Trois Vierges escrita por Primadonna


Capítulo 2
II: The Loyal Partner


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente, olá.
Andei ocupadíssima com o ENEM e acabei me perdendo. Peço desculpas pela pequena demora. Não tinha previsão. E ainda tenho que atualizar minhas fanfics, oh Lord T_T tô perdida.
Quero avisar, acima de tudo, que é um capítulo VixCaitlyn. Mas não tem nada explícito ou ofensivo.
Bem, eu adorei escrever esse capítulo. Adoro as duas, tanto pelas histórias como pelo jogo (main Cait õ/). Espero que gostem tanto quanto eu.



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— Vi! — Caitlyn chamava pela milésima vez. Lágrimas rolavam por sua face enquanto Jayce gritava para os carros seguirem Jinx, que corria para longe dali. As viaturas saíam em disparada, enquanto os outros policiais retiravam os blocos de concreto, tentando chegar até a Xerife e a policial, que matinha os olhos fechados como se nunca tivessem sido abertos.

(...)

— Você sabia que roubar é errado? Especialmente quando quem rouba é um garoto de quinze anos? — A policial de Piltover dizia, sustentando o olhar severo. O garoto de cabelos dourados se encolheu na cadeira em que situava-se e concordou com a cabeça.

Vi soprou a franja rosa encarando o material roubado. Nada mais que a última versão de Fields of Justice, recém produzido pelo Laboratório Tecnólogio de Piltover. Jogo caro, apenas para quem realmente podia pagar por. Em dois meses, era a quinta vez que alguma criança roubava aquele jogo.

— Todos os meus amigos têm um desse — o garoto murmurou, encarando a policial com os brilhantes olhos azuis pela primeira vez.

— Quando eu tinha a sua idade eu era capaz de roubar para comer, ou para me vingar de alguém. E não porque eu queria me igualar aos outros — Vi disse friamente. O seu maior prazer era desprezar e socar criminosos, mas o menino era inocente. Seu ato não chegava perto da maioria dos crimes em Piltover. Sua mente ainda não estava completamente formada, o que lhe dava um pouco mais de razão. — Você tem sorte porque a xerife não está aqui hoje, garoto. Vou fazer um boletim com todos os seus dados e vamos devolver o jogo para o dono da loja. Mas, esse é o meu último aviso: fique longe de confusão.

O garoto concordou rapidamente com a cabeça, endireitando-se.

— Não vai acontecer mais, policial, eu prometo — ele disse, sorrindo. Ela fechou mais a cara, impedindo a liberdade que o menino começava a ter.

— Jayce — Vi chamou, esperando o homem aparecer na porta. Logo o corpo robusto apareceu, com o rosto mais carrancudo que o normal. Vi entendia o que ele estava sentindo, planejando conversar com ele após a liberação do pequeno ladrão. — Leve o garoto para a sala de Parrish. Peça para que ele faça o boletim de ocorrência. — Levantou-se, indo até ele. — E depois, por favor, me encontre na cobertura.

(...)

— Eu quero matá-la — Vi disse, dando mais uma tragada no cigarro que segurava entre os dedos.

— Pense bem, Vi — Jayce tomou o filtro, levando-o à boca, soltando a fumaça logo após ela. — Caitlyn cuidava de tudo o que nós estamos tomando conta. Não acha que ela sofre mais em anos que nós estamos sofrendo nessa semana?

— Tanto faz — murmurou, chutando uma pequena pedra de resto de cimento. A cobertura da delegacia era a pior e melhor parte de Piltover. Apesar de ser suja e feia, era o único ponto da cidade em que podia-se ver toda a Cidade do Progresso. Desde as pequenas casas periféricas nas extremidades aos longos edifícios extendidos pelo centro. Havia virado ponto de encontro de Jayce e Vi. Aquela paisagem, com o acompanhamento de alguns cigarros e café, era a melhor coisa para aliviar o estresse policial.

— Amanhã aquele viajante, Ezreal, vem com novas informações para a Academia Yordle. Parece que encontraram vestígios de possíveis restos de Paredes Rúnicas destruídas — Jayce desviou de assunto, passando o cigarro para Vi.

— Espera só até a notícia se espalhar por Valoran... Acabamos de entrar em paz com a intervenção da liga. Se alguém deixar escapar esse tipo de coisa, Piltover vai ser território de guerra — a policial disse, jogando a bituca do cigarro fora sem terminá-lo.

— Temos aliados — Jayce deu de ombros.

— Quando o assunto é sobre Runas, ninguém é amigo de ninguém, Jay.

— Você se viraria contra mim? — Ele desviou o olhar dos prédios para Vi, com um sorriso perverso.

— Se você começasse a me prejudicar, com toda certeza — ele devolveu o gesto.

— Mas não contra Cait, certo?

— O que você quer dizer?

— Nada — Jayce riu pelo nariz. Vi fixou uma expressão interrogativa no rosto e voltou os olhos para o horizonte mais uma vez.

Antes que qualquer um abrisse a boca para romper o silêncio, a sirene da delegacia tocou.

— Pronta para mais um passeio de viatura? — Um suspiro triste acompanhou a pergunta de Jayce. Vi concordou com a cabeça e os dois desceram.

(...)

— Viatura 33, rota completa pelo quarteirão da Maktub — a voz de um dos policiais soou do rádio fixo. — Nenhum sinal de Jinx, câmbio.

— Mantenha a rota — Caitlyn respondeu, amarga. Largou o pequeno aparelho no canto, observando os peritos tirarem mais e mais fotos do prédio derrubado. Estava com a cabeça cheia.

Uma longa viagem até Demacia fora o suficiente para detonar seus miolos. Um alarme de que um dos piores criminosos de toda a Valoran atraíra Caitlyn para a cidade-Estado. O motivo era simples: o tal criminoso assinava todos os assassinatos e destruições com o símbolo da Cidade do Progresso e a letra ‘C’ embutida. A Xerife simplesmente não pôde ficar parada em sua sala. Porém, a ausência da delegada espalhou-se rápido, e aquela era a oportunidade perfeita para Jinx agir, com muita esperteza.

Ela abaixou o olhar, suspirando. Além disso, havia um outro problema, com a letra inicial ‘H’. O maior vilão das mulheres, especialmente de Caitlyn. Sentiu os olhos caírem, mas sua atenção se voltara para Vi, que estava completamente impaciente, gritando com todos ao redor. Caitlyn saiu da viatura e foi até um homem, recolher o depoimento dado à Jayce. Rolava os olhos do papel para o prédio.

— Dispensado — disse, e ele saiu acompanhado por Jayce. — Agora, você.

— O quê? — Vi gritou, mal percebendo que a sua chefe era a dona da voz. Encolheu-se um pouco após perceber e continuou encarando os olhos faiscantes de Caitlyn.

— Vá para casa.

— Você ficou maluca? Eu não vou embora enquanto não pegarmos aquela maldita de cabelos azuis.

— Vi, os seus são cor de rosa. São tão coloridos quanto os dela — Caitlyn disse, arqueando as sobrancelhas. — E não me venha com essa conversa de não ir embora. Você disse a mesma coisa da última vez.

— Certo, Xerife. Só que da última vez, a vadia não deixou vítimas como hoje — Vi aproximou-se. Caitlyn era capaz de sentir o odor de raiva vindo de Vi, mas manteve a postura firme.

— Isso é uma ordem, policial Vi — esbravejou. — Eu terei que ser mais clara?

Vi não respondeu. Deu as costas para Caitlyn, pisando com força até a faixa de isolamento, passando por cima da mesma. Uma repórter, por sua vez, questionava a segurança de Piltover e criticava o policiamento. Ah, se ela não fosse uma simples cidadã, Vi teria jogado-a para o Vazio em segundos…

(...)

Após mais uma tarde de trabalho pesado, três dias após o crime de Jinx, Vi estava descansando por completo. Era sexta-feira, e todas as sextas ela saía mais cedo da delegacia. Estava mais animada naquela noite. Havia programado uma saída com Jayce e Caitlyn para refrescar a memória. E, também, para tentar ficar bem com Caitlyn.

Desde a ordem dada pela Xerife, Vi amarrou a cara. Sabia que estava sendo cabeça dura e que a sua amiga apenas queria ajudá-la, mesmo com a cabeça transbordando problemas. Mas sabia também que ficariam bem. Era difícil brigarem por muito tempo.

Já estava pronta. Os fios cor de rosa estavam bagunçados, um coturno integrava a sua meia 7/8 e um short rasgado completava-se com a blusa branca e jaqueta de couro preta. Exatamente do jeito Vi.

Após ativar o alarme de seu apartamento, ela saiu descendo as escadas como vento. Andou apenas alguns quarteirões até chegar à um beco iluminado por várias placas fluorescentes de bares e casas noturnas. The Grid, como era chamado o ponto de encontro, ficava escondido ao fim da rua. Era uma simples porta que escondia, juntamente com um segurança, uma escadaria larga que levava os clientes para o subsolo. Vi desviou de várias pessoas até chegar ao segurança - já conhecido. Não precisou sorrir para que ele abrisse a porta.

— Seus amigos já estão aqui, policial.

— É claro que estão.

— Aproveite. Esse é o melhor tema que já vi fazerem — o segurança sorriu. Vi retribuiu o gesto e desceu os lances até chegar no lugar que importava.

O segurança tinha razão. Era o melhor tema que ela já vira. The Grid não era apenas um local para beber e dançar. Na verdade, aquilo era apenas um bônus dos donos. Na verdade, eles eram uma empresa que sempre inovava meios de comunicação e armas, tudo transbordado de tecnologia.

Pulsefire era o tema do mês.

Luzes azuis e decorações metálicas estavam espalhas por todo o local. Os bandos digitais agora possuíam os estofados brilhantes, e as iluminações das mesas eram ultravioleta. As bebidas também estavam adaptadas à cor azul. Além disso, o lugar estava ficando lotado rápido demais.

— Vi! — Ouviu uma voz, do canto oposto do balcão. Viu Jayce acenando, com dois copos à sua frente.

Andou até ele, sorrindo.

— Não acha que ainda está cedo para dois copos?

— Ah, não. Esse é da Cait, ela foi ao banheiro — Jayce deu de ombros, puxando um banco para que ela se sentasse. Ela não falou nada e sentou-se, pedindo um copo para o garçom.

— Desde quando eles deixam menores de idade frequentarem esse lugar? Vocês sabiam que já tem uma garota passando mal no banheiro? — Caitlyn disse enfurecida quando voltou ao seu lugar. — Liguei para a mãe dela. Essa menina vai dormir com as pernas quentes de tanto apanhar.

— Que mancada, Cait. Primeiro, você não está em horário de trabalho. Segundo, você também já passou por isso que eu me lembro muito bem — Jayce riu, virando o copo.

— Você está me confundindo — ela respondeu, bebericando o copo que havia deixado ali. Mal havia percebido a presença de Vi, ou simplesmente estava ignorando-a. Não era uma coisa típica de Caitlyn, embora o orgulho fosse.

Ficaram em silêncio, apenas escutando a música eletrônica. Jayce sentia-se como um muro que dividia Demacia e Noxus. A tensão de ambos os lados era desconfortante.

— Então… — Pigarreou. — Vocês vão demorar para se desculparem?

— Desculpar? Eu não estou brigada com ninguém — Caitlyn disse, sorrindo.

— Muito menos eu — Vi completou, mas não expressou sorriso algum.

— Ótimo! — Jayce esfregou as mãos, chamando o garçom. — Três tequilas, por favor — pediu, e logo o garçom voltou com os três pequenos copos com sal nas bordas e pedacinhos de limão. — Vamos brindar.

Caitlyn ficou com receio de pegar o copo, ao contrário dos amigos, que já possuíam o limão em mãos.

— Certo… — Disse, pegando o copinho. Tomou o limão em suas mãos e esperou Jayce.

— Hã… À nós? — Sorriu. Vi concordou, assim como Caitlyn.

O gosto do álcool salgado desceu pela garganta cortando qualquer sentido presente. Chuparam o limão, batendo o copo no balcão. Ao mesmo tempo, as luzes se apagaram. A casa estava cheia e o DJ entrava. A única luz presente era a do bar e a que começava a acender no chão de vidro da pista de dança, que estava sendo preenchida por mais pessoas a cada segundo.

Bem-vindos ao sistema Pulsefire — uma voz robótica soou. Gritos de comemoração vieram por todos os lados. Os três amigos levantaram-se de seus bancos, acompanhando o resto das pessoas.

Tudo já estava começando a rodar lentamente.

(...)

A euforia não havia parado. As batidas eletrônicas ecoavam o lugar em perfeita sintonia com as luzes azuis. Não havia uma mão vazia ou uma só pessoa sóbria.

Jayce não se lembrava de ter beijado duas ou três pessoas. Apenas empurrava mais vodca pela garganta, sem perder o ânimo. Vi estava dançando com uma garota e um garoto que nunca havia visto na vida. Riam sem motivo e dividiam as bebidas acompanhando o ritmo da música. Caitlyn, por sua vez, analisava seu copo que acabara de ser esvaziado pea mesma com tristeza.

— Você está bem? — O garçom perguntara, reabastecendo o copo dela.

— Claro — ela riu, passando a mão no rosto. Tomou metade do copo de uma só vez. O garçom afastou-se, servindo outras pessoas.

Sentia-se estúpida. Enchendo a cara, sem um pingo de felicidade. Não queria ir dançar ou conhecer alguém novo. Principalmente conhecer alguém novo.

— CAIT! — Vi gritou atrás dela.

— O quê? — Ela virou-se, gritando também. As vozes em tom alto continuavam abafadas pelo som.

— Vai ficar sentada a noite toda? — Vi gargalhou.

— O quê? — A Xerife repetiu, estreitando os olhos.

— Vem cá — Vi riu novamente, puxando-a pela mão em direção ao banheiro. Durante o trajeto, metade do conteúdo da bebida de Caitlyn fora parar no chão. O banheiro estava vazio, com baixa propagação do som da música. — Ótimo! Por quê você não vai aproveitar a festa?

— Não estou com ânimo — respondeu, apoiando-se na pia.

— O que aconteceu com a Caitlyn? — Vi continuava rindo, como se tudo fosse uma piada.

— Demaci… ano. Demacianos! — Caitlyn suspirou.

— Ah, porra. Outro detetive, Caitlyn?

— O quê? Não! Eu não me envolvi com ninguém.

— Mas então o qu…

— O nome dele era Wade Ivory. De Ionia. Era detetive, estava ajudando. Acabou sendo meu parceiro — começou, abaixando a cabeça.

— Seu parceiro…? — Vi interrogou, arqueando uma sobrancelha.

— Merda, Vi! O mesmo de sempre. Ele me prendeu direitinho. Eu e mais três — a voz enrolada de Caitlyn dizia, misturada com choro.

— Puxa, Cait. Sinto muito. Mas, bem, eu e Jay já falamos pra você que todos esses merdinhas vão ficar com você só pra te com…

— Eu sei — Caitlyn chorava mais alto. — Todos são assim. Esses homens não sabem ser… Eu não sei a palavra! — E chorava ainda mais por não lembrar a palavra.

— Não, você não sabe, Cait. Você tem que parar com essa mania carente de colocar esperanças em qualquer merdinha que aparece na sua frente. E o pior,

por causa disso.

— Não é culpa minha! — Caitlyn parava de chorar.

— Sim, é sim! — Vi gritava, mesmo com a palavras bagunçadas. — Você parece uma adolescente virgem. Já está

velha pra saber em quem confiar.

— Cala a porra da boca! — Caitlyn gritou de volta, largando o copo no chão. — Eu tento te ajudar e você fecha a cara para mim. E quando eu mais preciso de uma amiga, você não presta!

E então, a mulher de cabelos negros saiu do banheiro, deixando Vi sem reação. Depois da discussão, não vira Caitlyn mais pelo bar. Sentia um peso nos ombros, como se tivesse feito algo errado.

Quase amanhecendo, quando o local fechou, Vi foi tropeçando para casa. Sonhou a noite inteira com alguém gritando ‘amiga’ para si, intensificando a ressaca do dia seguinte.

(...)

Relações amigáveis acabaram sendo cortadas. Jayce estava perdido no meio das duas amigas há dias. Desde a festa, as duas apenas trocavam palavras sobre casos ou necessidades do trabalho. E nenhuma havia contado nada à ele. Ele não podia escolher um lado. Acabou ficando por fora do assunto, sem deixar com que algo bagunçasse suas amizades.

Aquele dia estava sendo tedioso no ramo policial, embora pacífico para Piltover. Vi não fizera nada além de separar papéis. Jayce e os outros policiais jogaram várias partidas de pôker e quem perdia pagava a rodada de rosquinhas. Foi quando uma sirene tocou e a voz da secretária ecoou pelos megafones presentes nos cantos da delegacia que a ação começou.

Central, comandante da área 23 informa invasão ao prédio abandonado da rua Patch. Repito, comandante da área 23 informa invasão ao prédio abandonado da rua Patch. Invasor descrito como magro, cabelos longos e azuis. Pixou uma ameaça de bomba muro frontal. Ainda está presente no prédio.

— É ela — Vi rosnou, apanhando seus punhos hextec. Havia tempo que não usava-os.

— Todos para a rua Patch, agora! — Caitlyn passou correndo pela ala, e todos os policiais correram para o estacionamento. — Jayce, vá para a Academia Yordle buscar o especialista Ziggs.

— Certo, Xerife — Jayce disse, arrastando outro policial consigo. As viaturas foram saindo aos poucos. Caitlyn pulou dentro da última que restava. Uma outra policial dirigia, enquanto Vi sentava-se atrás, com a expressão completamente raivosa. Elas sempre iam no mesmo carro.

(...)

— Ela não vai sair de dentro. Quer que alguém entre para poder colocar seu plano em ação — Ziggs dizia com a voz esganiçada, olhando para a Xerife. Voltou os olhos para a pixação. "Fishbones vai destruir tudo em duas horas!" — Piltover tem criminosos que deveriam ser internados em psiquiatrias — ele zombou.

— Se ela vai explodir ou não, não interessa. Ela está lá dentro! É a chance que temos para pegá-la — Vi esbravejou.

— Ela é sua irmã? — Ziggs perguntou, abrindo um sorriso forçado.

— Como ousa… — Vi foi para cima dele, mas foi detida por Jayce.

— Ela está certa, Caitlyn. Não podemos ficar com todos esses policiais isolando o quarteirão e apontando as armas para o prédio o dia todo. Além disso, ela colocou um prazo ali — sussurrou. Caitlyn contraiu a mandíbula. — Por favor, não seja cabeça dura. Não agora.

— Certo. Vamos entrar nós dois e Ziggs — decidiu.

— Caitlyn… Por favor.

— Droga, Jayce — sussurrou de volta. — Atenção! Eu, Vi, Jayce e Ziggs. Fiquem atentos à qualquer sinal, movimentos ou ações — ordenou aos policiais. Pegou sua arma, assim como os outros, passando pela faixa de isolamento do prédio.

O muro recém-pixado tinha uma parte quebrada, permitindo a entrada. Cada um entrou devagar, sentindo um frio estranho no estômago - exceto Ziggs, que se divertia com o que estava acontecendo. Passaram pela porta que um dia fora de vidro, vendo os lances de escada opostos. Cada um levava para um dos três andares do prédio.

— Vocês duas vão pela esquerda. Você vem comigo pra cá, Ziggs. Não se esqueçam que além dos walkie-talkies escutamos gritos e tiros também — Jayce disse, subindo as escadas correndo. Não deu meia chance para alguém protestar, já que Ziggs já corria atrapalhadamente atrás dele.

Vi começou a subir, ansiosa. Chegaram em um primeiro andar estreito, sem sinal de vida. Checaram-no bem antes de subir o outro lance de escadas bem maior.

— Nada no primeiro — Caitlyn falou pelo walkie-talkie.

Alguém sabe como esse prédio foi projetado? Eu nunca vi um andar tão esquisito — Jayce respondeu. — Ainda estamos checando.

E as duas continuaram subindo, sem trocar uma palavra. O terceiro andar era largo, enorme. Talvez por causa daquela projeção estranha o prédio fora abandonado, quase pronto. Rachaduras sustentavam as parades, haviam plásticos pendurados no teto e não havia mais janela alguma. Caitlyn parecia decorar cada canto do cômodo com paredes pela metade, que provavelmente dividiriam o lugar em diferentes alas. Sua atenção fora interrompida quando esbarrou no corpo imóvel de Vi.

— Por que você parou? — Perguntou, seca. Vi respirava fundo, observando uma figura à sua frente. Caitlyn virou o rosto na mesma direção, observando o mesmo que ela: uma pequena caixinha de música com um macaco com pratos nas mãos. Parecia novo, intocado.

O macaco começou a bater os pratos de repente, dando um susto nas duas. A música começou a tocar e os olhos do macaco piscavam na cor vermelha.

— Jayce… Saia daqui — Caitlyn puxou o walkie-talkie, trêmula. — É uma ordem.

O que? O que vocês acharam? — Ele perguntou.

— Apenas saia e peça para que todos se afastem.

Certo. Ziggs está subindo.

Logo, Ziggs apareceu, enquanto Caitlyn e Vi permaneciam no mesmo lugar. A policial de cabelos cor de rosa parecia hipnotizada com a figura. Não estava piscando direito.

— O que vocês… Uh, coisa ruim — Ziggs falou, soltando uma risadinha. — Bomba J14X. Disfarçada em brinquedos assustadores. Lembro-me de quando eram fabricadas com frequência… Um tiro e BUM! O vilão de vocês teve um belo trabalho com isso — ele analisava, ainda rindo.

— Qual é o seu problema? — Caitlyn perguntou, furiosa.

— Vamos morrer aqui — ele contemplou, ajeitando os óculos.

— É claro que vão — uma voz igualmente cínica e fina soou do outro lado. — Vi, irmãzinha! Eu sinto tanto a sua falta no nosso grupo delinquente — uma figura extremamente magra apareceu. Jinx olhava para eles diabolicamente, os dentes pontudos sustentando o sorriso sombrio.

Ziggs tropeçou nos próprios pés, recuando imediatamente. Poucos sabiam, mas sentia um profundo medo de Jinx. Sem que alguém percebesse, pulou da janela abrindo uma espécie de paraquedas.

— Do que ela está falando? — Caitlyn indagou, curvando as sobrancelhas para baixo.

— Eu não tenho ideia do que você está falando — Vi cuspiu.

— Não? Você me ofende assim — Jinx disse, abaixando o tom de voz. — É claro que você se lembra, idiota. Lembra-se de quando roubamos os saqueadores de Bilgewater que vieram fazer a festa aqui? A festa foi nossa!

— Você ficou ainda mais maluca? Eu nunca participei de um grupo sequer com você — Vi aumentou o tom de voz.

Jinx gargalhou como doida. Foram poucos os contato diretos com Jinx. Um deles havia sido quando eram ainda muito novas. Sim, Vi fazia parte de grupos de ladrões, mas nunca havia estado em um com Jinx. Sabia que Jinx era louca - era o que os líderes da gangue da mesma diziam. Ela apenas havia fixado Vi em sua mente, sendo opostos perfeitos, para completar uma ausência que lhe era caraterística.

— Isso é por ter me deixado — ela disse, mirando a arma decorada de Jinx para a caixinha, que continuava batendo os pratos.

— Não tão cedo — Caitlyn grunhiu, correndo até Jinx. A ladra começou a rir loucamente, apontando a arma para Caitlyn.

— Caitlyn! — Vi gritou, correndo atrás dela. Colocou-se na frente de Caitlyn enquanto Jinx disparava dois tiros.

Um causou uma explosão.

O outro acertou Vi.

(...)

— Vi! — Caitlyn chamava pela milésima vez. Lágrimas rolavam por sua face enquanto Jayce gritava para os carros seguirem Jinx, que corria para longe dali. As viaturas saíam em disparada, enquanto os outros policiais retiravam os blocos de concreto, tentando chegar até a Xerife e a policial, que matinha os olhos fechados como se nunca tivessem sido abertos.

Caitlyn estava com os braços, pernas e rosto machucados. Seu equipamento de segurança havia sido extremamente útil. Não mais que Vi, defendendo-a não só da bala como de um impacto maior. Vi, por sua vez, estava machucada na cabeça, com sangue por todas as extremidades do cabelo. A barriga sangrava pelo buraco perfurado pela bala, e a perna e braço esquerdos aparentavam estar quebrados.

— Vi, por favor… — A Xerife tentou mais uma vez.

— Sim, Xerife — Vi demorou para responder. Respirava com dificuldade, sentia todo o corpo dormente e a parte acima da bacia latejava.

— Eu sinto tanto — ela disse, segurando Vi entre os braços machucados. — Eu estive errada o tempo todo. Fui injusta com você.

— T-tudo bem.

— Uma ambulância está vindo. Você vai ficar bem, mas tem que ficar acordada! Abra os olhos, por favor — Caitlyn pediu, mas Vi apenas suspirou lentamente.

— Eu estou — sussurrou. Agora o sangue atravessava seus dentes, escorrendo pelo canto da boca.

— Eu me lembrei, Vi — Caitlyn continuou dizendo. — A palavra. Não existiu um homem leal comigo — falou, mas Vi não respondeu. — Nenhum deles nunca foi leal como você.

— Eu sei — Vi sorriu com o canto da boca. Abriu os olhos vagarosamente, cega pela luz do céu. Demorou para focar o rosto ensanguentado de Caitlyn e não conseguia identificar os sons à sua volta.

Captou uma última imagem de uma Caitlyn chorosa sorrindo com dificuldade para ela. Os lábios gélidos da Xerife encostaram-se na testa de Vi, sussurrando três temidas palavras em seguida. Três palavras que mudavam o contexto de uma simples história. Com extrema dificuldade, e antes de desmaiar, Vi sussurrou-as de volta. Havia perdido a pureza, o estoque, a virgindade de seu coração.


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Notas finais do capítulo

OLÁ. Bem, mais uma vez, eu não revisei heheh. Se virem erros, me avisem.
Eu gosto muito de falar aushusahuashs quero agradecer ao srto. Ezreal e sua skin Pulsefire que me inspirou pra caralho; às músicas de LoL que também ajudaram; todas as playlists de música eletrônica no mundo, já que o capítulo foi inteiramente escrito ao som da mesma (Tiesto, Guetta, Bloody, eu amo vocês, lindos).
Gostaria que todos que lessem pudessem comentar. A opinião é importantíssima para mim, além da motivação. Não se esqueçam das críticas construtivas. Vou ignorar qualquer sentença contra o ship escolhido.
Vejo vocês no próximo, amores :3



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