"


Notas iniciais do capítulo

Tá tarde, mas finalmente trouxe. (^^)
Os personagens que ainda não apareceram irão aparecer nos próximos capítulos.
É proibido me deixar em uma situação complicada! Não estão mais disponíveis os personagens para mestre: Boody Mary, Homicidal Liu, Eyeless Jack, Jane the Killer e Clockwork!!
~Boa Leitura o/



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[Terceira pessoa]

Anmarie Rose Solancil se olhava no espelho ensanguentado do banheiro de sua última vítima. Mexia nos cabelos tão claros que poderiam ser julgados brancos, apesar de ter apenas quatorze anos. Sua serenidade era tanta, que acabava cantarolando a música “Brilha, Brilha Estrelinha”, e junto à melodia o som de suas pulseiras de metal acompanhavam-na.

O vidro do espelho se encontrava quebrado, e além dele, o banheiro todo estava repleto de sangue. A vítima, uma garota líder de torcida do colégio mais disputado pela cidade, estava caída no chão. Ainda com vida, se encontrava desesperada para fugir dali. Porém, estava sem forças para sequer levantar. Ela deveria se chamar Luna ou algo assim, tinha cabelos loiros, olhos azuis... Típica patricinha. Mas as feições não enganavam à Anmarie.

Luna se arrastava no chão, com um olho faltando, as pernas cortadas, o rosto inteiro sangrando, as roupas rasgadas. Todavia nunca saia do lugar já que suas mãos escorregavam no próprio sangue.

– So... Corro...! – Implorava, queria gritar, mas a voz não saía.

Anmarie voltou sua concentração em sua vítima. Sorriu de uma maneira tão infantil que chegou a desesperar mais ainda a infeliz Luna.

– Ainda não acabei – A assassina falou. Caminhou sem pressa até ela e puxou-lhe os cabelos, arrastando-a até o espelho que se olhava antes. Quase esfregou o rosto da líder de torcida no vidro – Já imaginou quantas vezes fez aquela garota da sua classe... Como era mesmo o nome? – Luna gemeu alguma coisa – Desculpe, sou péssima com nomes. Ah, Victorya. Sabe quantas vezes ela se olhou no espelho e chorou ao se lembrar de suas horríveis palavras? Era coisas como: “Gorda”, “Feia”, “Estranha”, “Indesejada”... Não era?

Luna queria acabar com aquilo de uma vez. Não queria sofrer mais. Anmarie também já estava cansada, e sabia que Bloody Mary observava seus passos. Fez com que a sua vítima olhasse sua figura refletida no espelho, e falou:

Você se olha no espelho e vê um humano, eu vejo um monstro. Que Bloody Mary capture sua alma imunda, sua porca...

Ao terminar a frase, deu uma última forte batida com a cabeça de Luna no espelho. Ela morreu de imediato, mas também foi “engolida” pelo espelho, onde ninguém mais veria seu corpo.

– E acabamos – Anmarie sussurrou.

– Sim, acabamos – Uma voz ecoou pelo banheiro. Os cacos do espelho estilhaçado se juntaram de uma maneira surreal, colando-se todos uns nos outros, voltando a se tornar um novinho em folha. A figura de sua mestra, Bloody Mary surgiu no espelho. Os olhos negros de sangue, o cabelo agora escuro desgrenhado e a boca pequena sempre numa expressão indecifrável e deprimida – Faz um tempo que fazemos isso.

– Sim... – Concordou.

– Logo você não precisará mais de mim – O comentário deixou Anmarie perplexa.

– Como?

– Você é só minha aprendiza, e já está quase me superando – E voltou a repetir sua frase de antes – Logo você não precisará mais de mim.

– Não! – Gritou em protesto – Seremos sempre uma dupla! Você não vai me abandonar, certo?! – Estava quase desesperada. Ser abandonada pela sua mestra era um de seus medos.

Bloody Mary ficou em silêncio por uns instantes, pensativa. Depois do que pareceu uma eternidade de angustia para Anmarie, ela finalmente respondeu:

– Certo. Ainda não vou te deixar.

A mais nova deu um suspiro de alívio.

– Se eu pudesse te daria um abraço agora – Ela comentou.

– Mas não pode, infelizmente – Respondeu.

– Infelizmente – Disse por final.

::::::::::::::::=Aprendizes de Assassinos=:::::::::::::::::::

[Le musiquinha alegre para cortar o clima tenso nestes primeiros parágrafos]

Myara White estava sentada e encostada em uma pedra grande da floresta onde havia conhecido seu mestre. Desenhava e comia uns doces apetitosos. Naquela noite não estava a fim de fazer nada. Só queria relaxar sob as copas das árvores que deixavam um pouco da luz do luar entrar na floresta.

Ela tinha cabelos acinzentados, presos em uma trança frouxa que caía sobre seu ombro esquerdo, assim também tinha uma franja jogada para o mesmo lado. Seus olhos eram alaranjados, embora muitas vezes já tivessem sidos confundidos com castanho.

– Mya, o que você está fazendo desta vez? – A voz endiabrada de seu mestre chamou-a. Logo o garoto de moletom preto e de máscara azul aparecera, com as mãos na cintura. Ela não deu atenção para ele, continuando seu desenho e mastigando um bombom – Não havíamos combinado de matar hoje? – Myara continuou ignorando-o. Ele então se lembrou de algo que ela não gostava, e resolveu usar – Oh cenoura desgraçada! – Exclamou, a voz forçada e áspera conseguiu tirar Myara do sério.

– Eyeless Jack! – Gritou enraivecida. Eyeless desviou de uma pedra que a garota havia tacado em sua direção – Eu detesto ser xingada e principalmente de vegetais!

– Você não me deu escolha – Respondeu calmamente – O sol nasce daqui cerca de três horas...

– Não vou matar hoje.

Eyeless suspirou e caminhou em direção a Mayara, juntando-se a ela. Sentou-se ao seu lado e olhou o desenho da garota.

– Ainda me imaginando sem máscara? – Indagou com as mãos nos bolsos.

– Cala a boca! – Deu um tapa no braço dele. Francamente, ela era muito agressiva – Como se eu me preocupasse em saber como você é!

Eyeless observou o garoto que sua aprendiza desenhava. Tinha cabelos pouco compridos, rosto perfeito... E ela agora desenhava os olhos. O assassino pôs sua mão sobre a dela, fazendo com que ela parasse de desenhar.

– O que foi agora desgraça? – Perguntou Myara impaciente.

– Mya White – Seu tom foi diferente. Com o dedo indicador, adentrou o buraco negro onde deveria ficar os olhos de uma pessoa normal. Mas seu dedo foi fundo demais, tão fundo que Eyeless deixou claro de que ele não possuía os olhos. Myara fitou aquela cena quase boquiaberta.

Quando terminou, a garota abaixou os olhos novamente para o desenho, vendo o começo das linhas que mais tarde representaria os olhos do garoto. Hesitante, pegou a borracha e apagou toda aquela parte.

Algum tempo depois, tanto Eyeless quanto Myara deitavam-se no chão, encarando o céu ainda escuro. As folhas das árvores atrapalhavam um pouco, porém não cobria totalmente o manto negro a cima de suas cabeças.

– Jack, como você enxerga? – Myara indagou, quebrando o silêncio – Quero dizer, como vê suas vítimas, como sabe que eu sou eu?

O outro suspirou pesadamente, como se as lembranças fossem dolorosas ainda.

– Mya White, perdi muita coisa antes de me tornar o que sou. E o Diabo acabou sendo generoso comigo no fim das contas.

– Explica direito seu idiota – Resmungou ela.

– Eu fui o tipo de garoto que acabou de chegar a uma idade matura suficiente para cuidar de uma família inteira e já foi mandado para a guerra. Literalmente. Servi ao exercito americano na Segunda Guerra Mundial e acabei fazendo um grande amigo nos combates o Luis. Mas durante eles o grupo inimigo nos levou a uma emboscada onde nos jogaram um gás venenoso e só me lembro de ter acordado no hospital sem os olhos. Meu amigo morreu. Quando voltei para casa, em pouco tempo perdi o resto de tudo que eu tinha: Perdi meu irmão, minha mãe... Tudo. Sem contar que meu pai já havia morrido há tempos. Queria acabar com a minha vida e achei um revolver na escrivaninha de casa. Abri a boca e atirei dentro dela. Acabei com minhas cordas vocais. Fiquei sem visão e sem voz. Até mesmo sem-vida. Mas o Diabo (Bem, pelo menos o chamo disso) me deu uma segunda chance. Vejo, mas não com os olhos. Minha voz se tornou essa coisa horrível e assustadora. E minha vida... Bem, não sei se posso chamar isso de vida. Sou meio que um fantasma procurando acalmar minha dor.

– Profundo – Disse ela. Logo silêncio.

A atmosfera em torno de Eyeless pareceu ter mudado para pior. Uma áurea melancólica o rondava e Myara começou a se sentir culpada por isso. Pigarreou e fingiu não parecer preocupada ao dizer:

– Eu gosto da sua voz assim – Mas aquilo saiu de um modo que ela não gostaria. Não queria que Eyeless entendesse que ela estivesse flertando com ele. Sua expressão deveria ter saído indiferente, mas o jeito... Bom, pode-se dizer que falhou.

O assassino olhou por um instante ela que tentava manter os olhos focados no céu. Ao sentir isso, as bochechas da garota enrubesceram de vergonha.

Eyeless riu um pouco e voltou a cabeça para o céu.

– Você acaba de me deixar em uma situação complicada, Mya White...

Isso foi a última palavra dos dois até o amanhecer.

O desenho feito pelas mãos de Myara estava ali, adormecendo, ao lado dos dois. Jack não quis mencionar, mas estava igualzinho a ele...


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Notas finais do capítulo

Comentem porque eu respondo tudinho agora ^-^ Claro que se você me mandar um bilhete te responderei com um bilhete e se você me enviar um 'texto' eu te respondo com um texto. (Assim como diz no meu perfil). Se estiver favoritando ou recomendando estará me ajudando MUITO. Obrigado para quem leu e espero que tenham gostado. o/