POV - Peeta

Eu confesso que já fui sim um cara romântico e carinhoso, eu era do tipo que dava presentes, saia pra ver o por do sol, falava coisas bonitas ao pé do ouvido, mas infelizmente a Glimmer levou isso de mim no momento em que me usou.

Sim, ela realmente me usou para beneficio proprio, pra virar popular, pra ganhar uma aposta que havia feito com as amigas, pra machucar meu coraçao e acabar com tudo de bom que havia em mim.

E entao a Kat apareceu, e como mágica foi curando minhas feridas, foi juntando os meus pedacos - mesmo que sem perceber - e agora eu sinto novamente o calor, a paixao, o coracao batendo forte... A vontade de ser feliz.

Mas eu nao vou mentir, ainda sou meio receoso com esse lance de relacionamento. Eu tenho medo de sofrer outra vez, afinal as cicatrizes sempre nos fazem lembrar de como nos machucamos, e eu tenho medo de nunca superar isso completamente, porque eu sei que se nao fizer isso, nunca serei feliz de verdade.

– Tudo bem pra você Peeta?

– Como é? - Pergunto confuso. Eu não fazia a mínima idéia do que a Kat estava falando.

– Você não ouviu uma palavra do que eu disse não é? - Ergue uma das sobrancelhas.

– Desculpa Kat, eu não ouvi. - Suspiro.

– Está tudo bem?

– Não... Quer dizer, sim. Ah esquece, o que você estava dizendo?

– Eu disse que podiamos fazer o trabalho de química juntos na minha casa. Tudo bem pra você?

– Claro princesa. - sorrio chegando mais perto. - Sou louco por você. - Ela me olha timida e passa os bracos em volta do meu pescoço entrelacando os dedos na minha nuca.

– Também sou.

– Mesmo eu não parecendo um personagem de livro de romance? - Gracejo rindo e ela assente.

– Mesmo assim.

O sinal soou avisando que era o fim da aula de Química e também que eu e a Kat nos separariamos, pois teriamos aulas diferentes. Eu Inglês e ela Matemática.

– Acho que nos vemos depois. - Fala fazendo um biquinho fofo e eu rio. Ela parece uma criança fofa pedindo pra comer doce antes do almoço. Há como negar?

– Essa é a ultima aula, depois vamos pra sua casa. - Explico calmamente acariciando suas bochechas rosadas.

– Okay. - Damos um selinho rapido e corremos para a nossa sala, antes que os professores fechem as portas.

***

Saio da sala de aula a procura da minha morena e a vejo saindo com os bracos entrelacados aos de Gale enquanto eles riem, no mesmo instante vou até eles com uma cara de bravo.

– Da pra largar minha garota? - Cruzo os bracos e encaro o moreno.

– Qual é Peeta? - Ele pergunta confuso.

– Da pra largar a minha garota? - Repito.

– Isso é serio?

– Muito.

– Peeta, eu e Gale... Nós... Porque esta fazendo isso? - Katniss pergunta com os olhos marejados se soltando do garoto.

– Ei princesa, estou brincando. - Chego perto dela sorrindo.

– Nossa, que brincadeira idiota. - Ela cruza os bracos e revira os olhos.

– Ahn... Eu... Tchau pra vocês. - Gale diz sem graca e depois sai.

– Qual é Kat!?

– Vamos logo pra casa. - Diz de forma dura e sai, eu a sigo, parando-a pelos ombros.

– Desculpa linda. - Peco e ela se vira pra me olhar.

– Nao faz mais isso okay?

– Okay. - Suspiro. - Me desculpa? - Ela sorri de canto e me abraca. Eu a aperto com forca, como se minha vida dependesse disso e coloco meu rosto em seus cabelos, sentindo o cheiro de chocolate que deles exala.

– Desculpo. - Sussurra na curvatura do meu pescoço. - Agora vamos pra minha casa, sua barriga esta roncando. - Ri e se solta do abraco.

– Culpe o seu cabelo.

– Mas porque o... Ah, chocolate. - Rimos. Pego em sua mao, entrelacando nossos dedos e vamos até a porta principal do colegio onde tem um punhado de alunos reunidos em um circulo enorme. Comecamos a empurrar os alunos e quando chegamos ao meio vemos Finnick socando um garoto ruivo, enquanto os outros gritam e dao seu apoio moral. Largo a mao da Kat correndo e vou até la, puxo o loiro de cima do garoto e acabo levando um soco do meu amigo na boca.

– Finnick larga ele! - Grito puxando-o novamente. Ele me olha assustado, largando o garoto no chao.

– Peeta. - Olha pra minha boca sangrando.

– Sai daqui Finn. - Digo de forma dura. - Se o diretor pegar, você vai expulso.

– Peeta, desculpa.

– Vai Finnick! - Ele vai até o garoto. - Ainda nao acabou. - Pesca a mochila do chao e vai embora puxando Annie consigo.

– Acabou a festa! - Grito e vou até o ruivo largado no chao, Finnick fez um estrago. O garoto esta pessimo! Pego em sua mao e o ajudo a levantar. - Nao sei o que voce fez, mas conseguiu tira-lo do serio. - Ele agradece pegando sua mochila do chao e sai.

– Peeta! - Katniss grita correndo em minha direcao. Suas maos vao ate o meu rosto e ela analisa minha boca. - Droga, sua boca.

– Nao foi nada, princesa. - Sorrio.

– Nao finja que esta tudo bem. - Pede chorosa. - Droga, o que voce tem na cabeca?

– Precisava tirar Finnick dali, ele ia matar o garoto.

– E eu vou matar você. Droga! Sua boca nao para de sangrar. - Abre sua bolsa e pega uma toalhinha branca, em seguida a coloca sobre a minha boca. - Segura assim.

– Okay. - Faco o que ela pede e ela pega o celular.

– Mae, cade voce? - Grita ao telefone. - Okay, vem logo. Um beijo. - Minutos depois a Sra Everdeen chega e Kat me puxa pra dentro do carro.

– Ai meu Deus! O que houve? - Ela pergunta olhando pra minha boca.

– Te explico no caminho mae, agora corre pra casa. - Ela assente e da partida no carro.

– Tambem nao e pra tanto amor, foi so um soco...

– Fica quieto Peeta! - Ralha comigo, me deixando assustado. - Desculpa okay? Estou nervosa...

– Nao precisa ficar assim, eu estou bem. De verdade. - Sorrio. - Vem aqui princesa. - Digo puxando-a pra mim, passo um de meus bracos pelas suas costas abracando-a e ela deita a cabeca em meu peito. - Estou bem, relaxa. Da um beijinho que melhora. - Ela me olha com nojo.

– Nao vou te beijar assim, esquece. - Faz graca e ri.

– Entao eu roubo um beijo. - Faco um bico pra beija-la e ela me empurra.

– Eca Peeta! Sai fora! - Ri. - Ja disse, nao vou te beijar assim.

– Vem aqui, vem... - A puxo pelas costas e beijo o canto dos seus labios. - Viu? Nem doeu.

– Foi nojento! - Diz com repulsa limpando os labios com as costas da mao.

– Fala a verdade... Nao foi tao ruim assim. - Digo arqueando uma das sobrancelhas.

– Okay, nao foi tao ruim assim. - Responde se rendendo e eu sorrio. Acho que nao da mais pra voltar atras, estou tao apaixonado que chega a doer no peito. Estou tao dependente de seus sorrisos e atos que ja nao vivo mais por mim, meu coracao so bate por ela,ela o roubou com seu jeito doce e eu nao o quero de volta, ele e todo dela e o que vier a partir de agora e consequencia.

Acho que a amo.