Uma Lua para Cada Um escrita por Argonauta


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Olá,meus queridos leitores!
Bom,a fanfic é bem dramática. Essa é pra quem gosta de drama! Desculpa qualquer erro de ortografia,e tal. Boa leitura! c:



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-Catrina. – Disse Dauntless. Estávamos deitadas sobre a grama úmida e fria,ao lado de um lago. Aquele era simplesmente o meu lugar predileto dessa cidade. Tão calmo, tranqüilo e solitário...Acho que aquele era meu lar. Resolvi trazer Daunt pra cá, pois ela estava sofrendo tanto...Ela merecia algo melhor.

-Sim, Daunt? – Respondi, olhando para as nuvens. Aquela parecia um tomate branco e aveludado. Sem dúvidas, observar as nuvens era a coisa mais tranqüilizante e divertida.

-Obrigada por me trazer aqui. Tirar-me um pouco daquele hospício foi uma ótima ajuda. – Disse ela, se sentando. Seus cabelos ruivos caiam pelo seu rosto magro e fino de uma forma tão acolhedora. Seus olhos castanhos me lembravam tempestades. Eu não a achava louca. Sentei-me ,de frente para ela.

-Daunt... Eu vou te tirar daquele hospital. – Logo me lembrei. Pra Daunt,aquilo não poderia ser chamado de hospital, na verdade, um hospital seria o céu perto do hospício em que ela vivia. – Prometo.

- Obrigada,Cat. Podemos ficar aqui até que horas?

-Até as vinte horas. – Respondi.

~~

-A Lua está tão bela hoje. – Disse eu,olhando para a lua redonda e amarelada que estava no céu.

- É. Está linda. – Disse ela. Dauntless levantou seus dedos magros em direção ao céu,apontando para a lua.

-Eu a estou enxergando aqui. – Disse eu,apontando para outra direção,não muito longe. Dauntless riu e disse:

-Por que você está enxergando a lua em um lugar diferente? – Eu sabia a resposta. Aquela história de a lua ser tão grande,a ponto de cada um enxergá-la de acordo com o ângulo onde se encontra... Mas,no momento, eu não queria falar sobre astrologia,e muito menos dizer algo tão difícil pra uma garotinha de 7 anos, que nunca havia freqüentado uma escola.

-Não sei, Daunt. O que você acha? – Perguntei.

-Sei lá. Acho que existe uma lua pra cada um. Cada pessoa tem sua lua, e, quando morrermos, cada um irá pra sua lua. E nela terá o que você merece. Desde de um palácio até uma cabana de madeira. – Disse ela. Aquilo que Dauntless dissera...Era lindo. E se existisse mesmo uma lua pra cada um? O que teria na minha lua? Algo irrelevante, ou um prédio luxuoso?

- Talvez seja isso. E cada um enxergue somente a sua lua. – Respondi,com um sorriso largo no rosto.

- É. Tipo isso.

-Daunt, já é 20: 05. Temos que ir. – Disse eu, com um pouco de tristeza.O sorriso de Daunt sew fechou,e ela fez que sim com a cabeça.

Levei-a até o hospício.

-Senhorita Banage? – Perguntei,para a diretora.

-Dez minutos de atraso.- Disse ela,com uma expressão dura e sem sentimentos no trosto. – Dauntless, vá até seu quarto. Não permitimos loucos andando pelo hospital essa hora da noite. – Daunt saiu da sala da diretora do hospício e foi para seu quarto.

-Dauntless não é louca, Carmelia. – Respondi,cuspindo as palavras. Sentia nojo só de pronunciar aquele nome.

-Se não fosse louca,não estaria aqui. – Respondeu ela,ajustando seu coque rígido no topo da cabeça.

- Pare de se fingir de tola. Sabe muito bem que foi você que a internou nesse lugar horrível. Dislexia e déficit de atenção não é loucura.

- Sim,realmente, quando ela entrou aqui, não era louca, só tinha um pouco de deficiência. Mas,com o passar do tempo aqui,ela se tornou louca. Esse é o objetivo desse lugar. Deixar as pessoas cada vez mais loucas,para que sua família continue pagando as mensalidades...E, quando o maluco não tem mais família, mandamos para um Hospício público. – Pelo menos o hospício público cuidavam daquelas pobres pessoas. Carmelia me enojava, ela era gananciosa e só pensava em dinheiro. Quem diria que aquela fúria era minha tia.

-Você é nojenta. Tenho nojo e pena de você,Carmelia. – Respondi.

- Catrina, minha sobrinha “querida”...Eu não me orgulho de você,tenha certeza. Também...O que esperar de uma órfã de pai,como você? E,como se não bastasse ser órfã de um pai alcoólatra, tem que ser órfã de mãe também... E,sua mãe, morreu de câncer. Câncer. E tem mais! Sua irmã tem déficit, dislexia e agora...Está louca. Louca. Maluca. Crazy. Entende? Quando fui obrigada a criar vocês, senti o maior nojo possível. Mas,quem sabe eu salvava essa família nojenta? Nunca deu certo. A cada dia,só sinto mais nojo de vocês. – Aquilo me magoou. Sabe quando você já sabe de tudo aquilo,mas ainda assim, escuta e se magoa? Eu já sabia de tudo isso...Mas,minha tia tinha o poder de fazer tudo parecer mais trágico e triste. Aquilo foi a gota d’água para mim. Comecei a chorar. – Oh,coitadinha. Vá para seu apartamentozinho de quinta,sua imunda. Cuidaremos muito “bem” da Dauntless.

~~

Cheguei em meu apartamento pequeno e triste. Me joguei no sofá.

Minha tia tinha razão. Eu era imunda. Papai era alcoólatra, mas minha mãe o amava tanto. Ele morrera quando Dauntless nasceu. Dois anos depois, a moça doce,simples e boa que era minha mãe havia falecido. Fomos criadas por Carmelia. Na verdade, Dauntless foi criada por trabalhadoras do hospício e eu...Tinha dezessete anos, já podia cuidar da minha vida.

Adormeci

~~

Acordei com o toque agudo de meu telefone celular. Era Carmelia.

-Alô? – Disse eu,ao telefone.

-Sua irmã está morta. – Respondeu Carmelia,ao telefone. Sua voz continuava rígida e sem sentimentos. Naquela hora,tudo desabou. Como assim aquela menina que estava,ontem mesmo, falando sobre luas estava morta? Não me lembro muito bem do resto. Só me lembro de um vizinho,vindo me ajudar. Eu chorava feito uma louca.

-Senhorita,está tudo bem? – Perguntou ele. Seus olhos verdes e brilhantes me encaravam com medo e curiosidade.

-Não está nada bem! – Gritei. O vizinho se afastou um pouco. – Nada...Nada está bem. –Respondi,quase sussurrando.

- O que houve? – Minha visão estava toda borrada,por conta das lágrimas.

-Minha irmã. Morta. – Respondi. Ele desligou o telefone,em minhas mãos.

Não me lembro de mais nada.

~~

Estava eu,com um vestido preto no funeral da minha irmã. A pequena Dauntless. Ela estava linda. Seus cabelos ruivos iam estavam bem penteados. Sua maquiagem estava fraca,mas estava linda. Ela parecia um anjo. Seus olhos não estavam abertos,mas eu me lembrava exatamente de seu olhar curioso e brilhante.Saí de perto dela. Meu coração não ia agüentar vê-la ali,sem vida.

-Sabe como ela morreu? – Perguntou uma voz fria ao meu lado. Carmelia.

-Você a matou,não é? Sua barata asquero... – Carmelia me interrompeu.

-Sem baboseiras de Harry Potter agora. E não fale do que não sabe.

-Fale logo,Carmelia. Fale tudo logo. Assim,o baque vai mais rápido.

-Ela se matou. As garotas me disseram que ela escutou nossa conversa de ontem, e foi ao quarto dizendo que não agüentava mais. Iria se matar. As garotas tentaram impedi-la,mas, quando Dauntless está com algo na cabeça... Ela pegou uma faca e começou a cortar seus pulsos. Depois,saiu correndo. Fiorella,uma das garotas disse que viu a pequena garota se jogando do último andar. E,tem mais... Falou que ouviu uma voz fina dizendo : “”Vou para a minha lua”. – Aquilo doeu. Dauntless queria se livrar da vida ingrata que vivia. Queria ir pra sua lua, e ver o que lhe esperava lá. – Depois,dizem que não é louca. – Carmelia foi embora.

Fiquei eu, Dauntless e meus pensamentos. Sozinha,novamente.

-Senhorita? - Disse um homem.

-Sim? – Respondi,saindo do labirinto que estava virando meus pensamentos.

-Posso enterrá-la? – Perguntou ele. Fiz que sim com a cabeça.

Eu nunca mais veria aqueles olhos castanhos brilhantes me encarando com curiosidade,nem seu sorriso meigo e bonito. Nunca mais veria a cor viva de seus cabelos ruivos. Nunca mais veria suas sardas pequenas se destacando naquele rosto branco,como uma porcelana. Nunca mais iria ouvir aquela voz fina e doce. Nunca mais iria ver minha Dauntless. Ela estava morta. Uma tristeza incrível foi tomando espaço do meu corpo. Me lembrei do que Carmelia havia dito: “Vou para a minha lua”. De repente,a tristeza deu uma diminuída. Na verdade,uma pequena ponta de alegria se espalhou em mim. Dauntless estava feliz. Ela estava lá em cima,na sua lua. Com rosas, flores brilhantes,felicidade,alegria. Nada no mundo era capaz de estar aos pés de Dauntless. Ela merecia mais do que qualquer coisa. Dauntless merecia tudo,e nada.

Ela estava bem. Na sua lua, mas bem.


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Notas finais do capítulo

Hey!
E aí, o que acharam? Cara, eu odeio a Carmelia. Me inspirei na Cornelia,do anime Diabolik Lovers.
Mas enfim, espero que vocês tenham gostado. Comentem aí suas opiniões, críticas...Podem até contar segredos pra mim,juro, não conto pra ninguém! Não tenham medo de críticar ou elogiar,juro que sou legal *u*
Beijokas e até a próxima! :3



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