Wild&Free escrita por Dani Schirmer


Capítulo 5
I Just Want U




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Depois de uma discussão que durou a manhã inteira Nick saiu de casa, era a última vez que eu o veria, foi o adeus definitivo, ele era o único cujo havia mexido com meus sentimentos, mas como um bom cafajeste, ele partiu o pequeno espaço no meu coração que dei.
Sentei-me na escada e fiquei olhando o pasto vazio, não havia mais nada somente o vazio, então fechei os olhos por alguns segundos e pedi aos deuses que me livrassem dessa maldição, mas nunca havia resposta.

Assim que cheguei a universidade fui direto para a biblioteca, como de costume sentei entre estantes, peguei meu caderno de desenhos e folhei algumas páginas, tentei comparar o lobo negro a um antigo desenho de Astila, mas nem no olhar eles se pareciam, o lobo negro havia um vazio no olhar, um vazio na alma.

Liguei para Noya e fiquei a esperança de tela ao meu lado nesse momento de dúvida, como sempre ela viria para me salvar, levantei do chão e andei pelo corredor vazio, entrei na sala de Dialetos e deixei meu trabalho sobre a mesa do Sr. Humphrey.

– Já terminou meu trabalho? – O sotaque inglês era charmoso.

– Sim, na verdade vou faltar durante alguns dias. – Sorrio e me aproximo dele.

– Está acontecendo algo Senhorita? – Ele olha diretamente em meus olhos.

– Na verdade sim, perdi uma velha amiga e estou um pouco triste. – Faço uma pausa e penso em Wicapi. – E uma amiga está vindo me visitar, preciso dar um pouco de atenção a ela.

– Se me permite dizer, irei sentir sua falta nas aulas, você é a única realmente interessada aqui. – Ele ria.

– Até logo professor. – Saio da sala.

Quando cheguei em casa Noya estava sentada na escada, sai correndo a e abracei com força, tudo o que precisava naquele momento era a companhia dela, entramos e abrimos uma garrafa de vinho.

– Já pensou com a vida é engraçada? – Tomo um gole e sorri. – Eu abandonei quase todo os costumes e rompi com quase todos, menos com você.

– Fico me perguntando por que dizem que você é a nossa protetora. – Ela ria. – Uma idiota como você.

– Lhe dou uns tapas que você nunca mais vais esquecer. – Largo o copo e olho pra ela.

– Você passou de geração a geração cuidando da nossa tribo, hoje só minha mãe e eu sabemos seu segredo, mas por que? - Ela termina de tomar o vinho e me olha.

– Por que todos quais eu protegi e amei estão mortos, a tribo não precisa mais de mim, os tempos são outros. – Olho para a escuridão. – Eu queria ter morrido com a minha mãe, todos eles morreram e eu estou viva carregando esta dor.

Noya me abraça e o silencio toma conta do lugar, tudo o que eu queria era que ela tivesse uma vida boa, muitos do qual que vi nascer eram adolescentes normais hoje, muitos abandonaram as suas raízes e outros viviam como pessoas normais e as vezes iam visitar os mais velhos, a nossa cultura estava se perdendo no meio de tanta tecnologia e modernidade, nossas terras estavam vazias.
Deixei Noya dormindo e fiquei à espera do lobo, estava decidida a enfrenta-lo, entre a noite gelada, a neve que começava cair e a nevoa, os olhos apareceram.
Andei em sua direção e parei na frente dele.

– Não tenho medo. – Olhei diretamente em seus olhos. – Um olhar vazio, você não é Astila.

O lobo rosnou na minha frente e se afastou, ele parecia irritado, mas ao mesmo tempo parecia tão familiar, ele se aproximou e me rodeou, parecia que queria me atacar, mas então o lobo recuou e sumiu na escuridão.

Os dias se passaram ele não apareceu mais, depois de deixar Noya no aeroporto o caminho pra casa foi tranquilo, eu conseguia dormir sem ter um sonho estranho, sem me lembrar de tudo, mas quando fui chegando perto de casa percebi que havia um carro parado, um carro estranho.
Parei a moto e sai da mesma, tirei o capuz e olhei para o carro e então a porta abriu e Sr. Humphrey surgiu, ele usava um sobre tudo preto e estava com um cachecol.

– Será que podemos conversar? – Ele me olhava diretamente nos olhos.

– Sim. – Passo por ele abro a porta de casa. – Fique à vontade. – Entro e sento no sofá.

– Vim aqui falar sobre seu trabalho, sabe foi bem interessante ler seu ponto de vista. – Ele senta na minha frente. – Quantos dialetos você sabe?

– Talvez uns dois ou três. – Fico corada.

– Isso é impressionante, sua inteligência e suas ideias me deixaram fascinado. – Ele sorria. – Já pensou em como seus pensamentos podem mudar o ponto de vista de alguém? Você fala como se tivesse vivido aquela espoca, como se tivesse estudado e aprendido cada coisa, cada detalhe da fala e escrita.

– Eu gosto de ler, só isso. – Sorrio tentando desfaçar o desconforto.

– Quero que vá comigo a uma convenção em Vancouver, vá como minha assistente. – Ele tira do bolso algo que parecia um envelope.

– Este bem. – Sorrio e pego o envelope.

– Lhe espero amanhã no aeroporto, boa tarde senhorita. – Ele se levanta e sai.

Assim que percebo que ele estava longe o suficiente ligo pra Anne, ao mesmo tempo subo as escadas correndo para arrumar a minha mala.

– Oi, o que houve? – A voz dela era de sono.

– Vou pra Vancouver com o Sr. Humphrey. – Digo animada enquanto faço a mala.

– O que? Sua sortuda. – Ela gritava.

– É só uma viagem de trabalho, não é a ele que meu coração pertencente. – Fico seria ao ver um desenho de Astila na parede.

– Boa viagem sua vadea, sorte com aquele deus inglês. – Ela desliga.

Largo meu celular na cama e me aproximo do desenho, todo meu mundo, toda minha felicidade estava no olhar dele.

Assim que cheguei ao Aeroporto levava comigo somente uma mochila e uma pequena mala, encontrei Sr. Humphrey no lugar marcado e seguimos para a sala de embarque, o voou era curto e eu estava animada para conhecer grandes escritores e grandes historiadores.
Durante o voou todo ele não trocou uma palavra comigo, somente estava concentrado lendo, assim que o avião pousou peguei minha mala e minha bolsa e sai, fiquei a espera dele, e então avistei um homem alto, moreno e de olhos claros, seu olhar era familiar.

– Vamos? – Alexander parou na minha frente.

– Sim.

Depois ter feito check in e descobrir que iria dividir quarto com meu professor descemos para o primeiro encontro da convenção, ele me deixou na multidão para se juntar com dois homens, segui pelo cheio salão até um canto, peguei na bolsa meu bloco de desenhos e comecei a fazer alguns rabiscos, mas tudo que saia era aquele olhar do estranho, um olhar fascinante.

– Olhos encantadores que a senhorita esta desenhado. – A voz vinha do meu lado.

– Obrigada. – Olhei para o lado e percebi que era o homem do aeroporto. – O senhor meu deu um susto. – Rio fraco.

– Sou Luke Hoyer, prazer. – Ele estende a mão.

– Nina Van Looly. – Aperto a mão dele e sorrio.

– Lindo desenho senhorita, o que está fazendo aqui exatamente. – Ele coloca a mão no bolso e me olha diretamente.

– Vim com meu professor de dialetos, o Sr. Humphrey. – Sorrio. – Estudo na Universidade da Dakota do Norte.

– Menina prodígio. – Ele ri. – Bom, eu tenho que ir, até mais.

Ele some entre a multidão, mas em seu olhar eu via Astila, mas aquilo não era possível, será que depois de tanto tempo ele havia voltado ou era minha necessidade de telo comigo novamente que me fazia ter a alucinação que eu estranho podia ser ele?


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