Every Morning With Him escrita por Yukiko-kun, Yukiko-kun


Capítulo 2
Correspondence


Notas iniciais do capítulo

Yo...

Aqui é a Yukiko-kun com o segundo capítulo! XP

Por ter escrito o segundo capítulo, acabo me responsabilizando pela demora >.< , enfim, espero que gostem!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/55909/chapter/2

O Dia amanheceu mais claro que o normal: o Sol estava brilhante, apesar de não está fazendo muito calor. Roy demorou alguns minutos depois para levantar de seu despertador tocou, e sentado na cama tentava se lembrar onde estava. Ahh como esquecer. O Sol, o campo, até o ar parecia mais puro que o normal.

 

- Resembool... – Disse para se mesmo. Passou a mão em seus cabelos deixando-os um pouco bagunçados. Alguém batia na porta. – Entre.

 

- O seu café da manhã. – Edward disse entrando e fechando a porta. Roy sorriu. Estava mais do que na cara que sua mãe mandou ele ali, apesar dele não querer.  E sua mãe o mandou aqui no lugar de Alphonse, inicialmente por que o mais velho não se deu bem com ele.  Talvez ele estivesse ficando realmente bom nisso! – Hoje vamos ao lago mais tarde fazer um piquenique, e mamãe pediu para te chamar, caso você queira vir.

 

Roy olhou a bandeja que o loiro lhe entregava com um sorriso, realmente estava com fome. Frutas, torradas e um pedaço de torta doce. Do lado, um copo de suco provavelmente de laranja, e uma xícara branca com café. Suspirou.

 

- Não acha que tem idade o suficiente para chamá-la de “Mamãe”? – Roy perguntou a Edward, que corou levemente com a pergunta. Vergonha? Talvez. Mas Roy sabia que tinha acertado em cheiro... Conseguiu irritar o mais novo. Não que ele fosse uma pessoa realmente sádica, ou que gostava de irritar as pessoas. Mas o jeito arrogante do loiro o chamou atenção. Até onde ele iria daquele jeito? Até quando sua mente conseguiria ficar tão fechada?

 

- Não acha que eu tenho idade o suficiente para chamar minha mãe como eu quiser?

 

Edward tinha encurralado-o. Quando foi a última vez que um adolescente qualquer lhe respondeu com tanta rapidez? Que ele lembrasse nunca. Ele era inteligente. E o que o faria ter esses problemas com seu irmão?

 

- Bom, de qualquer forma, só a idade. Acho que você não chega a ter tamanho suficiente...

 

- O QUE? QUEM VOCÊ TÁ CHAMANDO DE SALVA VIDAS DE AQUÁRIO?  - Edward gritou, ficando nas pontas dos pés. Nunca imaginou de qualquer modo que ele conseguiria responde-lo do mesmo jeito agressivo.

 

- Eu não vou ao lago. Quero estudar um pouco hoje.  – Roy disse começando a saborear o café forte.

 

- Que seja. – Edward respondeu indiferente, saindo do quarto.

 

A complexidade de Edward chamava a atenção de Roy. Os olhos dourados, não, os olhos cor do mais puro ouro, não revelavam quaisquer coisas como outros olhos. Ele estava decidido. Ajudaria aquela criança. Afinal, quinze anos, é uma idade para aproveitarmos, e não nos complexarmos.  O Edward seria um problema que ele resolveria, sem ajudas. Não por ser um primeiro teste como psicólogo, mas como uma vitória pessoal. Ele quebraria a frieza aqueles olhos.

 

A manhã toda depois do café, Roy não encontrou com Edward novamente. O garoto sempre se esquivava dos pedidos de sua mãe, e nunca ficava no mesmo cômodo que o moreno. Roy não se contentou simplesmente com isso, e foi na cozinha conversar com Trisha... Ás vezes, como mãe, ela deveria saber mais do que ele mesmo.

 

- Trisha... Eu queria falar um pouco com você! – Roy disse entrando na cozinha, sentando-se à mesa dando um dos seus melhores sorrisos. Roy não era de forma alguma feio – ele era até lindo de mais, e era entre esses sorrisos tão belos que conseguia seus melhores segredos. Mas não sabia se isso funcionaria com Trisha, afinal, a família Elric era de certa forma... Curiosa.

 

- Bom, sobre o que quer saber Roy? – Ela perguntou doce.

 

- Mãe... As coisas do piquenique estão prontas? - Alphonse adentrou a cozinha, fazendo Roy calar antes de começar as perguntas. – Estou ansioso... Faz tempo que não vamos com a Winry no lago!

 

- Já estou terminando. – Ela respondeu, percebendo que com Alphonse no cômodo seria meio impossível fazer ás perguntas.  – Está com saudades de Winry?

 

- Estou. – Ele disse, virando para a mãe, sorrindo abertamente – Ela deve estar linda!

 

- Al, poderia fazer um favor para mim? Fale para Edward ir se arrumando, está quase pronto. – Trisha estava arrumando uma desculpa para Alphonse sair de lá, ela mesma estava curiosa nas futuras perguntas do psicólogo.

 

- Tá. Eu também preciso me arrumar. – Al disse, saindo da cozinha rápido.

 

- Vejo que sua relação com o Al é muito boa. Conversam sobre tudo? – Roy perguntou, olhando fixamente para Trisha. Antes de perguntar sobre Edward, gostaria de saber um pouco sobre Alphonse também... Como irmãos, os tratamentos diferentes da mãe devem influenciar...

 

- Sim. Se pensa que trato Edward de forma diferente... Bom, nós não conversamos. Não por que eu não queria. Ele está muito fechado esses dias. – Ela respondeu, colocando sal em um dos seus pratos magníficos do dia.

 

- Ele costuma fazer algo para passar o tempo? O que ele faz enquanto fica trancado no quarto? – Roy perguntou, agora fitando os pássaros que voavam no dia que começava a esquentar.

 

- Ele escreve. Ou no mínimo escrevia.  Eu nunca li nenhum de seus textos. Nem quando ele e Al eram amigos e se entendiam, ele nunca mostrou esses textos. Ele precisa ter uma confiança extrema na pessoa para mostrá-los e... Se nem mesmo Al...

 

“Eu conseguirei essa confiança. Lerei seus textos.” Roy colocava confiança em si mesmo, esperava mais do que conseguir apenas ajudar Edward. Esperava que Edward quisesse a ajuda de Roy. Esperava que Edward pedisse a Roy um espaço, um tempo para ouvi-lo.

 

- Romances?

 

- Algumas poesias... E ele anda com um caderno grosso por aí, acho que algum tipo de “livro”... Provavelmente romance.

 

- Essa Winry é...

 

- Amiga deles. Desde infância. Não vai ao piquenique? Já está pronto.

 

- Não obrigada. – E Roy entendeu aquilo como fim da conversa. Talvez, Edward não era um bom assunto perto da mãe.

 

O piquenique havia começado. Roy havia se posicionado em cima de uma árvore junto a um bom livro, em um lugar onde poderia ouvir a conversa deles, sem que eles o notassem.

 

Durante o lanche, Edward quase não falava, muito menos ria. Alphonse e Winry pareciam ter uma sincronia em si, falavam aquilo que sabiam render assunto, colocavam em dias novidades e se olhavam sorrindo.

 

- Vou dar um pulo na água. – Alphonse disse tirando a camisa.

 

- Winry? – Chamou Edward, se pronunciando pela primeira vez em muito tempo.

 

- Diga. – Ela disse sorridente. Winry tinha a idade de Edward. Cabelos loiros porem mais claros que os de Edward, os olhos azuis. Roy sempre teve atração por olhos azuis, lhe faziam lembrar o céu, a paz... Mas algo a mais – talvez muito mais que imaginava, o chamava atenção nos olhos dourados de Edward.

 

- Eu não quero dizer... – Edward disse meio que corando. “Será que...” Roy pensou, observando tudo da árvore. Imaginar que Winry e Alphonse se gostavam, era extremamente fácil. Mas Edward? Ele não parecia do tipo que gostava de loiras.

 

Edward aproximou de Winry, e tentou beijá-la descaradamente.

 

- Ed, o que pensa estar fazendo! Eu já lhe falei... Eu gosto do Al! Saía de perto de mim! – Winry disse querendo se afastar de Edward o empurrando. Roy desceu da árvore. Qualquer coisa que acontecesse, ele estaria ali.

 

- Vamos Winry! Eu sei que você também quer... – Edward disse segurando firme nos braços da garota. Ela virava o rosto desesperadamente, e lágrimas começavam a cumular em seus olhos. Edward não a soltava de maneira alguma, mas parecia tão indiferente... Nos olhos de Roy, ele parecia indiferente de mais para ser aquilo que ele queria.

 

- Me solta! – Winry gritou, dando um tapa na cara de Edward. Alphonse, automaticamente, tentou sair do lago para ver o que acontecia. Edward virou o rosto para fitar Winry novamente, e lhe avançou no rosto.

 

- Edward! Sua mãe... Está te chamando. – Roy chegou arfando, por ter corrido da árvore até a beira do lado, onde estava ocorrendo talvez um futuro desastre.

 

- Humpft. – Edward disse, levantando. Winry começou a chorar, silenciosamente, nos braços de Alphonse. Edward correu com as mãos no rosto, triste, para dentro de casa. Talvez, ele queria aquilo mais do que Edward pensava.  Olhou uma última vez Wnry e Alphonse abraçados. Eles davam certo juntos.  Roy foi para dentro da casa, a procura do loiro. Pensou que ele estaria no quarto, mas depois de bater repetidas vezes na porta sem obter resposta, precisou pensar melhor em suas deduções.

 

- Hum... Sr. Elric? – Perguntou Roy ao pai de Edward, que passou pelo corredor. Não chegou a ter muita intimidade com o pai, como tinha com a mãe para chamar pelo primeiro nome. – Viu Edward por aí?

 

- Ele não está no quarto? – Hohenheim perguntou, arrumando os óculos. Roy balançou a cabeça negativamente. – Procure-o no telhado. Provavelmente...

 

- Obrigado Sr. Elric! – Roy disse, indo a caminho do telhado.  Subiu as escadas, e abriu a porta que esperava levar até o telhado. E lá estava. Sentado, com um caderno grosso e uma caneta na mão.

 

- Edward? Você não comeu quase nada no piquenique não é mesmo? Sua mãe fez o almoço ainda assim. Não vai querer um pouco? – Roy perguntou, fechando a porta e indo a caminho do garoto.

 

- Não. – Ele respondeu seco, vazio. Como se suas únicas esperanças estivessem escritas naquelas folhas antigas, limpas e ainda assim, com algumas letras redondas levemente inclinadas pro lado, que Roy curioso pensava em ler. Mas Roy não se deixaria vencer pela curiosidade, ele iria fazer Edward querer mostrar a ele seus textos. Ele iria fazer Edward querer ter a confiança de Roy.

 

Sentou do lado do menor. Viu ele puxar o caderno mais para si, para que Roy não pudesse ler seus textos. Sua caneta acabou caindo de sua mão. As lágrimas que tanto tentou segurar até ali, caíram.

 

- Calma, não vou ler seus textos.  – Roy disse dando ombros, passando a mão nos cabelos de Edward.  Edward virou para Roy, surpreso. Ele não teria uma curiosidade absurda pra saber o que tanto escrevia? – Por que está chorando?

 

- Eu... Ah, vai pro inferno não vou te contar nada! – Edward disse, se encolhendo mais em cima do caderno.

 

- Vamos Edward... Pare de fazer isso vai acabar amassando o caderno! – Roy disse, puxando o caderno para longe de Edward.

 

- Solte isso! – Edward disse, tentando pegar o caderno na mão de Roy, que por ser mais alto o impedia de conseguir o tão desejado caderno. Por um impulso a mais, acabou caindo em cima de Roy.

 

- Acalme-se Ed. – Roy disse, acabando por decidir abraçar o menino, chamando-o pela primeira vez pelo apelido. Edward se encolheu no abraço, começando a chorar abertamente nos braços de Roy.

 

- Eu gosto da Winry... Mas... Ela sempre só quis saber do Al...  – Os soluços se misturavam com as palavras que Roy finalmente estava ouvindo. Palavras de Edward.  – Acho que não... Não gosto mais dela. Eu gosto mais... Eu... Roy me ajude!

 

-Tente parar de chorar... Foi apenas uma luta que você não conseguiu ganhar Ed... E talvez isso...

 

- Não Roy. Essa não foi uma luta minha. Essa luta é de Al e Winry... Que eu estava atrapalhando...

 

Edward voltou a chorar, e Roy se sentiu deliberadamente feliz, contente, alegre. Satisfeito, talvez fosse a melhor palavra. Ele iria ajudar aquele garoto. Roy sentia a necessidade de ajudar aquele garoto. Talvez por causa da sensação que os olhos dourados passavam para si. Talvez por causa da infelicidade que se era visível no rosto do jovem. Talvez por causa da rejeição da amiga loira, que agora nem era tão mais bonita. Talvez.... Seja por que Edward parecia de certa forma parecido de mais com Roy.

 

Eles ficaram ali no teto um pouco mais, em silêncio. Apenas com as carícias nos cabelos de Edward que Roy fazia instintivamente, e algumas palavras que às vezes Edward soltava.

 

Edward tinha confiado á Roy, um desabafo. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bom, aí está...
Reviews? XP